Beatriz

um minuto de silêncio pro corpo sarado do Christian Bale nesse filme, por favor.

Vou ser uma minoria aqui, mas tudo bem.
Achei o filme bem razoável, não me prendeu, não me tocou, etc. Me incomodou profundamente a bipolaridade do moço. Começou odiando a mãe, depois percebeu que afinal de contas ela era legal, aí odiou de novo, aí se drogou e amou ela de novo... Isso não é lá um roteiro que me prende, sabe.
E ok, tudo bem que o filme "retratou a relação mãe e filho sem todo aquele moralismo e tal" mas isso não faz um bom filme, ok? A ideia dele é boa sim, mas não foi bem desenvolvida.

(Já avisando que falo tanto desse quanto o de 62, basicamente comparo os dois e que pode conter certos spoilers)
Assisti primeiro o do Kubrick, de 62, depois esse. Minha conclusão foi que o que faltou em um, tem no outro.
O que faltou nesse foi a quantidade de detalhes, diálogos, narrativas, etc (que no de 62 achei até meio exagerado, agora percebo a necessidade). Fiquei boa parte do filme pensando se quem assistiu só o de 97 entenderia a história e os personagens tanto quanto quem assistiu o do Kubrick. Esse filme pareceu um resumão do antigo, sendo que tem só alguns minutos a menos. Não gostei do ator que interpretou o Quilty, não aparenta nem um pouco ter o gosto exótico como aparentava no anterior.
Agora, o que esse tem de bom que o outro não tem: a sensualidade. Ela aparece de um modo tão implícito, mas ao mesmo tempo claramente erótico. Entendo que Kubrick não pode explorar muito isso pela censura da época, mas infelizmente a falta de erotismo que acredito ser bem importante pra história, deixa o filme meio maçante. Gostei mais do Humbert deste, e da Lolita também. Quando vi o do Kubrick, pensei "poxa, mas essa Lolita parece ser mais velha que deveria". Talvez foi proposital dele, pra não causar tanto na época. Essa Lolita tem uma infantilidade e ao mesmo tempo uma sensualidade que a outra não tinha, o que contribui muito pra ver as coisas aos olhos do Humpert.
Alguém, por favor, faça mais um Lolita com tantos detalhes quanto o de 62 e a sensualidade do de 97. brigada. de nada.