As duas primeiras temporadas de Star Trek: Picard tinham seus defeitos, que não eram poucos, mas com elas eu sentia que existia uma vontade dos roteiristas de querer apresentar um conteúdo novo, de tentar dialogar com novas ideias. A primeira temporada lida muito com o luto e trauma, sobre o quanto perder o Data afetou o Picard, o quanto perder o Icheb afetou a Seven. É sobre legado e memória, e mesmo se a ideia não é bem executada em certos pontos, tem meus parabéns pela tentativa.
A segunda temporada é bem mais bagunçada e os erros são ainda maiores, mas eu gosto que ao menos tem a tentativa de fazer algo novo com os Borg e a Agnes. É sobre um ser poderoso tentando aceitar seu fim eminente e querendo talvez a única pessoa que ele chamou de amigo perto em seus momentos finais. Eu não gosto do final que a série já deu para o Chris Rios aqui, mas ao menos me preparou para essa temporada ruim.
E que temporada ruim foi essa. Quanto mais passa o tempo desde o finale, ainda não consigo acreditar no quão preguiçoso e genuinamente enfadonho essa temporada foi.
Saudosismo e nostalgia são as únicas coisas que sustentam essa temporada, onde o fan service reina. E eu não vou dizer que sou imune a fan service; eu sou fã de Star Trek há um bom tempo e TNG é a minha segunda série favorita do universo de Star Trek, atrás apenas de Deep Space Nine. Claro que foi bom rever os personagens, e vários momentos da temporada me emocionaram.
Para começar, eu realmente detesto que eles tenham se livrado da tripulação TODA de Star Trek:Picard nessa temporada, com exceção da Raffi. Apesar do que a temporada tenta vender, essa supostamente é a terceira temporade Star Trek: Picard e não supostamente a oitava temporada de The Next Generation. Eu acho uma gafe enorme expulsar o elenco inteiro desse jeito, e francamente isso me lembra do horrendo último episódio de Star Trek: Enterprise. Qualquer pessoa que viu a série vai saber do que estou falando.
Mas como fã de TNG, eu sinto que os personagens não foram bem representados aqui também. Por um lado, dou meus parabéns para a temporada por ter resolvido muitas pontas soltas de Star Trek; Nemesis, o décimo filme da franquia. Foi muito bom ter o Data de volta, especialmente quando sempre achei a morte dele algo estúpido naquele filmes. Eu acho a cena onde o Geordi argumenta com o Lore e se emociona, lembrando da perda do Data e como o afetou, é a melhor da temporada.
Mas quanto ao resto... nunca achei que ficaria tão entediada vendo essa tripulação como fique. Para começar, a principal ideia da temporada - um inimigo da Federação usando de uma arma secreta para fazer as naves da Federação destruírem uma a outra - ACABOU de ser feito pela série Star Trek: Prodigy em sua primeira temporada, e na minha opinião, Prodigy executou essa ideia de uma maneira muito mais inteligente e que fluiu muito bem.
Mas o que mais me incomoda nessa temporada é o quão diferente os personagens soam. Há uma cena nessa temporada onde Picard e a Crusher estão prontos para executar a metamorfa Vadic, uma vez que ela foi capturada. Essa cena talvez não estivesse fora do lugar em outras franquias, mas com o personagem Jean-Luc Picard, pronto para executar uma prisioneira de guerra sem julgamento? É a coisa mais anti-Picard que consigo imaginar.
Essa temporada toda é tão repleta de momentos vazios que tentam apelar para a nostalgia das sete temporadas de TNG que me deixou apenas entediada. O fato de que o Jack Crusher se entregou voluntariamente para os Borg SABENDO que eles queriam ele, sendo então conscientemente um intrumento para o assassinato de milhares de membros da Frota Estelar que estavam nas naves destruídas e houve ZERO consequências para essa atitude me deixou de que queixo caído. Ele até entrou para a Academia e uma nave em pouco mais de um ano. Personagens como a Seven, icheb, Hugh, o próprio Picard sempre sofreram certo desprezo por terem sido Borgs apesar da assimilação deles ter sido feita contra a vontade deles, e alguém que fez isso voluntariamente não sofrer consequência alguma...
Uma temporada terrivelmente vazia.
E eu considero um insulto pessoal que as duas primeiras temporadas introduziram o casal Raffi e Seven, que a segunda temporada inteira ficou construindo o relacionamento delas, e que essa terceira apenas fez elas terminarem off-screen e não deu sequer uma cena significativa para elas para demonstra tudo isso.
Eu não sou contra um fan service. Até curto e sou até bem tolerante nesse ponto, mas uma temporada para mim precida ser construída com mais do que apenas nostalgia e o carisma dos admitidamente talentosos atores do elenco de TNG.
Acredito que Discovery está traçando um caminho fantástico na franquia de Star Trek. É natural que uma série produzida nos dias de hoje seja bem diferente - afinal, o mundo mudou tanto desde a última vez que uma série de Star Trek tinha ido ao ar (com Enterprise, no começo dos anos 2000) e é mais do que natural que Discovery demonstre essas mudanças em sua estética e roteiros.
No primeiro ano, acredito que a série ainda estava com mais dificuldades em encontrar seu lugar na franquia, mas essa segunda temporada me passou uma segurança que eu ainda não havia sentido na série antes, os personagens parecem mais confortáveis, assim como os atores parecem mais confortáveis em sua pele, e estar conhecendo aos poucos mais e mais da Michael, do Saru, da Tilly, assim como o Stamets e a história e amor entre ele e o Hugh está sendo uma jornada deliciosa de acompanhar.
Sobre o cast dessa segunda temporada, diria que foi brilhante a atuação de Anson Mount como capitão Pike e, especialmente, a de Ethan Peck como Spock. O Spock é um personagem tão icônico, não só o mais icônico de Star Trek como um dos rostos mais ilustres da cultura pop sci-fi de um modo geral, que só posso imaginar o quão difíciil e desafiante para um ator possa ser interpretá-lo, mas o Ethan Peck fez um trabalho fantástico para mim, realmente me surpreendeu o quanto eu gostei dele e da atuação dele ao lado da Sonequa Martin Green. Os irmãos que eu nunca soube que queria, mas adorei todos os momentos deles juntos.
Achei fantástico o modo como tudo se fechou agora, e que há uma explicação certa do porque a Michael ou a Discovery nunca terem sido mencionados posteriormente na timeline. Achei incrível! Mal posso esperar para a terceira temporada, e o que nos aguarda.
Acredito que o filme tenha seus méritos em se afastar de uma estrutura fílmica 'americanizada' e ao tentar apresentar uma narrativa pessoal, motivada pela vida e relacionamento do personagem principal, mas nesse caso acho que boas intenções não fizeram um bom filme. Excessivamente longo, o filme parece não ir para lugar nenhum e não se aprofundar em nada - os problemas dos personagens parecem rasos e pouco explorados, apesar de todo o tempo gasto neles. No fundo, a impressão que me passa é que o filme é, tristemente, exatamente igual ao tipo de filme que os personagens de cinema parecem gostar de criticar em seus diálogos.
Nessas alturas eu só não largo Supernatural porque eu to há seis anos assistindo essa série e eu não desistir sem ir até o final mas gente, esses últimos anos tão sendo difíceis viu
Essa temporada em especial foi bastante fraca pra mim, sem foco nenhum, vários personagens caricatos e boa parte dos episódios parecia que nada acontecia. Pra mim só o que salvou foi o Jack mesmo, gostei tanto do personagem e acho que o ator se saiu muito bem, gostei em especial a relação dele com os Winchester (em especial o Sam, mozão) o que foi uma surpresa enorme pra mim, porque eu esperava que a história dele fosse ser uma bomba, acabou que foi a única coisa que prestou
Já to triste que a temporada já acabou - podia ser tão comprida quanto a das outras séries de Trek, 26 episódios - mas já to ansiosa pra temporada 2.
Analisando como um todo, gostei muito da primeira temporada de DISCO. Em geral, séries de Star Trek tem péssimas primeiras temporadas, TOS sendo a única que escapa disso, mas agora DISCO também está entre as séries Trek que começam bem. A temporada toda tem bons episódios, boa caracterização, bons roteiros e foi muito boa no geral.
Isso sendo dito, não foi uma temporada perfeita, claro. Acho que DISCO ainda tá tentando se encontrar, se firmar como série e tentando achar sua identidade. Acho que tentaram fazer muita coisa ao mesmo tempo nessa temporada e o season finale claramente mostra isso, com problemas tão complexos sendo resolvidos de forma tão simples, em clara contradição do clima de todo o resto da temporada.
Mas tenho grandes esperanças pro futuro, acho que DISCO começou do jeito certo.
Confesso que gosto da ideia de um contato com a Enterprise. Me pergunto se o Spock vai aparecer - pela timeline ele deveria aparecer, pois ele já Spock estaria servindo a bordo da Enterprise sob o comando do capitão Pike - mas eu lembro dos showrunners falando que eles não tinham intenção de mostrar o Spock, então talvez ele esteja convenientemente de licença, haha. Mas eu espero que eles mudem de ideia, porque ia adorar ver o Spock na série.
Eu só tão triste que sobre o Hugh não ter voltado nesse season finale :/ Mas como tanto o ator quanto os showrunners insistiram de que a história do Hugh não havia acabado, acho que ele ainda volta. Não vejo porque eles iam mentir tão descaradamente se eles não tivessem intenção de trazer ele de volta de algum jeito.
Gostei bastante desse documentário, especialmente da estrutura, com o próprio Mick Rock contando sua própria história em seu ponto de vista. Documentários tem diversos formatos e classificações, e há sempre uma riqueza de informações no formato tradicional de um doc em entrevistar várias pessoas da vida da figura central, mas há também uma grande riqueza em ver um insight de uma pessoa sobre ela mesma, e o resultado foi ótimo pra mim.
Mick Rock é uma figura que sempre me despertou curiosidade pelas suas fotos fantásticas que ajudaram a contar a história do rock, em especial nos anos 70 e em especial a cena menos mainstream. O relato dele é bem fascinante, e me deixou ainda mais curioso sobre esse cara.
Em especial é ótimo ver o carinho dele falando das pessoas que ele mais gostou de trabalhar e alguns que viraram amigos, como Bowie, Lou Reed e Debbie Harry. Minha única reclamação é daquelas cenas lisérgicas que me foram um pouco desnecessárias, haha.
Eu ouvi falar do Jobriath pela primeira vez essa semana, e foi uma grande surpresa pra mim - eu gosto muito de glam rock e achei que eu conhecia a maior parte das bandas e músicos do período, mas parece que o "Bowie americano" passou completamente despercebido por mim.
Mas não só por mim, como esse documentário mostra: Jobriath foi uma chama, uma promessa que nunca se concretizou.
Vendo o documentário, me parece uma pena: ele parecia ser um artista com certo talento, mas ele estava na hora errada e do jeito errado. Seu primeiro álbum em estilo todo glam é de 1973, ano que a cena glam começou a entrar em declínio, e seu estilo parecia mais uma mistura de algo teatral com uma vibe mais cabaret do que algo rock 'n' roll.
Há também o fato de que ele era americano, e os Estados Unidos não havia abraçado o glam rock do modo que a Inglaterra havia; nem sequer o Bowie tinha grande sucesso comercial nos EUA naquela época, e falando na pesso,a outro erro pra mim foi o marketing em cima dele dizendo que ele era o "David Bowie americano", quando na realidade as músicas entre os dois artistas era bem diferente e criando uma possível rivalidade desnecessária com fãs americanos de Bowie e do glam.
Todos esses fatores, somados a homofobia que um artista que se declarava 100% gay nos Estados Unidos da década de 70 inevitavelmente iria sofrer... é fácil ver porque a carreira dele foi um fracasso. Ele tinha seu talento, mas foi tudo um sério erro de foco e de marketing.
Outro erro que os entrevistados do filme parecem nunca focar é o fato de que o material rock 'n' roll do Jobriath... simplesmente não era bom o suficiente diante do que fora prometido. Era passável, mas para a hype formada em cima dele, ele precisaria mais do que ser mediano.
Fico feliz que ele tenha conseguido de certa forma reconstruir sua imagem em outro gênero onde ele se deu melhor, mas infelizmente sua vida foi ceifada cedo demais para que causasse algum grande impacto. No geral é uma história triste, de uma promessa nunca realmente cumprida.
Quando eu peguei esse filme emprestado com meu amigo, ele me avisou de que era bem triste, mas mesmo com esse aviso eu fiquei surpresa com o quão triste e pesado o filme é.
A história e o modo como ela é contada são de partir o coração, e me arrancaram lágrimas em diversos momento. É uma história muito tocante e muito triste, especialmente por saber o quão real ela é em cenários de guerra.
Impecável e muito bem feito, recomendo muito... mas prepare um lencinho pra quando for ver, porque se você for manteiga derretida como eu, vai se desmanchar em lágrimas durante boa parte do filme.
Eu estou em um embalo pra assistir documentários e cinebiografias de músicos, então assisti esse filme logo após descobrir a existência dele, mesmo conhecendo pouquinho sobre o Boy George.
Acho que a princípio, é meio confusa a transição temporal entre o "antes da fama" e "começo da crise" na qual o filme se passa, mas acabei me acostumando aos poucos. Gostei do foco na vida do Boy George como Bliz Kid, mas eu gostaria de ter visto mais sobre os primeiros sucessos do Culture Club também, embora eu entenda essa escolha.
Douglas Booth fez um trabalho excelente como Boy George, a melhor atuação do filme pra mim, mas acho que todos se saíram bem. Acho que o filme peca um pouco em cobrir tão pouco tempo, mas vale a pena ser visto.
Incrível aquela cena do Bowie aparecendo no Blitz, hahaha! Gostei MUITO de não terem mostrado o rosto dele,só insinuando a figura - mantendo a mística, de certa forma. E a histeria do clube foi ótima de ver também, haha. Minha cena favorita do filme, e não só porque eu sou super fã do David Bowie.
Há muitos anos eu queria assistir a esse filme, desde a época em que eu me tornei fã do Bowie (há uns... oito anos atrás? por aí), mas eu nunca pude porque não existe legendas desse filme na internet haha, nem mesmo em inglês. Com o passar do tempo do tempo eu esqueci dele, mas ao ver um link dele no youtube eu me lembrei que eu sou fluente em inglês há um bom tempo e que não seria um problema assistir a um documentário curtinho desses.
E esse filme é uma ótima experiência. Em certos momentos é apenas triste, porque é óbvio o quão drogado o Bowie estava nessa época e o quanto isso afetava ele negativamente (mais triste ainda saber que isso ficaria muito pior nos próximos anos), mas ao mesmo tempo é um olhar fascinante sobre ele, o artista que ele era e o jeito que ele pensava. As cenas tem um certo olhar íntimo, e mescladas com os números musicais... é realmente ótimo. Entendo porque esse documentário rendeu ao Bowie o primeiro papel de ator dele em O Homem que Caiu na Terra, porque acho que o doc seria capaz de despertar um fascínio até em alguém que não conhecesse nada sobre o Bowie.
Assisti o filme sem muitas expectativas, e talvez por causa disso mesmo eu tenha gostado, algo que talvez não tivesse acontecido se eu estivesse esperando muito dele.
A fotografia e os figurinos do filme são impecáveis - a estética de um filme não é algo fundamental pra mim, mas é certamente algo que contribuí para a experiência. A história fica super pesada em certos momentos,
Assistir diversas vezes as três temporadas do seriado 'Hannibal' fez eu me dessensibilizar de cenas de canibalismo, mas aquela cena horrível e super longa de necrofilia foi demais pra mim, horrível de assistir
Mas acho que isso só contribuí para a trama de um modo geral. Não é o melhor filme do mundo mas é certamente interessante e merece ser visto (contando que você tenha estôomago pra aguentar as mencionadas cenas fortes).
Excelente documentário e ótimas entrevistas, acabei ele assistindo ele em ordem contrária a sua contra parte (o também excelente David Bowie: The Last Five Years) e acabei gostando mais assim - já que o Bowie ainda estava vivo na época desse documentário, ele não tem um foco no luto e acaba sendo uma experiência mais leve e divertida sobre um artista tão complexo como ele era.
De um modo geral, gostei do filme - gostei muito das atuações da Glória Pires quanto da Miranda Otto. Elas interpretam personagens - figuras reais - de um modo bem complexo, onde você tem enorme simpatia pela personagem em um momento e em outros, só uma sensação de asco.
A história das duas é bem complexa e tem várias camadas (algumas exploradas e outras não, naturalmente) mas de eu sempre gosto de ver relações homossexuais (especialmente entre duas mulheres) em filmes de época, algo ainda relativamente raro.
O maior problema do filme pra mim é que às vezes ele passa pelos acontecimentos muito rápido (leva muito pouco tempo para as duas se apaixonarem) e às vezes se arrasta demais em certos pontos. Mas de um modo geral eu gostei, acho que vale a pena conferir.
Enrolei alguns meses para assistir a esse doc, apesar de vontade não faltar. Eu sou muito fã do David Bowie, que teve uma influência enorme sobre mim, e a morte dele no último ano me abalou bastante, então demorei um pouquinho pra criar a coragem de ver... mas fico feliz em ter feito.
Eu normalmente sou bem manteiga derretida e já confesso que chorei muito nos primeiros dez minutos, e também nos dez últimos minutos (as partes sobre o clipe de Lazarus me destruíram), mas no geral gostei muito, achei ótimo saber mais detalhes da produção do The Next Day e do Blackstar, porque eu realmente não sabia quase nada deles - como diz no próprio doc, o Bowie fez de tudo pra manter esse projeto secreto. E ainda bem que deu certo né :'D
Acho que como fã (e talvez até pra quem não seja) vale muito a pena ver, e se deixar ser levado das lágrimas ao riso nessa forma de despedida.
Tava muito ansiosa pra assistir esse filme desde que anunciaram a produção, e dessa vez minhas expectativas não foram frustradas, gostei muito do filme.
Normalmente tenho certa reserva com continuações feitas tantos anos após a obra original, mas T2: Trainspotting funciona bem. O filme equilibra muito bem uma nova história com personagens antigos, equilibra muito bem a nostalgia, os elementos antigos e os novos.
E meu crush eterno no Ewan McGregor continua vivo e forte <3
Faz alguns meses que eu queria assistir Moonlight, desde pelo menos outubro quando eu ouvi falar dele pela primeira vez, então eu fui acompanhando com alegria o espaço que esse filme foi ganhando, e agora eu finalmente consegui vê-lo, após tanta espera.
Mas digo que a espera valeu a pena.
Moonlight é de uma sensibilidade incrível. Ele é contemplativo, delicado. É também honesto e brutal e tristemente realista em certos momentos, mas não deixa de ser belo por isso.
A trajetória de Chiron ao longo da infância, adolescência e a fase adulta é tão bem feita, e todos os pedaços se encaixam. Você consegue sentir a solidão de Chiron em todos os momentos, sua dificuldade de apenas existir, mas você também consegue acompanhar a evolução, o que ele ganha e o que ele perde com as experiências que a vida lhe proporciona.
De um ponto de vista mais técnico, ele também é lindo. Me apaixonei pela fotografia, especialmente pelos tons de azul e de laranja que sempre tocam a pele de Chiron que se tornam uma parte marcante da identidade visual do filme. As atuações de todos os atores são ótimas, e por mais que o filme não tenha um ritmo rápido, eu não achei que ele é cansativo ou arrastado demais.
Filmes retratando com respeito e dignidade um romance gay ainda não são tantos, mas são ainda mais raros filmes que tratam respeitosamente um romance gay e composto de um elenco inteiramente formado de pessoas negras. Moonlight merece cada elogio que ganhou, cada prêmio e destaque; merece ser visto e ser lembrado.
"They're a rotten crowd. You're worth the whole damn bunch put together!"
Eu li o livro recentemente, e estou chocada com o quão fiel essa adaptação foi, certamente uma das melhores transições de literatura para o cinema que eu já vi.
A trilha sonora me deixou um pouco desorientada no começo, confesso, mas uma vez que você aceita o estranhamento se quebra. De certa forma é uma escolha interessante, porque o livro me passou uma impressão de ser absurdamente moderno apesar de se passar na década de 20, e essa trilha sonora deu o mesmo sentimento ao filme.
As cores exuberantes, os figurinos dão uma materialização incrível a aqueles personagens e aquele clima rico e superficial que o livro retrata tão bem, e os atores estão excelentes em seu papel.
Eu tinha uma vontade enorme de ver Mr. Robot desde o ano passado, quando eu lembro de ler um artigo comentando que séries como Mr. Robot e Hannibal são seriados muito baseados em destruição - especialmente auto-destruição - e já sou fã de Hannibal há tempos, mas fiquei muito curiosa para ver como isso se manifestaria em Mr. Robot.
E mesmo que eu tenha demorado um tempo para ver, não estou nada decepcionada.
Mr. Robot é uma série fantástica, provavelmente a melhor que eu assisti esse ano. O roteiro, o entrosamento entre os atores, e mesmo os aspectos técnicos como enquadramentos, movimento de câmera e montagem se complementam de um jeito incrível. Tudo funciona tão bem aqui.
Eu normalmente demoro para assistir séries, mas eu vi a primeira temporada de Mr. Robot em apenas quatro dias, porque não conseguia ficar muito tempo sem saber o que estava acontecendo. A série trabalha com alguns cliffhangers, mas trabalha especialmente com a curiosidade do espectador em saber mais e mais sobre o que está acontecendo no meio daquele caos.
E como citei no começo, destruição é realmente um tema comum aqui. É de certa forma o tema geral da trama - destruição do sistema, destruição da sociedade - mas é também um tema para a série como um todo. Destruição dos personagens, das expectativas que temos em relação a eles.
Eu achei incrível a revelação de que o Mr. Robot era o Elliot, porque um dos meus recursos narrativos favoritos é o Narrador Não Confiável, porque foi realmente inesperado pra mim. E adorei a referência ao Clube da Luta no episódio 9, com a versão instrumental de Where's My Mind, haha
No geral foi uma primeira temporada excelente, vou começar logo a segunda e espero que a qualidade se mantenha.
Não sei porque demorei tanto tempo para assistir Carol, sendo que eu gosto tanto dos trabalhos do Todd Haynes. Carol é um filme lindíssimo, que merece ser visto várias vezes.
Adorei a delicadeza do romance entre as protagonistas. O romance delas se constrói de forma lenta e gentil, mas a paixão entre elas é real e palpável, e me fez sentir pelas duas durantes essas duas horas de filme.
Gosto muito de todo o clima do filme, da trilha e da fotografia, mas sem dúvidas é a relação das personagens principais que realmente me conquistou.
Comecei a assistir esse filme sem saber quase nada sobre ele, sem muitas pretensões, e fui surpreendida. Humor extremamente ácido, que funciona muito bem para esse roteiro e esses personagens, e com uma história que se torna até bonita ao longo de sua jornada.
Ando percorrendo os filmes da filmografia do Mads Mikkelsen, e este aqui me chamou a atenção e resolvi assistir. É um bom filme - um filme bem devagar, mas isso não é algo ruim. A lentidão é bem adequada com a história do filme e a personalidade dos personagens principais.
Apesar de ser feito com base em figuras reais, o filme não tem a pretensão de se passar por uma biografia - o que acho que foi uma escolha sábia. O filme é menos uma biografia sobre Stravinsky e Chanel, e mais o relato de uma história em particular, de um momento específico na vida deles.
A Chanel da Anna Mouglalis foi boa, ainda que não excepcionalmente notável para mim, e eu também gostei do Stravinsky do Mads Mikkelsen - ele é um personagem bem quieto e retraído e isso talvez fosse um problema para alguns atores, mas o Mads Mikkelsen é excelente com micro expressões e ele foi capaz de comunicar os muitos sentimentos do Stravinsky sem problema algum.
Mas acho que o que mais me chamou a atenção no filme foi a fotografia e a montagem, especialmente a montagem. Escolhas bem audaciosas de ângulos estranhos mas bonitos, várias cenas aleatórias de personagens olhando diretamente para a câmera em momentos aleatórios que realmente funcionaram bem pra mim.
De modo geral pra mim foi um bom filme, lento sem ser chato.
Ah, que série mais fofa e lindinha do começo ao fim! Tem um clima tão legal, me apaixonei do começo até o fim, é só realmente uma pena ser apenas uma temporada.
Ando bem apaixonada por todas as séries que o Bryan Fuller fez. Ele tem um estilo bem único que dá pra ver em cada uma delas, por mais que as temáticas sejam diferentes, e com Wonderfalls não foi diferente. <3
Star Trek: Picard (3ª Temporada)
4.0 16 Assista AgoraAs duas primeiras temporadas de Star Trek: Picard tinham seus defeitos, que não eram poucos, mas com elas eu sentia que existia uma vontade dos roteiristas de querer apresentar um conteúdo novo, de tentar dialogar com novas ideias. A primeira temporada lida muito com o luto e trauma, sobre o quanto perder o Data afetou o Picard, o quanto perder o Icheb afetou a Seven. É sobre legado e memória, e mesmo se a ideia não é bem executada em certos pontos, tem meus parabéns pela tentativa.
A segunda temporada é bem mais bagunçada e os erros são ainda maiores, mas eu gosto que ao menos tem a tentativa de fazer algo novo com os Borg e a Agnes. É sobre um ser poderoso tentando aceitar seu fim eminente e querendo talvez a única pessoa que ele chamou de amigo perto em seus momentos finais. Eu não gosto do final que a série já deu para o Chris Rios aqui, mas ao menos me preparou para essa temporada ruim.
E que temporada ruim foi essa. Quanto mais passa o tempo desde o finale, ainda não consigo acreditar no quão preguiçoso e genuinamente enfadonho essa temporada foi.
Saudosismo e nostalgia são as únicas coisas que sustentam essa temporada, onde o fan service reina. E eu não vou dizer que sou imune a fan service; eu sou fã de Star Trek há um bom tempo e TNG é a minha segunda série favorita do universo de Star Trek, atrás apenas de Deep Space Nine. Claro que foi bom rever os personagens, e vários momentos da temporada me emocionaram.
Mas a que preço?
Para começar, eu realmente detesto que eles tenham se livrado da tripulação TODA de Star Trek:Picard nessa temporada, com exceção da Raffi. Apesar do que a temporada tenta vender, essa supostamente é a terceira temporade Star Trek: Picard e não supostamente a oitava temporada de The Next Generation. Eu acho uma gafe enorme expulsar o elenco inteiro desse jeito, e francamente isso me lembra do horrendo último episódio de Star Trek: Enterprise. Qualquer pessoa que viu a série vai saber do que estou falando.
Mas como fã de TNG, eu sinto que os personagens não foram bem representados aqui também. Por um lado, dou meus parabéns para a temporada por ter resolvido muitas pontas soltas de Star Trek; Nemesis, o décimo filme da franquia. Foi muito bom ter o Data de volta, especialmente quando sempre achei a morte dele algo estúpido naquele filmes. Eu acho a cena onde o Geordi argumenta com o Lore e se emociona, lembrando da perda do Data e como o afetou, é a melhor da temporada.
Mas quanto ao resto... nunca achei que ficaria tão entediada vendo essa tripulação como fique. Para começar, a principal ideia da temporada - um inimigo da Federação usando de uma arma secreta para fazer as naves da Federação destruírem uma a outra - ACABOU de ser feito pela série Star Trek: Prodigy em sua primeira temporada, e na minha opinião, Prodigy executou essa ideia de uma maneira muito mais inteligente e que fluiu muito bem.
Mas o que mais me incomoda nessa temporada é o quão diferente os personagens soam. Há uma cena nessa temporada onde Picard e a Crusher estão prontos para executar a metamorfa Vadic, uma vez que ela foi capturada. Essa cena talvez não estivesse fora do lugar em outras franquias, mas com o personagem Jean-Luc Picard, pronto para executar uma prisioneira de guerra sem julgamento? É a coisa mais anti-Picard que consigo imaginar.
Essa temporada toda é tão repleta de momentos vazios que tentam apelar para a nostalgia das sete temporadas de TNG que me deixou apenas entediada. O fato de que o Jack Crusher se entregou voluntariamente para os Borg SABENDO que eles queriam ele, sendo então conscientemente um intrumento para o assassinato de milhares de membros da Frota Estelar que estavam nas naves destruídas e houve ZERO consequências para essa atitude me deixou de que queixo caído. Ele até entrou para a Academia e uma nave em pouco mais de um ano. Personagens como a Seven, icheb, Hugh, o próprio Picard sempre sofreram certo desprezo por terem sido Borgs apesar da assimilação deles ter sido feita contra a vontade deles, e alguém que fez isso voluntariamente não sofrer consequência alguma...
Uma temporada terrivelmente vazia.
E eu considero um insulto pessoal que as duas primeiras temporadas introduziram o casal Raffi e Seven, que a segunda temporada inteira ficou construindo o relacionamento delas, e que essa terceira apenas fez elas terminarem off-screen e não deu sequer uma cena significativa para elas para demonstra tudo isso.
Eu não sou contra um fan service. Até curto e sou até bem tolerante nesse ponto, mas uma temporada para mim precida ser construída com mais do que apenas nostalgia e o carisma dos admitidamente talentosos atores do elenco de TNG.
Òrun Àiyé: A Criação do Mundo
4.5 8Curta muito lindinho, adorei os estilos distintos de animação na história e no "mundo real", e o conto em si é muito envolvente.
(Se alguém quer ver e ainda estiver com dificuldade para achar, esse curta está disponível na plataforma de streaming gratuita do Itau Cultural Play.)
Star Trek: Discovery (2ª Temporada)
4.2 59 Assista AgoraAcredito que Discovery está traçando um caminho fantástico na franquia de Star Trek. É natural que uma série produzida nos dias de hoje seja bem diferente - afinal, o mundo mudou tanto desde a última vez que uma série de Star Trek tinha ido ao ar (com Enterprise, no começo dos anos 2000) e é mais do que natural que Discovery demonstre essas mudanças em sua estética e roteiros.
No primeiro ano, acredito que a série ainda estava com mais dificuldades em encontrar seu lugar na franquia, mas essa segunda temporada me passou uma segurança que eu ainda não havia sentido na série antes, os personagens parecem mais confortáveis, assim como os atores parecem mais confortáveis em sua pele, e estar conhecendo aos poucos mais e mais da Michael, do Saru, da Tilly, assim como o Stamets e a história e amor entre ele e o Hugh está sendo uma jornada deliciosa de acompanhar.
Sobre o cast dessa segunda temporada, diria que foi brilhante a atuação de Anson Mount como capitão Pike e, especialmente, a de Ethan Peck como Spock. O Spock é um personagem tão icônico, não só o mais icônico de Star Trek como um dos rostos mais ilustres da cultura pop sci-fi de um modo geral, que só posso imaginar o quão difíciil e desafiante para um ator possa ser interpretá-lo, mas o Ethan Peck fez um trabalho fantástico para mim, realmente me surpreendeu o quanto eu gostei dele e da atuação dele ao lado da Sonequa Martin Green. Os irmãos que eu nunca soube que queria, mas adorei todos os momentos deles juntos.
Sobre o final,
Achei fantástico o modo como tudo se fechou agora, e que há uma explicação certa do porque a Michael ou a Discovery nunca terem sido mencionados posteriormente na timeline. Achei incrível! Mal posso esperar para a terceira temporada, e o que nos aguarda.
Paris 8
3.5 13Acredito que o filme tenha seus méritos em se afastar de uma estrutura fílmica 'americanizada' e ao tentar apresentar uma narrativa pessoal, motivada pela vida e relacionamento do personagem principal, mas nesse caso acho que boas intenções não fizeram um bom filme. Excessivamente longo, o filme parece não ir para lugar nenhum e não se aprofundar em nada - os problemas dos personagens parecem rasos e pouco explorados, apesar de todo o tempo gasto neles. No fundo, a impressão que me passa é que o filme é, tristemente, exatamente igual ao tipo de filme que os personagens de cinema parecem gostar de criticar em seus diálogos.
Sobrenatural (13ª Temporada)
4.0 144 Assista AgoraNessas alturas eu só não largo Supernatural porque eu to há seis anos assistindo essa série e eu não desistir sem ir até o final mas gente, esses últimos anos tão sendo difíceis viu
Essa temporada em especial foi bastante fraca pra mim, sem foco nenhum, vários personagens caricatos e boa parte dos episódios parecia que nada acontecia. Pra mim só o que salvou foi o Jack mesmo, gostei tanto do personagem e acho que o ator se saiu muito bem, gostei em especial a relação dele com os Winchester (em especial o Sam, mozão) o que foi uma surpresa enorme pra mim, porque eu esperava que a história dele fosse ser uma bomba, acabou que foi a única coisa que prestou
Star Trek: Discovery (1ª Temporada)
4.0 137 Assista AgoraJá to triste que a temporada já acabou - podia ser tão comprida quanto a das outras séries de Trek, 26 episódios - mas já to ansiosa pra temporada 2.
Analisando como um todo, gostei muito da primeira temporada de DISCO. Em geral, séries de Star Trek tem péssimas primeiras temporadas, TOS sendo a única que escapa disso, mas agora DISCO também está entre as séries Trek que começam bem. A temporada toda tem bons episódios, boa caracterização, bons roteiros e foi muito boa no geral.
Isso sendo dito, não foi uma temporada perfeita, claro. Acho que DISCO ainda tá tentando se encontrar, se firmar como série e tentando achar sua identidade. Acho que tentaram fazer muita coisa ao mesmo tempo nessa temporada e o season finale claramente mostra isso, com problemas tão complexos sendo resolvidos de forma tão simples, em clara contradição do clima de todo o resto da temporada.
Mas tenho grandes esperanças pro futuro, acho que DISCO começou do jeito certo.
Bastante intrigada pelo final!
Confesso que gosto da ideia de um contato com a Enterprise. Me pergunto se o Spock vai aparecer - pela timeline ele deveria aparecer, pois ele já Spock estaria servindo a bordo da Enterprise sob o comando do capitão Pike - mas eu lembro dos showrunners falando que eles não tinham intenção de mostrar o Spock, então talvez ele esteja convenientemente de licença, haha. Mas eu espero que eles mudem de ideia, porque ia adorar ver o Spock na série.
Eu só tão triste que sobre o Hugh não ter voltado nesse season finale :/ Mas como tanto o ator quanto os showrunners insistiram de que a história do Hugh não havia acabado, acho que ele ainda volta. Não vejo porque eles iam mentir tão descaradamente se eles não tivessem intenção de trazer ele de volta de algum jeito.
seria mais fácil assumir que ele ficaria morto se esse fosse o caso.
Fico no aguardo pra isso acontecer na season 2!
Enfim, gostei muito do conjunto dessa primeira temporada, fico aqui ansiosamente esperando por mais. ❤️
SHOT! O Mantra Psico-Espiritual do Rock
4.0 11Gostei bastante desse documentário, especialmente da estrutura, com o próprio Mick Rock contando sua própria história em seu ponto de vista. Documentários tem diversos formatos e classificações, e há sempre uma riqueza de informações no formato tradicional de um doc em entrevistar várias pessoas da vida da figura central, mas há também uma grande riqueza em ver um insight de uma pessoa sobre ela mesma, e o resultado foi ótimo pra mim.
Mick Rock é uma figura que sempre me despertou curiosidade pelas suas fotos fantásticas que ajudaram a contar a história do rock, em especial nos anos 70 e em especial a cena menos mainstream. O relato dele é bem fascinante, e me deixou ainda mais curioso sobre esse cara.
Em especial é ótimo ver o carinho dele falando das pessoas que ele mais gostou de trabalhar e alguns que viraram amigos, como Bowie, Lou Reed e Debbie Harry. Minha única reclamação é daquelas cenas lisérgicas que me foram um pouco desnecessárias, haha.
Jobriath, Glam Rock
4.1 1 Assista AgoraEu ouvi falar do Jobriath pela primeira vez essa semana, e foi uma grande surpresa pra mim - eu gosto muito de glam rock e achei que eu conhecia a maior parte das bandas e músicos do período, mas parece que o "Bowie americano" passou completamente despercebido por mim.
Mas não só por mim, como esse documentário mostra: Jobriath foi uma chama, uma promessa que nunca se concretizou.
Vendo o documentário, me parece uma pena: ele parecia ser um artista com certo talento, mas ele estava na hora errada e do jeito errado. Seu primeiro álbum em estilo todo glam é de 1973, ano que a cena glam começou a entrar em declínio, e seu estilo parecia mais uma mistura de algo teatral com uma vibe mais cabaret do que algo rock 'n' roll.
Há também o fato de que ele era americano, e os Estados Unidos não havia abraçado o glam rock do modo que a Inglaterra havia; nem sequer o Bowie tinha grande sucesso comercial nos EUA naquela época, e falando na pesso,a outro erro pra mim foi o marketing em cima dele dizendo que ele era o "David Bowie americano", quando na realidade as músicas entre os dois artistas era bem diferente e criando uma possível rivalidade desnecessária com fãs americanos de Bowie e do glam.
Todos esses fatores, somados a homofobia que um artista que se declarava 100% gay nos Estados Unidos da década de 70 inevitavelmente iria sofrer... é fácil ver porque a carreira dele foi um fracasso. Ele tinha seu talento, mas foi tudo um sério erro de foco e de marketing.
Outro erro que os entrevistados do filme parecem nunca focar é o fato de que o material rock 'n' roll do Jobriath... simplesmente não era bom o suficiente diante do que fora prometido. Era passável, mas para a hype formada em cima dele, ele precisaria mais do que ser mediano.
Fico feliz que ele tenha conseguido de certa forma reconstruir sua imagem em outro gênero onde ele se deu melhor, mas infelizmente sua vida foi ceifada cedo demais para que causasse algum grande impacto. No geral é uma história triste, de uma promessa nunca realmente cumprida.
Túmulo dos Vagalumes
4.6 2,2KQuando eu peguei esse filme emprestado com meu amigo, ele me avisou de que era bem triste, mas mesmo com esse aviso eu fiquei surpresa com o quão triste e pesado o filme é.
A história e o modo como ela é contada são de partir o coração, e me arrancaram lágrimas em diversos momento. É uma história muito tocante e muito triste, especialmente por saber o quão real ela é em cenários de guerra.
Impecável e muito bem feito, recomendo muito... mas prepare um lencinho pra quando for ver, porque se você for manteiga derretida como eu, vai se desmanchar em lágrimas durante boa parte do filme.
Boy George - A Vida é Meu Palco
3.6 33Eu estou em um embalo pra assistir documentários e cinebiografias de músicos, então assisti esse filme logo após descobrir a existência dele, mesmo conhecendo pouquinho sobre o Boy George.
Acho que a princípio, é meio confusa a transição temporal entre o "antes da fama" e "começo da crise" na qual o filme se passa, mas acabei me acostumando aos poucos. Gostei do foco na vida do Boy George como Bliz Kid, mas eu gostaria de ter visto mais sobre os primeiros sucessos do Culture Club também, embora eu entenda essa escolha.
Douglas Booth fez um trabalho excelente como Boy George, a melhor atuação do filme pra mim, mas acho que todos se saíram bem. Acho que o filme peca um pouco em cobrir tão pouco tempo, mas vale a pena ser visto.
E como um último comentário,
Incrível aquela cena do Bowie aparecendo no Blitz, hahaha! Gostei MUITO de não terem mostrado o rosto dele,só insinuando a figura - mantendo a mística, de certa forma. E a histeria do clube foi ótima de ver também, haha. Minha cena favorita do filme, e não só porque eu sou super fã do David Bowie.
Cracked Actor
4.5 6Há muitos anos eu queria assistir a esse filme, desde a época em que eu me tornei fã do Bowie (há uns... oito anos atrás? por aí), mas eu nunca pude porque não existe legendas desse filme na internet haha, nem mesmo em inglês. Com o passar do tempo do tempo eu esqueci dele, mas ao ver um link dele no youtube eu me lembrei que eu sou fluente em inglês há um bom tempo e que não seria um problema assistir a um documentário curtinho desses.
E esse filme é uma ótima experiência. Em certos momentos é apenas triste, porque é óbvio o quão drogado o Bowie estava nessa época e o quanto isso afetava ele negativamente (mais triste ainda saber que isso ficaria muito pior nos próximos anos), mas ao mesmo tempo é um olhar fascinante sobre ele, o artista que ele era e o jeito que ele pensava. As cenas tem um certo olhar íntimo, e mescladas com os números musicais... é realmente ótimo. Entendo porque esse documentário rendeu ao Bowie o primeiro papel de ator dele em O Homem que Caiu na Terra, porque acho que o doc seria capaz de despertar um fascínio até em alguém que não conhecesse nada sobre o Bowie.
Demônio de Neon
3.2 1,2K Assista AgoraAssisti o filme sem muitas expectativas, e talvez por causa disso mesmo eu tenha gostado, algo que talvez não tivesse acontecido se eu estivesse esperando muito dele.
A fotografia e os figurinos do filme são impecáveis - a estética de um filme não é algo fundamental pra mim, mas é certamente algo que contribuí para a experiência. A história fica super pesada em certos momentos,
Assistir diversas vezes as três temporadas do seriado 'Hannibal' fez eu me dessensibilizar de cenas de canibalismo, mas aquela cena horrível e super longa de necrofilia foi demais pra mim, horrível de assistir
Mas acho que isso só contribuí para a trama de um modo geral. Não é o melhor filme do mundo mas é certamente interessante e merece ser visto (contando que você tenha estôomago pra aguentar as mencionadas cenas fortes).
David Bowie: Five Years
4.4 21Excelente documentário e ótimas entrevistas, acabei ele assistindo ele em ordem contrária a sua contra parte (o também excelente David Bowie: The Last Five Years) e acabei gostando mais assim - já que o Bowie ainda estava vivo na época desse documentário, ele não tem um foco no luto e acaba sendo uma experiência mais leve e divertida sobre um artista tão complexo como ele era.
Flores Raras
3.8 567 Assista AgoraDe um modo geral, gostei do filme - gostei muito das atuações da Glória Pires quanto da Miranda Otto. Elas interpretam personagens - figuras reais - de um modo bem complexo, onde você tem enorme simpatia pela personagem em um momento e em outros, só uma sensação de asco.
A história das duas é bem complexa e tem várias camadas (algumas exploradas e outras não, naturalmente) mas de eu sempre gosto de ver relações homossexuais (especialmente entre duas mulheres) em filmes de época, algo ainda relativamente raro.
O maior problema do filme pra mim é que às vezes ele passa pelos acontecimentos muito rápido (leva muito pouco tempo para as duas se apaixonarem) e às vezes se arrasta demais em certos pontos. Mas de um modo geral eu gostei, acho que vale a pena conferir.
Deuses Americanos (1ª Temporada)
4.1 515 Assista AgoraMinha gente, que série fantástica! O único defeito dela é ser tão curtinha, agora tem mais tantos meses até a próxima temporada :(
David Bowie: The Last Five Years
4.4 27Enrolei alguns meses para assistir a esse doc, apesar de vontade não faltar. Eu sou muito fã do David Bowie, que teve uma influência enorme sobre mim, e a morte dele no último ano me abalou bastante, então demorei um pouquinho pra criar a coragem de ver... mas fico feliz em ter feito.
Eu normalmente sou bem manteiga derretida e já confesso que chorei muito nos primeiros dez minutos, e também nos dez últimos minutos (as partes sobre o clipe de Lazarus me destruíram), mas no geral gostei muito, achei ótimo saber mais detalhes da produção do The Next Day e do Blackstar, porque eu realmente não sabia quase nada deles - como diz no próprio doc, o Bowie fez de tudo pra manter esse projeto secreto. E ainda bem que deu certo né :'D
Acho que como fã (e talvez até pra quem não seja) vale muito a pena ver, e se deixar ser levado das lágrimas ao riso nessa forma de despedida.
T2: Trainspotting
4.0 695 Assista AgoraTava muito ansiosa pra assistir esse filme desde que anunciaram a produção, e dessa vez minhas expectativas não foram frustradas, gostei muito do filme.
Normalmente tenho certa reserva com continuações feitas tantos anos após a obra original, mas T2: Trainspotting funciona bem. O filme equilibra muito bem uma nova história com personagens antigos, equilibra muito bem a nostalgia, os elementos antigos e os novos.
E meu crush eterno no Ewan McGregor continua vivo e forte <3
Moonlight: Sob a Luz do Luar
4.1 2,4K Assista AgoraFaz alguns meses que eu queria assistir Moonlight, desde pelo menos outubro quando eu ouvi falar dele pela primeira vez, então eu fui acompanhando com alegria o espaço que esse filme foi ganhando, e agora eu finalmente consegui vê-lo, após tanta espera.
Mas digo que a espera valeu a pena.
Moonlight é de uma sensibilidade incrível. Ele é contemplativo, delicado. É também honesto e brutal e tristemente realista em certos momentos, mas não deixa de ser belo por isso.
A trajetória de Chiron ao longo da infância, adolescência e a fase adulta é tão bem feita, e todos os pedaços se encaixam. Você consegue sentir a solidão de Chiron em todos os momentos, sua dificuldade de apenas existir, mas você também consegue acompanhar a evolução, o que ele ganha e o que ele perde com as experiências que a vida lhe proporciona.
De um ponto de vista mais técnico, ele também é lindo. Me apaixonei pela fotografia, especialmente pelos tons de azul e de laranja que sempre tocam a pele de Chiron que se tornam uma parte marcante da identidade visual do filme. As atuações de todos os atores são ótimas, e por mais que o filme não tenha um ritmo rápido, eu não achei que ele é cansativo ou arrastado demais.
Filmes retratando com respeito e dignidade um romance gay ainda não são tantos, mas são ainda mais raros filmes que tratam respeitosamente um romance gay e composto de um elenco inteiramente formado de pessoas negras. Moonlight merece cada elogio que ganhou, cada prêmio e destaque; merece ser visto e ser lembrado.
O Grande Gatsby
3.9 2,7K Assista Agora"They're a rotten crowd. You're worth the whole damn bunch put together!"
Eu li o livro recentemente, e estou chocada com o quão fiel essa adaptação foi, certamente uma das melhores transições de literatura para o cinema que eu já vi.
A trilha sonora me deixou um pouco desorientada no começo, confesso, mas uma vez que você aceita o estranhamento se quebra. De certa forma é uma escolha interessante, porque o livro me passou uma impressão de ser absurdamente moderno apesar de se passar na década de 20, e essa trilha sonora deu o mesmo sentimento ao filme.
As cores exuberantes, os figurinos dão uma materialização incrível a aqueles personagens e aquele clima rico e superficial que o livro retrata tão bem, e os atores estão excelentes em seu papel.
E assim como no livro, sinto sempre tanta pena do Gatsby. Ele tinha seus defeitos mas tinha um bom coração, diferente de 90% dos outros personagens
De forma geral gostei muto do filme e de todos os seus detalhes, com certeza vale a pena conferir.
Mr. Robot (1ª Temporada)
4.5 1,0KEu tinha uma vontade enorme de ver Mr. Robot desde o ano passado, quando eu lembro de ler um artigo comentando que séries como Mr. Robot e Hannibal são seriados muito baseados em destruição - especialmente auto-destruição - e já sou fã de Hannibal há tempos, mas fiquei muito curiosa para ver como isso se manifestaria em Mr. Robot.
E mesmo que eu tenha demorado um tempo para ver, não estou nada decepcionada.
Mr. Robot é uma série fantástica, provavelmente a melhor que eu assisti esse ano. O roteiro, o entrosamento entre os atores, e mesmo os aspectos técnicos como enquadramentos, movimento de câmera e montagem se complementam de um jeito incrível. Tudo funciona tão bem aqui.
Eu normalmente demoro para assistir séries, mas eu vi a primeira temporada de Mr. Robot em apenas quatro dias, porque não conseguia ficar muito tempo sem saber o que estava acontecendo. A série trabalha com alguns cliffhangers, mas trabalha especialmente com a curiosidade do espectador em saber mais e mais sobre o que está acontecendo no meio daquele caos.
E como citei no começo, destruição é realmente um tema comum aqui. É de certa forma o tema geral da trama - destruição do sistema, destruição da sociedade - mas é também um tema para a série como um todo. Destruição dos personagens, das expectativas que temos em relação a eles.
Eu achei incrível a revelação de que o Mr. Robot era o Elliot, porque um dos meus recursos narrativos favoritos é o Narrador Não Confiável, porque foi realmente inesperado pra mim. E adorei a referência ao Clube da Luta no episódio 9, com a versão instrumental de Where's My Mind, haha
No geral foi uma primeira temporada excelente, vou começar logo a segunda e espero que a qualidade se mantenha.
Carol
3.9 1,5K Assista AgoraNão sei porque demorei tanto tempo para assistir Carol, sendo que eu gosto tanto dos trabalhos do Todd Haynes. Carol é um filme lindíssimo, que merece ser visto várias vezes.
Adorei a delicadeza do romance entre as protagonistas. O romance delas se constrói de forma lenta e gentil, mas a paixão entre elas é real e palpável, e me fez sentir pelas duas durantes essas duas horas de filme.
Gosto muito de todo o clima do filme, da trilha e da fotografia, mas sem dúvidas é a relação das personagens principais que realmente me conquistou.
Entre o Bem e o Mal
3.8 58Comecei a assistir esse filme sem saber quase nada sobre ele, sem muitas pretensões, e fui surpreendida. Humor extremamente ácido, que funciona muito bem para esse roteiro e esses personagens, e com uma história que se torna até bonita ao longo de sua jornada.
Coco Chanel & Igor Stravinsky
3.6 110Ando percorrendo os filmes da filmografia do Mads Mikkelsen, e este aqui me chamou a atenção e resolvi assistir. É um bom filme - um filme bem devagar, mas isso não é algo ruim. A lentidão é bem adequada com a história do filme e a personalidade dos personagens principais.
Apesar de ser feito com base em figuras reais, o filme não tem a pretensão de se passar por uma biografia - o que acho que foi uma escolha sábia. O filme é menos uma biografia sobre Stravinsky e Chanel, e mais o relato de uma história em particular, de um momento específico na vida deles.
A Chanel da Anna Mouglalis foi boa, ainda que não excepcionalmente notável para mim, e eu também gostei do Stravinsky do Mads Mikkelsen - ele é um personagem bem quieto e retraído e isso talvez fosse um problema para alguns atores, mas o Mads Mikkelsen é excelente com micro expressões e ele foi capaz de comunicar os muitos sentimentos do Stravinsky sem problema algum.
Mas acho que o que mais me chamou a atenção no filme foi a fotografia e a montagem, especialmente a montagem. Escolhas bem audaciosas de ângulos estranhos mas bonitos, várias cenas aleatórias de personagens olhando diretamente para a câmera em momentos aleatórios que realmente funcionaram bem pra mim.
De modo geral pra mim foi um bom filme, lento sem ser chato.
Wonderfalls (1ª Temporada)
4.3 19Ah, que série mais fofa e lindinha do começo ao fim! Tem um clima tão legal, me apaixonei do começo até o fim, é só realmente uma pena ser apenas uma temporada.
Ando bem apaixonada por todas as séries que o Bryan Fuller fez. Ele tem um estilo bem único que dá pra ver em cada uma delas, por mais que as temáticas sejam diferentes, e com Wonderfalls não foi diferente. <3