a enfermeira Alma foi uma persona criada pela Elizabeth de forma patológica para facilitar o processo de lidar consigo mesma. Ou seja, são a mesma pessoa. Tanto que ela consegue desabafar sobre alguns de seus "pecados" como a orgia na praia atribuindo a si o ato mas quando ela precisa lidar com um "pecado" mais difícil que é o de não amar o próprio filho ela projeta na Elizabeth que ela criou sendo que na verdade é ela mesma. O silêncio da persona para mim foi uma simbologia fantástica para falar desse mergulho em si e a trilha sonora que traz essas dissonâncias pertubadoras representam bem a dificuldade de ter que ouvir a si mesma, de como é complicado lidar com nossa sombra. O intuito não é ser aleatório. O intuito é realmente perturbar.
Outro ponto alto é a fotografia. Incrível como o Bergman consegue construir um nível de expressividade absurda usando jogo de luz e sombra. Espero ainda assistir outras vezes. Esse é aquele tipo de filme que ao longo da nossa vida é bom de vez em quando retornar.
Esse filme me pegou de uma forma realmente muito pessoal. Uma das lições mais lindas que já vi ser retratada em uma animação. A princesa Kaguya é uma das personagens animadas mais humanas do cinema.
A cena em que ela volta na floresta, vê tudo seco e é relembrada de que a natureza está apenas descansando para retornar a florescer é uma das simbologias mais lindas mostradas para falar sobre os ciclos da vida
Inclusive é muito bonitinho notar como a forma na qual as flores de cerejeira aparecem no cenário condizem com o momento de vida que a Kaguya está passando. Também vale destacar que os momentos de contemplação que o filme sugere são perfeitos pra apreciar com calma os gráficos lindos feitos com aquarela. É simplesmente perfeito!
O mais genial desse filme é que ele mostra essa faceta perversa das drogas sem ser moralista. A sacada de colocar a personagem da Sara que possui vícios mais aceitos socialmente (alguns até nem pensam na televisão, na comida e nos remédios para emagrecer como possíveis drogas) se assemelhando aos viciados em heroína (que para nós seria por si só mais fácil de absorver dentro da construção de narrativa de um drogado) é o que faz esse filme ser ainda mais seco de engolir. O vício pode surgir nas banalidades.
Filme muito bom. Ótimo para angariar boas indicações ao Oscar nas áreas de atuação. Os monólogos feitos pelo Chadwick são de arrepiar. O roteiro, entretanto, para mim não foi tão consistente quanto eu esperava e notar a Davis mais ""coadjuvante"" sendo que minha maior motivação de assistir o filme foi vê-la acabou me decepcionando um pouco. Ainda assim, um ótimo filme para mim.
As atuações do Wagner Moura e da Ana de Armas estão maravilhosas. Entretanto, como biografia deixou a faltar. O excesso de visibilidade ao relacionamento do Sérgio com a Carolina deixou de escanteio o legado mais brilhante do diplomata: sua caminhada pela Acnur da ONU.
Eu não sei o que é mais problemático... um filme que exalta uma professora que trabalha em três empregos para conseguir manter seus projetos na escola, que abdica da sua vida pessoal graças ao "trabalhar por amor" que é sempre enfiado pela goela aos professores, mesmo sendo uma das classes profissionais a receber menos e a se expor mais ou colocar a secretaria da educação como boazinha sendo que na prática quem é professor sabe como elas costumam funcionar. Eu ainda estou em dúvida em pensar como a Erin sequer dormia porque além de três empregos ela ainda passava a noite na escola com alunos que não podiam ir cedo pra casa, organizava festivais, eventos e assim por diante. Não, não romantizem esse tipo de rotina, pelo amor de Deus. Professores não são robôs. O que sai como realmente interessante nessa história é a metodologia dela que é muito rica e inclusiva. Mas apenas isso.
Filmaço! Se você busca um filme com viradas de arco impactantes e ápices este não é seu filme até porque a proposta do mesmo não é essa. Vi muito mais como um estudo de personagem do que como um entretenimento aonde você acompanha personagens buscando resolução para um conflito. Esse filme é sobre entender os caminhos que levam uma pessoa a entrar na máfia e as consequências que cada escolha dentro desse universo trás. É sobre se ver afundado cada vez mais no crime até quase não conseguir ver "acima do mar". Muito, muito bom filme. Perfeito dentro da sua proposta.
O Jojo é a verdadeira representação de quando a inocência te leva para o lado ruim, ou melhor, te faz concordar com ideologias que não são nem de longe benéficas. E é justamente por ser admirador do nazismo por pura inocência que
ele consegue se desvencilhar do discurso maléfico que pregava quando essa inocência em relação ao regime é perdida.
E é essa inocência que deixa o filme leve de assistir e a mensagem é passada com tanta delicadeza. Infelizmente, o que mais vemos hoje é pessoas escolherem o lado ruim da moeda com consciente conhecimento das consequências dessa escolha. Quem dera elas tivessem a oportunidade de absorver a caminhada do Jojo e aprendessem algo.
O que vi muito nos comentários foram fãs com altas expectativas por ser Tarantino e que se decepcionaram. Eu particularmente gostei bastante do filme e por ser fã de filmes antigos adorei as cenas retratando os antigos western e não achei elas nada arrastadas. Foi o primeiro filme que vi do diretor e acho que isso me fez ir com a cabeça mais limpa e as mais de duas horas passaram voando enquanto eu vivenciei a nostalgia de uma época que não vivi. O maior adendo que faço é que achei o Tarantino pouco explicativo sobre a presença da Sharon Tate no filme e se uma pessoa assiste Era Uma Vez sem conhecer a história da mesma as expectativas que são geradas quando ela entra em cena podem ficar vazias. Aliás,
A escolha do Sam Mendes pelo plano sequência foi super assertiva para nos ajudar a imergir na caminhada dos dois soldados durante a missão. Entretanto, acho que os maiores brilhos do filme são justamente as escolhas técnicas pois tirando isso continuaria sendo "mais um filme de guerra". O roteiro é bem fraco e não me conveceu nada
ver o Blake morrer numa besteira de facada tentando AJUDAR um INIMIGO alemão enquanto o Schofield parecia andar com uma bolha invisível a prova de balas o tempo todo.
É um filme mediano pra bom, vale pela narrativa de direção diferenciada. Ah, a trilha sonora é linda!
Pude ter um novo olhar sobre a Coreia do Sul nesse filme. As críticas que o enredo constrói são muito bem feitas e são palco de boas reflexões. Outro ponto forte é a boa qualidade que o filme mantém entre comédia, drama e suspense. Gostei muito do filme. Foi uma boa entrada no cinema coreano que não conhecia anteriormente.
A ideia do filme tinha tudo para dar certo mas foram ignorados fatos tão pertinentes aos motivos que fizeram os Beatles ganharem sucesso que a verossimilhança da história morreu. Como uma música como Revolution teria o mesmo impacto se fosse lançada pela primeira vez hoje em dia ao invés de ser lançada no período da Guerra do Vietnã, do movimento Hippie e das ditaduras nos países latinoamericanos? O filme fez o sucesso das músicas da banda parecerem vazias ou serem resumidas a "são ótimas músicas mas é isto". A história do casal principal também ganha um protagonismo tão desnecessário e todos os minutos gastos em cima deles (que não tem química NENHUMA) poderiam ter sido gastos para trabalhar melhor o impacto do lançamento do Beatles nos dias atuais. Zero verossimilhança nesse filme. Realmente não gostei.
A Felicidade Não Se Compra
4.5 1,2K Assista AgoraE aqui estou em mais uma véspera de Natal assistindo esse clássico <3
Quando Duas Mulheres Pecam
4.4 1,1K Assista AgoraBelo estudo da psique humana. O filme pode possuir várias interpretações. Para mim,
a enfermeira Alma foi uma persona criada pela Elizabeth de forma patológica para facilitar o processo de lidar consigo mesma. Ou seja, são a mesma pessoa. Tanto que ela consegue desabafar sobre alguns de seus "pecados" como a orgia na praia atribuindo a si o ato mas quando ela precisa lidar com um "pecado" mais difícil que é o de não amar o próprio filho ela projeta na Elizabeth que ela criou sendo que na verdade é ela mesma. O silêncio da persona para mim foi uma simbologia fantástica para falar desse mergulho em si e a trilha sonora que traz essas dissonâncias pertubadoras representam bem a dificuldade de ter que ouvir a si mesma, de como é complicado lidar com nossa sombra. O intuito não é ser aleatório. O intuito é realmente perturbar.
O Conto da Princesa Kaguya
4.4 802 Assista AgoraEsse filme me pegou de uma forma realmente muito pessoal. Uma das lições mais lindas que já vi ser retratada em uma animação. A princesa Kaguya é uma das personagens animadas mais humanas do cinema.
A cena em que ela volta na floresta, vê tudo seco e é relembrada de que a natureza está apenas descansando para retornar a florescer é uma das simbologias mais lindas mostradas para falar sobre os ciclos da vida
Também vale destacar que os momentos de contemplação que o filme sugere são perfeitos pra apreciar com calma os gráficos lindos feitos com aquarela. É simplesmente perfeito!
Réquiem para um Sonho
4.3 4,4K Assista AgoraO mais genial desse filme é que ele mostra essa faceta perversa das drogas sem ser moralista. A sacada de colocar a personagem da Sara que possui vícios mais aceitos socialmente (alguns até nem pensam na televisão, na comida e nos remédios para emagrecer como possíveis drogas) se assemelhando aos viciados em heroína (que para nós seria por si só mais fácil de absorver dentro da construção de narrativa de um drogado) é o que faz esse filme ser ainda mais seco de engolir. O vício pode surgir nas banalidades.
A Voz Suprema do Blues
3.5 540 Assista AgoraFilme muito bom. Ótimo para angariar boas indicações ao Oscar nas áreas de atuação. Os monólogos feitos pelo Chadwick são de arrepiar. O roteiro, entretanto, para mim não foi tão consistente quanto eu esperava e notar a Davis mais ""coadjuvante"" sendo que minha maior motivação de assistir o filme foi vê-la acabou me decepcionando um pouco. Ainda assim, um ótimo filme para mim.
Sérgio
3.2 222 Assista AgoraAs atuações do Wagner Moura e da Ana de Armas estão maravilhosas. Entretanto, como biografia deixou a faltar. O excesso de visibilidade ao relacionamento do Sérgio com a Carolina deixou de escanteio o legado mais brilhante do diplomata: sua caminhada pela Acnur da ONU.
Escritores da Liberdade
4.2 1,1K Assista AgoraEu não sei o que é mais problemático... um filme que exalta uma professora que trabalha em três empregos para conseguir manter seus projetos na escola, que abdica da sua vida pessoal graças ao "trabalhar por amor" que é sempre enfiado pela goela aos professores, mesmo sendo uma das classes profissionais a receber menos e a se expor mais ou colocar a secretaria da educação como boazinha sendo que na prática quem é professor sabe como elas costumam funcionar. Eu ainda estou em dúvida em pensar como a Erin sequer dormia porque além de três empregos ela ainda passava a noite na escola com alunos que não podiam ir cedo pra casa, organizava festivais, eventos e assim por diante. Não, não romantizem esse tipo de rotina, pelo amor de Deus. Professores não são robôs. O que sai como realmente interessante nessa história é a metodologia dela que é muito rica e inclusiva. Mas apenas isso.
Retrato de uma Jovem em Chamas
4.4 899 Assista AgoraUm filme tão delicado e sensível mas cheio da energia do Verão de Vivaldi em todo o enredo. Muito lindo!
O Irlandês
4.0 1,5K Assista AgoraFilmaço! Se você busca um filme com viradas de arco impactantes e ápices este não é seu filme até porque a proposta do mesmo não é essa. Vi muito mais como um estudo de personagem do que como um entretenimento aonde você acompanha personagens buscando resolução para um conflito. Esse filme é sobre entender os caminhos que levam uma pessoa a entrar na máfia e as consequências que cada escolha dentro desse universo trás. É sobre se ver afundado cada vez mais no crime até quase não conseguir ver "acima do mar". Muito, muito bom filme. Perfeito dentro da sua proposta.
Jojo Rabbit
4.2 1,6K Assista AgoraO Jojo é a verdadeira representação de quando a inocência te leva para o lado ruim, ou melhor, te faz concordar com ideologias que não são nem de longe benéficas. E é justamente por ser admirador do nazismo por pura inocência que
ele consegue se desvencilhar do discurso maléfico que pregava quando essa inocência em relação ao regime é perdida.
E é essa inocência que deixa o filme leve de assistir e a mensagem é passada com tanta delicadeza. Infelizmente, o que mais vemos hoje é pessoas escolherem o lado ruim da moeda com consciente conhecimento das consequências dessa escolha. Quem dera elas tivessem a oportunidade de absorver a caminhada do Jojo e aprendessem algo.
Era Uma Vez em... Hollywood
3.8 2,3K Assista AgoraO que vi muito nos comentários foram fãs com altas expectativas por ser Tarantino e que se decepcionaram. Eu particularmente gostei bastante do filme e por ser fã de filmes antigos adorei as cenas retratando os antigos western e não achei elas nada arrastadas. Foi o primeiro filme que vi do diretor e acho que isso me fez ir com a cabeça mais limpa e as mais de duas horas passaram voando enquanto eu vivenciei a nostalgia de uma época que não vivi.
O maior adendo que faço é que achei o Tarantino pouco explicativo sobre a presença da Sharon Tate no filme e se uma pessoa assiste Era Uma Vez sem conhecer a história da mesma as expectativas que são geradas quando ela entra em cena podem ficar vazias. Aliás,
que aperto deu no coração aquele final com a Sharon sã e salva curtindo a noite com seus amigos e seu vizinho.
1917
4.2 1,8K Assista AgoraA escolha do Sam Mendes pelo plano sequência foi super assertiva para nos ajudar a imergir na caminhada dos dois soldados durante a missão. Entretanto, acho que os maiores brilhos do filme são justamente as escolhas técnicas pois tirando isso continuaria sendo "mais um filme de guerra". O roteiro é bem fraco e não me conveceu nada
ver o Blake morrer numa besteira de facada tentando AJUDAR um INIMIGO alemão enquanto o Schofield parecia andar com uma bolha invisível a prova de balas o tempo todo.
É um filme mediano pra bom, vale pela narrativa de direção diferenciada. Ah, a trilha sonora é linda!
Parasita
4.5 3,6K Assista AgoraPude ter um novo olhar sobre a Coreia do Sul nesse filme. As críticas que o enredo constrói são muito bem feitas e são palco de boas reflexões. Outro ponto forte é a boa qualidade que o filme mantém entre comédia, drama e suspense. Gostei muito do filme. Foi uma boa entrada no cinema coreano que não conhecia anteriormente.
Yesterday: A Trilha do Sucesso
3.4 1,0KA ideia do filme tinha tudo para dar certo mas foram ignorados fatos tão pertinentes aos motivos que fizeram os Beatles ganharem sucesso que a verossimilhança da história morreu. Como uma música como Revolution teria o mesmo impacto se fosse lançada pela primeira vez hoje em dia ao invés de ser lançada no período da Guerra do Vietnã, do movimento Hippie e das ditaduras nos países latinoamericanos? O filme fez o sucesso das músicas da banda parecerem vazias ou serem resumidas a "são ótimas músicas mas é isto". A história do casal principal também ganha um protagonismo tão desnecessário e todos os minutos gastos em cima deles (que não tem química NENHUMA) poderiam ter sido gastos para trabalhar melhor o impacto do lançamento do Beatles nos dias atuais. Zero verossimilhança nesse filme. Realmente não gostei.