A Disney ainda dá pro gasto, acompanha o mercado e produz bons filmes, de consumo imediato, mas jamais vai voltar a fazer obras de arte como esta e outras dos anos 50/60, uma era com Clyde Geronimi, Les Clark, Marc Davis e Walt Disney. Qualquer documentário ou entrevista sobre o filme mostra pq ele é a obra prima do estúdio e uma das melhores animações já feitas. A dublagem brasileira é um primor à parte. Enfim, o filme é uma sinfonia de imagens e som. Artesanal e icônico. Clássico absoluto.
O momento retratado compensa qualquer coisa, pra mim. E como pode ter existido um movimento anti-Disco?! O filme se perde aqui e ali, mas eu achei super divertido, curti bem mais do que Metropolitan, por exemplo. A trilha sonora é uma delícia e a Chloë Sevigny é um charme!
Na revisão, percebi que é o único filme de 2015 que achei uma obra-prima. As imagens falam por si só nesse exercício de gênero impecável. Cada enquadramento é uma pintura com algo a dizer. O contraste da serenidade das paisagens orientais com a brutalidade contida dos conflitos, a confusão de Yinniang, na interpretação incrível de Qi Shu, o poema simbólico do pássaro... são alguns pontos que eu destaco. É um filme exigente, porque, de certa forma, gira em torno das relações entre cada personagem e ele não tem o mínimo interesse em defini-las ou especificar quem é quem. Mas o mais absolutamente genial é que está tudo lá pra ser compreendido. Não é à toa que o processo de criação e execução demorou mais de duas décadas. Sublime!!! Pra ver e rever várias vezes.
As imagens são tão lindas que eu fiquei triste por ter detestado. Ao mesmo tempo que é visualmente poético, achei raso de conteúdo. O texto é impermeável... Eu saco o lance da depressão e tal... na minha opinião, personagens histéricas ou deprimidas já foram melhor retratadas, mas aqui a histeria é elevada ao ponto da caricatura. É muito inverossímil pra não se irritar e ficar tonto com o vai e vem dos diálogos. Mas a culpa não é toda da Liv Ullmann, mesmo que a sua adaptação seja ainda mais fechada. Como já falaram aí embaixo, parece que é a peça que é irritante. A versão de 1951 também incomoda, embora pra mim seja superior como obra cinematográfica. Jessica Chastain incrível como sempre, mas quem rouba a cena mesmo é a Samantha Morton. E figurinos, fotografia, ambientação etc deslumbrantes.
Horror western que vai muito bem até a última parte... Estética fantástica, quatro protagonistas tshow e ctz que tem milhares de referências, mas pra mim o filme perdeu a linha chegando no final. Tava tudo extremamente foda até que
o Arthur, do nada, descobre o "órgão" que emite o som nos índios.
Não sei se eu que perdi alguma fala, mas me pareceu algo totalmente jogado no roteiro, sendo que é justamente o que vai levar ao desfecho... Mesmo assim curti o filme.
Super influência de Repulsa ao Sexo e Persona. Katherine Waterston e, principalmente, Elisabeth Moss absolutamente fantásticas. Dos meus filmes favoritos de 2015.
A execução é linda, os ângulos e a disposição dos elementos nos planos são incríveis e dá pra sacar muita coisa através deles, nesse sentido acho q o q a direção quer mesmo é iluminar as coisas pro espectador antes de entregarem as respostas de fato. Mas o filme se esforça pra convencer de que se trata de algo maior, algum thriller psicológico de temas mais complexos,
quando na verdade tudo gira em torno do choque, simples e plano. Não há qualquer propósito maior do que o de chocar da pior forma, pra dps ser tachado de indigesto, soco no estômago etc. Enfim, Violência Gratuita pariu esse filme, acho que por isso tenha me incomodado tanto.
Esperei muito por esse filme, mas poxa... ainda que role uma identificação aqui e ali, não me convenceu. Acho que faltou a autenticidade e a inspiração que eu vi em Frances Ha, filme que me fez amar Greta Gerwig e Noah Baumbach. No começo senti influência dos clássicos do John Hughes, trilha sonora descolada, protagonistas deslocadas etc, mas o roteiro se desenvolve tão pobremente, que parece que o filme foi feito às pressas. Situações inverossímeis, diálogos forçadinhos, personagens aleatórios, elenco um tanto inexpressivo e nem mesmo o carisma da Greta foi o suficiente pra me cativar. O motivo disso tudo seria o Noah tendo que se dedicar pra lançar dois filmes num ano só? poderiam ter demorado mais e trabalhado melhor as cenas desse aqui. De qualquer forma, o filme é bem curtinho e tem o visual e som descolados do diretor.
Típico filme de guerra, não é uma perda de tempo, mas também não acrescenta muita coisa. David Ayer consegue muito bem criar um clima violento e apocalíptico, mas falha sempre que tenta comover ou trazer um sentimento de glória pros personagens. No mais, a fotografia pesadinha é realmente bela e o elenco está muito bom, com Logan Lerman mostrando a que veio e Brad Pitt numa de suas melhores interpretações. Destaque também pra trilha sonora do Steven Price, não tão impactante quanto sua trilha em Gravidade, mas um bom trabalho.
Um retrato perturbador de um país perturbado. Não é sempre que o doc convence, alguns relatos e comparações soam manipulados e tendenciosos, mas a construção do filme com o propósito de desconstruir a cultura americana e a política de armas é acurada, com um sarcasmo e cinismo que muitas vezes lembra o obrigatório Dr. Fantástico. Também é interessante perceber como a mídia do Brasil em todos os aspectos tenta imitar a americana, disseminando essa cultura racista do medo dentre muitas outras coisas. Acho chocante que eu, brasileiro, me identifique tanto com essa realidade e a comparação com o Canadá deixa tudo isso mais nítido, por mostrar exatamente o que nós não somos/temos. Assisti por curiosidade depois que passaram um vídeo do tiroteio em Columbine na minha sala, mas acabei descobrindo que, apesar de ter sido lançado há mais de uma década, o filme trata de um assunto muito pertinente e atual, com Ferguson's e DG's sendo assassinados todos os dias por uma polícia branca e de elite e a mídia transformando tudo isso em um circo. É um doc que assusta mais que qualquer filme de terror. Terminei com um pensamento: a terra dos sonhos e da liberdade é uma terra bem bizarra.
Fui assistir sem qualquer pretensão e me surpreendi maravilhosamente. Não lembro a última vez que vi uma animação tão rica assim no cinema, é um espetáculo de cores e detalhes! A história é uma fantasia contada de forma absolutamente fascinante, sempre evidenciando a beleza da cultura mexicana pelas imagens e pela música. Impossível não perceber a autenticidade e o carinho do trabalho feito aqui. O filme foge de muitas convenções, tanto no belo design dos seus personagens e cenários, quanto na mensagem que passa, falando diretamente sobre coisas pouco exploradas no universo infantil, como a morte e a proteção aos animais (destacando as touradas), além de levar muito a sério questões como o empoderamento feminino. Só me decepcionei porque no desenrolar da história alguns momentos acabam sendo previsíveis e o filme perde um pouco a maturidade. Ainda assim, ele é de um encanto único e conquista tanto os adultos como as crianças. To pensando em rever com a minha sobrinha, acho que é o tipo de filme que fica na memória da criança e que ela vê no futuro com um pouquinho de nostalgia.
O filme é um retrato do sistema carcerário britânico e nesse contexto é inserido um drama familiar, protagonizado por personagens cheias de traumas (o roteirista, assim como o Oliver, foi terapeuta por 12 anos em prisões do Reino Unido). Também é muito interessante a reflexão que ele provoca a respeito do comportamento desumano dos guardas da prisão, o resultado é um filme brutal e impactante. E o Jack O'Connell já tem o caminho trilhado pra se tornar a próxima grande estrela de Hollywood! Mal posso esperar por seus próximos filmes.
Se desliguem de qualquer noção de verossimilhança! Não dá pra esperar um filme realista e coerente com a ciência quando a proposta do filme é explorar o contrário. O que eu acho é que o Luc Besson poderia ter executado as ideias de uma forma mais madura. Alguns poderes que a Lucy desenvolve,
o modo como ela lê as mentes colocando o dedo na testa da pessoa, as linhas de informação que ela começa a enxergar na rua, quando o mundo de repente parece ter virado um touch screen, etc,
tudo bem, ela é onipotente, onisciente e onipresente, mas me pareceu que a forma como isso foi mostrado não precisou de muito tempo pra ser pensada. Mesmo com essas falhas, eu achei o filme surpreendente! Com um ritmo elétrico e, ao mesmo tempo, filosófico e intrigante, além da trilha sonora fantástica e montagem incrível, chegando a me lembrar Koyaanisqatsi em muitos momentos de poesia com as cenas emprestadas do Discovery. E a Scarlett... uma pantera! cada vez melhor, mais linda e em projetos mais interessantes :P
Uma pena não vermos esse mesmo Ridley Scott hoje em dia. Impressionante a química entre a Susan Sarandon e a Geena Davis, que dupla fantástica e que personagens incríveis, ícones! A fotografia lindíssima também merece destaque. O filme, naturalmente, faz jus ao status feminista, mas superou minhas expectativas, imagino que tenha inspirado muitas mulheres desde a época em que foi lançado (eu mesmo aprendi muita coisa com o filme!). E o final é de arrepiar, uma amizade maior que a vida, não sei definir de outra forma! <3
No começo, o filme parece discutir a questão política e cultural da posse de armas nos EUA, depois a trama se encaminha pra um thriller policial, depois de vingança e cheio de reviravoltas com uma interpretação magnética do trio protagonista, principalmente do Don Johnson, que rouba a cena. Fotografia fantástica, trilha sonora eletrizante e o Jim Mickle pontua o filme desde o começo até o final com um climão de suspense e muito mistério de prender a concentração. Só tenho a reclamar dos furos do roteiro que surgem eventualmente com as reviravoltas:
porque os policiais queriam matar o Russel? e o Dane decide se arriscar daquela forma só "pra descobrir em quem ele realmente atirou"? Chega a um ponto que deixa de convencer e no final ele nem descobre quem era kkkk
Tirando isso, é um thriller bem acima da média. Me lembrou o ótimo Blue Ruin, um suspense mais sutil também desse ano e, por algum motivo, a série obra prima da HBO, True Detective, talvez mais pela perversão que é apresentada a partir de certo ponto no filme.
Um filme lindo e com verdadeiros momentos de poesia visual, mas com uma premissa que poderia ter dado algo muito melhor. Eu entendo que é uma cultura muito diferente (e bem retratada pela diretora), mas aqui o casamento é visto quase como uma necessidade pra mulher e ainda que haja o respeito, me incomoda. O que é o desespero da Frieda? As pressões familiares, a escolha da protagonista no final... Pensando bem, é uma cultura não tão distante assim. A cena final é interessante pela dúvida que provoca e o que deixa o filme mais curioso e ambíguo é que ele foi dirigido por uma mulher. No mais, Rama Burshtein tem uma sensibilidade estética impressionante, o ponto alto do filme. Fotografia primorosa e linda trilha sonora, destaque também pra Hadas Yaron. Concorreu ao Leão de Ouro em Veneza, mas vale mais pelo visual.
O filme apresenta uma sociedade em que as mulheres não conseguem mais engravidar, a raça humana, então, entra em extinção e o mundo todo entra em colapso, apenas a Inglaterra, numa espécie de ditadura, consegue manter o "controle" sobre o povo. Eis que existe uma mulher que está grávida, Kee, e ela terá que ser protegida por Theo, para evitar que mais tarde o bebê seja usado para fins políticos. Ta, pra alguns o final podia ter sido menos aberto (eu gostei do jeito que ficou), mas fora isso o roteiro é impecável. Com personagens bem construídas, muitos conflitos, cria uma sociedade caótica e a sensação de que não se pode confiar em absolutamente ninguém, tudo é muito impactante. A referência que é feita à Pietá é genial, [a escultura que representa o filho morto nos braços da mãe (Jesus e Maria) não pôde ser salva de um possível ataque terrorista], enquanto Kee é a mãe grávida e viva, tentando se salvar. Assim, há uma associação entre Kee e Maria, que se estende durante todo o filme. Direção fantástica, Alfonso Cuarón cria uma atmosfera quase apocalíptica e muito realista (tudo é tão real que não parece ser algo distante), situações de puro caos, muitos momentos inquietantes e surpreendentes, um pessimismo constante e ao mesmo tempo uma sensação de esperança. O diretor também faz referência a várias religiões e cria as mais belas imagens, lembrei da deusa da fertilidade em uma cena (FANTÁSTICA) na qual Kee está entre as vacas, além da profunda semelhança entre ela e Maria, que é explorada durante todo o filme e várias outras cenas que demonstram a grande sensibilidade de Cuarón,
como a cena do parto (de um realismo impressionante), a cena em que Theo e Kee fogem com o bebê em meio aos tiroteios e quando o bebê é visto, o caos para por alguns instantes... Perfeito!
Além da perfeita execução, o filme é também tecnicamente impecável. Emmanuel Lubezki (companheiro de Cuarón e de Terrence Malick) é talvez um dos melhores cinegrafistas atualmente, fotografa as cenas brilhantemente, em tons frios, acinzentados, uma iluminação fantástica e enquadramentos precisos. Direção de arte incrível, contribuindo mais ainda pra atmosfera do filme, belíssima trilha sonora e também merece destaque o som dos ambientes. Eu realmente não tenho defeitos a apontar. Já pode ser considerado um clássico, por seu impacto, grandiosidade e, acima de tudo, pelo trabalho impecável e até genial de todos os envolvidos.
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Kubo e as Cordas Mágicas
4.2 635 Assista AgoraRoteiro raso e o elenco inexpressivo não colabora. Um desperdício, pq é o filme mais belo da Laika, que parece ter desandado mto dps de Boxtrolls.
A Bela Adormecida
3.6 452 Assista AgoraA Disney ainda dá pro gasto, acompanha o mercado e produz bons filmes, de consumo imediato, mas jamais vai voltar a fazer obras de arte como esta e outras dos anos 50/60, uma era com Clyde Geronimi, Les Clark, Marc Davis e Walt Disney. Qualquer documentário ou entrevista sobre o filme mostra pq ele é a obra prima do estúdio e uma das melhores animações já feitas. A dublagem brasileira é um primor à parte. Enfim, o filme é uma sinfonia de imagens e som. Artesanal e icônico. Clássico absoluto.
Os Últimos Embalos da Disco
3.5 34O momento retratado compensa qualquer coisa, pra mim. E como pode ter existido um movimento anti-Disco?! O filme se perde aqui e ali, mas eu achei super divertido, curti bem mais do que Metropolitan, por exemplo. A trilha sonora é uma delícia e a Chloë Sevigny é um charme!
A Assassina
3.3 94 Assista AgoraNa revisão, percebi que é o único filme de 2015 que achei uma obra-prima. As imagens falam por si só nesse exercício de gênero impecável. Cada enquadramento é uma pintura com algo a dizer. O contraste da serenidade das paisagens orientais com a brutalidade contida dos conflitos, a confusão de Yinniang, na interpretação incrível de Qi Shu, o poema simbólico do pássaro... são alguns pontos que eu destaco.
É um filme exigente, porque, de certa forma, gira em torno das relações entre cada personagem e ele não tem o mínimo interesse em defini-las ou especificar quem é quem. Mas o mais absolutamente genial é que está tudo lá pra ser compreendido. Não é à toa que o processo de criação e execução demorou mais de duas décadas. Sublime!!! Pra ver e rever várias vezes.
Miss Julie
3.2 82As imagens são tão lindas que eu fiquei triste por ter detestado.
Ao mesmo tempo que é visualmente poético, achei raso de conteúdo. O texto é impermeável... Eu saco o lance da depressão e tal... na minha opinião, personagens histéricas ou deprimidas já foram melhor retratadas, mas aqui a histeria é elevada ao ponto da caricatura. É muito inverossímil pra não se irritar e ficar tonto com o vai e vem dos diálogos. Mas a culpa não é toda da Liv Ullmann, mesmo que a sua adaptação seja ainda mais fechada. Como já falaram aí embaixo, parece que é a peça que é irritante. A versão de 1951 também incomoda, embora pra mim seja superior como obra cinematográfica.
Jessica Chastain incrível como sempre, mas quem rouba a cena mesmo é a Samantha Morton. E figurinos, fotografia, ambientação etc deslumbrantes.
Rastro de Maldade
3.7 408 Assista AgoraHorror western que vai muito bem até a última parte... Estética fantástica, quatro protagonistas tshow e ctz que tem milhares de referências, mas pra mim o filme perdeu a linha chegando no final. Tava tudo extremamente foda até que
o Arthur, do nada, descobre o "órgão" que emite o som nos índios.
Rainha do Mundo
3.2 90 Assista AgoraSuper influência de Repulsa ao Sexo e Persona. Katherine Waterston e, principalmente, Elisabeth Moss absolutamente fantásticas. Dos meus filmes favoritos de 2015.
Boa Noite, Mamãe
3.5 1,5K Assista AgoraA execução é linda, os ângulos e a disposição dos elementos nos planos são incríveis e dá pra sacar muita coisa através deles, nesse sentido acho q o q a direção quer mesmo é iluminar as coisas pro espectador antes de entregarem as respostas de fato.
Mas o filme se esforça pra convencer de que se trata de algo maior, algum thriller psicológico de temas mais complexos,
no caso o luto,
Mistress America
3.5 210Esperei muito por esse filme, mas poxa... ainda que role uma identificação aqui e ali, não me convenceu. Acho que faltou a autenticidade e a inspiração que eu vi em Frances Ha, filme que me fez amar Greta Gerwig e Noah Baumbach.
No começo senti influência dos clássicos do John Hughes, trilha sonora descolada, protagonistas deslocadas etc, mas o roteiro se desenvolve tão pobremente, que parece que o filme foi feito às pressas. Situações inverossímeis, diálogos forçadinhos, personagens aleatórios, elenco um tanto inexpressivo e nem mesmo o carisma da Greta foi o suficiente pra me cativar.
O motivo disso tudo seria o Noah tendo que se dedicar pra lançar dois filmes num ano só? poderiam ter demorado mais e trabalhado melhor as cenas desse aqui. De qualquer forma, o filme é bem curtinho e tem o visual e som descolados do diretor.
Corações de Ferro
3.9 1,4K Assista AgoraTípico filme de guerra, não é uma perda de tempo, mas também não acrescenta muita coisa.
David Ayer consegue muito bem criar um clima violento e apocalíptico, mas falha sempre que tenta comover ou trazer um sentimento de glória pros personagens.
No mais, a fotografia pesadinha é realmente bela e o elenco está muito bom, com Logan Lerman mostrando a que veio e Brad Pitt numa de suas melhores interpretações. Destaque também pra trilha sonora do Steven Price, não tão impactante quanto sua trilha em Gravidade, mas um bom trabalho.
Tiros em Columbine
4.2 350Um retrato perturbador de um país perturbado.
Não é sempre que o doc convence, alguns relatos e comparações soam manipulados e tendenciosos, mas a construção do filme com o propósito de desconstruir a cultura americana e a política de armas é acurada, com um sarcasmo e cinismo que muitas vezes lembra o obrigatório Dr. Fantástico.
Também é interessante perceber como a mídia do Brasil em todos os aspectos tenta imitar a americana, disseminando essa cultura racista do medo dentre muitas outras coisas. Acho chocante que eu, brasileiro, me identifique tanto com essa realidade e a comparação com o Canadá deixa tudo isso mais nítido, por mostrar exatamente o que nós não somos/temos.
Assisti por curiosidade depois que passaram um vídeo do tiroteio em Columbine na minha sala, mas acabei descobrindo que, apesar de ter sido lançado há mais de uma década, o filme trata de um assunto muito pertinente e atual, com Ferguson's e DG's sendo assassinados todos os dias por uma polícia branca e de elite e a mídia transformando tudo isso em um circo.
É um doc que assusta mais que qualquer filme de terror. Terminei com um pensamento: a terra dos sonhos e da liberdade é uma terra bem bizarra.
Festa no Céu
4.0 689 Assista AgoraFui assistir sem qualquer pretensão e me surpreendi maravilhosamente. Não lembro a última vez que vi uma animação tão rica assim no cinema, é um espetáculo de cores e detalhes! A história é uma fantasia contada de forma absolutamente fascinante, sempre evidenciando a beleza da cultura mexicana pelas imagens e pela música. Impossível não perceber a autenticidade e o carinho do trabalho feito aqui.
O filme foge de muitas convenções, tanto no belo design dos seus personagens e cenários, quanto na mensagem que passa, falando diretamente sobre coisas pouco exploradas no universo infantil, como a morte e a proteção aos animais (destacando as touradas), além de levar muito a sério questões como o empoderamento feminino. Só me decepcionei porque no desenrolar da história alguns momentos acabam sendo previsíveis e o filme perde um pouco a maturidade.
Ainda assim, ele é de um encanto único e conquista tanto os adultos como as crianças. To pensando em rever com a minha sobrinha, acho que é o tipo de filme que fica na memória da criança e que ela vê no futuro com um pouquinho de nostalgia.
Encarcerado
3.7 182 Assista AgoraO filme é um retrato do sistema carcerário britânico e nesse contexto é inserido um drama familiar, protagonizado por personagens cheias de traumas (o roteirista, assim como o Oliver, foi terapeuta por 12 anos em prisões do Reino Unido). Também é muito interessante a reflexão que ele provoca a respeito do comportamento desumano dos guardas da prisão, o resultado é um filme brutal e impactante.
E o Jack O'Connell já tem o caminho trilhado pra se tornar a próxima grande estrela de Hollywood! Mal posso esperar por seus próximos filmes.
Lucy
3.3 3,3K Assista AgoraSe desliguem de qualquer noção de verossimilhança! Não dá pra esperar um filme realista e coerente com a ciência quando a proposta do filme é explorar o contrário. O que eu acho é que o Luc Besson poderia ter executado as ideias de uma forma mais madura. Alguns poderes que a Lucy desenvolve,
o modo como ela lê as mentes colocando o dedo na testa da pessoa, as linhas de informação que ela começa a enxergar na rua, quando o mundo de repente parece ter virado um touch screen, etc,
Mesmo com essas falhas, eu achei o filme surpreendente! Com um ritmo elétrico e, ao mesmo tempo, filosófico e intrigante, além da trilha sonora fantástica e montagem incrível, chegando a me lembrar Koyaanisqatsi em muitos momentos de poesia com as cenas emprestadas do Discovery. E a Scarlett... uma pantera! cada vez melhor, mais linda e em projetos mais interessantes :P
Thelma & Louise
4.2 967 Assista AgoraUma pena não vermos esse mesmo Ridley Scott hoje em dia. Impressionante a química entre a Susan Sarandon e a Geena Davis, que dupla fantástica e que personagens incríveis, ícones! A fotografia lindíssima também merece destaque.
O filme, naturalmente, faz jus ao status feminista, mas superou minhas expectativas, imagino que tenha inspirado muitas mulheres desde a época em que foi lançado (eu mesmo aprendi muita coisa com o filme!). E o final é de arrepiar, uma amizade maior que a vida, não sei definir de outra forma! <3
Julho Sangrento
3.2 96 Assista AgoraNo começo, o filme parece discutir a questão política e cultural da posse de armas nos EUA, depois a trama se encaminha pra um thriller policial, depois de vingança e cheio de reviravoltas com uma interpretação magnética do trio protagonista, principalmente do Don Johnson, que rouba a cena. Fotografia fantástica, trilha sonora eletrizante e o Jim Mickle pontua o filme desde o começo até o final com um climão de suspense e muito mistério de prender a concentração.
Só tenho a reclamar dos furos do roteiro que surgem eventualmente com as reviravoltas:
porque os policiais queriam matar o Russel? e o Dane decide se arriscar daquela forma só "pra descobrir em quem ele realmente atirou"? Chega a um ponto que deixa de convencer e no final ele nem descobre quem era kkkk
Preenchendo o Vazio
3.5 57Um filme lindo e com verdadeiros momentos de poesia visual, mas com uma premissa que poderia ter dado algo muito melhor. Eu entendo que é uma cultura muito diferente (e bem retratada pela diretora), mas aqui o casamento é visto quase como uma necessidade pra mulher e ainda que haja o respeito, me incomoda. O que é o desespero da Frieda? As pressões familiares, a escolha da protagonista no final... Pensando bem, é uma cultura não tão distante assim.
A cena final é interessante pela dúvida que provoca e o que deixa o filme mais curioso e ambíguo é que ele foi dirigido por uma mulher. No mais, Rama Burshtein tem uma sensibilidade estética impressionante, o ponto alto do filme. Fotografia primorosa e linda trilha sonora, destaque também pra Hadas Yaron.
Concorreu ao Leão de Ouro em Veneza, mas vale mais pelo visual.
Filhos da Esperança
3.9 940 Assista AgoraO filme apresenta uma sociedade em que as mulheres não conseguem mais engravidar, a raça humana, então, entra em extinção e o mundo todo entra em colapso, apenas a Inglaterra, numa espécie de ditadura, consegue manter o "controle" sobre o povo. Eis que existe uma mulher que está grávida, Kee, e ela terá que ser protegida por Theo, para evitar que mais tarde o bebê seja usado para fins políticos. Ta, pra alguns o final podia ter sido menos aberto (eu gostei do jeito que ficou), mas fora isso o roteiro é impecável. Com personagens bem construídas, muitos conflitos, cria uma sociedade caótica e a sensação de que não se pode confiar em absolutamente ninguém, tudo é muito impactante. A referência que é feita à Pietá é genial, [a escultura que representa o filho morto nos braços da mãe (Jesus e Maria) não pôde ser salva de um possível ataque terrorista], enquanto Kee é a mãe grávida e viva, tentando se salvar. Assim, há uma associação entre Kee e Maria, que se estende durante todo o filme.
Direção fantástica, Alfonso Cuarón cria uma atmosfera quase apocalíptica e muito realista (tudo é tão real que não parece ser algo distante), situações de puro caos, muitos momentos inquietantes e surpreendentes, um pessimismo constante e ao mesmo tempo uma sensação de esperança. O diretor também faz referência a várias religiões e cria as mais belas imagens, lembrei da deusa da fertilidade em uma cena (FANTÁSTICA) na qual Kee está entre as vacas, além da profunda semelhança entre ela e Maria, que é explorada durante todo o filme e várias outras cenas que demonstram a grande sensibilidade de Cuarón,
como a cena do parto (de um realismo impressionante), a cena em que Theo e Kee fogem com o bebê em meio aos tiroteios e quando o bebê é visto, o caos para por alguns instantes... Perfeito!
Além da perfeita execução, o filme é também tecnicamente impecável. Emmanuel Lubezki (companheiro de Cuarón e de Terrence Malick) é talvez um dos melhores cinegrafistas atualmente, fotografa as cenas brilhantemente, em tons frios, acinzentados, uma iluminação fantástica e enquadramentos precisos. Direção de arte incrível, contribuindo mais ainda pra atmosfera do filme, belíssima trilha sonora e também merece destaque o som dos ambientes.
Eu realmente não tenho defeitos a apontar. Já pode ser considerado um clássico, por seu impacto, grandiosidade e, acima de tudo, pelo trabalho impecável e até genial de todos os envolvidos.