Igual aos outros 30 filmes do gênero. A Haley é carismática e carrega o filme nas costas, já Cole é uma porta o filme inteiro. Tem alguns momentos bem bacaninhas mas de resto é corrido e esquecível.
Sou suspeito ao falar desse filme, já que de todas as animações essa é minha favorita. Talvez seja porque brinquei como o Andy, onde também imaginava que meus brinquedos tinham vida quando não estava com eles. Talvez seja porque, assim como o Buzz, descobri que há vários iguais a mim mas sou especial pois tenho meus próprios detalhes. Mas o mais importante: eu cresci, assim como o Andy em Toy Story 3. O último filme da trilogia é uma análise sobre o fim definitivo da infância. Crescer traz uma sensação de conquista e, ao mesmo tempo, de perda.
“O que quer que aconteça, sempre estaremos juntos. Ao infinito e além.”
Guardamos nossos brinquedos e objetos da infância em uma espécie de museu íntimo, algo que representa nosso passado. Geralmente ficando na casa dos pais, pois foi lá que começamos a vida e porque é uma forma de deixar algo em nosso lugar quando partimos, e preservando a ideia de resgatar nossa infância quando voltarmos.
"O Woody tem sido meu amigo desde sempre, é corajoso como um Cowboy deve ser, é gentil, inteligente, mas o que faz o Woody especial, é que ele nunca desiste de você. Nunca. Ele vai estar contigo pro que der e vier.”
Mas chega um momento em que temos que desapegar das coisas antigas e nos apegar as coisas novas. E eu que nunca fui de me desapegar de muitas coisas, tive que aprender. E o filme retrata bem essa passagem em nossa vida, a fase de "crescimento" e "amadurecimento". Assim como Andy, me apeguei aos bonecos de Toy Story e também me desapeguei deles.
E choro toda vez.
"Andy: Valeu, pessoal! Woody: Adeus, parceiro.”
Mesmo não sendo mais criança, eu sempre volto aos meus 7 anos de idade quando assisto a trilogia. E sempre me emocionarei. Que venha o quarto filme.
"- Kyoko: A vida não é decepcionante? - Noriko [sorrindo]: Sim, ela é."
Um filme considerado por muitos, um dos melhores de todos os tempos, estando em várias listas desse gênero. Yasujiro Ozu é celebrado por seu estilo único: o uso rigoroso da câmera estática na altura dos olhos de um personagem sentado num tatami; a quase ausência de movimentos de câmera; um gosto refinado pela composição do planos e pela simetria. O estilo de Ozu é inconfundível: realista, ancorado no quotidiano, na rotina (aparentemente) normal do dia-a-dia. Um filme sem narrador ou "voice-off", quando um personagem fala, o vemos em cena.
“Às vezes penso que não posso continuar sozinha para sempre. Em outras ocasiões, passo a noite acordada pensando no que acontecerá se tudo continuar assim. Os dias passam e as noites vêm, e nada acontece, e sinto um pouco de solidão. Meu coração parece esperar por algo.”
Aqui nada é excessivo, seja no sentimento ou no drama. Tudo é simples e real; e isso nos toca profundamente. O filme conversa conosco, nos mostra a rotina dos personagens, suas angustias, seus medos e sua solidão.
Era Uma Vez em Tóquio conta a história de um casal de idosos que viaja a Tóquio, onde pretende visitar os filhos que há anos não vêem. Porém, todos são muito atarefados e não têm tempo para dar-lhes atenção. A única pessoa que que mostra ter tempo para eles durante sua estadia em Tóquio, é a gentil e acolhedora Noriko, viúva de um dos filhos do casal, que foi morto em guerra. Noriko é interpretada pela belíssima Setsuko Hara, que possui um sorriso em misto de bondade e dor, apaixonante e de cortar o coração.
Como pode um filme tão simples, nos comover tanto? Ozu fez o que muitos tentam - até hoje - e não conseguem: captar a beleza das coisas simples da vida. Os diálogos entre pais e filhos, os olhares, o cotidiano de cada um.
Ozu nunca foi casado e morreu de câncer 10 anos após Tokyo Story. Ficou "oculto" durante muito tempo dos cineastas de Hollywood. Em sua lápide prescindiu qualquer nome ou informação, fez apenas gravar o simbolo correspondente ao ideograma japonês Ma - que significa "Nada, Vazio". Mal sabe ele, o quão "cheio" de ensinamentos é teu filme. Um mestre atemporal.
Segundo Karl Marx o homem é por natureza um animal social; não há como fugir da sociedade. Por menor que seja o grupo de pessoas, está acontecendo um fenômeno social; as relações humanas ocupam boa parte da vida do individuo humano de um jeito ou de outro. Mas o quanto isso tem a ver com relacionamentos amorosos? "O Lagosta" coloca o dedo na ferida, e prova que o amor não é uma ciência exata, não há explicação, como muitos acreditam.
Um filme estranho e ambicioso. Se passando em um futuro distópico no qual as pessoas solteiras são obrigadas a se hospedar em um resort, tendo 45 dias para encontrar novos parceiros, caso não consigam, são transformadas em algum animal de sua escolha. David (Collin Farrell), é um homem triste e amargurado, que, trocado pela esposa, chega ao hotel onde faz amizade com dois homens: O Homem com a Língua Presa e o Homem Manco, que, por sua vez, tentam avaliar suas chances com 3 mulheres distintas.
"O Lagosta" segue um tom mais fabulesco (percebe-se devido ao nome dos personagens), mas ressalta através da narração que se encarrega até mesmo de descrever ações que já estamos vendo na tela e o sentimentos do protagonista. Aqui vale ressaltar a atenção aos menores detalhes do universo concebido, o filme enriquece a narrativa ao explicar como os hóspedes ganham mais dias de prazo (caçando rebeldes, ou Solitários), ou do humor absurdo do diretor sobre como a adoção de uma criança "resolve" conflitos conjugais.
Os personagens são definidos por algumas de suas características físicas ou por sua personalidade - convenhamos, também, que é algo bem comum no nosso cotidiano. Além disso, essa busca incessante de ter um companheiro é, certamente, algo que encontra eco no mundo real, bem como a possibilidade de descartarmos certas possibilidades amorosas por acharmos que "merecemos mais" - e nota-se que muitas das pessoas no longa, optam por ser transformados em animais (já que ao menos poderão encontrar seu parceiro da mesma espécie) do que se envolver com alguém que seja "incompatível".
Outro ponto que é importante destacar, é como a comunicação "mecânica" no filme é trabalhada; as pessoas se comunicam com uma entonação sem vida, como se o sentimento autêntico e a impulsividade tivessem se perdido naquele universo. Além do tom tristonho da narrativa, que é ressaltado pela trilha sonora melancólica e pela direção de fotografia, que opta por usar poucos closes, mantendo-nos afastados daquelas pessoas do mesmo modo que elas se mantém umas das outras.
Dizem que "o amor é cego" e a metáfora excelente que esse filme traz, de uma maneira inteligentíssima, enriquece ainda mais a fantástica obra de Yorgos.
"O provérbio é errado. O tempo não cicatriza feridas. Ele apenas alivia a dor e embaça a memória"
Definido como uma celebração da vida e da morte, esta co-produção entre Holanda, Bélgica e Inglaterra ganhadora do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro vai além ao contar a história de uma encantadora geração de mulheres. Comandada por Antonia, a saga familiar atravessa três gerações, falando de força, de beleza e de escolhas que desafiam o tempo. Nesse universo conhecemos curiosos personagens, como o filósofo pessimista, a netinha superdotada, a filha lésbica, a avó louca, o padre herege, a amiga que adora procriar, a vizinha que sofre abusos sexuais e os muitos amigos que são acolhidos por sua generosidade. Um filme sobre o poder feminino.
O filme nos permite analisar vários aspectos da psicologia, como a construção de estereótipos; valores culturais; a comunidade e as relações estabelecidas a partir da mesma; a diversidade; o envelhecimento e sua relação com o tempo e a morte; etc.
Pode-se perceber que no filme, há uma certa facilidade no modo como os personagens tem ao se referirem à morte, à qual é considerada apenas uma etapa de um longo ciclo da vida. Como diz Antonia em um certo momento: "Não é a morte que norteia a vida, mas a vida que norteia a morte". Para o melancólico Dedo Torto, um dos personagens do longa, o "não existir" ou o "morrer" seria a melhor solução para seus problemas, o que nos revela sua infelicidade para com a vida.
Ao decorrer do filme, vemos que a família de Antonia foi compondo-se como um grupo aberto, principalmente por pessoas excluídas pela sociedade, seja por limitações psicológicas, formas de pensamento oposto ao cultivado pelos moradores do vilarejo etc. Como diz o próprio título do filme, a família era caracterizada principalmente por sua excentricidade e diversidade, o que torna "diferente" do que era comum à época. Ainda mais ao analisar como se discorrem as relações de submissão e dominação no filme: de um lado temos a família de Deede, caracterizada pela dominação masculina sobre as mulheres e de outro temos a família de Antônia, onde esta relação é baseada na compreensão e no equilíbrio.
"Therese: A irmã disse que Deus criou tudo. Mas ela não se questiona quem criou Deus. Dedo-Torto: O mal de quem acredita em Deus, é que a fé comanda seu intelecto. Na minha opinião, religiões sempre causam morte e destruição."
Além disso há uma forte presença religiosa no longa. Um padre que abandonou a igreja ao perceber que a mesma possuía um fascínio pela morte; e começou a se questionar mais sobre a igreja, causando uma certa "negação" do pessoal mais conservador.
Mas afinal, o que é excentricidade? Ser excêntrico é ter liberdade, segundo o filme. Fazer o que quiser, pensar o que quiser, e viver da forma que quiser; talvez isso seja o que alguns chamem de loucura.
Um Universo no Olhar (I Origins) - 2014 Nota: 10/10
"Cada pessoa neste planeta tem o seu próprio e único par de olhos. Cada um, seu próprio universo."
Mike Cahill nos faz refletir sobre crenças através deste filme. Aqui há um debate sobre religião e ciência, mas não no sentido "agressivo" da coisa. Ele opta por mostrar o ponto de vista de cada um - o que é o certo a se fazer - buscando nos apresentar as ideologias e crenças de ambos.
"Você já teve a sensação de conhecer alguém e preencher um buraco dentro de você, e quando partem, você sente o espaço dolorosamente vago?"
Os olhos sempre foram minha parte favorita do corpo humano e, inevitavelmente, a que mais me chama a atenção. Cada um com suas próprias cores, formas e expressividade. Eu guardo em minhas lembranças os olhos de cada pessoa que marcou minha vida, assim como seus traços. E em consequência disso, um dos meus maiores medo - senão o maior - é perder a visão. Não enxergar mais a luz, não poder mais desenhar, não poder assistir meus filmes favoritos, não poder mais ver o rosto das pessoas que amo; viver na total e completa escuridão; ser como uma minhoca.
"O que você faria se algo espiritual refutasse as suas crenças científicas", uma pergunta que martela na nossa cabeça durante o filme todo. Mesmo tendo debates sobre religião x ciência, o filme opta por um caminho mais religioso. Elementos "místicos" são colocados em cena. Elementos e situações aparentemente cotídianas que ganham um contorno místico quando colocadas em contexto. E mesmo assim, o filme tem uma característica IMPORTANTÍSSIMA: a de não "converter" o expectador. Por mais que tenha essa visão específica, a ideia não é dar respostas, mas sim fornecer as perguntas, apresentando apenas "fatos" e teorias.
"Mas acredito que nos conhecemos há muito tempo. Quando o Big Bang aconteceu todo os átomos do universo estavam juntos em um pequeno ponto que explodiu. Então nosso átomos estavam juntos lá, e, provavelmente, colidiram-se várias vezes nesses 13,7 bilhões de anos. Então meus átomos conhecem seus átomos e eles sempre conheceram seus átomos. Meus átomos sempre amaram seus átomos."
Sociedade dos Poetas Mortos (Dead Poets Society) - 1990 Dirigido por: Peter Weir Nota: 10/10
"Carpe diem. Aproveitem o dia, meninos. Façam de suas vidas uma coisa extraordinária."
A escola está preocupada em ensinar e não em fazer o aluno aprender a pensar. E a chegada do professor Keating (Robin Williams, mostrando todo seu carisma) ao internato, mexeu com as regras da instituição, mantendo-se aos quatro pilares do ensino: Tradição, Honra, Disciplina e Excelência.
O filme narra as transformações pelas quais um grupo de estudantes da escola Welton, passa a partir da chegada de um professor que não se enquadra com metodologia de ensino tradicional. Mesmo se passando em 1959, o filme traz questões filosóficas sobre ser aceito e sobre ser quem você realmente é; sobre o conflito de ser aceito e respeitado. Keating não ensinou a eles apenas a magia da poesia, a relevância das palavras em sua essência, mas os ensinou, primeiramente, a abrir a mente, a aprender a pensar e desenvolver a imaginação - como na escrita, por exemplo.
"Quando você pensa que conhece alguma coisa, você tem que olhar de outra forma. Mesmo que pareça bobo ou errado, você deve tentar!"
Entre o corpo docente da escola havia uma disciplina rigída, onde os alunos em salas de aulas são como escravos do conhecimento e como tais precisavam ser sempre ameaçados - como se fosse uma prisão. Os alunos não tinham liberdade, e ficavam apenas no "ouvir e obedecer". O ambiente da sala de aula tinha um clima de hostilidade o que desmotivava os alunos a terem vontade de desenvolver os estudos com interesse. Os estudantes tinham medo de seguir o que queriam, já que o futuro de cada um fora decidido pelos pais - há uma cena pesadissíma sobre isso. E com a chegada de Keating, tudo isso mudou.
"Não importa o que dizem a você, palavras e idéias podem mudar o mundo."
A Influência do professor Keating é decisiva para os rumos e destinos daqueles estudantes e professores daquela escola, pois sem qualquer influência de uma sociedade de poetas mortos ou vivos, aqueles estudantes precisavam compreender a importância de corrigir seus medo e conflitos internos.
A Sociedade dos Poetas Mortos não é apenas um filme sobre professores que mudam a vida dos alunos. Não, é muito mais que isso. É um filme para repensar em como o ensino - ou até mesmo alguém, como um professor, por exemplo - é capaz de mudar a vida de uma pessoa. Portanto, a educação é o futuro da sociedade e a arte é uma fórmula de escape desse mundo rigoroso e, ao mesmo tempo, uma libertação do seu eu interior.
Filme que deve ser visto e revisto por todos. Amo com todas minhas forças.
PS: Esse é um dos filmes que mais me inspiraram em seguir meu sonho de ser professor. Então, há uma conexão entre nós. E espero fazer a mesma diferença que o Sr. Keating fez na vida dos seus alunos. É isto.
Namorados para sempre (Blue Valentine) - 2010 Dirigido por: Derek Cianfrance Nota: 9.5/10
O título que o filme foi lançado no Brasil é totalmente equivocado e nos possa a ideia errônea de que se trata de mais um filme açucarado sobre relacionamentos, quando na verdade é um drama pesado e indigesto em sua abordagem. O filme fala, dentre outras coisas, sobre a incomunicabilidade, a falta de respeito e a intolerância, que são algumas das causas que levam um relacionamento às ruínas.
Um retrato íntimo de um relacionamento que está em franca desintegração. Com um romance outrora cheio de paixão, Cindy (Michelle Williams) e Dean (Ryan Gosling) são casados e têm uma filha de cinco anos. Na esperança de salvar seu casamento eles reservam um quarto no motel, relembrando anos atrás quando se conheceram, se apaixonaram e fizeram seus primeiros planos cheios de vida e esperança.
Ryan Gosling e Michelle Williams dão um show. É muito difícil ver um casal de personagens tão bem construídos e estruturados como esse, ainda mais em um filme que fala sobre relacionamentos. Aqui é tudo muito real, desde o primeiro encontro, o primeiro beijo etc., nada é artifícial.
É difícil, para quem ama, aceitar o desperdício de um potencial. Complicado ver alguém que poderia ser muito melhor, fazer muito mais, desenvolver-se plenamente, gastar esse potencial em nada. Esta é uma das maiores dificuldades de Cindy em relação a Dean. Às vezes é melhor dar um basta, do que viver uma ilusão; do que tentar procurar a felicidade onde não há.
“Como você pode confiar num sentimento se ele simplesmente pode sumir?”
Após um tempo, tudo se torna velho, gasto, quebrado. E como evitar essa desintegração de um relacionamento que tem de tudo para durar? O que acontece com o amor quando o encanto termina? Namorados Para Sempre fala sobre isso: sobre um amor que começa surpreendente e segue uma linha de desgaste. Uma história de um casal que perdeu a química, o ar, a paciência. E no final, o filme nos deixa uma pergunta: e o que aconteceu? Pois é, não é respondido. Esta é uma história que ficou no pequeno infinito de tempo que é o passado; nas lembranças e fotografias. Assim como aquele amor antigo de escola ou como a primeira namorada. Assim como poderá acontecer com qualquer um de nós. Os amores nem sempre tem finais felizes, por mais felizes que sejam. E o filme nos martela bem neste sentimento: no medo do fim.
Uma Mulher é Uma Mulher (Une Femme est Une Femme) - 1961 Dirigido por: Jean-Luc Godard Nota: 9.0/10
Angela (Anna Karina) é uma stripper que está desesperada para realizar o sonho de ser mãe. Ela tenta convencer seu namorado, Emile (Jean-Claude Brialy), a aceitar a oferta o quanto antes. Mas a negativa do rapaz faz com que a moça corra para os braços de Alfred (Jean-Paul Belmondo), amigo de Emile, e tente resolver seu “problema” rapidamente.
"Uma tragédia ou uma obra prima?", uma frase retirada do longa para fazer uma "piada" sobre o que retrata o filme. Se avaliarmos a história vamos encontrar uma base para as comédias românticas que viriam a seguir - e que, talvez, utilizem essa base até hoje. Utilizando, também, um elemento minusculo dos musicais americanos.
A quebra da quarta parede foi algo inovador pra época: um olhar para câmera, uma piscadela, um sorriso. Os jump cuts, marca do diretor, criam cenas ótimas e rápidas o que torna o longa mais "atraente" e dinâmico.
"Uma Mulher é Uma Mulher" é um filme mais leve de Godard, com um roteiro de fácil compreensão, ótimas cenas, uma bela fotografia e, claro, com a musa do cinema francês: Anna Karina.
Manchester à Beira-Mar (Manchester By The Sea) – 2016 Dirigido por: Kenneth Lonergan Nota: 9.5/10
Confesso que quando assisti esse filme pela primeira vez não me senti preso a ele; me senti com tédio, sono. E agora o revendo, percebi o quão incrível é. Ele retrata a perda, a dor, o amor, e todo aquele sentimento guardado dentro de nós de forma intimista.
Lee (Casey Affleck, em sua melhor performance e TALVEZ umas das melhores da década) teve que retornar à sua cidade natal ao saber da morte de seu irmão, Joe. Ocupado com a logística do funeral, ele salta de um compromisso a outro enquanto tenta lidar com o sobrinho adolescente Patrick (Hedges), cuja guarda agora é sua responsabilidade. O problema é que Lee nem considera a possibilidade de retornar definitivamente a Manchester, já que um evento trágico ocorrido ali provocou seu afastamento anos antes. Aos poucos, o filme nos mostrará, através de Flashbacks, a relação entre Lee e Joe, e as circunstâncias que tanto o feriram e o deixou um homem incompleto, triste.
“De qualquer modo, meu coração foi partido. Estará partido para sempre”
Casey Affleck é o alicerce do longa. Imbuindo Lee à um desconforto constante naquela cidade e uma certa frieza em suas escolhas e interações. Mas ainda assim, conseguimos perceber que por baixo dessa frieza há um homem bondoso que se recusa a assumir qualquer tipo de ligação ou responsabilidade, pois sabe que pode explodir a qualquer momento. E são esses pequenos detalhes que o deixa tão humano.
Humanidade é a palavra certa para definir o filme. O roteirista (e também diretor do longa), Kenneth Lonergan, soube trabalhar muito bem essa humanidade. Não vemos personagens artificiais ou situações forçadas em busca do drama fácil. A cena em que Randi e Lee conversam é de emocionar até os mais durões. Duas pessoas que ainda se amam profundamente tentando articular o impossível de forma desajeitada, já que, precisamente, é esse amor que os mantém distantes e as impede de ficarem juntas - já que também é a lembrança do que construíram e perderam. Sonhos e planos que foram abandonados com o tempo, restando apenas lembranças.
“Eu não consigo superar. Eu não consigo”
Contudo, há dores que não se resolvem; no máximo aprendemos a conviver com elas e a nos adaptar à realidade de que, a qualquer momento e sem aviso algum, retornarão. E retornarão com um soco no estômago capaz de abrir novas feridas. E, novamente, teremos que nos adaptar a elas, deixando novas cicatrizes.
Um documentário que fala sobre o brincar. Sobre como depois de adultos muitos esquecem a criança interior que habita em cada um. Um documentário que merece ser visto por todos; afinal, vamos deixar a tristeza pra lá, vamos brincar, vamos cantar e dançar, vamos ser feliz, vamos ser gente!
A Cinco Passos de Você
3.6 513 Assista AgoraIgual aos outros 30 filmes do gênero. A Haley é carismática e carrega o filme nas costas, já Cole é uma porta o filme inteiro. Tem alguns momentos bem bacaninhas mas de resto é corrido e esquecível.
Nasce Uma Estrela
4.0 2,4K Assista AgoraI'll Never Love Again >>>>>> Shallow
Crônicas de Natal
3.7 256 Assista AgoraQue delícia de filme ♥
Toy Story 3
4.4 3,6K Assista AgoraSou suspeito ao falar desse filme, já que de todas as animações essa é minha favorita. Talvez seja porque brinquei como o Andy, onde também imaginava que meus brinquedos tinham vida quando não estava com eles. Talvez seja porque, assim como o Buzz, descobri que há vários iguais a mim mas sou especial pois tenho meus próprios detalhes. Mas o mais importante: eu cresci, assim como o Andy em Toy Story 3. O último filme da trilogia é uma análise sobre o fim definitivo da infância. Crescer traz uma sensação de conquista e, ao mesmo tempo, de perda.
“O que quer que aconteça, sempre estaremos juntos. Ao infinito e além.”
Guardamos nossos brinquedos e objetos da infância em uma espécie de museu íntimo, algo que representa nosso passado. Geralmente ficando na casa dos pais, pois foi lá que começamos a vida e porque é uma forma de deixar algo em nosso lugar quando partimos, e preservando a ideia de resgatar nossa infância quando voltarmos.
"O Woody tem sido meu amigo desde sempre, é corajoso como um Cowboy deve ser, é gentil, inteligente, mas o que faz o Woody especial, é que ele nunca desiste de você. Nunca. Ele vai estar contigo pro que der e vier.”
Mas chega um momento em que temos que desapegar das coisas antigas e nos apegar as coisas novas. E eu que nunca fui de me desapegar de muitas coisas, tive que aprender. E o filme retrata bem essa passagem em nossa vida, a fase de "crescimento" e "amadurecimento". Assim como Andy, me apeguei aos bonecos de Toy Story e também me desapeguei deles.
E choro toda vez.
"Andy: Valeu, pessoal!
Woody: Adeus, parceiro.”
Mesmo não sendo mais criança, eu sempre volto aos meus 7 anos de idade quando assisto a trilogia. E sempre me emocionarei. Que venha o quarto filme.
Era uma Vez em Tóquio
4.4 187 Assista AgoraNota: 10/10
"- Kyoko: A vida não é decepcionante?
- Noriko [sorrindo]: Sim, ela é."
Um filme considerado por muitos, um dos melhores de todos os tempos, estando em várias listas desse gênero. Yasujiro Ozu é celebrado por seu estilo único: o uso rigoroso da câmera estática na altura dos olhos de um personagem sentado num tatami; a quase ausência de movimentos de câmera; um gosto refinado pela composição do planos e pela simetria. O estilo de Ozu é inconfundível: realista, ancorado no quotidiano, na rotina (aparentemente) normal do dia-a-dia. Um filme sem narrador ou "voice-off", quando um personagem fala, o vemos em cena.
“Às vezes penso que não posso continuar sozinha para sempre. Em outras ocasiões, passo a noite acordada pensando no que acontecerá se tudo continuar assim. Os dias passam e as noites vêm, e nada acontece, e sinto um pouco de solidão. Meu coração parece esperar por algo.”
Aqui nada é excessivo, seja no sentimento ou no drama. Tudo é simples e real; e isso nos toca profundamente. O filme conversa conosco, nos mostra a rotina dos personagens, suas angustias, seus medos e sua solidão.
Era Uma Vez em Tóquio conta a história de um casal de idosos que viaja a Tóquio, onde pretende visitar os filhos que há anos não vêem. Porém, todos são muito atarefados e não têm tempo para dar-lhes atenção. A única pessoa que que mostra ter tempo para eles durante sua estadia em Tóquio, é a gentil e acolhedora Noriko, viúva de um dos filhos do casal, que foi morto em guerra. Noriko é interpretada pela belíssima Setsuko Hara, que possui um sorriso em misto de bondade e dor, apaixonante e de cortar o coração.
Como pode um filme tão simples, nos comover tanto? Ozu fez o que muitos tentam - até hoje - e não conseguem: captar a beleza das coisas simples da vida. Os diálogos entre pais e filhos, os olhares, o cotidiano de cada um.
Ozu nunca foi casado e morreu de câncer 10 anos após Tokyo Story. Ficou "oculto" durante muito tempo dos cineastas de Hollywood. Em sua lápide prescindiu qualquer nome ou informação, fez apenas gravar o simbolo correspondente ao ideograma japonês Ma - que significa "Nada, Vazio". Mal sabe ele, o quão "cheio" de ensinamentos é teu filme. Um mestre atemporal.
O Lagosta
3.8 1,4K Assista AgoraNota: 9.0/10
Segundo Karl Marx o homem é por natureza um animal social; não há como fugir da sociedade. Por menor que seja o grupo de pessoas, está acontecendo um fenômeno social; as relações humanas ocupam boa parte da vida do individuo humano de um jeito ou de outro. Mas o quanto isso tem a ver com relacionamentos amorosos? "O Lagosta" coloca o dedo na ferida, e prova que o amor não é uma ciência exata, não há explicação, como muitos acreditam.
Um filme estranho e ambicioso. Se passando em um futuro distópico no qual as pessoas solteiras são obrigadas a se hospedar em um resort, tendo 45 dias para encontrar novos parceiros, caso não consigam, são transformadas em algum animal de sua escolha. David (Collin Farrell), é um homem triste e amargurado, que, trocado pela esposa, chega ao hotel onde faz amizade com dois homens: O Homem com a Língua Presa e o Homem Manco, que, por sua vez, tentam avaliar suas chances com 3 mulheres distintas.
"O Lagosta" segue um tom mais fabulesco (percebe-se devido ao nome dos personagens), mas ressalta através da narração que se encarrega até mesmo de descrever ações que já estamos vendo na tela e o sentimentos do protagonista. Aqui vale ressaltar a atenção aos menores detalhes do universo concebido, o filme enriquece a narrativa ao explicar como os hóspedes ganham mais dias de prazo (caçando rebeldes, ou Solitários), ou do humor absurdo do diretor sobre como a adoção de uma criança "resolve" conflitos conjugais.
Os personagens são definidos por algumas de suas características físicas ou por sua personalidade - convenhamos, também, que é algo bem comum no nosso cotidiano. Além disso, essa busca incessante de ter um companheiro é, certamente, algo que encontra eco no mundo real, bem como a possibilidade de descartarmos certas possibilidades amorosas por acharmos que "merecemos mais" - e nota-se que muitas das pessoas no longa, optam por ser transformados em animais (já que ao menos poderão encontrar seu parceiro da mesma espécie) do que se envolver com alguém que seja "incompatível".
Outro ponto que é importante destacar, é como a comunicação "mecânica" no filme é trabalhada; as pessoas se comunicam com uma entonação sem vida, como se o sentimento autêntico e a impulsividade tivessem se perdido naquele universo. Além do tom tristonho da narrativa, que é ressaltado pela trilha sonora melancólica e pela direção de fotografia, que opta por usar poucos closes, mantendo-nos afastados daquelas pessoas do mesmo modo que elas se mantém umas das outras.
Dizem que "o amor é cego" e a metáfora excelente que esse filme traz, de uma maneira inteligentíssima, enriquece ainda mais a fantástica obra de Yorgos.
Apertem os Cintos... O Piloto Sumiu
3.6 617 Assista AgoraUma das melhores comédias já feitas
A Noite do Jogo
3.5 671 Assista AgoraQue delícia de filme!
A Excêntrica Família de Antonia
4.3 359Nota: 9.0/10
"O provérbio é errado. O tempo não cicatriza feridas. Ele apenas alivia a dor e embaça a memória"
Definido como uma celebração da vida e da morte, esta co-produção entre Holanda, Bélgica e Inglaterra ganhadora do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro vai além ao contar a história de uma encantadora geração de mulheres. Comandada por Antonia, a saga familiar atravessa três gerações, falando de força, de beleza e de escolhas que desafiam o tempo. Nesse universo conhecemos curiosos personagens, como o filósofo pessimista, a netinha superdotada, a filha lésbica, a avó louca, o padre herege, a amiga que adora procriar, a vizinha que sofre abusos sexuais e os muitos amigos que são acolhidos por sua generosidade. Um filme sobre o poder feminino.
O filme nos permite analisar vários aspectos da psicologia, como a construção de estereótipos; valores culturais; a comunidade e as relações estabelecidas a partir da mesma; a diversidade; o envelhecimento e sua relação com o tempo e a morte; etc.
Pode-se perceber que no filme, há uma certa facilidade no modo como os personagens tem ao se referirem à morte, à qual é considerada apenas uma etapa de um longo ciclo da vida. Como diz Antonia em um certo momento: "Não é a morte que norteia a vida, mas a vida que norteia a morte". Para o melancólico Dedo Torto, um dos personagens do longa, o "não existir" ou o "morrer" seria a melhor solução para seus problemas, o que nos revela sua infelicidade para com a vida.
Ao decorrer do filme, vemos que a família de Antonia foi compondo-se como um grupo aberto, principalmente por pessoas excluídas pela sociedade, seja por limitações psicológicas, formas de pensamento oposto ao cultivado pelos moradores do vilarejo etc. Como diz o próprio título do filme, a família era caracterizada principalmente por sua excentricidade e diversidade, o que torna "diferente" do que era comum à época. Ainda mais ao analisar como se discorrem as relações de submissão e dominação no filme: de um lado temos a família de Deede, caracterizada pela dominação masculina sobre as mulheres e de outro temos a família de Antônia, onde esta relação é baseada na compreensão e no equilíbrio.
"Therese: A irmã disse que Deus criou tudo. Mas ela não se questiona quem criou Deus.
Dedo-Torto: O mal de quem acredita em Deus, é que a fé comanda seu intelecto. Na minha opinião, religiões sempre causam morte e destruição."
Além disso há uma forte presença religiosa no longa. Um padre que abandonou a igreja ao perceber que a mesma possuía um fascínio pela morte; e começou a se questionar mais sobre a igreja, causando uma certa "negação" do pessoal mais conservador.
Mas afinal, o que é excentricidade? Ser excêntrico é ter liberdade, segundo o filme. Fazer o que quiser, pensar o que quiser, e viver da forma que quiser; talvez isso seja o que alguns chamem de loucura.
O Universo No Olhar
4.2 1,3KUm Universo no Olhar (I Origins) - 2014
Nota: 10/10
"Cada pessoa neste planeta tem o seu próprio e único par de olhos. Cada um, seu próprio universo."
Mike Cahill nos faz refletir sobre crenças através deste filme. Aqui há um debate sobre religião e ciência, mas não no sentido "agressivo" da coisa. Ele opta por mostrar o ponto de vista de cada um - o que é o certo a se fazer - buscando nos apresentar as ideologias e crenças de ambos.
"Você já teve a sensação de conhecer alguém e preencher um buraco dentro de você, e quando partem, você sente o espaço dolorosamente vago?"
Os olhos sempre foram minha parte favorita do corpo humano e, inevitavelmente, a que mais me chama a atenção. Cada um com suas próprias cores, formas e expressividade. Eu guardo em minhas lembranças os olhos de cada pessoa que marcou minha vida, assim como seus traços. E em consequência disso, um dos meus maiores medo - senão o maior - é perder a visão. Não enxergar mais a luz, não poder mais desenhar, não poder assistir meus filmes favoritos, não poder mais ver o rosto das pessoas que amo; viver na total e completa escuridão; ser como uma minhoca.
"O que você faria se algo espiritual refutasse as suas crenças científicas", uma pergunta que martela na nossa cabeça durante o filme todo. Mesmo tendo debates sobre religião x ciência, o filme opta por um caminho mais religioso. Elementos "místicos" são colocados em cena. Elementos e situações aparentemente cotídianas que ganham um contorno místico quando colocadas em contexto. E mesmo assim, o filme tem uma característica IMPORTANTÍSSIMA: a de não "converter" o expectador. Por mais que tenha essa visão específica, a ideia não é dar respostas, mas sim fornecer as perguntas, apresentando apenas "fatos" e teorias.
"Mas acredito que nos conhecemos há muito tempo. Quando o Big Bang aconteceu todo os átomos do universo estavam juntos em um pequeno ponto que explodiu. Então nosso átomos estavam juntos lá, e, provavelmente, colidiram-se várias vezes nesses 13,7 bilhões de anos. Então meus átomos conhecem seus átomos e eles sempre conheceram seus átomos. Meus átomos sempre amaram seus átomos."
Sociedade dos Poetas Mortos
4.3 2,3K Assista AgoraSociedade dos Poetas Mortos (Dead Poets Society) - 1990
Dirigido por: Peter Weir
Nota: 10/10
"Carpe diem. Aproveitem o dia, meninos. Façam de suas vidas uma coisa extraordinária."
A escola está preocupada em ensinar e não em fazer o aluno aprender a pensar. E a chegada do professor Keating (Robin Williams, mostrando todo seu carisma) ao internato, mexeu com as regras da instituição, mantendo-se aos quatro pilares do ensino: Tradição, Honra, Disciplina e Excelência.
O filme narra as transformações pelas quais um grupo de estudantes da escola Welton, passa a partir da chegada de um professor que não se enquadra com metodologia de ensino tradicional. Mesmo se passando em 1959, o filme traz questões filosóficas sobre ser aceito e sobre ser quem você realmente é; sobre o conflito de ser aceito e respeitado. Keating não ensinou a eles apenas a magia da poesia, a relevância das palavras em sua essência, mas os ensinou, primeiramente, a abrir a mente, a aprender a pensar e desenvolver a imaginação - como na escrita, por exemplo.
"Quando você pensa que conhece alguma coisa, você tem que olhar de outra forma. Mesmo que pareça bobo ou errado, você deve tentar!"
Entre o corpo docente da escola havia uma disciplina rigída, onde os alunos em salas de aulas são como escravos do conhecimento e como tais precisavam ser sempre ameaçados - como se fosse uma prisão. Os alunos não tinham liberdade, e ficavam apenas no "ouvir e obedecer". O ambiente da sala de aula tinha um clima de hostilidade o que desmotivava os alunos a terem vontade de desenvolver os estudos com interesse. Os estudantes tinham medo de seguir o que queriam, já que o futuro de cada um fora decidido pelos pais - há uma cena pesadissíma sobre isso. E com a chegada de Keating, tudo isso mudou.
"Não importa o que dizem a você, palavras e idéias podem mudar o mundo."
A Influência do professor Keating é decisiva para os rumos e destinos daqueles estudantes e professores daquela escola, pois sem qualquer influência de uma sociedade de poetas mortos ou vivos, aqueles estudantes precisavam compreender a importância de corrigir seus medo e conflitos internos.
A Sociedade dos Poetas Mortos não é apenas um filme sobre professores que mudam a vida dos alunos. Não, é muito mais que isso. É um filme para repensar em como o ensino - ou até mesmo alguém, como um professor, por exemplo - é capaz de mudar a vida de uma pessoa. Portanto, a educação é o futuro da sociedade e a arte é uma fórmula de escape desse mundo rigoroso e, ao mesmo tempo, uma libertação do seu eu interior.
Filme que deve ser visto e revisto por todos. Amo com todas minhas forças.
PS: Esse é um dos filmes que mais me inspiraram em seguir meu sonho de ser professor. Então, há uma conexão entre nós. E espero fazer a mesma diferença que o Sr. Keating fez na vida dos seus alunos. É isto.
Namorados para Sempre
3.6 2,5K Assista AgoraNamorados para sempre (Blue Valentine) - 2010
Dirigido por: Derek Cianfrance
Nota: 9.5/10
O título que o filme foi lançado no Brasil é totalmente equivocado e nos possa a ideia errônea de que se trata de mais um filme açucarado sobre relacionamentos, quando na verdade é um drama pesado e indigesto em sua abordagem. O filme fala, dentre outras coisas, sobre a incomunicabilidade, a falta de respeito e a intolerância, que são algumas das causas que levam um relacionamento às ruínas.
Um retrato íntimo de um relacionamento que está em franca desintegração. Com um romance outrora cheio de paixão, Cindy (Michelle Williams) e Dean (Ryan Gosling) são casados e têm uma filha de cinco anos. Na esperança de salvar seu casamento eles reservam um quarto no motel, relembrando anos atrás quando se conheceram, se apaixonaram e fizeram seus primeiros planos cheios de vida e esperança.
Ryan Gosling e Michelle Williams dão um show. É muito difícil ver um casal de personagens tão bem construídos e estruturados como esse, ainda mais em um filme que fala sobre relacionamentos. Aqui é tudo muito real, desde o primeiro encontro, o primeiro beijo etc., nada é artifícial.
É difícil, para quem ama, aceitar o desperdício de um potencial. Complicado ver alguém que poderia ser muito melhor, fazer muito mais, desenvolver-se plenamente, gastar esse potencial em nada. Esta é uma das maiores dificuldades de Cindy em relação a Dean. Às vezes é melhor dar um basta, do que viver uma ilusão; do que tentar procurar a felicidade onde não há.
“Como você pode confiar num sentimento se ele simplesmente pode sumir?”
Após um tempo, tudo se torna velho, gasto, quebrado. E como evitar essa desintegração de um relacionamento que tem de tudo para durar? O que acontece com o amor quando o encanto termina? Namorados Para Sempre fala sobre isso: sobre um amor que começa surpreendente e segue uma linha de desgaste. Uma história de um casal que perdeu a química, o ar, a paciência. E no final, o filme nos deixa uma pergunta: e o que aconteceu? Pois é, não é respondido. Esta é uma história que ficou no pequeno infinito de tempo que é o passado; nas lembranças e fotografias. Assim como aquele amor antigo de escola ou como a primeira namorada. Assim como poderá acontecer com qualquer um de nós. Os amores nem sempre tem finais felizes, por mais felizes que sejam. E o filme nos martela bem neste sentimento: no medo do fim.
Uma Mulher é Uma Mulher
4.1 267Uma Mulher é Uma Mulher (Une Femme est Une Femme) - 1961
Dirigido por: Jean-Luc Godard
Nota: 9.0/10
Angela (Anna Karina) é uma stripper que está desesperada para realizar o sonho de ser mãe. Ela tenta convencer seu namorado, Emile (Jean-Claude Brialy), a aceitar a oferta o quanto antes. Mas a negativa do rapaz faz com que a moça corra para os braços de Alfred (Jean-Paul Belmondo), amigo de Emile, e tente resolver seu “problema” rapidamente.
"Uma tragédia ou uma obra prima?", uma frase retirada do longa para fazer uma "piada" sobre o que retrata o filme. Se avaliarmos a história vamos encontrar uma base para as comédias românticas que viriam a seguir - e que, talvez, utilizem essa base até hoje. Utilizando, também, um elemento minusculo dos musicais americanos.
A quebra da quarta parede foi algo inovador pra época: um olhar para câmera, uma piscadela, um sorriso. Os jump cuts, marca do diretor, criam cenas ótimas e rápidas o que torna o longa mais "atraente" e dinâmico.
"Uma Mulher é Uma Mulher" é um filme mais leve de Godard, com um roteiro de fácil compreensão, ótimas cenas, uma bela fotografia e, claro, com a musa do cinema francês: Anna Karina.
Manchester à Beira-Mar
3.8 1,4K Assista AgoraManchester à Beira-Mar (Manchester By The Sea) – 2016
Dirigido por: Kenneth Lonergan
Nota: 9.5/10
Confesso que quando assisti esse filme pela primeira vez não me senti preso a ele; me senti com tédio, sono. E agora o revendo, percebi o quão incrível é. Ele retrata a perda, a dor, o amor, e todo aquele sentimento guardado dentro de nós de forma intimista.
Lee (Casey Affleck, em sua melhor performance e TALVEZ umas das melhores da década) teve que retornar à sua cidade natal ao saber da morte de seu irmão, Joe. Ocupado com a logística do funeral, ele salta de um compromisso a outro enquanto tenta lidar com o sobrinho adolescente Patrick (Hedges), cuja guarda agora é sua responsabilidade. O problema é que Lee nem considera a possibilidade de retornar definitivamente a Manchester, já que um evento trágico ocorrido ali provocou seu afastamento anos antes. Aos poucos, o filme nos mostrará, através de Flashbacks, a relação entre Lee e Joe, e as circunstâncias que tanto o feriram e o deixou um homem incompleto, triste.
“De qualquer modo, meu coração foi partido. Estará partido para sempre”
Casey Affleck é o alicerce do longa. Imbuindo Lee à um desconforto constante naquela cidade e uma certa frieza em suas escolhas e interações. Mas ainda assim, conseguimos perceber que por baixo dessa frieza há um homem bondoso que se recusa a assumir qualquer tipo de ligação ou responsabilidade, pois sabe que pode explodir a qualquer momento. E são esses pequenos detalhes que o deixa tão humano.
Humanidade é a palavra certa para definir o filme. O roteirista (e também diretor do longa), Kenneth Lonergan, soube trabalhar muito bem essa humanidade. Não vemos personagens artificiais ou situações forçadas em busca do drama fácil. A cena em que Randi e Lee conversam é de emocionar até os mais durões. Duas pessoas que ainda se amam profundamente tentando articular o impossível de forma desajeitada, já que, precisamente, é esse amor que os mantém distantes e as impede de ficarem juntas - já que também é a lembrança do que construíram e perderam. Sonhos e planos que foram abandonados com o tempo, restando apenas lembranças.
“Eu não consigo superar. Eu não consigo”
Contudo, há dores que não se resolvem; no máximo aprendemos a conviver com elas e a nos adaptar à realidade de que, a qualquer momento e sem aviso algum, retornarão. E retornarão com um soco no estômago capaz de abrir novas feridas. E, novamente, teremos que nos adaptar a elas, deixando novas cicatrizes.
E esse filme nos causa novas cicatrizes.
O Destino de Uma Nação
3.7 723 Assista AgoraMelhor atuação do ano sim ou claro?
Túmulo dos Vagalumes
4.6 2,2KDaqueles filmes que um tiro doeria menos
Mãe!
4.0 3,9K Assista AgoraApenas uma palavra basta: genial!
Planeta dos Macacos: A Guerra
4.0 965 Assista AgoraUma das melhores trilogias do Século 21. Sem mais.
Sombras da Vida
3.8 1,3K Assista AgoraQue coisa mais linda esse filme!
Tarja Branca - A Revolução que Faltava
4.3 123 Assista AgoraUm documentário que fala sobre o brincar. Sobre como depois de adultos muitos esquecem a criança interior que habita em cada um. Um documentário que merece ser visto por todos; afinal, vamos deixar a tristeza pra lá, vamos brincar, vamos cantar e dançar, vamos ser feliz, vamos ser gente!
Minha Vida de Abobrinha
4.2 287 Assista AgoraAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA <3
Assassin's Creed
2.9 948 Assista AgoraComo eles saíram de Madrid e foram pra Londres? hahahah
A Tartaruga Vermelha
4.1 392 Assista AgoraCom nenhuma fala mas com muitos sentimentos.
No Espaço Não Existem Sentimentos
4.3 450Que filme mais amorzinho!!