O cineasta brasileiro Marcelo Caetano, diretor do premiado filme "Baby", foi anunciado como um dos jurados da Queer Palm 2025, prêmio paralelo do Festival de Cannes dedicado a filmes com temática LGBTQIA+. Criada há 15 anos, a premiação contempla produções de todas as mostras do festival e se destaca como uma das principais distinções do cinema queer no cenário internacional.
Pelo segundo ano consecutivo, Caetano marca presença em Cannes. Em 2024, o cineasta concorreu à Queer Palm com "Baby", longa que estreou na Semana da Crítica e se consolidou como um dos destaques do circuito internacional: foi exibido em mais de 80 festivais ao redor do mundo e conquistou 28 prêmios - entre eles, o Redentor de Melhor Filme, no Festival do Rio, e o Rising Star Award, em Cannes. Atualmente, o filme está em cartaz na França (sétima semana), Suíça (sexta), República Tcheca (terceira) e Grécia (segunda). Ainda este mês, estreia na Holanda e Bélgica; em julho, chega aos Estados Unidos. No Brasil, pode ser visto no Telecine e no Canal Brasil.
“Quando a gente é jurado, nos damos conta de como é difícil escolher apenas um filme entre uma produção tão vibrante e diversa. Ao mesmo tempo, é uma responsabilidade imensa, pois toda escolha de um júri é também um manifesto. Nesse caso, é comunicar nosso desejo para os rumos do cinema queer", comenta Marcelo Caetano.
Além de seu reconhecido trabalho como diretor, Marcelo atuou como diretor de elenco em produções de destaque, como "Aquarius" (2016) e "Bacurau" (2019), ambas dirigidas por Kleber Mendonça Filho, sendo este último em parceria com Juliano Dornelles.
Com uma carreira marcada por sensibilidade e potência visual, Marcelo foi escolhido para integrar o júri que será presidido pelo cineasta francês Christophe Honoré ("Canções de Amor", "Em Paris", "Marcello Mio"). Também compõem a banca a jornalista Timé Zoppé, a compositora Leonie Pernet e a curadora Faridah Gbadamosi.
Sobre representar o Brasil em Cannes enquanto jurado, Caetano disse: “O meu desejo é chegarmos em uma Queer Palm que revele um autor para o cinema queer mundial. Assim como aconteceu quando Lucas Dhont, Celine Sciama e Alain Guiraudie receberam a Queer Palm. Prêmios podem mudar a trajetória de filmes e colocar novos nomes no mapa. E é uma honra integrar um júri com tanta gente que acompanho e admiro”.
O Brasil tem mantido uma presença relevante na premiação: "Bacurau" concorreu em 2019, "Levante" em 2023 e o próprio "Baby" integrou a seleção em 2024. No ano passado, a diretora paulista Juliana Rojas compôs o júri da Queer Palm, reforçando o protagonismo brasileiro nas discussões sobre diversidade e representatividade no cinema. À época, Rojas havia sido recém-premiada em Berlim por "Cidade; Campo", que também levou o Prêmio da Crítica do Festival de Gramado no mesmo ano.
Em 2024, o vencedor da Queer Palm foi o longa "Três Quilômetros até o Fim do Mundo", dirigido pelo romeno Emanuel Pârvu. Entre os destaques da seleção de 2025. estão "Sound of Silence", estrelado por Paul Mescal e Josh O’Connor, e "Pillion", protagonizado por Alexander Skarsgård. O vencedor será anunciado no dia 23 de maio, durante cerimônia oficial no Festival de Cannes.
Imagem: Julio Aracack/Divulgação