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Últimas opiniões enviadas

  • Carlos

    Pelo que vi, as opiniões sobre este filme se dividiram bastante, quem gostou, amou; e quem não gostou, achou horroroso. Eu fiquei no meio termo, nem tanto ao céu nem tanto ao inferno. Um filme razoável, chamaria ele até de covarde, mas não sei se espero coragem de um filme todo favorito ao Oscar.

    É um filme que propositadamente tenta se espalhar por milhões de temas que estão na moda (violência contra a mulher, pedofilia na Igreja Católica, discriminação racial, violência do exército americano no Oriente Médio) com temas já batidos (relação conflituosa entre pais e filhos adolescentes, sátira do americano rural); mas que não aprofunda nada. É um grande mosaico raso que apenas respinga à superfície de um monte de assuntos, sem se aprofundar em nenhum e sem trazer nada de novo e produtivo ao debate em nenhum dos temas que ele tenta abordar. Ainda que a atuação da Frances McDormand chame de fato à atenção, nem a personagem dela foi aprofundada e discutida. Ou seja, um filme raso, mas não sei se daria para se esperar algo diferente do filme. Há a questão da mulher que luta por uma causa e que todos vão contra ela, mas Erin Brockovich já fez isso há 18 anos atrás. Posso até estar sendo excessivamente duro, mas muitas vezes durante o filme, lembrei-me da jornada de Erin Brockovich.

    Li em alguns lugares que lembra Fargo e a filmografia dos irmãos Coen, mas essa comparação acho que fica apenas, novamente, na superfície. Os Coen, como fizeram em Fargo ou em No Country for Old Men (para falar de Oscar), teriam apresentado toques muito mais cruéis e um humor muito mais perverso à narrativa. Não imagino em um filmes deles que um personagem repulsivo, como aquele policial estúpido e racista, mude totalmente a sua personalidade por uma carta de um suicida dizendo que o que falta à esse policial é amor.

    Mas, o filme entretém. Apesar do roteiro meio esquizofrênico, a história é bacana, o roteiro faz o espectador prender a atenção durante o filme, alguns "plot-twist" (odeio esse termo) bem colocados contribuem para isso, há algumas cenas muito bem dirigidas (a cena quixotesca dos incêndios dos outdoors é bem interessante), acho que há bons momentos (eu gostei bastante da conclusão e de algumas pontas que ficam soltas), é um filme ok, senão se esperar muito dele. Vale a sessão no cinema e satisfaz, ainda que essa satisfação seja apenas imediata e esquecível.

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  • Carlos

    É um baita clichê o que vou dizer, mas 120 bpm é um filme de camadas.
    Você consegue analisar o filme por vários pontos, a questão homossexual na França (e no mundo); o HIV no final dos anos 80/início dos anos 90; a questão do que é a militância política, tanto ao nível de grupo e das relações dentro dele, quanto ao nível mais intimista e pessoal; a questão das indústrias farmacêuticas que tomam aquelas atitudes em todas as doenças que têm um amplo mercado consumidor (na Europa e nos EUA; se fosse nos outros continentes, ia ser muito pior; vide que essas indústrias investem muito pouco em pesquisas para fármacos de doenças tropicais). Além, é claro, das cenas das festas que são maravilhosas.

    Comentário contando partes do filme. Mostrar.

    E, no que eu achei uma puta cutucada no público, é fazer um filme cíclico, iniciando e terminando o filme com uma morte. Na primeira, os membros da Act Up! dão o informe e nós nem nos importamos, já a segunda, a do Sean, nós nos compadecemos enormemente, apenas porque acompanhamos a sua trajetória. Ou seja, só se importa com que o que se conhece, mesmo o terrível resultado, a morte, sendo o mesmo. E, esse ciclo continuará, porque em uma das cenas finais, eles estão discutindo o que vão falar do Sean na reunião que conterá, como no início do filme, novos ativistas, que não o conheceram.

    Curiosamente, mas agora num nível mais pessoal, achei que o Campillo, de modo semelhante ao Haneke em A fita branca, conseguiu fazer de uma questão que já era grande o suficiente, se tornar praticamente universal. No caso de 120 bpm, fez da Act Up! um exemplo de como são os acertos, erros e contradições de qualquer grupo militante envolvido como uma questão especial. No caso da A Fita Branca, Haneke fez das origens do nazismo naquela vila um exemplo para origem da intolerância e o ódio em grupos isolados. Pelo que andei lendo, o Campillo, que foi membro da Act Up! fez o filme exatamente para tentar descrever fielmente os bastidores da Act Up! em Paris para fazer refletir as questões militantes dos mais diversos grupos políticos.

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  • Carlos

    Apesar de muitos terem falado disso aqui já, vou reiterar que é um excelente filme, do mesmo nível que o seu predecessor de 1982. Uma ou outra coisa nessa comparação pode favorecer o filme anterior, mas de modo geral, são ambos do mesmo nível, com o mesmo clima, o mesmo suspense e a mesma imersão. Ouvi muita gente falando que saiu da sala de cinema porque achou chato; de fato, nenhum Blade Runner é um filme de ação; é um filme de suspense, um noir pós-apocalíptico focado nas transformações filosóficas pessoais de cada personagem. Neste aqui ainda, o melhor da obra do Villeneuve encontra um espaço perfeito para sua exibição: a construção de um enredo imersivo, claustrofóbico com diálogos curtos e introspectivos. Ainda que proponha algum debate filosófico, ele não é profundo e nem complexo; é bem fácil de acompanhar, sobretudo neste mais recente, já que no anterior eu acredito que tenha sido um pouco melhor trabalhado. Na minha opinião pessoal, preferia o espaço para interpretação pessoal que havia no filme de 1982 do que receber as coisas um pouco mais mastigadas neste de 2017.
    Generalizações são perigosas mas, acredito que todos que saíram da sessão ou que acharam chato ou ainda que a história deveria ser mais curta são pessoas que não conheciam o Blade Runner de 1982. São filmes que pouco se importam com a ação, focam-se na imersão de cada espectador em um universo fictício e em suas sensações dentro dele.

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