Como fazem os bons filmes, J’ai Tué Ma Mère me provocou inúmeras reflexões, além de um sentimento enorme de admiração pela sensibilidade desse roteiro, pela magnífica direção de arte, e também a delicada trilha sonora que nos conduz aos incessantes desentendimentos de Hubert Minel com sua mãe.
Aquele que antes era apenas uma criança “especial”, alegre e mimada, começa a desenvolver uma personalidade forte, distinta, almejar a própria independência e aumentar o tom de sua voz. Hubert agora pode ver que a mãe não é um retrato da perfeição, ela também não é “especial”, e como qualquer outra pessoa, possui seus defeitos e manias que a tornam, muitas vezes, insuportável aos seus olhos.
A adolescência é, por si só, dramática, exagerada e incompreendida. Hubert não foge ao padrão: almeja sua independência, seu lugar no mundo; quer que sua voz tenha peso e importância e o primeiro obstáculo que encontra é a própria mãe.
Sabe o típico filme que será muitíssimo melhor compreendido se você senti-lo? Esse é J’ai Tué Ma Mère. Sinta. Sinta a explosão de cores na tela, deixe que a mesma te conduza, juntamente com o delicado piano de fundo, a uma viagem pelos sentimentos que a personagem joga para fora do seu modo exacerbado.
A câmera nos coloca como observadores silenciosos nos momentos mais íntimos da vida de Hubert. Estamos ali, por trás de suas fitas, no quarto. Ao lado da câmera para qual ele desabafa suas confusões internas, suas perturbações.
Fica claro que não é, nem de perto, ódio o que ele sente pela própria mãe. São apenas consequências de uma fase conturbada de transição que ele passa. Sua mãe é nitidamente egoísta e, embora ame o filho, não consegue lidar com o fato de ter um filho adolescente a quem não consegue controlar e com quem não consegue se entender.
A cena final é belíssima e me passou bem essa ideia de que não há um ponto final para essa situação. Nenhuma frase de efeito encerraria a cena. Ele vai para o seu refúgio, o seu reino: as memórias de infância, de uma vida sem complicações e maiores preocupações; e então, por um momento, a situação parece que irá estabilizar...
Ps.: A mãe do Antonin é perfeita! Ps².: Vive La Fête na cena em que Antonin e Hubert pintam o escritório ficou maravilhosa.
Só uma "comédia" romântica com os seus devidos clichês, com seus finais previsíveis e a sua falta de emoção que toma a maior parte do filme. Não há absolutamente nada de extraordinário no longa, nada que chame atenção a ponto de fazê-lo digno de prêmios.
Só consegui começar a sentir a emoção do filme do meio para o final. Ele deixa muitas coisas no ar, acaba se excedendo na subjetividade. Cheguei até a pensar que seria uma completa decepção, mas a segunda metade conseguiu "contornar" as coisas, de certo modo.
Apesar dessas lacunas deixadas pelo roteiro, não está nem perto de ser um filme ruim ou algo do tipo. Gostei, até.
O declínio de Maria Antonieta sob a visão de Sidonie Laborde, sua leitora. É um filme interessante sobre a delicada situação da Rainha, interpretada pela Diane Kruger, que, por sinal, faz um ótimo trabalho, passando para as telas a Rainha que se distraia fácil, que tinha o gosto pela moda como hobby e também uma afeição inigualável pela Duquesa de Polignac. Há uma agonia constante nesse filme, aquele clima de suspense que denuncia o desastre que está por vir. Eu tinha grande expectativas e essas foram um tanto frustradas, talvez por ter focado muito na relação Antoinette-Polignac e deixado o filme parar por aí, tendo uma conclusão mediana.
O que me encanta nesse filme é a sua simplicidade, o lado cômico para o qual pende, a sutileza do personagem. De volta ao mundo de Antoine Doinel, agora no começo de sua vida adulta e suas aventuras amorosas, e agora em cores. Léaud sempre encantador.
Destaque para a cena do espelho (impossível não rir com aquilo) e também para a cena final.
Excelente filme. Jean Seberg tão linda! O filme se torna ainda melhor quando nota-se avanços tecnológicos, a montagem - aqueles cortes bruscos, demonstrando à oposição do diretor em relação à falsa naturalidade das cenas -, os diálogos eficazes, inteligentes e marcantes... É realmente impressionante. Ah, Godard!
Minha iniciação com Tolkien foi a partir d'O Hobbit. A adaptação é muitíssimo bem feita e realmente não tenho do que reclamar.
Tendo lido o livro de Tolkien ou não, assistir O Hobbit é uma experiência incrivelmente encantadora. Minhas expectativas já eram altíssimas, especialmente em relação à fotografia e aos efeitos. Peter Jackson superou as expectativas e trouxe um filme visualmente magnífico. A fotografia é de encher os olhos! A belíssima trilha sonora que conduz essa jornada inesperada foi um ponto que realmente me surpreendeu. A música continua tocando, repetidamente, em minha cabeça até agora, e duvido que eu vá esquecê-la tão cedo.
Martin Freeman encarna um Bilbo cômico e incrível. Atuações belíssimas também de Ian McKellen e Andy Serkis, principalmente. Os anões são cativantes, e esse lado mais humorístico para o qual o filme pende me divertiu bastante.
Uma festa inesperada, que cena mais linda! Aquela bagunça de anões, pratos, risadas, comida e um hobbit confuso e inseguro andando de um lado para o outro!
Devo confessar que algumas cenas se estenderam um pouco mais, sim, e isso chega a diminuir o delicioso ritmo que o filme seguia, mas essa quebra é recompensada com as sequências. Esse detalhe não chega nem perto de afetar a qualidade altíssima do filme.
Aliás, não acho ruim transformar O Hobbit em uma trilogia – isso, é claro, porque espero que o Peter aproveite para nos trazer cenas mais relevantes, que deixem a obra mais rica, mais completa, e não se perca estendendo-as exaustivamente a ponto de reduzir a qualidade e o ritmo da obra.
A cena em que o Gandalf envia uma borboleta para chamar as águias é uma das cenas mais lindas que já vi. Por causa dessa fiquei um bom tempo sem palavras para descrever o que tinha assistido (ou sentido!).
Excelente filme para se apreciar, seja com o olhar crítico, seja com o coração de fã, ou a mente aberta de quem está conhecendo as maravilhas da criação de Tolkien.
Quando um filme não apenas revira sua mente e tira seu ânimo, mas também esgota suas energias e mesmo depois de acabar de assisti-lo as cenas continuam rodando em sua cabeça. Obrigada por essa, Aronofsky.
A história é relativamente simples e seu final bastante previsível, o grande diferencial do longa está no modo como essa situação é apresentada. Aronofsky faz questão de atingir fundo, usando uma fotografia ousada e uma montagem/edição dinâmica para explorar e mostrar as consequências de uma vida entregue às drogas. A genialidade dessa obra de arte vai desde o título até a menor das interpretações.
Temos as quatro estações, o verão próspero, onde os sonhos nascem e alegria transborda, e o consequente declínio. Através intensa e belíssima trilha sonora de Clint Mansell, nos vemos sob uma atmosfera perturbadora. Sentimos as emoções dos personagens, seu vício, sua dor e seu desespero.
A cena da briga entre o Harry e Marion, o desespero na voz e no olhar dela. Os delírios da Sara em sua obsessão pela magreza, entregando-se ao vício e ignorando tudo o que não fosse a televisão. As lembranças que Tyrone tem de sua infância com a mãe. Harry amputado...
Há muito tempo ansiava por assisti-lo, as expectativas eram altíssimas e em nada foram frustradas, pelo contrário. Forte, perturbador, porém belo, a seu modo.
Estão sonhando com um sonho dentro um sonho que está dentro de outro sonho. Incrível.
Lembro que, quando assisti pela primeira vez não pude terminá-lo, e na época também desconhecia o Tom Hardy. Aliás, que elenco maravilhoso! DiCaprio, Joseph Gordon-Levitt, Hardy, Page, Murphy e também o Caine - apesar de ter aparecido em um papel pequeno. Creio que seja um daqueles filmes que eu não me canso de reassistir.
Excelente filme do Christopher Nolan. A genialidade do roteiro é incrível e fascina quem quer que seja. Não achei tão exageradamente complexo, talvez por ter me surpreendido com a genialidade da mente do Nolan e focar em cada diálogo e cena, esquecendo tudo ao meu redor. O mundo dos sonhos é sempre interessante de se explorar, gostei muitíssimo da teoria dele sobre a ideia ser como um vírus em nossa mente.
"Não é a violência que define um homem, é o quão longe ele está preparado para chegar"
Esperava um filme bom, encontrei um filme ótimo.
A fotografia é belíssima e a trilha sonora também merece ser ressaltada. Ambientação e atuações impecáveis. Guy Pearce sempre ótimo e Tom Hardy me surpreendendo a cada filme.
Não é o que eu chamaria de um bom filme empolgante. A atmosfera é realista e pessimista até demais. Porém senti uma certa superficialidade em alguns momentos, especialmente em certas relações. Justamente essa superficialidade fez o filme perder pontos.
A tão elogiada cena da dança precisa ser ressaltada. É um momento de liberdade, descontração e entrega. Além disso, as frases da Elizabeth parecem descrever o filme, como, por exemplo, quando expõe o seu "medo do vazio".
“Não preciso de muito. Preciso ser amada, talvez mais do que qualquer outra pessoa, mas isso é tudo.”
Percebe-se que é esse o sentido. Não importa a sua filosofia de vida, se acredita no conceito de fidelidade ou não, se tem dinheiro ou não, a única coisa que todos, sem exceção, precisam é ser amados acima de todas as coisas. Angéle abandona Frédéric justamente por ver a oportunidade de ser amada da forma como quer em outro homem, e não importa quantas vezes tiver que tentar, ela estará fugindo do medo do vazio, da ausência de amor. Frédéric, demonstrando sua covardia, declina. Como ele próprio assume, não pela esposa tê-lo traído, mas porque ela deixou de amá-lo, feriu seu orgulho. Esse vazio acaba por dominá-lo completamente.
Paul e Elizabeth são os que, finalmente, conseguem superar esse medo e amar um ao outro.
“O medo do vazio que te falei... Se foi para sempre, entende?”
Enfim, ainda que adore filmes franceses e o trabalho do Louis, esse quase que não dá certo. Por muito pouco.
Através do livro apaixonei-me pela história, que, por sinal, foi muitíssimo bem adaptada. O filme de Coky Giedroyc é a primeira versão que assisto, e confesso que não tenho do que reclamar. Pelo contrário, encantei-me! Começando pela trilha sonora delicada que, juntamente com a belíssima fotografia, forma uma atmosfera melancólica, romântica e comovente, em torno da história de amor entre Cathy e Heathcliff.
Um dos pontos fortes do longa é a atuação extraordinária de Tom Hardy. Ele passa para a tela toda a emoção, o sofrimento e o amor e o ódio que habitam o protagonista. É impossível não apaixonar-se pelo seu trabalho bem-feito, não admirar seus olhares carregados de sentimento.
Mal acabo de assistir e já penso em rever. Belíssimo e encantador!
A encenação do doentio é sempre assustadora. Huppert e Garrel fazem um ótimo trabalho; o ponto forte do filme, a meu ver, são suas atuações. Embora eu ainda prefira o Louis nos filmes mais conhecidos do Christophe (o típico conquistador é um papel que lhe cai muito melhor, convenhamos). A falta de elementos de distração realça aquela atmosfera perturbadora da iniciação de Pierre no mundo pervertido de sua mãe.
Pierre foi criado pela avó, perdeu o pai, e tem uma mãe maluca como aquela. Apesar de suas curiosidades adolescentes, o incentivo da mãe é fundamental para que se torne tão louco quanto ela. Pode-se perceber que no início ele tenta rejeitar, se questiona acerca do certo e errado, apela para suas crenças religiosas, mas conforme o filme se desenrola acaba por entregar-se completamente. E então temos uma sequência final mostrando o auge de sua perversão. Como nascem os loucos...
Não é o que eu chamaria de um filme agradável de se assistir. Aliás, é bem diferente dos outros filmes do Honoré que vi até agora, porém cumpre com a sua proposta.
A paranoia leva Walter a se envolver cada vez mais com a história, encontrando (ou procurando) sinais de que o número 23 o está perseguindo em todos os lugares. Ele não pode acreditar que seja uma mera obra do acaso, não podem ser apenas coincidências. Isso o leva a procurar o autor do livro que tirou seu sossego.
Até aonde você chegaria em nome de uma obsessão? As coisas devem ter uma razão para acontecer? Os erros do passado voltarão a assombrá-lo, algum dia? As evidências estão por toda parte, a verdade está a um palmo, mas certas coisas você simplesmente escolhe não acreditar.
O filme envolve, intriga, faz refletir sobre cada frase dita, cada número que aparece, aqueles elementos sutis que podem se tornar determinantes em alguma parte. É quase obsessivo! Quer queira, quer não, durante O Número 23, me vi envolvida nessa insana procura pelas coincidências. Mas... “E se?”. Bem, não é o que eu chamaria de um filme ruim, porém o desfecho "justo" não está a altura daquele núcleo de suspense que temos no meio da história. Decepcionou em algum ponto, faltou algo.
Quando as evidências apontaram para a Ágatha, senti que o filme estava chegando no seu ápice. Embora não fizesse tanto sentido, seria mais surpreendente se fosse obra dela, uma armação dela. Mas estava bem na cara que era o Walter e que ele estava afundando nos próprios fantasmas. A consciência de que não teria um sentido, ao menos não faria sentido facilmente, que outra pessoa tivesse escrito o livro, descobrir a verdadeira história não me empolgou. Pelo contrário.
Enfim, senti que deixou a desejar. Faltou alguma coisa.
Duas coisas me impressionaram positivamente no filme. Uma delas foi ter passado o filme todo dentro daquele prédio. Em cada apartamento, diferentes nomes, diferentes tipos e histórias de vida; tudo vivenciado naqueles poucos minutos, num único momento. Devidamente pago, tudo é deixado para trás assim que a porta é fechada. Tanto o nome que conheceu, quanto o que aconteceu com seu cliente. Eis que se inicia a busca pela saída do prédio, e é este o segundo ponto que me impressionou. Pois, o "exit" que parece tão difícil de ser encontrado e, no fim, é tão simples, seria também uma busca do Alex, ou Jeff, ou Max, ou que outro nome ele tenha inventado, dele próprio, a saída do que viveu ali, de quem conheceu. Inicia sua busca por coisas novas, momentos novos.
Porém achei que na segunda metade do filme, o ritmo cai bastante. O final é bonito, porém não me surpreendeu, não me entusiasmou, simplesmente acaba.
Concordando com a ideia de alguém abaixo, seria sim, bem melhor, se fosse um curta-metragem. Mas não deixa de ser um bom filme, com suas falhas, mas um bom filme.
Assisti novamente ontem, e como se fosse a primeira vez que o vi, me emocionei do mesmo modo, me encantei do mesmo modo.
Trata-se de um romance numa atmosfera mágica e envolvente, que nos leva a conhecer o curioso caso de um menino que nasce velho e com o passar do tempo fica mais jovem. Não é apenas o roteiro que faz do filme uma obra prima, mas vários elementos como fotografia sensível e sua conexão perfeita com trilha de Alexandre Desplat, a direção espetacular de David Fincher, assim como a direção de arte.
É extenso, possui cenas longas e muitíssimo bem elaboradas, a história é conduzida de modo lento e delicado. Requer sensibilidade e paciência. Não é cheio de reviravoltas ou elementos apenas para entreter quem está assistindo. É um filme para se admirar.
Onde o perfeccionismo de Fincher aflora, trazendo cenas longas, bem elaboradas, construindo uma investigação baseada em uma história real, e que, magistralmente, nos traz a sensação de estar vivendo aquilo, participando e até tendo cá nossas suspeitas de quem pode ser o misterioso Zodíaco.
O que mais me fascina no filme é a construção dos personagens, o Conners desde o início taxado como o vilão da história, responsável por isso e aquilo e que por capricho de um bandido volta à ativa. A reviravolta no final, e a evolução do "novato" trazem um charme à mais. Apesar de não se aprofundar em demasia na teoria do caos, sendo o processo dessa descoberta um tanto lenta, acredito ter captado a mensagem que o filme passou. E confesso, amei ver o Statham nesse personagem.
Eu Matei Minha Mãe
3.9 1,3KComo fazem os bons filmes, J’ai Tué Ma Mère me provocou inúmeras reflexões, além de um sentimento enorme de admiração pela sensibilidade desse roteiro, pela magnífica direção de arte, e também a delicada trilha sonora que nos conduz aos incessantes desentendimentos de Hubert Minel com sua mãe.
Aquele que antes era apenas uma criança “especial”, alegre e mimada, começa a desenvolver uma personalidade forte, distinta, almejar a própria independência e aumentar o tom de sua voz. Hubert agora pode ver que a mãe não é um retrato da perfeição, ela também não é “especial”, e como qualquer outra pessoa, possui seus defeitos e manias que a tornam, muitas vezes, insuportável aos seus olhos.
A adolescência é, por si só, dramática, exagerada e incompreendida. Hubert não foge ao padrão: almeja sua independência, seu lugar no mundo; quer que sua voz tenha peso e importância e o primeiro obstáculo que encontra é a própria mãe.
Sabe o típico filme que será muitíssimo melhor compreendido se você senti-lo? Esse é J’ai Tué Ma Mère. Sinta. Sinta a explosão de cores na tela, deixe que a mesma te conduza, juntamente com o delicado piano de fundo, a uma viagem pelos sentimentos que a personagem joga para fora do seu modo exacerbado.
A câmera nos coloca como observadores silenciosos nos momentos mais íntimos da vida de Hubert. Estamos ali, por trás de suas fitas, no quarto. Ao lado da câmera para qual ele desabafa suas confusões internas, suas perturbações.
Fica claro que não é, nem de perto, ódio o que ele sente pela própria mãe. São apenas consequências de uma fase conturbada de transição que ele passa. Sua mãe é nitidamente egoísta e, embora ame o filho, não consegue lidar com o fato de ter um filho adolescente a quem não consegue controlar e com quem não consegue se entender.
A cena final é belíssima e me passou bem essa ideia de que não há um ponto final para essa situação. Nenhuma frase de efeito encerraria a cena. Ele vai para o seu refúgio, o seu reino: as memórias de infância, de uma vida sem complicações e maiores preocupações; e então, por um momento, a situação parece que irá estabilizar...
Ps.: A mãe do Antonin é perfeita!
Ps².: Vive La Fête na cena em que Antonin e Hubert pintam o escritório ficou maravilhosa.
O Lado Bom da Vida
3.7 4,7K Assista AgoraSó uma "comédia" romântica com os seus devidos clichês, com seus finais previsíveis e a sua falta de emoção que toma a maior parte do filme. Não há absolutamente nada de extraordinário no longa, nada que chame atenção a ponto de fazê-lo digno de prêmios.
Não Me Abandone Jamais
3.8 2,1K Assista AgoraSó consegui começar a sentir a emoção do filme do meio para o final. Ele deixa muitas coisas no ar, acaba se excedendo na subjetividade. Cheguei até a pensar que seria uma completa decepção, mas a segunda metade conseguiu "contornar" as coisas, de certo modo.
Apesar dessas lacunas deixadas pelo roteiro, não está nem perto de ser um filme ruim ou algo do tipo. Gostei, até.
Aquele último acesso do Tommy foi, para mim, a cena mais emocionante do filme. Juntamente com a morte da Ruth.
Adeus, Minha Rainha
3.0 168 Assista AgoraO declínio de Maria Antonieta sob a visão de Sidonie Laborde, sua leitora. É um filme interessante sobre a delicada situação da Rainha, interpretada pela Diane Kruger, que, por sinal, faz um ótimo trabalho, passando para as telas a Rainha que se distraia fácil, que tinha o gosto pela moda como hobby e também uma afeição inigualável pela Duquesa de Polignac. Há uma agonia constante nesse filme, aquele clima de suspense que denuncia o desastre que está por vir. Eu tinha grande expectativas e essas foram um tanto frustradas, talvez por ter focado muito na relação Antoinette-Polignac e deixado o filme parar por aí, tendo uma conclusão mediana.
Beijos Proibidos
4.1 138 Assista AgoraO que me encanta nesse filme é a sua simplicidade, o lado cômico para o qual pende, a sutileza do personagem. De volta ao mundo de Antoine Doinel, agora no começo de sua vida adulta e suas aventuras amorosas, e agora em cores. Léaud sempre encantador.
Destaque para a cena do espelho (impossível não rir com aquilo) e também para a cena final.
Aquela declaração repentina, sincera e belíssima. "Aquele homem deve ser louco"
E, claro, essas músicas finais...
Acossado
4.1 510 Assista AgoraExcelente filme. Jean Seberg tão linda!
O filme se torna ainda melhor quando nota-se avanços tecnológicos, a montagem - aqueles cortes bruscos, demonstrando à oposição do diretor em relação à falsa naturalidade das cenas -, os diálogos eficazes, inteligentes e marcantes... É realmente impressionante.
Ah, Godard!
O Hobbit: Uma Jornada Inesperada
4.1 4,7K Assista AgoraMinha iniciação com Tolkien foi a partir d'O Hobbit. A adaptação é muitíssimo bem feita e realmente não tenho do que reclamar.
Tendo lido o livro de Tolkien ou não, assistir O Hobbit é uma experiência incrivelmente encantadora. Minhas expectativas já eram altíssimas, especialmente em relação à fotografia e aos efeitos. Peter Jackson superou as expectativas e trouxe um filme visualmente magnífico. A fotografia é de encher os olhos! A belíssima trilha sonora que conduz essa jornada inesperada foi um ponto que realmente me surpreendeu. A música continua tocando, repetidamente, em minha cabeça até agora, e duvido que eu vá esquecê-la tão cedo.
Martin Freeman encarna um Bilbo cômico e incrível. Atuações belíssimas também de Ian McKellen e Andy Serkis, principalmente. Os anões são cativantes, e esse lado mais humorístico para o qual o filme pende me divertiu bastante.
Uma festa inesperada, que cena mais linda! Aquela bagunça de anões, pratos, risadas, comida e um hobbit confuso e inseguro andando de um lado para o outro!
Devo confessar que algumas cenas se estenderam um pouco mais, sim, e isso chega a diminuir o delicioso ritmo que o filme seguia, mas essa quebra é recompensada com as sequências. Esse detalhe não chega nem perto de afetar a qualidade altíssima do filme.
Aliás, não acho ruim transformar O Hobbit em uma trilogia – isso, é claro, porque espero que o Peter aproveite para nos trazer cenas mais relevantes, que deixem a obra mais rica, mais completa, e não se perca estendendo-as exaustivamente a ponto de reduzir a qualidade e o ritmo da obra.
Ainda me encontro em estado de total fascínio.
A cena em que o Gandalf envia uma borboleta para chamar as águias é uma das cenas mais lindas que já vi. Por causa dessa fiquei um bom tempo sem palavras para descrever o que tinha assistido (ou sentido!).
Excelente filme para se apreciar, seja com o olhar crítico, seja com o coração de fã, ou a mente aberta de quem está conhecendo as maravilhas da criação de Tolkien.
Enfim, por ora, é isso.
Réquiem para um Sonho
4.3 4,4K Assista AgoraQuando um filme não apenas revira sua mente e tira seu ânimo, mas também esgota suas energias e mesmo depois de acabar de assisti-lo as cenas continuam rodando em sua cabeça. Obrigada por essa, Aronofsky.
A história é relativamente simples e seu final bastante previsível, o grande diferencial do longa está no modo como essa situação é apresentada. Aronofsky faz questão de atingir fundo, usando uma fotografia ousada e uma montagem/edição dinâmica para explorar e mostrar as consequências de uma vida entregue às drogas. A genialidade dessa obra de arte vai desde o título até a menor das interpretações.
Temos as quatro estações, o verão próspero, onde os sonhos nascem e alegria transborda, e o consequente declínio. Através intensa e belíssima trilha sonora de Clint Mansell, nos vemos sob uma atmosfera perturbadora. Sentimos as emoções dos personagens, seu vício, sua dor e seu desespero.
A cena da briga entre o Harry e Marion, o desespero na voz e no olhar dela. Os delírios da Sara em sua obsessão pela magreza, entregando-se ao vício e ignorando tudo o que não fosse a televisão. As lembranças que Tyrone tem de sua infância com a mãe. Harry amputado...
Há muito tempo ansiava por assisti-lo, as expectativas eram altíssimas e em nada foram frustradas, pelo contrário. Forte, perturbador, porém belo, a seu modo.
A Origem
4.4 5,9K Assista AgoraEstão sonhando com um sonho dentro um sonho que está dentro de outro sonho. Incrível.
Lembro que, quando assisti pela primeira vez não pude terminá-lo, e na época também desconhecia o Tom Hardy. Aliás, que elenco maravilhoso! DiCaprio, Joseph Gordon-Levitt, Hardy, Page, Murphy e também o Caine - apesar de ter aparecido em um papel pequeno. Creio que seja um daqueles filmes que eu não me canso de reassistir.
Excelente filme do Christopher Nolan. A genialidade do roteiro é incrível e fascina quem quer que seja. Não achei tão exageradamente complexo, talvez por ter me surpreendido com a genialidade da mente do Nolan e focar em cada diálogo e cena, esquecendo tudo ao meu redor. O mundo dos sonhos é sempre interessante de se explorar, gostei muitíssimo da teoria dele sobre a ideia ser como um vírus em nossa mente.
Os Infratores
3.8 895 Assista Agora"Não é a violência que define um homem, é o quão longe ele está preparado para chegar"
Esperava um filme bom, encontrei um filme ótimo.
A fotografia é belíssima e a trilha sonora também merece ser ressaltada. Ambientação e atuações impecáveis. Guy Pearce sempre ótimo e Tom Hardy me surpreendendo a cada filme.
"... e no fim, foi a pneumonia que o levou..."
Um Verão Escaldante
3.0 121Não é o que eu chamaria de um bom filme empolgante. A atmosfera é realista e pessimista até demais. Porém senti uma certa superficialidade em alguns momentos, especialmente em certas relações. Justamente essa superficialidade fez o filme perder pontos.
A tão elogiada cena da dança precisa ser ressaltada. É um momento de liberdade, descontração e entrega. Além disso, as frases da Elizabeth parecem descrever o filme, como, por exemplo, quando expõe o seu "medo do vazio".
“Não preciso de muito. Preciso ser amada, talvez mais do que qualquer outra pessoa, mas isso é tudo.”
Percebe-se que é esse o sentido. Não importa a sua filosofia de vida, se acredita no conceito de fidelidade ou não, se tem dinheiro ou não, a única coisa que todos, sem exceção, precisam é ser amados acima de todas as coisas. Angéle abandona Frédéric justamente por ver a oportunidade de ser amada da forma como quer em outro homem, e não importa quantas vezes tiver que tentar, ela estará fugindo do medo do vazio, da ausência de amor. Frédéric, demonstrando sua covardia, declina. Como ele próprio assume, não pela esposa tê-lo traído, mas porque ela deixou de amá-lo, feriu seu orgulho. Esse vazio acaba por dominá-lo completamente.
Paul e Elizabeth são os que, finalmente, conseguem superar esse medo e amar um ao outro.
“O medo do vazio que te falei... Se foi para sempre, entende?”
Enfim, ainda que adore filmes franceses e o trabalho do Louis, esse quase que não dá certo. Por muito pouco.
O Morro dos Ventos Uivantes
4.0 225Através do livro apaixonei-me pela história, que, por sinal, foi muitíssimo bem adaptada. O filme de Coky Giedroyc é a primeira versão que assisto, e confesso que não tenho do que reclamar. Pelo contrário, encantei-me! Começando pela trilha sonora delicada que, juntamente com a belíssima fotografia, forma uma atmosfera melancólica, romântica e comovente, em torno da história de amor entre Cathy e Heathcliff.
Um dos pontos fortes do longa é a atuação extraordinária de Tom Hardy. Ele passa para a tela toda a emoção, o sofrimento e o amor e o ódio que habitam o protagonista. É impossível não apaixonar-se pelo seu trabalho bem-feito, não admirar seus olhares carregados de sentimento.
Mal acabo de assistir e já penso em rever.
Belíssimo e encantador!
Minha Mãe
2.8 243A encenação do doentio é sempre assustadora. Huppert e Garrel fazem um ótimo trabalho; o ponto forte do filme, a meu ver, são suas atuações. Embora eu ainda prefira o Louis nos filmes mais conhecidos do Christophe (o típico conquistador é um papel que lhe cai muito melhor, convenhamos). A falta de elementos de distração realça aquela atmosfera perturbadora da iniciação de Pierre no mundo pervertido de sua mãe.
Pierre foi criado pela avó, perdeu o pai, e tem uma mãe maluca como aquela. Apesar de suas curiosidades adolescentes, o incentivo da mãe é fundamental para que se torne tão louco quanto ela. Pode-se perceber que no início ele tenta rejeitar, se questiona acerca do certo e errado, apela para suas crenças religiosas, mas conforme o filme se desenrola acaba por entregar-se completamente. E então temos uma sequência final mostrando o auge de sua perversão. Como nascem os loucos...
Não é o que eu chamaria de um filme agradável de se assistir. Aliás, é bem diferente dos outros filmes do Honoré que vi até agora, porém cumpre com a sua proposta.
Número 23
3.4 1,7K Assista AgoraA paranoia leva Walter a se envolver cada vez mais com a história, encontrando (ou procurando) sinais de que o número 23 o está perseguindo em todos os lugares. Ele não pode acreditar que seja uma mera obra do acaso, não podem ser apenas coincidências. Isso o leva a procurar o autor do livro que tirou seu sossego.
Até aonde você chegaria em nome de uma obsessão? As coisas devem ter uma razão para acontecer? Os erros do passado voltarão a assombrá-lo, algum dia? As evidências estão por toda parte, a verdade está a um palmo, mas certas coisas você simplesmente escolhe não acreditar.
O filme envolve, intriga, faz refletir sobre cada frase dita, cada número que aparece, aqueles elementos sutis que podem se tornar determinantes em alguma parte. É quase obsessivo! Quer queira, quer não, durante O Número 23, me vi envolvida nessa insana procura pelas coincidências. Mas... “E se?”. Bem, não é o que eu chamaria de um filme ruim, porém o desfecho "justo" não está a altura daquele núcleo de suspense que temos no meio da história. Decepcionou em algum ponto, faltou algo.
Quando as evidências apontaram para a Ágatha, senti que o filme estava chegando no seu ápice. Embora não fizesse tanto sentido, seria mais surpreendente se fosse obra dela, uma armação dela. Mas estava bem na cara que era o Walter e que ele estava afundando nos próprios fantasmas. A consciência de que não teria um sentido, ao menos não faria sentido facilmente, que outra pessoa tivesse escrito o livro, descobrir a verdadeira história não me empolgou. Pelo contrário.
Enfim, senti que deixou a desejar. Faltou alguma coisa.
Strapped
3.5 128 Assista AgoraDuas coisas me impressionaram positivamente no filme. Uma delas foi ter passado o filme todo dentro daquele prédio. Em cada apartamento, diferentes nomes, diferentes tipos e histórias de vida; tudo vivenciado naqueles poucos minutos, num único momento. Devidamente pago, tudo é deixado para trás assim que a porta é fechada. Tanto o nome que conheceu, quanto o que aconteceu com seu cliente. Eis que se inicia a busca pela saída do prédio, e é este o segundo ponto que me impressionou. Pois, o "exit" que parece tão difícil de ser encontrado e, no fim, é tão simples, seria também uma busca do Alex, ou Jeff, ou Max, ou que outro nome ele tenha inventado, dele próprio, a saída do que viveu ali, de quem conheceu. Inicia sua busca por coisas novas, momentos novos.
Porém achei que na segunda metade do filme, o ritmo cai bastante. O final é bonito, porém não me surpreendeu, não me entusiasmou, simplesmente acaba.
Concordando com a ideia de alguém abaixo, seria sim, bem melhor, se fosse um curta-metragem. Mas não deixa de ser um bom filme, com suas falhas, mas um bom filme.
O Curioso Caso de Benjamin Button
4.1 3,3K Assista AgoraAssisti novamente ontem, e como se fosse a primeira vez que o vi, me emocionei do mesmo modo, me encantei do mesmo modo.
Trata-se de um romance numa atmosfera mágica e envolvente, que nos leva a conhecer o curioso caso de um menino que nasce velho e com o passar do tempo fica mais jovem. Não é apenas o roteiro que faz do filme uma obra prima, mas vários elementos como fotografia sensível e sua conexão perfeita com trilha de Alexandre Desplat, a direção espetacular de David Fincher, assim como a direção de arte.
É extenso, possui cenas longas e muitíssimo bem elaboradas, a história é conduzida de modo lento e delicado. Requer sensibilidade e paciência. Não é cheio de reviravoltas ou elementos apenas para entreter quem está assistindo. É um filme para se admirar.
Zodíaco
3.7 1,3K Assista AgoraOnde o perfeccionismo de Fincher aflora, trazendo cenas longas, bem elaboradas, construindo uma investigação baseada em uma história real, e que, magistralmente, nos traz a sensação de estar vivendo aquilo, participando e até tendo cá nossas suspeitas de quem pode ser o misterioso Zodíaco.
O fato de não ter "um final" como é esperado, onde se revela o grande vilão, fez o filme subir no meu conceito, e como!
Caos
3.4 133O que mais me fascina no filme é a construção dos personagens, o Conners desde o início taxado como o vilão da história, responsável por isso e aquilo e que por capricho de um bandido volta à ativa. A reviravolta no final, e a evolução do "novato" trazem um charme à mais. Apesar de não se aprofundar em demasia na teoria do caos, sendo o processo dessa descoberta um tanto lenta, acredito ter captado a mensagem que o filme passou. E confesso, amei ver o Statham nesse personagem.