Queria um clichezinho para finalizar o dia, mas nem isso o filme conseguiu entregar. Protagonistas nada carismáticos, diálogos forçados. Péssimo em tudo.
Louvável iniciativa de nos trazer a história de São Nektários. Só senti falta de mencionarem Agni Parthene, esse hino belíssimo à Santíssima Virgem, composto por ele. ♥
É um filme inteiramente alegórico - o que faz das discussões acerca dele muito mais interessantes que ele próprio. Alegorias inteligentes, de fato, porém a ausência de enredo torna esses 144 minutos arrastados e (bem) difíceis.
A fórmula de sucesso da Netflix vem sendo exaustivamente aplicada às suas séries, e You é um perfeito exemplo disso. Começando com a escolha de algum ator que tenha feito considerável sucesso em alguma série ou filmes de um mesmo tema – como havia sido Kevin Spacey em inúmeros longas; e como foi, a seu modo, Penn Badgley em Gossip Girl.
Este ator é inserido em alguma grande cidade americana dentro de um contexto da moda: se antes tínhamos intrigas políticas na capital dos EUA, agora temos um funcionário de uma livraria em NYC, recheando seus episódios de referências literárias – bem distantes de uma autêntica erudição ou de um humor inteligente, mas não por isso incapazes de entreter um público jovem capaz de pegá-las.
Ah, e não podemos nos esquecer de uma característica marcante desse modelo: acompanhar nossos protagonistas bem de perto. Se em House of Cards, Frank olhava e conversava diretamente conosco, neste caso em particular a proximidade é mais incômoda: vemos e ouvimos o fluxo de consciência de um psicopata. Não estamos mais ao seu lado, mas dentro de sua mente. Acompanhamos com desconforto cada um de seus passos, suas impressões, suas confissões e, principalmente, as justificativas que cria ao tentar se convencer de que não ultrapassa a barreira da normalidade ao fazer “de tudo” por Beck, a vítima da vez.
São vários os problemas – do mal desenvolvimento de suas personagens aos mais descabidos furos de roteiro. A ideia, contudo, não deixa de ser interessante. Talvez tivesse sido mais feliz no formato longa-metragem, sem a possibilidade de se estender em dez horas uma história que já teria sido bem contada em, no máximo, três.
Tendo terminado a série muito recentemente, minha experiência com o revival seguramente não se assemelha com a de alguém que acompanhou a série antes das expectativas de uma temporada extra. Desse modo, a atmosfera exageradamente dramática e nostálgica não conseguiu me envolver a ponto de tolerar aparições deslocadas. O que não me foi exatamente um problema. O que não dá para negar é a ausência enorme de
Richard Gilmore, certamente pela morte do ator que o interpretava. Percebe-se que a dor dos personagens é, de certo modo, também a dor dos próprios atores diante da falta que o amigo faz.
Nesse sentido, o destaque vai para Emily Gilmore e seu momento delicado e difícil. A evolução dela é um dos pontos altos da série. Gilmore Girls foi e continua sendo, acima de tudo, uma história sobre as relações entre mãe e filha - não raro, entre as mães e as filhas. Nesse sentido, nada a reclamar. Os incômodos me surgiram por outras razões, como o excesso de musicais e os malditos e confusos saltos temporais.
A sugestão de Jess, felizmente acatada por Rory, de escrever um livro sobre a relação dela com sua mãe, foi uma das decisões mais acertadas desse roteiro – embora soe clichê.
O Jess, aliás, é um dos personagens que também teve um desenrolar interessante, e não digo apenas do revival, mas ao longo da série como um todo. Também gostei muito de ver a Paris, personagem que nunca me decepcionou.
Particularmente desgosto dessas frases finais ambíguas – meio gancho para uma possível temporada, meio desfecho no caso da primeira opção não funcionar –, mas nesse caso me convenceu. Não sinto necessidade de continuação, mas também não nego que seria interessante acompanhar a nova jornada de Rory Gilmore – cujo revival só reafirmou seu papel de eterna garotinha imatura e mimada que não sabe dar um passo com as próprias pernas. São vários os exemplos possíveis: no âmbito profissional, aquele completo e injustificável despreparo para uma entrevista, algo que soaria como uma piada para aquela Rory Gilmore que se preparava para Harvard, tinha inúmeros métodos de estudo, e se realmente se esforçava para superar suas dificuldades. Sua vida pessoal é também um completo desastre. Continua sendo "a outra" dos relacionamentos, tratando seus namorados como descartáveis e depois sofrendo as consequências que a instabilidade tem sobre ela. Um belo contraste com a força e determinação da mãe.
Mais um documentário sensacionalista, tendencioso e que não chega a lugar algum. A premissa parecia interessante em princípio, mas resulta em uma dicotomia mal desenvolvida do "amar ou odiar" o próprio pai, desconsiderando aquela dose saudável de imparcialidade, meios termos e contexto histórico - que, deixando claro, está bem longe da cegueira e justificações desnecessárias e repetitivas que vemos aqui.
Brinde: a forma como a Ucrânia é mostrada me fez ficar em dúvida se ria ou chorava.
Uma vez mais, o selo Netflix me brinda com uma decepção. Formato curta-metragem eficiente apenas para os fins propagandísticos de um filme parcial e bastante pretensioso. Quando se trata de um conflito atual e complexo como o caso sírio, não é possível formar opinião a partir de fragmentos minúsculos revelados por um seleto grupo de pessoas. E o outro lado? Existe? Será isso mesmo?
Para exemplificar, determinada cena exibe um dos membros afirmando já ter participado de grupos armados, mas trocou as armas por uma atitude bonita, humana. Vemos o resgate de crianças e até de um "bebê milagroso". A todo momento é ressaltada a imagem humana, sentimental e bondosa dos tais Capacetes Brancos - eles têm família, eles salvam famílias. É até difícil imaginar que algo nessas cenas pode não representar a realidade de uma forma honesta. Mas não é, no mínimo, suspeito que um documentário sobre os Capacetes Brancos, além de não expor a opinião de nenhuma outra pessoa além dos próprios "heróis da humanidade", não explore suas origens, quem o financiava e ainda financia?
Ressalto que, de modo algum, diminuo o valor do trabalho de alguém que resgata outras vidas - nesse sentido, é interessante que ter um filme que traga visibilidade para um grupo de civis que realiza tal trabalho, além da chamar atenção para a Síria, de modo geral, permitindo debate sobre. Porém, se é para passar informações, que isso seja feito de uma forma limpa.
À primeira vista, pensei que não seria possível explorar de forma minimamente satisfatória um tema de tamanha delicadeza em meros vinte e quatro minutos. Bem, eu estava certa. Não foi possível.
Minha principal crítica se direciona ao formato escolhido, insuficiente para documentar a história das famílias apresentadas. O filme é corrido, raso e meramente expositivo, resume-se ao apelo emocional de uma questão sensível que, naturalmente, há de tocar a todos nós - uma vez que estamos vulneráveis a essa situação independente de quaisquer diferenças. Mas fica a forte impressão de que faltou empenho em documentar, de fato, e houve um maior interesse em correr para lançar e lucrar sobre a questão.
Também me incomodou (e muito) a exposição dos pacientes em tais condições e a forma desigual como suas histórias são exploradas - ou, melhor dizendo, expostas, uma vez que não se explora coisa alguma aqui.
O que fica é a reflexão, o exercício de empatia, trocando de lugar com o outro mentalmente, imaginando o "e se fosse eu? e se fosse quem amo?", e isso é tudo.
The Girl in The Book é uma história de superação - na verdade, do processo de superação de Alice, a respeito de uma situação ocorrida ainda em sua adolescência. Percebemos o quanto a protagonista adiou o momento de encarar seu próprio trauma, uma situação mal resolvida dentro dela própria e que lhe deixou sequelas - as quais o filme explorou bem.
A promiscuidade da Alice, por exemplo, é um reflexo do abuso e desilusão por ela sofridos. Há um vazio em seu interior que tenta preencher com rostos aleatórios e relacionamentos efêmeros. Ela vai a bares, sorrindo a alguém que levará para a cama, e se frustra na manhã seguinte, porque isso não tirou dela o que a incomoda. O problema maior é quando, finalmente, se envolve com uma pessoa de quem passa a gostar e conhece a reciprocidade - a partir de então suas atitudes passam a refletir em outro alguém, e essa é uma situação para a qual não está preparada. Alice ainda não sabe lidar com o fato de ter conhecido Emmett, mas a presença dele e o que ele representa é importante para ela e, sabendo disso, ele se torna um motivo a mais para deixar de ser a coadjuvante da própria vida. Desse modo, o romance se justifica, embora não tenha me convencido.
Outro reflexo do trauma pode ser percebido nas dificuldades que ela tem para escrever. Somente após uma breve conversa com Milan, seu antigo fantasma, ela consegue se libertar da personagem que a eclipsava. A partir de então, sente-se finalmente pronta para escrever. Nesse quesito, achei o filme bem sucedido.
Gostei também do cenário no qual o filme se passa: o mercado editorial, movido por quem tem o poder de, num estalar de dedos, fazer as coisas acontecerem - a exemplo da influência do pai de Alice. Além disso, são levantadas questões como a apropriação de ideias, plágio e outras.
Ainda com algumas romantizações excessivas e arcos mal explorados, o filme é finalizado de forma satisfatória, mas sem surpresas.
Uma vez assistindo a uma ficção, seria de se esperar o confronto entre Alice e Milan, mas, particularmente, a ausência deste não me desapontou. A sensação que fica é que, para ela, bastava concluir o seu trabalho e ter uma breve conversa com a pessoa que teve um impacto tão negativo em sua vida. É desse modo que ela se liberta do que a aprisionou por anos. Sobre isso, penso que é bem mais próximo da realidade, em que nossos traumas e fantasmas são superados, resolvidos e esquecidos não com um desfecho deslumbrante, mas de uma forma muito mais interna e reservada.
Grandes expectativas, decepções ainda maiores. É como se todos esses minutos fossem construídos para te surpreender de novo e de novo, para te deixar mais e mais desconfiado, e de tanto esperar para ser surpreendido você... percebe que era "só isso" mesmo, e não haverá nada além.
Ao menos para mim, a agonia lenta que é esse filme não vale a pena considerando seu desfecho - e raramente considero um desfecho frustrante capaz de frustrar todo o processo. Não sei se por insensibilidade minha ou expectativas elevadas, ou ambas as coisas.
O deleite cinematográfico (se existe) está em algumas raras cenas e, nesse quesito, destaque para a cena de perseguição no estádio - cada movimento daquela câmera soou como poesia para mim, faltou fôlego e faltam também palavras para descrevê-la. Mas essa mesma técnica peca a ponto de provocar uma alergia aos mais sensíveis: é a maquiagem que funciona muito bem em um ator, mas não em outro; é a cena do carro na estrada com uma luz estática na cara do motorista, que te permite até sentir o cheiro do estúdio, e por aí vai.
Excelente documentário. Gostei do modo como levantou a questão do culto ao feio, chocante, vazio e prático: é o fiel retrato do nosso tempo, em que qualquer ruído pode ser chamado de música, a crítica é tomada como "julgamento pessoal arrogante" e uma mísera pincelada em uma tela branca pode valer milhões. Seria possível dizer que qualquer coisa é arte? Não teria esse conceito se esvaziado?
É aquela do faxineiro que, apertado para ir ao banheiro, deixa a vassoura encostada em uma parede. Ao retornar, um grupo de pessoas cercam o objeto com olhares reflexivos e comovidos.
Mais um filme que entrará para o "grupo dos que poderiam ter sido", mas não foram. O que mais me incomodou, além da falta de profundidade na relação dos protagonistas, foi a passagem de tempo - muito confusa, muito rápida e em menos de um minuto você já verá todos os cortes de cabelo possíveis em um ator. O que é uma pena, pois a ideia me parecia excelente a princípio.
Encontrei o título buscando pela temática da Ocupação, e gostei de tê-lo visto - embora tenha me decepcionado bastante com ele. Tinha a fórmula do sucesso em mãos, mas conseguiu perdê-la ao focar em arcos secundários desinteressantes.
Mais da metade do filme não é o desenvolvimento do romance em questão, mas o problema um camponês x que a protagonista decide defender. Além de não me convencer minimamente me fez pensar que a autora tinha ideias muitíssimo melhores para sua obra que, por uma infelicidade do destino, não fora concluída. Além disso, cai nos maniqueísmos chatos e típicos da época.
Michelle razoável em uma personagem razoável - isso para não citar as cenas bregas como
apontar a arma para o teu amor quando TODOS sabem que ela não atiraria. blehhh
Contudo, gostei do trabalho do Matthias e pretendo procurar outros filmes do ator.
De qualquer modo, indicaria o longa àqueles que pesquisam sobre o tema e desejam um filminho com trilha sonora agradável e um romance doce para ilustrá-lo.
Conheci Dennis Gansel por A Onda, aquele conhecido filme onde um professor decide mostrar, na prática, como é possível que uma ditadura aconteça. Ver um trabalho dele agora dentro da temática foi extremamente gratificante! E, preciso dizer, essa parceria dele e do Max Riemelt é incrível. ♥
É comum que as pessoas se questionem sobre o motivo que levou tantos a apoiar o partido nazista. Napola exemplifica bem a situação ao colocar Friedrich, um garoto jovem, que fica fascinado com a oportunidade de integrar a elite do seu país através do seu talento com o boxe. Que importa o que diz seu pai sobre "eles não serem como a gente"? É a elite, é a oportunidade e o futuro dele! E assim mais um adentrou esse universo cruel.
Sobre a suposta tendência homoerótica dos dois rapazes, tenho que discordar:
Não consigo enxergar desse modo. Aquela escola é um ambiente ausente de compaixão, onde eles são ensinados a serem cruéis e não pensar nos outros. Criados para servir, não para pensar ou se comover. Albrecht é a pontinha de humanidade que existe no lugar e essa aparente fraqueza comove Friedrich, que não é cruel como os outros - ou pelo menos não deseja ser. Isso fica evidente em sua hesitação ao bater desnecessariamente naquele que já está nocauteado e em outras cenas.
Dá para perceber como ele era seu único amigo, alguém que se importava de ler seus textos, com quem podia conversar. Eu chamo essa relação de amizade, cumplicidade, algo no qual outros estudantes não estavam interessados - eles que matam crianças fugitivas que nem armadas estavam e não se questionam minimamente; veem um colega tentando suicídio e não movem um dedinho que seja para impedi-lo...
Com a morte de Albrecht, o outro enxerga (de forma ainda mais clara) as injustiças daquele lugar. E desse modo impiedoso é expulso dali.
Lendo os comentários vi que não só eu lembrei de Brokeback Mountain, só em uma versão alemã e inserida no contexto moderno.
Adoro esse tom de "realidade", com atuações convincentes e seguras. Os atores principais não deixam a desejar nesse quesito.
Marc é o pior tipo de homem que se pode imaginar: o covarde. Tanto que ele mal dialoga - tanto com a Bettina quanto com o Kay, ele só oferece respostas vagas e silêncios profundos. Além disso, persiste no erro de mentir para si mesmo durante todo o filme.
Não surpreende que a maior preocupação no filme é a foto para a escola. O filme fala essencialmente dessa busca por uma imagem, que leva pessoas - desde cedo - e não aceitarem a si mesmas do jeito que são.
Gostei de ver os estudantes se expressando, contando sobre o processo de adaptação e a forma como aprendem e lidam com os métodos novos. O documentário se faz válido ao levantar o debate sobre a educação no Brasil, a partir de alternativas de ensino. Saindo daquela sala de aula abafada com "alunos" enfileirados, para disseminar conhecimento aos estudantes e, o melhor, COM os estudantes. Embora nem todos os métodos pareçam realmente eficientes (o que não entra em discussão aqui), é inspirador ver que existe quem queira mudar e, não obstante, está fazendo sua parte por isso.
As personagens e atrizes se misturam; a metalinguagem provoca uma deliciosa confusão. O envelhecimento é o tema sensível que toca Juliette Binoche ao decidir atuar em uma peça, só que interpretando a personagem mais velha, destruída e que tem a cena roubada por uma jovem e enérgica atriz. São inúmeras boas questões levantadas pelo diretor, e sobre isso não tenho do que reclamar.
A primeira cena já me trouxe uma impressão positiva sobre a Stewart, de quem eu desgostava pelo motivo que todos nós sabemos: a ausência de expressão, a falta de um trabalho de voz, aquela mesma postura de sempre. Porém, as falas iniciais quebraram, em partes, essa minha visão. Senti uma maturidade da parte dela que jamais encontrei em outros filmes; Kristen estava mais segura e firme, e embora no decorrer do filme volte ao que conhecemos, seu papel não deixou de ser interessante. Dá até para sentir uma autocrítica repleta de ironia entre a Valentina e sua vida real. Fiquei agradavelmente surpresa com ela, e espero que outros diretores sejam capazes de explorar melhor sua capacidade de atuar. E, sim, ela é capaz, e eu espero que ainda nos brinde com atuações maravilhosas e memoráveis (o que mesmo aqui ainda não aconteceu).
Por outro lado, a edição e montagem são irritantes. Há cenas muito deslocadas e sem sentido no filme; isso sem falar da forma vaga como deixou várias personagens são deixadas. Excessos de fade, cortes bruscos, cenas vagas; isso chegou a me irritar várias vezes, por mais entretida que estivesse com a história.
Por fim, gostei, mas senti falta de algo. Acredito que análise pós-filme me gostar muito mais dele, e entendê-lo melhor. É realmente o tipo que sobe os créditos, mas não acaba ali. Continua em nós, com o peso de suas críticas, com a brecha para que nós preenchamos as lacunas deixadas.
Um dos pontos que mais me agradaram no filme são os silêncios da Julianne Moore, aquelas cenas em que ela não precisa dizer uma única palavra para que saibamos exatamente o que sua personagem sente. A atuação dela é sem dúvidas o ápice do longa e faz válida toda a experiência de assisti-lo. O tema é delicado e abordado de uma forma linda.
Cotidiano de um casal retratado de forma natural e realista, com direito a cenas explícitas regadas à boa música. É um filme que flui deliciosamente, mas não espere que vá além dos fragmentos de memória do Matt. Ele relembra seus momentos com Lisa, e intercala com o vazio de sua vida atual. Simples assim, e lindo ao seu modo.
Filmes jorrando sangue à torto e à direito temos aos montes. Vender a violência merece um troféu, mas uma retratação tão natural da nudez e da paixão entre duas pessoas é um absurdo, é vazio, é chato e afins. Hipocrisia é eufemismo.
Dentro
2.8 93 Assista AgoraO cansaço de assistir ao filme é proporcional ao confinamento do protagonista. Nunca fiquei tão aliviada com o final de um filme.
Saltburn
3.5 846Estético, mas doentio ao extremo.
Upgrade: As Cores do Amor
2.8 71 Assista AgoraQueria um clichezinho para finalizar o dia, mas nem isso o filme conseguiu entregar. Protagonistas nada carismáticos, diálogos forçados. Péssimo em tudo.
Infiltrado
3.6 318 Assista AgoraParece que o diretor perdeu o fôlego na cena final e desistiu de uma bela oportunidade para entregar apenas um clichê sobre vingança.
Mariya – O Simbolo de Uma Guerra
3.3 3 Assista AgoraAs cenas de Santa Matrona compensam ♥
Homem de Fé
3.1 9 Assista AgoraLouvável iniciativa de nos trazer a história de São Nektários. Só senti falta de mencionarem Agni Parthene, esse hino belíssimo à Santíssima Virgem, composto por ele. ♥
Entardecer
2.8 27 Assista AgoraÉ um filme inteiramente alegórico - o que faz das discussões acerca dele muito mais interessantes que ele próprio. Alegorias inteligentes, de fato, porém a ausência de enredo torna esses 144 minutos arrastados e (bem) difíceis.
Você (1ª Temporada)
3.7 916 Assista AgoraA fórmula de sucesso da Netflix vem sendo exaustivamente aplicada às suas séries, e You é um perfeito exemplo disso. Começando com a escolha de algum ator que tenha feito considerável sucesso em alguma série ou filmes de um mesmo tema – como havia sido Kevin Spacey em inúmeros longas; e como foi, a seu modo, Penn Badgley em Gossip Girl.
Este ator é inserido em alguma grande cidade americana dentro de um contexto da moda: se antes tínhamos intrigas políticas na capital dos EUA, agora temos um funcionário de uma livraria em NYC, recheando seus episódios de referências literárias – bem distantes de uma autêntica erudição ou de um humor inteligente, mas não por isso incapazes de entreter um público jovem capaz de pegá-las.
Ah, e não podemos nos esquecer de uma característica marcante desse modelo: acompanhar nossos protagonistas bem de perto. Se em House of Cards, Frank olhava e conversava diretamente conosco, neste caso em particular a proximidade é mais incômoda: vemos e ouvimos o fluxo de consciência de um psicopata. Não estamos mais ao seu lado, mas dentro de sua mente. Acompanhamos com desconforto cada um de seus passos, suas impressões, suas confissões e, principalmente, as justificativas que cria ao tentar se convencer de que não ultrapassa a barreira da normalidade ao fazer “de tudo” por Beck, a vítima da vez.
São vários os problemas – do mal desenvolvimento de suas personagens aos mais descabidos furos de roteiro. A ideia, contudo, não deixa de ser interessante. Talvez tivesse sido mais feliz no formato longa-metragem, sem a possibilidade de se estender em dez horas uma história que já teria sido bem contada em, no máximo, três.
Gilmore Girls: Um Ano para Recordar
4.2 419 Assista AgoraTendo terminado a série muito recentemente, minha experiência com o revival seguramente não se assemelha com a de alguém que acompanhou a série antes das expectativas de uma temporada extra. Desse modo, a atmosfera exageradamente dramática e nostálgica não conseguiu me envolver a ponto de tolerar aparições deslocadas. O que não me foi exatamente um problema. O que não dá para negar é a ausência enorme de
Richard Gilmore, certamente pela morte do ator que o interpretava. Percebe-se que a dor dos personagens é, de certo modo, também a dor dos próprios atores diante da falta que o amigo faz.
A sugestão de Jess, felizmente acatada por Rory, de escrever um livro sobre a relação dela com sua mãe, foi uma das decisões mais acertadas desse roteiro – embora soe clichê.
Particularmente desgosto dessas frases finais ambíguas – meio gancho para uma possível temporada, meio desfecho no caso da primeira opção não funcionar –, mas nesse caso me convenceu. Não sinto necessidade de continuação, mas também não nego que seria interessante acompanhar a nova jornada de Rory Gilmore – cujo revival só reafirmou seu papel de eterna garotinha imatura e mimada que não sabe dar um passo com as próprias pernas. São vários os exemplos possíveis: no âmbito profissional, aquele completo e injustificável despreparo para uma entrevista, algo que soaria como uma piada para aquela Rory Gilmore que se preparava para Harvard, tinha inúmeros métodos de estudo, e se realmente se esforçava para superar suas dificuldades. Sua vida pessoal é também um completo desastre. Continua sendo "a outra" dos relacionamentos, tratando seus namorados como descartáveis e depois sofrendo as consequências que a instabilidade tem sobre ela. Um belo contraste com a força e determinação da mãe.
O Que Nossos Pais Fizeram: Um Legado Nazista
3.6 11Mais um documentário sensacionalista, tendencioso e que não chega a lugar algum. A premissa parecia interessante em princípio, mas resulta em uma dicotomia mal desenvolvida do "amar ou odiar" o próprio pai, desconsiderando aquela dose saudável de imparcialidade, meios termos e contexto histórico - que, deixando claro, está bem longe da cegueira e justificações desnecessárias e repetitivas que vemos aqui.
Brinde: a forma como a Ucrânia é mostrada me fez ficar em dúvida se ria ou chorava.
Os Capacetes Brancos
4.1 144 Assista AgoraUma vez mais, o selo Netflix me brinda com uma decepção. Formato curta-metragem eficiente apenas para os fins propagandísticos de um filme parcial e bastante pretensioso. Quando se trata de um conflito atual e complexo como o caso sírio, não é possível formar opinião a partir de fragmentos minúsculos revelados por um seleto grupo de pessoas. E o outro lado? Existe? Será isso mesmo?
Para exemplificar, determinada cena exibe um dos membros afirmando já ter participado de grupos armados, mas trocou as armas por uma atitude bonita, humana. Vemos o resgate de crianças e até de um "bebê milagroso". A todo momento é ressaltada a imagem humana, sentimental e bondosa dos tais Capacetes Brancos - eles têm família, eles salvam famílias. É até difícil imaginar que algo nessas cenas pode não representar a realidade de uma forma honesta. Mas não é, no mínimo, suspeito que um documentário sobre os Capacetes Brancos, além de não expor a opinião de nenhuma outra pessoa além dos próprios "heróis da humanidade", não explore suas origens, quem o financiava e ainda financia?
Ressalto que, de modo algum, diminuo o valor do trabalho de alguém que resgata outras vidas - nesse sentido, é interessante que ter um filme que traga visibilidade para um grupo de civis que realiza tal trabalho, além da chamar atenção para a Síria, de modo geral, permitindo debate sobre. Porém, se é para passar informações, que isso seja feito de uma forma limpa.
Extremis
3.8 105 Assista AgoraÀ primeira vista, pensei que não seria possível explorar de forma minimamente satisfatória um tema de tamanha delicadeza em meros vinte e quatro minutos. Bem, eu estava certa. Não foi possível.
Minha principal crítica se direciona ao formato escolhido, insuficiente para documentar a história das famílias apresentadas. O filme é corrido, raso e meramente expositivo, resume-se ao apelo emocional de uma questão sensível que, naturalmente, há de tocar a todos nós - uma vez que estamos vulneráveis a essa situação independente de quaisquer diferenças. Mas fica a forte impressão de que faltou empenho em documentar, de fato, e houve um maior interesse em correr para lançar e lucrar sobre a questão.
Também me incomodou (e muito) a exposição dos pacientes em tais condições e a forma desigual como suas histórias são exploradas - ou, melhor dizendo, expostas, uma vez que não se explora coisa alguma aqui.
O que fica é a reflexão, o exercício de empatia, trocando de lugar com o outro mentalmente, imaginando o "e se fosse eu? e se fosse quem amo?", e isso é tudo.
A Garota do Livro
3.1 147 Assista AgoraThe Girl in The Book é uma história de superação - na verdade, do processo de superação de Alice, a respeito de uma situação ocorrida ainda em sua adolescência. Percebemos o quanto a protagonista adiou o momento de encarar seu próprio trauma, uma situação mal resolvida dentro dela própria e que lhe deixou sequelas - as quais o filme explorou bem.
A promiscuidade da Alice, por exemplo, é um reflexo do abuso e desilusão por ela sofridos. Há um vazio em seu interior que tenta preencher com rostos aleatórios e relacionamentos efêmeros. Ela vai a bares, sorrindo a alguém que levará para a cama, e se frustra na manhã seguinte, porque isso não tirou dela o que a incomoda. O problema maior é quando, finalmente, se envolve com uma pessoa de quem passa a gostar e conhece a reciprocidade - a partir de então suas atitudes passam a refletir em outro alguém, e essa é uma situação para a qual não está preparada. Alice ainda não sabe lidar com o fato de ter conhecido Emmett, mas a presença dele e o que ele representa é importante para ela e, sabendo disso, ele se torna um motivo a mais para deixar de ser a coadjuvante da própria vida. Desse modo, o romance se justifica, embora não tenha me convencido.
Outro reflexo do trauma pode ser percebido nas dificuldades que ela tem para escrever. Somente após uma breve conversa com Milan, seu antigo fantasma, ela consegue se libertar da personagem que a eclipsava. A partir de então, sente-se finalmente pronta para escrever. Nesse quesito, achei o filme bem sucedido.
Gostei também do cenário no qual o filme se passa: o mercado editorial, movido por quem tem o poder de, num estalar de dedos, fazer as coisas acontecerem - a exemplo da influência do pai de Alice. Além disso, são levantadas questões como a apropriação de ideias, plágio e outras.
Ainda com algumas romantizações excessivas e arcos mal explorados, o filme é finalizado de forma satisfatória, mas sem surpresas.
Uma vez assistindo a uma ficção, seria de se esperar o confronto entre Alice e Milan, mas, particularmente, a ausência deste não me desapontou. A sensação que fica é que, para ela, bastava concluir o seu trabalho e ter uma breve conversa com a pessoa que teve um impacto tão negativo em sua vida. É desse modo que ela se liberta do que a aprisionou por anos. Sobre isso, penso que é bem mais próximo da realidade, em que nossos traumas e fantasmas são superados, resolvidos e esquecidos não com um desfecho deslumbrante, mas de uma forma muito mais interna e reservada.
O Segredo dos Seus Olhos
4.3 2,1K Assista AgoraGrandes expectativas, decepções ainda maiores. É como se todos esses minutos fossem construídos para te surpreender de novo e de novo, para te deixar mais e mais desconfiado, e de tanto esperar para ser surpreendido você... percebe que era "só isso" mesmo, e não haverá nada além.
Ao menos para mim, a agonia lenta que é esse filme não vale a pena considerando seu desfecho - e raramente considero um desfecho frustrante capaz de frustrar todo o processo. Não sei se por insensibilidade minha ou expectativas elevadas, ou ambas as coisas.
O deleite cinematográfico (se existe) está em algumas raras cenas e, nesse quesito, destaque para a cena de perseguição no estádio - cada movimento daquela câmera soou como poesia para mim, faltou fôlego e faltam também palavras para descrevê-la. Mas essa mesma técnica peca a ponto de provocar uma alergia aos mais sensíveis: é a maquiagem que funciona muito bem em um ator, mas não em outro; é a cena do carro na estrada com uma luz estática na cara do motorista, que te permite até sentir o cheiro do estúdio, e por aí vai.
Why Beauty Matters
3.9 40Excelente documentário. Gostei do modo como levantou a questão do culto ao feio, chocante, vazio e prático: é o fiel retrato do nosso tempo, em que qualquer ruído pode ser chamado de música, a crítica é tomada como "julgamento pessoal arrogante" e uma mísera pincelada em uma tela branca pode valer milhões. Seria possível dizer que qualquer coisa é arte? Não teria esse conceito se esvaziado?
É aquela do faxineiro que, apertado para ir ao banheiro, deixa a vassoura encostada em uma parede. Ao retornar, um grupo de pessoas cercam o objeto com olhares reflexivos e comovidos.
O Amigo Alemão
3.1 12Mais um filme que entrará para o "grupo dos que poderiam ter sido", mas não foram. O que mais me incomodou, além da falta de profundidade na relação dos protagonistas, foi a passagem de tempo - muito confusa, muito rápida e em menos de um minuto você já verá todos os cortes de cabelo possíveis em um ator. O que é uma pena, pois a ideia me parecia excelente a princípio.
Suite Francesa
3.6 259 Assista AgoraEncontrei o título buscando pela temática da Ocupação, e gostei de tê-lo visto - embora tenha me decepcionado bastante com ele. Tinha a fórmula do sucesso em mãos, mas conseguiu perdê-la ao focar em arcos secundários desinteressantes.
Mais da metade do filme não é o desenvolvimento do romance em questão, mas o problema um camponês x que a protagonista decide defender. Além de não me convencer minimamente me fez pensar que a autora tinha ideias muitíssimo melhores para sua obra que, por uma infelicidade do destino, não fora concluída. Além disso, cai nos maniqueísmos chatos e típicos da época.
Michelle razoável em uma personagem razoável - isso para não citar as cenas bregas como
apontar a arma para o teu amor quando TODOS sabem que ela não atiraria. blehhh
Contudo, gostei do trabalho do Matthias e pretendo procurar outros filmes do ator.
De qualquer modo, indicaria o longa àqueles que pesquisam sobre o tema e desejam um filminho com trilha sonora agradável e um romance doce para ilustrá-lo.
Napola
4.1 78Conheci Dennis Gansel por A Onda, aquele conhecido filme onde um professor decide mostrar, na prática, como é possível que uma ditadura aconteça. Ver um trabalho dele agora dentro da temática foi extremamente gratificante! E, preciso dizer, essa parceria dele e do Max Riemelt é incrível. ♥
É comum que as pessoas se questionem sobre o motivo que levou tantos a apoiar o partido nazista. Napola exemplifica bem a situação ao colocar Friedrich, um garoto jovem, que fica fascinado com a oportunidade de integrar a elite do seu país através do seu talento com o boxe. Que importa o que diz seu pai sobre "eles não serem como a gente"? É a elite, é a oportunidade e o futuro dele! E assim mais um adentrou esse universo cruel.
Sobre a suposta tendência homoerótica dos dois rapazes, tenho que discordar:
Não consigo enxergar desse modo. Aquela escola é um ambiente ausente de compaixão, onde eles são ensinados a serem cruéis e não pensar nos outros. Criados para servir, não para pensar ou se comover. Albrecht é a pontinha de humanidade que existe no lugar e essa aparente fraqueza comove Friedrich, que não é cruel como os outros - ou pelo menos não deseja ser. Isso fica evidente em sua hesitação ao bater desnecessariamente naquele que já está nocauteado e em outras cenas.
Dá para perceber como ele era seu único amigo, alguém que se importava de ler seus textos, com quem podia conversar. Eu chamo essa relação de amizade, cumplicidade, algo no qual outros estudantes não estavam interessados - eles que matam crianças fugitivas que nem armadas estavam e não se questionam minimamente; veem um colega tentando suicídio e não movem um dedinho que seja para impedi-lo...
Com a morte de Albrecht, o outro enxerga (de forma ainda mais clara) as injustiças daquele lugar. E desse modo impiedoso é expulso dali.
Queda Livre
3.6 591Lendo os comentários vi que não só eu lembrei de Brokeback Mountain, só em uma versão alemã e inserida no contexto moderno.
Adoro esse tom de "realidade", com atuações convincentes e seguras. Os atores principais não deixam a desejar nesse quesito.
Marc é o pior tipo de homem que se pode imaginar: o covarde. Tanto que ele mal dialoga - tanto com a Bettina quanto com o Kay, ele só oferece respostas vagas e silêncios profundos. Além disso, persiste no erro de mentir para si mesmo durante todo o filme.
Pelo Malo
4.0 121 Assista AgoraNão surpreende que a maior preocupação no filme é a foto para a escola. O filme fala essencialmente dessa busca por uma imagem, que leva pessoas - desde cedo - e não aceitarem a si mesmas do jeito que são.
Quando Sinto que Já Sei
4.4 41Gostei de ver os estudantes se expressando, contando sobre o processo de adaptação e a forma como aprendem e lidam com os métodos novos. O documentário se faz válido ao levantar o debate sobre a educação no Brasil, a partir de alternativas de ensino. Saindo daquela sala de aula abafada com "alunos" enfileirados, para disseminar conhecimento aos estudantes e, o melhor, COM os estudantes. Embora nem todos os métodos pareçam realmente eficientes (o que não entra em discussão aqui), é inspirador ver que existe quem queira mudar e, não obstante, está fazendo sua parte por isso.
Acima das Nuvens
3.6 400As personagens e atrizes se misturam; a metalinguagem provoca uma deliciosa confusão. O envelhecimento é o tema sensível que toca Juliette Binoche ao decidir atuar em uma peça, só que interpretando a personagem mais velha, destruída e que tem a cena roubada por uma jovem e enérgica atriz. São inúmeras boas questões levantadas pelo diretor, e sobre isso não tenho do que reclamar.
A primeira cena já me trouxe uma impressão positiva sobre a Stewart, de quem eu desgostava pelo motivo que todos nós sabemos: a ausência de expressão, a falta de um trabalho de voz, aquela mesma postura de sempre. Porém, as falas iniciais quebraram, em partes, essa minha visão. Senti uma maturidade da parte dela que jamais encontrei em outros filmes; Kristen estava mais segura e firme, e embora no decorrer do filme volte ao que conhecemos, seu papel não deixou de ser interessante. Dá até para sentir uma autocrítica repleta de ironia entre a Valentina e sua vida real. Fiquei agradavelmente surpresa com ela, e espero que outros diretores sejam capazes de explorar melhor sua capacidade de atuar. E, sim, ela é capaz, e eu espero que ainda nos brinde com atuações maravilhosas e memoráveis (o que mesmo aqui ainda não aconteceu).
Por outro lado, a edição e montagem são irritantes. Há cenas muito deslocadas e sem sentido no filme; isso sem falar da forma vaga como deixou várias personagens são deixadas. Excessos de fade, cortes bruscos, cenas vagas; isso chegou a me irritar várias vezes, por mais entretida que estivesse com a história.
Por fim, gostei, mas senti falta de algo. Acredito que análise pós-filme me gostar muito mais dele, e entendê-lo melhor. É realmente o tipo que sobe os créditos, mas não acaba ali. Continua em nós, com o peso de suas críticas, com a brecha para que nós preenchamos as lacunas deixadas.
Para Sempre Alice
4.1 2,3K Assista AgoraUm dos pontos que mais me agradaram no filme são os silêncios da Julianne Moore, aquelas cenas em que ela não precisa dizer uma única palavra para que saibamos exatamente o que sua personagem sente. A atuação dela é sem dúvidas o ápice do longa e faz válida toda a experiência de assisti-lo. O tema é delicado e abordado de uma forma linda.
Nove Canções
2.6 384Cotidiano de um casal retratado de forma natural e realista, com direito a cenas explícitas regadas à boa música. É um filme que flui deliciosamente, mas não espere que vá além dos fragmentos de memória do Matt. Ele relembra seus momentos com Lisa, e intercala com o vazio de sua vida atual. Simples assim, e lindo ao seu modo.
Filmes jorrando sangue à torto e à direito temos aos montes. Vender a violência merece um troféu, mas uma retratação tão natural da nudez e da paixão entre duas pessoas é um absurdo, é vazio, é chato e afins. Hipocrisia é eufemismo.