existem três pontos que me fizeram gostar muito desta poetica obra:
o primeiro é a fotografia e direção de arte como expressão dos sentimentos, uso dos tons de azul na iluminação e composição das cenas. foi um recurso simples e interessante. um detalhe bem produzido e pensado, delicado e intenso, se misturando à sinfonia em certos pontos para mostrar, sem precisar de palavras, as emoções transbordando de dentro pra fora de Julie. como bem escreveram num dos comentários: poesia em forma de imagem.
o segundo são a dignidade, o carater, o respeito de Julie - por si e pelos outros, sem se meter na vida de ninguém e impedindo que se metam na sua, sem julgar ninguém, mesmo passando por uma das fases mais difíceis. fiquei admirando essa personagem ao longo do filme... uma mulher incrível.
interpretada por uma atriz incrível.
e terceiro, ponto central do filme, foi a visão um tanto melancólica (mas realista) de Krzysztof Kieslowski sobre liberdade. gosto de filmes que mexem comigo nesse sentido, que me obrigam a repensar meus conceitos, que me fazem questionar o que eu tinham como pre definido.
uma liberdade limitada. é possivel se desprender do sofrimento, da solidão, do julgamento social - apenas por uns instantes ou não completamente. estamos todos irremediavelmente interligados. se solidão é liberdade e "amigos, familia, amor são armadilhas", como diz Julie, é uma bela e triste utopia pensar que poderemos ser livres.
a cena final foi de uma catarse imensa - como um profundo suspiro, como as lagrimas de Juliette escorrendo: lentas, intensas, livres. e ela, enfim, presa ao momento, às circunstanceas. nós somos esse eterno paradoxo.
certa vez, conversando com um conhecido, disse que Closer é um dos meus filmes favoritos. ele simplesmente ficou horrorizado, revoltado, "isso é coisa de doente", ele disse. e ainda perguntou como um filme tão depressivo, que mostra uma face tão egoísta do ser humano podia fazer parte dos meus favoritos.
agora eu respondo porquê: porque ele é cru, é real, é tudo que nós temos de bom e de ruim, sempre pronto a ser dado para outro alguém.
azar de quem não pode admitir isso, mas assim são as pessoas, exatamente como no filme. elas amam, mas não o suficiente pra superar seu ego, suas inseguranças, seu ciume. e assim somos nós, como alice: tentando mudar, nos reconstruir a cada relação, acreditar no outro, como se no fundo não soubessemos que novos dans e novos larrys e novas annas podem aparecer nas nossas vidas, junto com as mesmas decepções.
abre mão de uma liberdade em troca de outra - a de ser quem é, de se derramar através das teclas do piano, assim como tudo que sente e sentira durante a vida: sua angustia, sua loucura, seu medo... A mistura de schumman com o improviso de Jenny nos ultimos quatro minutos é mais que bela, mais que arrepiante. É uma afronta ao que lhe havia sido imposto, um grito interior dizendo que ela não iria se submeter ao que acreditava ter também a colaboração do seu padrasto (até a escolha do compositor Jenny achava que havia sido feita por ele). O mais bonito é que diante da salva de palmas, a sra. Krugger entende e por fim, sorri. Ela também se modifica, por tanto.
Por isso tudo esse filme mexeu comigo, e como poucos me deixou pensando nele... por dias.
O foco é na indústria alimentícia e toda sujeira e exploração existente por trás, mas acredito que, depois de alguma reflexão, é possível tomar o tema como algo mais abrangente.
Não sei vocês, mas a mim me deu uma triste sensação de opressão diante de tantas injustiças mostradas, e que sabemos não acabarão tão cedo, talvez nunca. Saber que estamos impotentes perante os abusos de quem está no topo da piramide é muito lamentável.
Um filme bem interessante, pela perspectiva escolhida para abordar os fatos: a das crianças. Vemos ao longo da história delicadeza, medo, sinceridade e culpa, sentimentos que Thiago, com seus apenas 10 anos, está descobrindo e aprendendo a lidar. Roteiro muito bem escrito e ótima direção de arte.
Uma pena que tudo isso perca parte do encanto pelo péssimo som do filme. Tive que assistir com legendas, se não não entenderia metade dos diálogos :/
A Liberdade é Azul
4.1 650 Assista Agoraexistem três pontos que me fizeram gostar muito desta poetica obra:
o primeiro é a fotografia e direção de arte como expressão dos sentimentos, uso dos tons de azul na iluminação e composição das cenas. foi um recurso simples e interessante. um detalhe bem produzido e pensado, delicado e intenso, se misturando à sinfonia em certos pontos para mostrar, sem precisar de palavras, as emoções transbordando de dentro pra fora de Julie. como bem escreveram num dos comentários: poesia em forma de imagem.
o segundo são a dignidade, o carater, o respeito de Julie - por si e pelos outros, sem se meter na vida de ninguém e impedindo que se metam na sua, sem julgar ninguém, mesmo passando por uma das fases mais difíceis. fiquei admirando essa personagem ao longo do filme... uma mulher incrível.
interpretada por uma atriz incrível.
e terceiro, ponto central do filme, foi a visão um tanto melancólica (mas realista) de Krzysztof Kieslowski sobre liberdade. gosto de filmes que mexem comigo nesse sentido, que me obrigam a repensar meus conceitos, que me fazem questionar o que eu tinham como pre definido.
uma liberdade limitada. é possivel se desprender do sofrimento, da solidão, do julgamento social - apenas por uns instantes ou não completamente. estamos todos irremediavelmente interligados. se solidão é liberdade e "amigos, familia, amor são armadilhas", como diz Julie, é uma bela e triste utopia pensar que poderemos ser livres.
a cena final foi de uma catarse imensa - como um profundo suspiro, como as lagrimas de Juliette escorrendo: lentas, intensas, livres. e ela, enfim, presa ao momento, às circunstanceas.
nós somos esse eterno paradoxo.
Closer: Perto Demais
3.9 3,3K Assista Agoracerta vez, conversando com um conhecido, disse que Closer é um dos meus filmes favoritos. ele simplesmente ficou horrorizado, revoltado, "isso é coisa de doente", ele disse. e ainda perguntou como um filme tão depressivo, que mostra uma face tão egoísta do ser humano podia fazer parte dos meus favoritos.
agora eu respondo porquê: porque ele é cru, é real, é tudo que nós temos de bom e de ruim, sempre pronto a ser dado para outro alguém.
azar de quem não pode admitir isso, mas assim são as pessoas, exatamente como no filme. elas amam, mas não o suficiente pra superar seu ego, suas inseguranças, seu ciume. e assim somos nós, como alice: tentando mudar, nos reconstruir a cada relação, acreditar no outro, como se no fundo não soubessemos que novos dans e novos larrys e novas annas podem aparecer nas nossas vidas, junto com as mesmas decepções.
Armados
3.3 3alguem tem o link?
vi por acaso na globosat, mas ja tava na metade...
Uma História de Amor e Fúria
4.0 657entrevista com o diretor e roteirista, Luiz Bolognesi:
Uma História de Amor e Fúria
4.0 657"Meus heróis não tem estátua, eles morreram lutando justamente contra aqueles que tem."
Gritos e Sussurros
4.3 472Dogville
4.3 2,0K Assista Agoracompleto online (dublado):
http://www.youtube.com/watch?v=MBcbyBXn2kc
Anna Karenina
3.7 1,2K Assista Agoraum filme ambientado na Rússia e todo falado em inglês. risos.
Deus É Brasileiro
3.0 336 Assista AgoraA cena do final tem uma das fotografias mais lindas que já vi.
Ri e chorei com esse filme.
País do Desejo
1.9 57Vocês podem falar mal o quanto for do filme, mas que a trilha sonora é de primeira não há duvidas
Apenas o Fim
3.7 1,1K Assista Agora- E agora?
- Agora o resto das nossas vidas
Apenas o Fim
3.7 1,1K Assista Agora- a diferença entre arte e terapia é que na arte, se você esquece de escrever um dia, não precisa pagar sessão.
Django Livre
4.4 5,8K Assista AgoraO Cinema em Cena disponibilizou a trilha completa de Django Livre, pra quem ja quiser ir curtindo:
O Rolo Compressor e o Violinista
4.0 47Alguém teria o link desse curta, por favor?
O Porto
3.6 104 Assista AgoraÉ um filme otimista. Isso sem duvida me cativou.
Um Método Perigoso
3.5 1,1KMe surpreendeu ;)
Flor da Neve e o Leque Secreto
3.8 229 Assista AgoraÉ, sobretudo pelas cenas finais, uma reflexão sobre o amor. Aquele despreendido, leal e generoso. Tão raro hoje em dia...
Closer: Perto Demais
3.9 3,3K Assista Agora"Eu amo tudo que dói em você".
Domésticas - O Filme
3.7 182- Valdinei, o portão quase me atropelou!
Quatro Minutos
4.0 89No final Jenny
abre mão de uma liberdade em troca de outra - a de ser quem é, de se derramar através das teclas do piano, assim como tudo que sente e sentira durante a vida: sua angustia, sua loucura, seu medo...
A mistura de schumman com o improviso de Jenny nos ultimos quatro minutos é mais que bela, mais que arrepiante. É uma afronta ao que lhe havia sido imposto, um grito interior dizendo que ela não iria se submeter ao que acreditava ter também a colaboração do seu padrasto (até a escolha do compositor Jenny achava que havia sido feita por ele).
O mais bonito é que diante da salva de palmas, a sra. Krugger entende e por fim, sorri. Ela também se modifica, por tanto.
Por isso tudo esse filme mexeu comigo, e como poucos me deixou pensando nele... por dias.
Quatro Minutos
4.0 89O numero quatro está muito presente no filme - quatro alunas iniciais, quatro horas, quatro minutos.
Por que será dessa preferencia?
O Albergue
3.0 1,2K Assista AgoraA cena em que
a mulher perde o olho e se joga na frente do trem
Que aflição!
Nação Fast Food: Uma Rede de Corrupção
3.1 212 Assista AgoraO foco é na indústria alimentícia e toda sujeira e exploração existente por trás, mas acredito que, depois de alguma reflexão, é possível tomar o tema como algo mais abrangente.
Não sei vocês, mas a mim me deu uma triste sensação de opressão diante de tantas injustiças mostradas, e que sabemos não acabarão tão cedo, talvez nunca.
Saber que estamos impotentes perante os abusos de quem está no topo da piramide é muito lamentável.
Mutum
3.8 70 Assista AgoraUm filme bem interessante, pela perspectiva escolhida para abordar os fatos: a das crianças. Vemos ao longo da história delicadeza, medo, sinceridade e culpa, sentimentos que Thiago, com seus apenas 10 anos, está descobrindo e aprendendo a lidar.
Roteiro muito bem escrito e ótima direção de arte.
Uma pena que tudo isso perca parte do encanto pelo péssimo som do filme. Tive que assistir com legendas, se não não entenderia metade dos diálogos :/