Espantado com como as pessoas apreciaram. É tão sociedade do espetáculo. Tão apelativo. Tão melodrama. Eu não vou escrever muito aqui e espero que não levem o comentário a mal. Aliás, ela pinta muito bem.
Na época que foi lançado eu não quis assistir pois me pareceu só um produto para arrancar mais dinheiro de fãs de uma saga bilionária, contudo, assistindo hoje pela primeira vez, posso dizer que realmente é só disso que se trata. Filme sem a mínima conexão com o que foi apresentado na saga Harry Potter (pensando em links narrativos, objetos e criaturas que já conhecemos e poderiam ter sido reintroduzidas, e etc). Se o filme tivesse um outro nome qualquer, como uma história nova e independente, passaria batido. Uma das piores atuações de Eddie Redmayne que eu já vi.
Quando assisti na época eu achei uma verdadeira cópia da personagem X-23 (Laura Kinney) do X-Men. Aquela que é tipo uma filha/clone do Wolverine. Agora há pouco me surpreendi de não achar comentários sobre isso na internet. Quem pensou isso também?
Esse filme é pra quem acha que brasileiros héteros, brancos, de classe média, conectados com sua ancestralidade mística, festeiros e sem trabalho ou estudo não sofrem! Principalmente os homens! Vamos ver o lado bonito das coisas, como o amor entre as mulheres e como a nudez das atrizes trouxe um universo só delas pra obra de arte cinematográfica nacional. E pra quem ainda tem dúvida: existe beijo técnico sim! Seja ele na boca, seja ele nos peitos!
Não recomendo de forma alguma. Primeira parte do filme parece um roteiro feito por um escritor de telenovelas que acabou lendo um livro de horror por acidente enquanto fazia mais uma trama sobre os ricos do nosso Brasil. A segunda parte (sim, do mesmo filme) parece uma produção direcionada ao público infantil que adultos sem noção irão mandar as crianças assistirem, pois é um filme infantil, mas elas vão odiar. Sério gente, Marjorie é uma boa atriz, faz um bom trabalho, mas salvar o filme é impossível. Uma certa multidão no final do filme mesmo me deu uma vergonha alheia. Estou de cara!
Como reagir a esse filme se rola uma identificação etária, e, consequentemente, um bom número de identificações situacionais? Realmente não consigo colocar em palavras neste momento o que esse filme magnífico suscitou em mim. De uma sensibilidade cinematográfica encantadora e dolorosa. Dica para quem está em dúvida se assiste: não acredite no filme que é vendido no trailer, é muito mais profundo, hehe.
Um filme cheio de sutilezas tão significativas e potentes, aspecto que pode passar despercebido por uma sociedade pasteurizada como a atual. As imagens são belíssimas, tanto quando apresenta pessoas, quanto quando apresenta paisagens. Alguns espaços vazios filmados são tão significativos. As personalidades dos personagens são marcadas, evidenciando como uma família pode ser repleta de diversidade. É daqueles filmes em que as crianças não diminuem a profundidade do filme, mas pelo contrário, criam relações substanciais com os adultos e trazem uma forte nostalgia ao espectador. Belfast retrata como nossa biografia é tecida com o espaço físico e como pode ser difícil mudar. Amei o humor do avô, que é inteligente e engraçado. Filme que vale muito a pena, assim como a trilha sonora.
Documentário mais ficcional que esse, impossível! Que falso! Pior é que ele escancara como tudo é montado e planejado para ter um impacto estético desprovido de conteúdo e ainda tem tanta gente apreciando. Arte pela arte.
Espantado com o quão aclamado o filme é. Acredito que é um daqueles filmes que alguém muito respeitado falou bem e ninguém mais teve coragem de falar o contrário, agora todo mundo se força a ressaltar as qualidades do filme para justificar a boa avaliação. Fotografia muito boa, por outro lado, roteiro previsível, entediante e arrastado.
Aprecio o trabalho da PJ Harvey, contudo, o processo dela não fez algum sentido para mim. Eu não entendi o que a motivou a procurar esses povos e essas localidades específicas. Não consegui relacionar a pessoa dela com os contextos e as situações. Senti falta de conexões para além da gentileza dela com os demais. Eu tive a impressão de ver uma antropóloga interessada na cultura do outro como algo exótico. Acredito até que seja algo comum no comportamento de muitos europeus. Senti que ela recolheu coisas interessantes e criou um álbum com aquilo, sem compartilhar algo com esses lugares e pessoas. Um tipo de apropriação/uso/consumo. Acredito que cheia de boas intenções, mas para mim, no fim, é forma sem conteúdo. Talvez só conversando com ela para entender. Curioso, mudou meu olhar para o álbum de uma maneira um pouco negativa.
Sublime e grotesco. Se você é uma pessoa que não pensa minimamente sobre a humanidade (qualidade de humano) seu conceito sobre o filme terá tendências depreciativas. O filme é interessantíssimo e foge a qualquer classificação que tentaram dar para o filme. Fiquei com uma sensação de angústia na maior parte do filme e não sabia explicar a razão, até porque a narrativa não trazia necessariamente algo que justificasse esse sentimento em certos momentos. Achei que isso mostrou como o filme está bem construído e sua atmosfera transmite sensações poderosas e que, acredito, têm relação com as questões da personagem. Potentes reflexões sobre a maldade. Também achei interessante para pensarmos o que nós temos de animal. Muitas vezes não nos permitimos perceber o mundo através de sentidos como o olfato, paladar e tato (sociedade imagética), bem como não confiamos quando "sentimos cheiro da mentira". Fotografia primorosa. Bom enlace das histórias paralelas da trama. Filme marcante! Reva/Tina é uma personagem admiravelmente doce. Paisagem sueca melancolicamente linda, assim como a fotografia impecável. Lembrem-se, o nome dela é REVA!
"A arte conceitual é boa só quando a ideia é boa." (Contém ironia e para entender vai ter que assistir o filme). É isso galera, não precisa de mais nada. Se alguém encher o saco você usa uma boa combinação de palavras bem abstratas que sua "arte pela arte" tá legitimada.
É insistente a representação do Van Gogh como o pintor louco, triste e pobre. Artistas e sofrimento são romantizados (no pior sentido da palavra) há muito tempo, inclusive algumas pessoas acreditam que a arte dependa dessa dor para ser produzida. Esse filme possui cenas estonteantes, contudo, possui um enredo que coloca o Van Gogh em um melodrama. Vários pontos me irritaram, principalmente por serem discrepantes com relação às cartas que Vincent trocava com o seu irmão, Théo, onde ela relatou muitos anos de sua vida. Não vou me ater aos pontos onde discordo sobre as representações no mínimo estranhas de Gauguin ou Dr. Rey, nem do Van Gogh como alguém que tem problemas com crianças, comete um estupro, passa por tratamentos médicos desumanos e se vê como Jesus Cristo, pois talvez eu não tenha lido suficiente para ter me deparado com isso (vou pesquisar melhor), mas a relação com seu irmão me parece absurda. Lendo as cartas é possível perceber como Théo é terno, gentil, amoroso e compreensível com o irmão e seu ofício, contudo, o filme o representa como "um homem de negócios" que é distante e indiferente. Van Gogh viajou por tantos lugares, teve algumas profissões, se esforçou para usar a religião de uma maneira boa, se relacionou com operários e camponeses, refletiu sobre pintores e técnicas de arte, queria construir um lugar que pudesse acolher artistas, falou sobre as condições de sobrevivência na arte... Por que reforçar o estigma do homem sofredor e incompreendido se ele fez tantas coisas e expressou diversos sentimentos? Não recomendo esse filme.
É atuação! Não é uma mentira, não é uma performance... É o ofício do ator fora da ficção. Augusto Boal entenderia. O filme foi cada vez mais ganhando a minha atenção até acabar com uma cena atual e sublime.
Muito interessante saber mais sobre a trajetória do John Waters. Ele trabalhou com tanta gente bacana, gostei dos registros e entrevistas. Gostei muito de ver uma Divine concentrada em falar sobre o seu trabalho. Eu nunca tinha procurado saber se o cocô de cachorro no Pink Flamingos é real ou não! Assistam pra saber! Pena que o documentário não aborda o Female Trouble.
Acreditem, é um ótimo documentário! Ele passa por tantas questões importantes e potentes. Algo muito interessante aqui é perceber como elementos da cultura gay se integram a outros grupos de pessoas. O documentário aborda questões mais conhecidas como a luta por direitos, preconceitos e a descoberta do HIV, assim como questões abordadas de maneira inédita como o olhar sobre a pornografia, espaços alternativos da comunidade gay (além de bares e boates) e mercado. O filme faz repensar muito em como eram as relações antigamente e como elas são hoje. Fez eu repensar sobre pornografia e seu papel antigamente e na atualidade (papeis muito diferentes, ao meu ver). O filme também mostra um período histórico onde o governo dos EUA apresentava um conservadorismo que defendia uma configuração de família nada plural. Algumas medidas eram justificadas "pelo bem do modelo de família" imposto. Semelhanças com alguma situação vivida no Brasil? E falando em família, a família Mason é apresentada e tem uma história muito interessante. É muito legal perceber como a vida pode ser imprevisível. As experiências compartilhadas por eles, pelos filhos e pela rede de pessoas que passaram pela Circus of books adicionam uma sensação de humanidade muito sincera ao documentário. Vale muito a pena! É deleitar e instruir. Ressalto que tem uma boa trilha sonora, fotografia, imagens caseiras e imagens históricas selecionadas.
O filme é muito interessante. É impressionante como a maioria das críticas é negativa. Pensei sobre isso e o que eu pude constatar é que: 1) muitas pessoas não respeitam o modo de lidar com a dor em outras culturas, esperam reações estereotipadas. Não existe um modo certo de lidar com a dor. Alguns vão expressar sofrimento, outros vão internalizar e dar vazão de outra maneira. 2) O filme aborda vários tabus como morte, homossexualidade, amor parental e etc. Quem não se permite refletir minimamente se sente mal (elaborem isso). 3) Relações entre homens gays incomodam muita gente. Principalmente homens heterossexuais. Poderia continuar listando, mas não vou me estender. Filme sutil, cotidiano, sensível e necessário. A vida pode ter momentos muito difíceis e é necessário se esforçar pelos bons momentos enquanto podemos. Fragilidades na saúde fazem uma pessoa repensar sobre as coisas que poderia ter aproveitado. Acredito que o filme seja um bom lembrete para que possamos viver o presente.
O roteiro do filme é bem interessante. Bem construído. A fotografia do filme é subexposta de uma maneira ruim. Várias cenas, ao meu ver, não funcionam com o recurso. Exagero na tentativa de criar uma atmosfera soturna, apresentando imagens que praticamente não transmitem alguma mensagem. Acho que a fotografia errou feio e prejudicou bastante o filme. Se a escolha fosse boa o poster não teria essa edição tão diferente da fotografia do filme. Ótimo elenco escondido na penumbra. Elle Fanning sendo a mesma personagem que ela é em quase todos os filmes que faz, só trocando o figurino.
Vou pontuar duas coisas que acho interessante nesse filme (não são as únicas que eu poderia escrever): É muito interessante quando um filme mostra outra manifestação artística. As rotinas, os ensaios, as pessoas que trabalham com aquilo... Uma metalinguagem. Coisas que muitas pessoas fora do meio não sabem. Mesmo a obra sendo uma ficção ela mostra coisas que acontecem em companhias. Outra coisa legal é mostrar a relação entre arte e ritual. Isso é algo ainda presente para algumas pessoas que dançam e gostei de ver isso, mesmo que nessa amplitude fantástica, digamos.
Coringa: Delírio a Dois
64Preguiça de pensar em ver filme com Lady Gaga. Puro business, pouca arte.
A Artista e o Ladrão
4.1 22Espantado com como as pessoas apreciaram. É tão sociedade do espetáculo. Tão apelativo. Tão melodrama. Eu não vou escrever muito aqui e espero que não levem o comentário a mal. Aliás, ela pinta muito bem.
Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes
3.7 342 Assista AgoraRachel Zegler: péssima.
Animais Fantásticos e Onde Habitam
4.0 2,2K Assista AgoraNa época que foi lançado eu não quis assistir pois me pareceu só um produto para arrancar mais dinheiro de fãs de uma saga bilionária, contudo, assistindo hoje pela primeira vez, posso dizer que realmente é só disso que se trata. Filme sem a mínima conexão com o que foi apresentado na saga Harry Potter (pensando em links narrativos, objetos e criaturas que já conhecemos e poderiam ter sido reintroduzidas, e etc). Se o filme tivesse um outro nome qualquer, como uma história nova e independente, passaria batido. Uma das piores atuações de Eddie Redmayne que eu já vi.
X-Men 2
3.5 783 Assista AgoraLembro de achar a Lady Letal (Lady Deathstrike) muito interessante!
Hanna
3.5 945 Assista AgoraQuando assisti na época eu achei uma verdadeira cópia da personagem X-23 (Laura Kinney) do X-Men. Aquela que é tipo uma filha/clone do Wolverine. Agora há pouco me surpreendi de não achar comentários sobre isso na internet. Quem pensou isso também?
Paraísos Artificiais
3.2 1,8K Assista AgoraEsse filme é pra quem acha que brasileiros héteros, brancos, de classe média, conectados com sua ancestralidade mística, festeiros e sem trabalho ou estudo não sofrem! Principalmente os homens! Vamos ver o lado bonito das coisas, como o amor entre as mulheres e como a nudez das atrizes trouxe um universo só delas pra obra de arte cinematográfica nacional. E pra quem ainda tem dúvida: existe beijo técnico sim! Seja ele na boca, seja ele nos peitos!
Se Organizar Direitinho…
3.1 55 Assista AgoraMuito mais romântico do que a premissa. Chega a ser um pouco contraditório. Boa trilha sonora!
Nunca Fui Santa
3.7 296Tinha que passar na Sessão da tarde! O Brasil seria melhor assim. Estou brincando mas eu falo sério!
As Boas Maneiras
3.5 647 Assista AgoraNão recomendo de forma alguma. Primeira parte do filme parece um roteiro feito por um escritor de telenovelas que acabou lendo um livro de horror por acidente enquanto fazia mais uma trama sobre os ricos do nosso Brasil. A segunda parte (sim, do mesmo filme) parece uma produção direcionada ao público infantil que adultos sem noção irão mandar as crianças assistirem, pois é um filme infantil, mas elas vão odiar. Sério gente, Marjorie é uma boa atriz, faz um bom trabalho, mas salvar o filme é impossível. Uma certa multidão no final do filme mesmo me deu uma vergonha alheia. Estou de cara!
A Pior Pessoa do Mundo
4.0 601 Assista AgoraComo reagir a esse filme se rola uma identificação etária, e, consequentemente, um bom número de identificações situacionais? Realmente não consigo colocar em palavras neste momento o que esse filme magnífico suscitou em mim. De uma sensibilidade cinematográfica encantadora e dolorosa. Dica para quem está em dúvida se assiste: não acredite no filme que é vendido no trailer, é muito mais profundo, hehe.
Belfast
3.5 291 Assista AgoraUm filme cheio de sutilezas tão significativas e potentes, aspecto que pode passar despercebido por uma sociedade pasteurizada como a atual. As imagens são belíssimas, tanto quando apresenta pessoas, quanto quando apresenta paisagens. Alguns espaços vazios filmados são tão significativos. As personalidades dos personagens são marcadas, evidenciando como uma família pode ser repleta de diversidade. É daqueles filmes em que as crianças não diminuem a profundidade do filme, mas pelo contrário, criam relações substanciais com os adultos e trazem uma forte nostalgia ao espectador. Belfast retrata como nossa biografia é tecida com o espaço físico e como pode ser difícil mudar. Amei o humor do avô, que é inteligente e engraçado. Filme que vale muito a pena, assim como a trilha sonora.
Espaço Além - Marina Abramović e o Brasil
4.3 131Documentário mais ficcional que esse, impossível! Que falso! Pior é que ele escancara como tudo é montado e planejado para ter um impacto estético desprovido de conteúdo e ainda tem tanta gente apreciando. Arte pela arte.
Daunbailó
4.1 133 Assista AgoraEspantado com o quão aclamado o filme é. Acredito que é um daqueles filmes que alguém muito respeitado falou bem e ninguém mais teve coragem de falar o contrário, agora todo mundo se força a ressaltar as qualidades do filme para justificar a boa avaliação. Fotografia muito boa, por outro lado, roteiro previsível, entediante e arrastado.
PJ Harvey: Um Cão Chamado Dinheiro
3.3 12Aprecio o trabalho da PJ Harvey, contudo, o processo dela não fez algum sentido para mim. Eu não entendi o que a motivou a procurar esses povos e essas localidades específicas. Não consegui relacionar a pessoa dela com os contextos e as situações. Senti falta de conexões para além da gentileza dela com os demais. Eu tive a impressão de ver uma antropóloga interessada na cultura do outro como algo exótico. Acredito até que seja algo comum no comportamento de muitos europeus. Senti que ela recolheu coisas interessantes e criou um álbum com aquilo, sem compartilhar algo com esses lugares e pessoas. Um tipo de apropriação/uso/consumo. Acredito que cheia de boas intenções, mas para mim, no fim, é forma sem conteúdo. Talvez só conversando com ela para entender. Curioso, mudou meu olhar para o álbum de uma maneira um pouco negativa.
Border
3.6 219Sublime e grotesco. Se você é uma pessoa que não pensa minimamente sobre a humanidade (qualidade de humano) seu conceito sobre o filme terá tendências depreciativas. O filme é interessantíssimo e foge a qualquer classificação que tentaram dar para o filme. Fiquei com uma sensação de angústia na maior parte do filme e não sabia explicar a razão, até porque a narrativa não trazia necessariamente algo que justificasse esse sentimento em certos momentos. Achei que isso mostrou como o filme está bem construído e sua atmosfera transmite sensações poderosas e que, acredito, têm relação com as questões da personagem. Potentes reflexões sobre a maldade. Também achei interessante para pensarmos o que nós temos de animal. Muitas vezes não nos permitimos perceber o mundo através de sentidos como o olfato, paladar e tato (sociedade imagética), bem como não confiamos quando "sentimos cheiro da mentira". Fotografia primorosa. Bom enlace das histórias paralelas da trama. Filme marcante! Reva/Tina é uma personagem admiravelmente doce. Paisagem sueca melancolicamente linda, assim como a fotografia impecável. Lembrem-se, o nome dela é REVA!
Manifesto
3.7 116 Assista Agora"A arte conceitual é boa só quando a ideia é boa." (Contém ironia e para entender vai ter que assistir o filme). É isso galera, não precisa de mais nada. Se alguém encher o saco você usa uma boa combinação de palavras bem abstratas que sua "arte pela arte" tá legitimada.
No Portal da Eternidade
3.8 348 Assista AgoraÉ insistente a representação do Van Gogh como o pintor louco, triste e pobre. Artistas e sofrimento são romantizados (no pior sentido da palavra) há muito tempo, inclusive algumas pessoas acreditam que a arte dependa dessa dor para ser produzida. Esse filme possui cenas estonteantes, contudo, possui um enredo que coloca o Van Gogh em um melodrama. Vários pontos me irritaram, principalmente por serem discrepantes com relação às cartas que Vincent trocava com o seu irmão, Théo, onde ela relatou muitos anos de sua vida. Não vou me ater aos pontos onde discordo sobre as representações no mínimo estranhas de Gauguin ou Dr. Rey, nem do Van Gogh como alguém que tem problemas com crianças, comete um estupro, passa por tratamentos médicos desumanos e se vê como Jesus Cristo, pois talvez eu não tenha lido suficiente para ter me deparado com isso (vou pesquisar melhor), mas a relação com seu irmão me parece absurda. Lendo as cartas é possível perceber como Théo é terno, gentil, amoroso e compreensível com o irmão e seu ofício, contudo, o filme o representa como "um homem de negócios" que é distante e indiferente. Van Gogh viajou por tantos lugares, teve algumas profissões, se esforçou para usar a religião de uma maneira boa, se relacionou com operários e camponeses, refletiu sobre pintores e técnicas de arte, queria construir um lugar que pudesse acolher artistas, falou sobre as condições de sobrevivência na arte... Por que reforçar o estigma do homem sofredor e incompreendido se ele fez tantas coisas e expressou diversos sentimentos? Não recomendo esse filme.
Close Up
4.3 117É atuação! Não é uma mentira, não é uma performance... É o ofício do ator fora da ficção. Augusto Boal entenderia. O filme foi cada vez mais ganhando a minha atenção até acabar com uma cena atual e sublime.
Divine Trash
4.1 7Muito interessante saber mais sobre a trajetória do John Waters. Ele trabalhou com tanta gente bacana, gostei dos registros e entrevistas. Gostei muito de ver uma Divine concentrada em falar sobre o seu trabalho. Eu nunca tinha procurado saber se o cocô de cachorro no Pink Flamingos é real ou não! Assistam pra saber! Pena que o documentário não aborda o Female Trouble.
Atrás da Estante
3.6 52Acreditem, é um ótimo documentário! Ele passa por tantas questões importantes e potentes. Algo muito interessante aqui é perceber como elementos da cultura gay se integram a outros grupos de pessoas. O documentário aborda questões mais conhecidas como a luta por direitos, preconceitos e a descoberta do HIV, assim como questões abordadas de maneira inédita como o olhar sobre a pornografia, espaços alternativos da comunidade gay (além de bares e boates) e mercado. O filme faz repensar muito em como eram as relações antigamente e como elas são hoje. Fez eu repensar sobre pornografia e seu papel antigamente e na atualidade (papeis muito diferentes, ao meu ver). O filme também mostra um período histórico onde o governo dos EUA apresentava um conservadorismo que defendia uma configuração de família nada plural. Algumas medidas eram justificadas "pelo bem do modelo de família" imposto. Semelhanças com alguma situação vivida no Brasil? E falando em família, a família Mason é apresentada e tem uma história muito interessante. É muito legal perceber como a vida pode ser imprevisível. As experiências compartilhadas por eles, pelos filhos e pela rede de pessoas que passaram pela Circus of books adicionam uma sensação de humanidade muito sincera ao documentário. Vale muito a pena! É deleitar e instruir. Ressalto que tem uma boa trilha sonora, fotografia, imagens caseiras e imagens históricas selecionadas.
Irmãos
3.3 33O filme é muito interessante. É impressionante como a maioria das críticas é negativa. Pensei sobre isso e o que eu pude constatar é que: 1) muitas pessoas não respeitam o modo de lidar com a dor em outras culturas, esperam reações estereotipadas. Não existe um modo certo de lidar com a dor. Alguns vão expressar sofrimento, outros vão internalizar e dar vazão de outra maneira. 2) O filme aborda vários tabus como morte, homossexualidade, amor parental e etc. Quem não se permite refletir minimamente se sente mal (elaborem isso). 3) Relações entre homens gays incomodam muita gente. Principalmente homens heterossexuais. Poderia continuar listando, mas não vou me estender. Filme sutil, cotidiano, sensível e necessário. A vida pode ter momentos muito difíceis e é necessário se esforçar pelos bons momentos enquanto podemos. Fragilidades na saúde fazem uma pessoa repensar sobre as coisas que poderia ter aproveitado. Acredito que o filme seja um bom lembrete para que possamos viver o presente.
O Estranho que Nós Amamos
3.2 615O roteiro do filme é bem interessante. Bem construído. A fotografia do filme é subexposta de uma maneira ruim. Várias cenas, ao meu ver, não funcionam com o recurso. Exagero na tentativa de criar uma atmosfera soturna, apresentando imagens que praticamente não transmitem alguma mensagem. Acho que a fotografia errou feio e prejudicou bastante o filme. Se a escolha fosse boa o poster não teria essa edição tão diferente da fotografia do filme. Ótimo elenco escondido na penumbra. Elle Fanning sendo a mesma personagem que ela é em quase todos os filmes que faz, só trocando o figurino.
Suspíria: A Dança do Medo
3.7 1,2K Assista AgoraVou pontuar duas coisas que acho interessante nesse filme (não são as únicas que eu poderia escrever): É muito interessante quando um filme mostra outra manifestação artística. As rotinas, os ensaios, as pessoas que trabalham com aquilo... Uma metalinguagem. Coisas que muitas pessoas fora do meio não sabem. Mesmo a obra sendo uma ficção ela mostra coisas que acontecem em companhias. Outra coisa legal é mostrar a relação entre arte e ritual. Isso é algo ainda presente para algumas pessoas que dançam e gostei de ver isso, mesmo que nessa amplitude fantástica, digamos.