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Últimas opiniões enviadas

  • Crystal Ribeiro

    poucos diretores homens transmitem uma visão tão potente sobre a figura feminina como faz Almodóvar. sua sensibilidade ao tratar da vivência e dos sentimentos de mulheres cis e trans já virou marca registrada, tanto que o público reconhece de longe a força dramática de suas produções. o diretor envelheceu, mas se, de um lado, as histórias têm ficado menos rocambolescas, de outro, seus personagens possuem relações cada vez mais maduras e essa mudança só enriquece sua filmografia. é o caso de Mães Paralelas.

    abertamente mais político que os anteriores, seu novo filme retoma temas como maternidade e a força das relações femininas, porém acrescentando a importância da memória como um pano de fundo que confronta o passado fascista da Espanha. e, como não poderia deixar de ser, se comunicando com a realidade brasileira quase de imediato. no filme temos uma protagonista que, enquanto tenta fazer justiça sobre o passado de dor da sua família, opta por ocultar circunstâncias igualmente doloridas sobre a própria existência.

    não é à toa que Almodóvar nomeia seu novo projeto de Mães Paralelas. as narrativas de Janis, Ana e das outras mulheres do filme se encontram e separam sob a força própria da existência feminina, tão cara e bem desenvolvida na obra do diretor. ao mesmo tempo, ele aponta a impossibilidade de vida ou de sobrevivência (num paralelo à maternidade) enquanto não compreendermos e preservarmos nosso passado. para fazer crescer a vida é necessário um solo fértil, plano, sem mortos esquecidos pelo tempo, mas sim devidamente saudados.

    o filme tem alguns problemas de desenvolvimento, falta um pouco de atenção ao construir o desfecho que conecta os dois principais temas da história. apesar do deslize (que atrapalha parte da experiência final), é notável o quão Almodóvar se tornou dono do universo que ele criou para si. em Mães Paralelas o público pode esperar ver as tão aclamadas cores, uma trilha sensacional e atuações marcantes. Penélope Cruz dá sua melhor interpretação desde Volver e acrescenta uma carga de verdade tão palpável ao filme que, sem ela, Mães Paralelas talvez não conseguisse ser tão grande.

    (crítica publicada no perfil @crysresenha)

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  • Crystal Ribeiro

    talvez a melhor definição pra First Cow seja realmente esta: um pequeno grande filme. é absolutamente sutil a forma como a diretora Kelly Reichardt escolhe filmar a história, um mito nem um pouco épico sobre a criação da América que nunca teríamos encontrado nos livros. ela se interessa mesmo é pelos detalhes e é minuciosa a ponto de, numa só tacada, contar uma bela história de amizade ao mesmo tempo em que desconstrói o western tradicional (inclusive esteticamente, substituindo paisagens desérticas por muito verde) e faz um retrato das origens políticas dos EUA.

    o filme é intrigante, melancólico e muito bonito, quase ingênuo. mas não é pra todo mundo. por mais coerentes que sejam as escolhas da diretora (de usar menos cortes, focar nos planos detalhe e sempre priorizar pequenos gestos a muita ação), a coisa perde um pouco o controle. fica visível sua intenção de fazer o espectador imergir na história, mas os primeiros 40 minutos podem ser bem maçantes. porém, mesmo que seja maravilhoso poder contemplar aquele tanto de natureza através de uma fotografia tão bonita, First Cow cresce mesmo quando finalmente conta a história que havia prometido.

    quando Cookie (John Magaro) e King-Lu (Orion Lee) começam a ficar amigos, o filme passa, aos poucos, a adquirir um tom lúdico que é irresistível. em meio a uma realidade ainda tão bruta, o americano e o chinês, numa amizade que só poderia existir na ficção, começam a transformar o dia a dia dos moradores da vila com os bolinhos feitos com leite roubado. ainda que a saída para fazer fortuna não seja a mais correta, fica impossível não se identificar com esforços tão genuínos de vencer quando são negadas todas as oportunidades.

    é a partir da sutileza retirada dos subtextos dessa pequena história que First Cow provoca tanto encantamento. um filme simples e muito específico que homenageia todas as fábulas aparentemente insignificantes com o maior dos caprichos.

    (texto publicado no perfil @crysresenha)

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  • Crystal Ribeiro

    Shiva Baby é um daqueles filmes de aparência inocente, mas que reservam uma tensão que ninguém espera até apertar o play. ele é a mistura perfeita entre comédia e tragédia social, quase um experimento para entender quais os efeitos psicológicos que uma quantidade absurda de pressão pode exercer em sua protagonista, a jovem-adulta Danielle (Rachel Sennott).
      
    ao longo de pouco mais de uma hora, assistimos Danielle à beira de um colapso nervoso porque simplesmente não consegue lidar com tantas questões ao mesmo tempo: sua desconexão com o judaísmo, o ressentimento que envolve o fim do namoro com Maya (Molly Gordon), a forma como a família a pressiona sobre o futuro e os esforços pra tentar esconder que, na verdade, é uma sugar baby. ao mesmo tempo em que o filme cria uma situação embaraçosamente engraçada atrás da outra, ele nos faz sentir toda a claustrofobia que Danielle está sentindo e o resultado é um horror muito inesperado.
      
    já em seu primeiro longa como diretora e roteirista, a canadense Emma Seligman faz aqui um trabalho autoral com doses agudas de humor ácido, autodepreciação e falso moralismo, nos obrigando a encarar nossas próprias inseguranças e conflitos internos através da piada. ao encontrar graça em situações absurdas, Shiva Baby ri das desgraças de sua protagonista que, no fundo, são nossas também. Emma é certeira ao apostar numa câmera inquieta e montagem frenética pra transmitir os sentimentos de Danielle.
      
    depois das tantas, algumas situações se repetem sem muita sutileza e se tornam cansativas sim, mas é sensacional embarcar nessa grande estufa de pesadelos juvenis e se deixar envolver. os problemas de ritmo estão lá, mas Shiva Baby consegue quebrar convenções das comédias clássicas e fisgar o espectador com um sarcasmo delicioso. sem se perder em conceitos mirabolantes, o longa é fiel à sua intenção de ser simples e divertido e termina proporcionando momentos de autêntico desconforto. uma comédia inconveniente e constrangedora que 2020 nem imaginava estar precisando.

    (texto publicado no perfil @crysresenha)

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  • LegenDario
    LegenDario

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  • Willki
    Willki

    Conterrânea, então. Eu nasci em Recife, mas moro em Curitiba desde piá. Talvez o cheiro da praia de Boa Viagem que fez-me pensar que já te vi. haha

  • Willki
    Willki

    Ah que bom. Aceita.
    Mas acho que já te vi por ai.

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