Gostei bastante desse arco, especialmente a temática sobre colonização e imposição cultural. É muito interessante como esses assuntos são abordados no anime. O vilão é completamente desprezível.
A série expõe uma realidade tão triste e brutal, que é a da violência doméstica. A agressão não ocorre somente de forma física, ela também pode ser psicológica. As vezes, vem de formas tão silenciosas que infelizmente o indivíduo não nota que está sendo silenciado em sua realidade, que suas palavras não são mais suas, que seu corpo se tornou automatizado devido ao medo.
É muito triste saber que tudo que a Alex viveu é exatamente o que muitas mulheres passam ainda hoje, e embora sejam as vítimas, muitas vezes se culpam e perguntam se o problema está nelas. E nunca está. A nossa cultura machista e nossa sociedade construída historicamente no poder do patriarcado impõe essa visão de culpa na vítima, de culpa na pessoa que recebeu o soco, enquanto o agressor é tido como "incompreendido" ou "passando por problemas".
Algumas cenas bastante absurdas envolvendo os "amigos" do Sean e da Alex e especialmente o pai dela mostram bem que muitas vezes as pessoas preferem acreditar na versão do homem. Aquela "amiga" (com gente assim, para quê inimiga?) falou "Alex, você tem sua versão, o Sean tem a dele. Não vou me meter". E o pai dela, que havia agredido a esposa no passado, ficou calado quando o Sean obrigou a Alex a se sentar, sem falar nas absurdas omissões e em nenhum momento disposto a entender a própria filha. Esses acontecimentos lembram a velha frase que ouvimos desde criança "entre briga de marido e mulher, ninguém mete a colher"... e, sim, é para meter a colher, pois sabemos que nessa "briga", mesmo que a mulher tenha toda a razão, a sociedade vai ficar contra ela. E ela? "Que se vire".
Assim, a mulher é tida como uma "louca e desequilibrada", quando na verdade ela só quer sobreviver. Ela não tem as mesmas chances, sua voz não é ouvida pelas pessoas que deveriam apoia-la. E o que mais lhe resta além de lutar? Alex transforma a personagem em uma fortaleza, algo sobre-humano se cria dentro dela para que ela possa cuidar da própria filha. Seu amor pela Maddy é maior do que tudo, e por isso ela suporta tudo aquilo. Mas não sem enfrentar seus traumas, mas não sem enfrentar seus demônios. E nesse meio, conhecemos outras mulheres também fortes, tal como a Regina, que se mostrou uma personagem de suma importância, e que também teve que lidar com um tipo de pressão psicológica e com o medo.
São nesses encontros que elas se fortalecem, que podem se abraçar e pensar num mundo mais seguro, para reconstruir a autoestima que um ser desprezível tentou quebrar. É na empatia exercida pela Alex e por outras personagens que elas podem voltar a sonhar com uma realidade nova e um dia melhor. É com essa poderosa mensagem que a série passa: se você está passando por algum tipo de agressão, denuncie! Você não está sozinha. Há muitas pessoas lá fora prontas para lhe estender a mão.
Tem tantas questões que esse filme expõe: a cultura da hipersexualização feminina, a sororidade e os laços que se criam entre mulheres perante dificuldades, como colocaram muito bem os medos diários das mulheres nas falas dos personagens masculinos (no final, uma das "vítimas" diz "eu só estou falando para que mais ninguém passe por isso" e logo um policial fala "parei de frequentar boates"... e quantas mulheres não falam o mesmo todos os dias após terem sofrido algum abuso? Quantas mulheres deixam de frequentar um local porque não se sentem seguras?). Tem muita coisa boa pra ser discutida e refletida aqui. E sim: a Jennifer Lopez merecia ter sido ao menos indicada. Ela rouba completamente a cena. Incrível!
Que filme incrível. Acho que o fator sobrenatural ficou meio jogado, e o roteiro poderia muito bem ter excluído isso e ainda assim ficaria muito bom. Harrison Ford em um papel com o qual não estou acostumado a vê-lo também foi interessante. E o final foi bem bonito.
É um filme bem divertido. Reúne um elenco absurdamente talentoso, e o roteiro mantém o espaço bem organizado para deixar claro ao público quem são os personagens protagonistas. Fico com receio que filmes repletos de estrelas não consiga passar sua mensagem, ou mesmo que foquem muito nos atores e deixem o enredo de lado. Mas aqui isso felizmente não aconteceu. Acho que tudo ficou bem explicado, e as críticas foram bastante felizes.
Uma boa crítica ao uso da mídia como um espaço para ridicularizar o outro e tornar assuntos sérios como uma "brincadeira", ou mesmo coloca-los como último plano. Há também a forma como as redes sociais são abordadas, defendendo ou atacando os cientistas. Isso definitivamente não está distante de nossa realidade recente, em que sites foram usados para atacar a ciência de todas as formas mais mentirosas e sombrias. A imagem de uma presidente "fútil", que se preocupa somente com a própria imagem e com o ganho econômico e a manutenção de seu poder, também é muito bem feita (qualquer semelhança com o Brasil atual...).
Tem várias cenas de pura vergonha alheia, mas isso só deixa tudo mais engraçado. Não é uma comédia que vai te garantir duas horas de risadas ininterruptas, até porquê não é esse o ponto aqui - também há um leve toque de drama. O filme trabalha através dos detalhes, embora algumas cenas sejam mais inteligentes e outras acabem sendo mais "bobas", mas talvez aí seja a obra abraçando o seu lado mais absurdo.
(Escutem a pequena grande Ariana: "DÊ OUVIDOS AOS CIENTISTAS QUALIFICADOS")
Sempre tento ver qualquer filme desse tipo com a maior boa vontade do mundo, e até que a atmosfera do começo é legal, mas não se sustenta. Situações risíveis, atuações péssimas que são quase caricatas, as cenas que deveria ser assustadoras são só muito mal feitas (nem um jumpscare barato tem aqui). Tentei mesmo, mas isso aqui não se salva em nada.
Aprendi com GOT que existe um "cuidado" maior ao comentar adaptações de livros, até porque tem muito fã que acha realmente que para analisar a série/filme é preciso ler absolutamente TODOS os livros de tal série. E isso não poderia estar mais errado. Como falo, uma mídia que é adaptada deve sobreviver independente do seu material base, e deve ser analisada assim. Dito isso, não conhecia (e ainda não conheço) os livros que deram origem a "A Roda do Tempo", mas falando somente sobre série (que é o caso aqui)... ela foi mais ou menos.
Achei muitos momentos bastante cansativos, e quando finalmente parecia que algo iria acontecer, voltavamos a um ritmo lento e nada atrativo. Esse conceito de abordar a história de uma maneira um pouco mais "contemplativa" não funcionou aqui, pois o roteiro é cheio de frases de efeito que mais parece que foram tiradas de um filme B dos anos 60 e personagens que tem zero carisma. Os atores não contribuem. São fracos. Rosamund Pike consegue segurar o seu lado, mas ela sozinha não faz milagres. Do grupo, os personagens que conseguem algum destaque positivo são o Mat Cauthon e a Nynaeve al'Meara, que foram os mais me interessaram.
Há ideias muito boas, efeitos visuais excelentes, mas as execuções não ficaram boas. Espero que consertem esses problemas para uma segunda temporada, e espero que funcione e seja melhor, afinal é perceptível mesmo para quem nunca leu os livros o vasto universo que essa série oferece. Mas, por hora, foi algo um pouco decepcionante.
Absolutamente TUDO o que eu queria, enquanto um fã do cabeça de teia, foi entregue nesse filme. Era a obra que eu precisava. E não estou exagerando. "no Way Home" é, felizmente, tudo isso de bom e ainda muito mais.
Me emocionei, chorei, ri, fiquei tenso... E isso em pouco mais de 2h de um filme que, por mais caótico que pareça, é bem organizado. Aqui vemos um novo, grande e importante passo para o crescimento do Peter Parker do MCU. Um nível de maturidade que, finalmente, entende que "com grandes poderes vem grandes responsabilidades".
Sai da sessão eufórico. Sai feliz com tudo o que vi. Para alguém que cresceu assistindo Homem-Aranha (seja nos filmes ou mesmo nas animações) e lê os quadrinhos, isso aqui meus amigos... É um verdadeiro presente.
"Mas você está exagerando. O filme não tem isso, aquilo e etc, falta profundidade aqui, peca ali"... EU REALMENTE NÃO LIGO. A última experiência cinematográfica fantástica que tive foi com "Vingadores: Ultimato"... E agora com "No Way Home". O que senti foi surreal. Sinceramente, é o que me basta.
É um filme que amarra pontas, que consegue conversar com o público mais saudosista e também com a galera "mais nova". É algo mais maduro, ao mesmo tempo que nos faz sorrir porque afinal... É isso que o Homem-Aranha é. Esse personagem que, mesmo sofrendo e carregando culpas, não desiste de salvar quem precisa. Mesmo que o universo conspire contra, ele contorna a situação... Não importa o nível do sacrifício se é para proteger quem ele ama. É isso que vemos nas HQs. É isso que esse filme passa.
Que felicidade imensa foi poder ter visto tudo isso.
O filme trabalha muito bem o tema da masculinidade tóxica, ambientado em um contexto em que predomina a imagem do "macho", do homem rústico e agressivo. Isso nos leva a pensar sobre quantos homens não tiveram que se esconder atrás dessa figura.
Infelizmente isso ainda é uma realidade atual, mesmo que claramente diferente. Hoje, temos toda uma comunidade LGBTQIA+ e movimentos históricos, mas é uma pena que muitos ainda vivem com medo de se assumir porque ainda há uma parcela intolerante da sociedade pronta para agredir qualquer coisa que fuja de seus padrões morais. Então, para mim, é um filme que conversa muito com a nossa realidade ao expor a gordofobia, o machismo e a homofobia.
O ritmo não me deixou entediado. Filmes mais lentos e intimistas podem dizer muito, se bem conduzidos. E para mim, todo o roteiro foi muito bem organizado e apresentado. E isso nos levou a um final bem feito. Fiquei surpreso! E mesmo depois de tudo... não tem como não ter alguma pena do Phil. Benedict Cumberbatch e Kirsten Dunst deram um show de atuação, e não vamos esquecer do Kodi Smit-McPhee que teve momentos bastante sombrios.
Não é exagero dizer que Succession é uma das melhores séries da atualidade. Tudo funciona e flui muito bem, dos diálogos inteligentes, passando pelas atuações estupendas até as reflexões sobre relações familiares, poder e influência. Mais uma temporada, mais um final incrível.
Jeremy Strong e Brian Cox foram lendários. Todo o elenco é fantástico, mas quando eles aparecem a cena passa automaticamente a ser deles. Uma presença forte que toma toda a tela. E quando contracenam juntos, fica ainda mais pesado. É tão bem feito que realmente parece haver recentimentos entre os dois, parece de fato uma relação turbulenta entre pai e filho. É incrível.
Essa temporada toda mostrou muito da vulnerabilidade do Kendall, o que, vendo agora como as coisas terminaram, foi interessante essa "queda" para que ele pudesse se reunir com os irmãos - o momento em que ele se abriu sobre os eventos com o garoto foram importantes para melhorar os laços entre eles. Shiv vendo cada vez mais que nunca teria o reconhecimento do pai, e nunca seria realmente importante para ele. Roman foi o que menos teve desenvolvimento, também por ficar sempre na sombra do pai e ter medo da figura dele. Não gosto dele, mas espero que mudem algumas coisas nessa personalidade. São três temporadas dele lambendo as botas do próprio pai.
Ora... Logan Roy detonando os próprios filhos?! Quem imaginaria isso, não é? Ele sabe que tem o poder e a influência, ele tem consciência plena disso... mas isso vai durar quanto tempo? Porque ele sabe os filhos que "criou" (bem entre aspas, porque ele foi ausente em todos os sentidos), e agora ele tem pelo menos três Roys contra ele. E eu fico pensando: se somente um conseguiu causar muito nessa temporada, o que uma equipe (liderada por uma Shiv Roy com sangue nos olhos) é capaz de fazer? Veremos...
A quarta temporada vai ser explosiva. Acho que agora sim temos uma guerra.
Não dava nada por essa série e fiquei positivamente surpreso. Alta qualidade no roteiro, que conseguiu trazer questões mais atuais (foi muito bom ter um protagonista LGBTQIA+) e mesclar com uma ótima atmosfera de terror, que lembra bastante os primeiros filmes da franquia. Os personagens são legais, embora em alguns momentos os atores tenham parecido meio "travados" (principalmente o que faz o Jake, com a mesma expressão para qualquer situação). Mas de todo modo, no geral, foi muito divertido. O Chucy é um personagem muito icônico, e acho que essa produção fez justiça a ele. Por sinal, talvez o formato de séries seja um ótimo caminho para fazer um "revival" de franquias clássicas do horror.
Um excelente final para uma excelente série. É verdade que teve seus pontos baixos, mas no contexto geral foi uma jornada bem interessante de se acompanhar. Todos os personagens são complexos, e vamos de amar a odiar eles em questão de minutos. Tem alguns que são mais insuportáveis (oi, Arturo?), e outros que são memoráveis (Nairobi <3). E a história é em si simples, mas cheia de planos e reviravoltas muito legais que deixam qualquer um curioso pelo próximo episódio.
Mesmo para quem não gostou, precisa reconhecer que La Casa de Papel ajudou muito para que o grande público saísse um pouco das série zona de conforto dos EUA e pudesse explorar outras produções de outros países. Nesse ponto, a Netflix tem acertado muito e mostrado que tem muito talento e histórias boas para serem contadas.
Gosto de finais felizes, sim. Depois de toda a tragédia da primeira parte da temporada, esse final ficou perfeito pra mim. Sentirei falta de alguns personagens, especialmente do Professor que foi incrível nessa segunda parte. Grande série.
Uma série que aborda o extremismo religioso, a espetacularização da morte feita pela mídia e também os princípios humanos, nossas escolhas e responsabilidades. Tem algumas cenas muito pesadas e desconfortáveis que me deixaram revoltado, e a parte sobrenatural
poderia ter sido explicada, mas... quem sabe no futuro? Espero que tenha segunda temporada pois esse fenômeno que a série mostrou me deixou curioso, especialmente após o final.
Hellbound tá dividida em dois momentos: uma focada no detetive e a outra no produtor do documentário. Achei essa estrutura interessante, mas senti falta do personagem do "protagonista" da primeira parte pois achei que ele poderia acrescentar mais para a trama na segunda parte. Mas o seu arco foi bem fechado. A Min Hye Jin é adorável também.
A série mostra como o fanatismo cego persegue as pessoas, sendo capaz de destruir vidas com base em falsos preceitos. A "Nova Verdade" nada mais era do que uma organização criminosa que se escondia atrás de uma palavra de um Deus que eles mesmos inventaram, com suas próprias regras. Quem não estivesse de acordo com esses princípios, enfrentaria a tal "fúria divina". Enganavam uma população que tinha medo, e se promoviam com respostas prontas para ganhar seguidores fiéis. Assim, mais status. Mais dinheiro. Mais poder sobre todas as outras instituições sociais, até ser hegemônica, até ninguém ser capaz de dizer um "a" contra. Acho que fazer essa critica a forma como alguns homens conduzem a religião e sua fé é o grande trunfo dessa série, e creio que foi bem realizado.
Nos questianamos sobre a existência de seres divinos, e então sobre as ações que cometemos. O que seria o "pecado", então? Para quem acredita, existe aquilo que foi pregado por Deus (ou Deuses, no plural, uma vez que temos várias religiões), e aquilo que o homem distorce de acordo com sua vontade.
É uma série boa para debater vários aspectos sobre religião, fé, a própria corrupção do homem em busca de poder, também para ver os efeitos que esses discursos tem nas camadas sociais e como isso afeta o povo e suas crenças. Particularmente achei bem interessante, acno que tem espaço para mais coisas. Vale a pena ser visto.
É um filme que causa revolta. Meu coração ficou apertado, minha cabeça pesada... fazia tempo que não sentia algo assim vendo um filme, esse sentimento de pura raiva e desconcerto. O mais triste é saber que esses acontecimentos também ocorrem no mundo real, cometidos por pessoas que você nem imagina e em lugares que menos espera. A escola sempre deve ser um lugar que preserve pela segurança e autonomia do indivíduo, e aqui nós vemos o oposto: "sujeitos" usando seus locais de poder para violentar crianças. Asqueroso em todos os níveis imagináveis.
Tem algumas cenas bastante explicitas, e eu confesso que não tive coragem de vê-las. Também fiquei imaginando como foi para o elenco gravar algo do tipo, pois não deve ser fácil, especialmente para uma criança.
O filme tem momentos emocionantes, e aborda muito bem a forma como aqueles que detém poder financeiro podem smplesmente se salvar de problemas maiores. Do diretor da escola, passando pelo detetive até o advogado, o promotor e o juiz... todos estão sujos de alguma forma, localizados em uma pequena comunidade que usa a religião como escudo e diz que "esse bom homem, que fez muito por esse povo, é incapaz de cometer isso!". Os fanáticos religiosos estão presentes, defendendo sociopatas que destruíram a infância de muitas crianças. Não... definitivamente esse filme não está longe da nossa realidade.
Crianças que não podiam ouvir, que não podiam falar. Crianças que não tinham pais presentes, que não podiam se defender sozinhas. Violentamente silenciadas por aqueles que deveriam protege-las. É simplesmente revoltante.
O caso real ocorreu na Escola Gwangju Inhwa, que foi fechada em 2011. Em 2009, uma autora chamada Gong Ji-young escreveu o livro "The Crucible", em que relata os abusos que existiam na escola, os processos legais, subornos e etc. E em 2011 foi lançado o filme. Essas obras foram importantes para que a população pudesse entender todo o caso e assim passaram a ocorrer movimentos pedindo por justiça. Pelo que li, casos foram reabertos e professores confessaram.
É um filme forte, vai te deixar com raiva e sem ar, mas ele é necessário para expor essa "cultura do abuso". Precisamos ficar mais alertas, e assim levar a luz casos que infelizmente ainda estão nas sombras.
Posso estar exagerando, mas absolutamente nada foi empolgante aqui. O plot do Jamie estava encancarado, então não havia muito para se descobrir. O método do Harry foi ainda mais profundo e perigoso, e eu diria que facilmente irresponsável em diversos momentos. É interessante como ele se aproxima do suspeito, mas aqui parece que foi feito de qualquer forma, sem nenhum cuidado, gerando situações incomuns (especialmente se considerarmos para um detetive experiente) e arrastadas.
Essa temporada se escondeu atrás de um debate filosófico interessante, é verdade. Alguns dos diálogos que invocavam sobre o homem e sua vontade, de estar acima do bem e do mal, de controlar a vida e a morte. A história acaba girando mais em torno da jornada e dos embates que os personagens tem consigo mesmos e com o mundo. Jamie e Harry são complexos, é verdade. E no início até achei que essa dinâmica foi bem construída, mas da metade para o final se tornou... chata. Uma repetição de perguntas. E isso gera o que comentei anteriormente, sobre os erros de um detetive, que pareceram bastante amadores.
Ao final, tudo foi intensamente ruim. Da metade até o fim da temporada senti que o roteiro não sabia mais o que fazer. Deu voltas e mais voltas, com personagens apáticos e desnecessários (Sonya entrou para... nada), e mostrando acontecimentos que, para qualquer realidade, seriam condenáveis. Um absurdo atrás do outro. Gosto do Harry, entendo o seu sofrimento e a dor que ele guarda, mas acho que abusaram demais de todos esses elementos.
Olhando para os filmes de origem do UCM hoje, poucos foram os que realmente funcionaram e se destacaram no meio, e especialmente quando apresentam personagens desconhecidos do grande público. Nesse sentido, lembro bastante do que foi "Guardiões da Galáxia", que é provavelmente o melhor exemplo de personagens que quase ninguém conhecia e rapidamente, graças a um ótimo primeiro filme (e, claro, toda a campanha de marketing) se tornaram populares em todos os setores, facilmente ficando na mesma prateleira de equipes já consagradas da casa das ideias. Shang-Chi, felizmente, também tem esse efeito e nos apresenta um ótimo primeiro filme, cheio de ideias incríveis e alçando um personagem para os níveis mais altos do UCM.
A história nos apresenta um personagem tentando fugir do seu passado, mas há coisas das quais é impossível realmente escapar. A dinâmica da relação de Shang-Chi com seu pai não é algo novo, mas foi bem executada. A irmã do protagonista fica relegada as sombras, e se impõe a um próprio sistema de treinamento. É muito interessante ver a visão dela ao longo da obra, e como ela se sentiu negligenciada pelo pai
(a última cena pós-credito é especialmente bonita por representar uma vontade dela, para que nenhuma garota se sinta como ela se sentiu. Achei bastante representativo e importante)
. Quanto a Katy, a companheira de Shang-Chi, ela é uma parte do alívio cômico necessário nos filmes da Marvel, porém tem presença, sendo bastante carismática.
Como vemos, nada novo. Mas como falo: não precisamos o tempo inteiro de algo difícil ou revolucionário para fazer um filme que desperte a atenção do espectador. O roteiro processa a história tão bem, que é impossível não pensar "que filme gostoso de assistir! Mal posso esperar para reve-lo". É realmente uma ótima sensação. Os cenários são belíssimos, a trilha sonora é um show a parte e casa muito bem com as cenas de lutas, que são simplesmente incriveis. Em termos de coreografias das lutas e usos dos efeitos visuais, esse é provavelmente um dos filmes mais bonitos da Marvel. Ele consegue ser muito simples em sua essência, ainda sendo muito divertido, mas com momentos também sérios, cheio de aventuras que nos levam a um mundo de fantasias e que nos lembra o quão rica é a cultura oriental.
Shang-Chi é um acerto em cheio da Marvel Studios. Tem um elenco muito bonito, visuais com cores lindas que saltam da tela, personagens cativantes e algumas das melhores cenas de lutas do MCU (sem exagero). Quero muito ver como a Marvel vai aproveitar o personagem em suas outras produções e como vai expandir o seu próprio universo, afinal não sabemos muito sobre os deis anéis. Nova fase da Marvel está muito rica de conteúdo.
Critiquei muitos aspectos de Modern Family, larguei a série na quinta temporada e voltei a ver faz umas semanas. E cheguei a esse final, lembrei de quando comecei a ver a série (na época de sua estreia) e toda semana procurava o episódio novo pois me divertia muito com essa família.
O series finale foi emocionante. É verdade que eu realmente acho que a série deveria ter sido finalizada antes, e que algumas temporadas estiveram bem abaixo do seu padrão de qualidade (especialmente após o sexto ano), mas creio que souberam finalizar até bem. Gostaríamos de ver outros finais para nossos personagens favoritos? Talvez. Mas da forma como ficou, pareceu bom para mim.
E afinal, a série nos ensinou muito. Mostrou que mudanças existem, que a vida acontece e você precisa lidar com isso, ao lado das pessoas que ama. Mostrou que não importa o tamanho do conflito, o amor é a resposta. E que ser diferente é algo fantástico, e que precisamos nos aceitar mais, abraçar mais, sentir mais. Pegue esses e vários outros ensinamentos e leve para sua realidade. Talvez ela não se torne mais fácil, mas pode significar uma baita aventura.
Eternos é o que a Marvel precisava: um filme que se distanciasse de sua dita "formula". Sinceramente, não compreendo os motivos de notas baixas, pois se um filme da Marvel abusa dessa fórmula ele é ruim, e se não a utiliza ele também é ruim. Enfim. Em todo caso, essa obra, que expande o universo cinematográfico da Marvel, tem os tons certos de drama, aventura e comédia.
Todos os personagens são incrivelmente carismáticos, com suas personalidades bem diferentes e cada um tendo um bom tempo em tela. Temos, claro, os "protagonistas", mas aqui é como se todos importassem, cada um de sua forma. E tudo isso fica mais fácil quando se tem um elenco de peso, que por sinal tem uma excelente interação.
As piadas são feitas no momento certo. O humor tem um timing quase perfeito, e não é algo utilizado de forma barata ou gratuíta. É um tipo de humor usado de forma mais inteligente, nos momentos precisos. Afinal, o objetivo do filme não é ser uma palhaçada forçada. Os momentos dramáticos propõem uma reflexão sobre a ação dos seres humanos sobre a destruição do seu ambiente. Eternos coloca muito bem esse plano em que eles não podem intervir nos assuntos dos homens, e sim deixa-los se desenvolverem por sua própria conta, através de seus erros e acertos. Quando eles identificam a ameaça e recorrem até o Phastos, o que o marido dele fala sobre ver o filho deles crescerem é emocionantes. Aliás, através desses pequenos "pedaços" de diálogos (e acontecimentos maiores envolvendo personagens que aprendemos a gostar), o filme mostra toda sua sensibilidade, muito suave, bonita. É incrível como seres que são quase deuses tem sentimentos, desejos e paixões tão humanas.
Com relação a direção da Chloé Zhao, para mim foi perfeita. Tudo que foi apresentado foi muito bonito, desde os cenários até as cenas de luta que foram bastante empolgantes. É um filme que foi direto ao ponto, mas a parte técnica não foi nada genérica, mas dá para ver que teve um grande cuidado. Para mim, foi diferente, passou uma sensação boa, de estar assistindo algo que foi bem "ajustado", em termos de imagens, iluminação, efeitos visuais e som. Aliás, a trilha sonora foi uma das coisas mais divertidas.
Quero muito reassistir, agora para pegar mais detalhes pois ainda tem muita coisa sem resposta (especialmente após aquele final) e para entender todos os mecanismos dos Celestiais, pois o que o Jack Kirby criou foi um universo riquissimo e que hoje pode dar uma cara ainda mais interessante e mais séria ao MCU. Eternos pode ser lido apenas como mais um blockbuster, e tudo bem por isso. Mas para mim, foi um filme que constrói uma ponte para entender o que o ser humano faz consigo mesmo. Mesmo com guerras, mortes, ódio... ainda há amor, gentileza, empatia. É um filme que nos faz pensar sobre todos esses pesos.
O filme claramente tenta passar, ao menos em uma parte, a imagem de um Nixon empático, o que me incomodou especialmente no final. Mesmo mostrando os crimes de sua gestão, a obra ainda tenta "suavizar" a personalidade do ex-presidente, o que não seria um problema se nos momentos de fazer isso não o coloassem como um "quase herói" da nação. Em alguns aspectos, o roteiro foi o velho "8 ou 80", não parecendo encontrar um equilíbrio na forma de representa-lo, mas certamente provocando muitos sentimentos conflitantes em quem assiste. As cenas de seu triste passado com sua família são uma forma de "humanizar" alguém que cometeu crimes e traiu a própria constituição que jurou defender. Ainda assim, é interesssante ver como esse filme mostra um Nixon ensandecido por poder, pelo controle e pela palavra final. Do ponto de vista político, o roteiro se sai muito bem em explanar as relações de poder entre diferentes indivíduos, e os diálogos são realmente muito bons e bem feitos.
Gostei muito da forma como trataram a trajetória política de Nixon, e alternando com cenas reais da época. É uma cinebiografia que entende sua proposta e, em meio a 3 horas de duração, entrega tudo muito bem, desde a infância de Nixon até o seu cargo público, o assassinato de JFK, os movimentos sociais nascentes na época, as marchas contra a Guerra do Vietnã e o caso Watergate. E tudo isso tocando de forma sutil no contexto maior de uma Guerra Fria. Acho que o filme conseguiu tocar em muitos acontecimentos marcantes da segunda metade do século XX e ainda de uma forma que conseguisse conecta-los e trabalhar todos muito bem.
Por fim, Anthony Hopkins brilhou intensamente. O seu Nixon me despertou um misto de emoções. Ele se entregou verdadeiramente ao papel. Maravilhoso. A gente sabe que ele é capaz de segurar qualquer filme, e aqui ele consegue facilmente prender a sua atenção mesmo nas cenas mais arrastadas.
Estou completamente sem palavras para o que eu acabei de ver. Esse filme me deixou atônito, e fazia tempo que não tinha essa sensação. O "plot twist" é... meu deus! Mesmo com algumas dicas aqui e ali, mesmo teorizando sobre, quando chegamos na revelação final a surpresa é ainda maior.
Parece um grande fardo para dois irmãos carregarem, mas eles não faziam ideia do que a mãe já havia passado. Nessa jornada, em um cenário de guerra, os personagens precisam se confrontar se quiserem realmente desenterrar o passado, o que nunca é uma tarefa fácil. As vezes, de fato, é melhor não saber. Mas ao encontrar, como lidar com as descobertas?
O roteiro desse filme é brilhante na forma como trata as memórias, traumas e segredos que unem esses personagens. E todo o aspecto técnico é lindo. Direção maravilhosa, cenários fantásticos. QUE FILME INCRÍVEL!!! Qualquer texto e qualquer comentário parece pouco diante do que vi.
Assim, fico aqui pensando: será que os produtores, roteiristas e etc olharam e disseram: "Vai dá certo sim, confia"... Sei não. O filme é tão tosco que eu custo a acreditar que a própria equipe de produção tenha levado ele a sério.
O filme cumpre o papel de exibir um roteiro cheio de violência, mortes e sangue. Tem muito, mesmo. Mas peca em vários outros aspectos: personagens mal aproveitados (Jamie Lee Curtis foi coadjuvante aqui), outros desnecessários; falas prontas ("O mal morre esta noite"... simplesmente horrível), um recurso barato usado exaustivamente, porém os últimos diálogos da Laurie com o Frank foram muito bons; não desenvolve traumas dos personagens do passado, apenas os apresenta para que possamos relembrar deles. E só.
Há uma questão sobre fanatismo, histeria coletiva e justiça com as próprias mãos que o filme levanta, e fica muito visível na cena de perseguição dentro do hospital, que foi um verdadeiro "surto". O medo aliado com a busca por justiça cegaram aquelas pessoas. Qualquer desconhecido ali seria o Michael. Contanto que alimentasse o próprio ódio do povo, estava tudo bem. Essa é a cegueira. E o roteiro em alguns pontos aborda isso bem, e em outros é quase caricato. Aliás, tem algumas mortes que você pensa "meu deus, que idiotice! Não acredito que fizeram isso aqui" de tão nonsense que ficou.
Até gosto do resultado. As últimas cenas acabaram valendo o filme. Ele tenta te pegar pela nostalgia, misturando uma "nova geração"... mas não desenvolve nem um e nem o outro. Tudo fica muito jogado, sem direção. A nota vai exatamente pela "nostalgia" que desperta em mim, porque gosto da figura do Michael Myers e ele representa muito para o terror e a cultura geek de forma geral.
One Piece: Saga 3 - Skypiea
4.1 50Gostei bastante desse arco, especialmente a temática sobre colonização e imposição cultural. É muito interessante como esses assuntos são abordados no anime. O vilão é completamente desprezível.
Maid
4.5 370 Assista AgoraA série expõe uma realidade tão triste e brutal, que é a da violência doméstica. A agressão não ocorre somente de forma física, ela também pode ser psicológica. As vezes, vem de formas tão silenciosas que infelizmente o indivíduo não nota que está sendo silenciado em sua realidade, que suas palavras não são mais suas, que seu corpo se tornou automatizado devido ao medo.
É muito triste saber que tudo que a Alex viveu é exatamente o que muitas mulheres passam ainda hoje, e embora sejam as vítimas, muitas vezes se culpam e perguntam se o problema está nelas. E nunca está. A nossa cultura machista e nossa sociedade construída historicamente no poder do patriarcado impõe essa visão de culpa na vítima, de culpa na pessoa que recebeu o soco, enquanto o agressor é tido como "incompreendido" ou "passando por problemas".
Algumas cenas bastante absurdas envolvendo os "amigos" do Sean e da Alex e especialmente o pai dela mostram bem que muitas vezes as pessoas preferem acreditar na versão do homem. Aquela "amiga" (com gente assim, para quê inimiga?) falou "Alex, você tem sua versão, o Sean tem a dele. Não vou me meter". E o pai dela, que havia agredido a esposa no passado, ficou calado quando o Sean obrigou a Alex a se sentar, sem falar nas absurdas omissões e em nenhum momento disposto a entender a própria filha. Esses acontecimentos lembram a velha frase que ouvimos desde criança "entre briga de marido e mulher, ninguém mete a colher"... e, sim, é para meter a colher, pois sabemos que nessa "briga", mesmo que a mulher tenha toda a razão, a sociedade vai ficar contra ela. E ela? "Que se vire".
Assim, a mulher é tida como uma "louca e desequilibrada", quando na verdade ela só quer sobreviver. Ela não tem as mesmas chances, sua voz não é ouvida pelas pessoas que deveriam apoia-la. E o que mais lhe resta além de lutar? Alex transforma a personagem em uma fortaleza, algo sobre-humano se cria dentro dela para que ela possa cuidar da própria filha. Seu amor pela Maddy é maior do que tudo, e por isso ela suporta tudo aquilo. Mas não sem enfrentar seus traumas, mas não sem enfrentar seus demônios. E nesse meio, conhecemos outras mulheres também fortes, tal como a Regina, que se mostrou uma personagem de suma importância, e que também teve que lidar com um tipo de pressão psicológica e com o medo.
São nesses encontros que elas se fortalecem, que podem se abraçar e pensar num mundo mais seguro, para reconstruir a autoestima que um ser desprezível tentou quebrar. É na empatia exercida pela Alex e por outras personagens que elas podem voltar a sonhar com uma realidade nova e um dia melhor. É com essa poderosa mensagem que a série passa: se você está passando por algum tipo de agressão, denuncie! Você não está sozinha. Há muitas pessoas lá fora prontas para lhe estender a mão.
As Golpistas
3.5 538 Assista AgoraTem tantas questões que esse filme expõe: a cultura da hipersexualização feminina, a sororidade e os laços que se criam entre mulheres perante dificuldades, como colocaram muito bem os medos diários das mulheres nas falas dos personagens masculinos (no final, uma das "vítimas" diz "eu só estou falando para que mais ninguém passe por isso" e logo um policial fala "parei de frequentar boates"... e quantas mulheres não falam o mesmo todos os dias após terem sofrido algum abuso? Quantas mulheres deixam de frequentar um local porque não se sentem seguras?). Tem muita coisa boa pra ser discutida e refletida aqui. E sim: a Jennifer Lopez merecia ter sido ao menos indicada. Ela rouba completamente a cena. Incrível!
Casamento Sangrento
3.5 953 Assista AgoraO final desse filme é TUDO! hahahahaha.
A comédia dele é muito boa, principalmente quando vai expor o quão ridículos e insanos são pessoas ricas. Grace lendária conte comigo pra tudo!
Revelação
3.4 333 Assista AgoraQue filme incrível. Acho que o fator sobrenatural ficou meio jogado, e o roteiro poderia muito bem ter excluído isso e ainda assim ficaria muito bom. Harrison Ford em um papel com o qual não estou acostumado a vê-lo também foi interessante. E o final foi bem bonito.
Não Olhe para Cima
3.7 1,9K Assista AgoraÉ um filme bem divertido. Reúne um elenco absurdamente talentoso, e o roteiro mantém o espaço bem organizado para deixar claro ao público quem são os personagens protagonistas. Fico com receio que filmes repletos de estrelas não consiga passar sua mensagem, ou mesmo que foquem muito nos atores e deixem o enredo de lado. Mas aqui isso felizmente não aconteceu. Acho que tudo ficou bem explicado, e as críticas foram bastante felizes.
Uma boa crítica ao uso da mídia como um espaço para ridicularizar o outro e tornar assuntos sérios como uma "brincadeira", ou mesmo coloca-los como último plano. Há também a forma como as redes sociais são abordadas, defendendo ou atacando os cientistas. Isso definitivamente não está distante de nossa realidade recente, em que sites foram usados para atacar a ciência de todas as formas mais mentirosas e sombrias. A imagem de uma presidente "fútil", que se preocupa somente com a própria imagem e com o ganho econômico e a manutenção de seu poder, também é muito bem feita (qualquer semelhança com o Brasil atual...).
Tem várias cenas de pura vergonha alheia, mas isso só deixa tudo mais engraçado. Não é uma comédia que vai te garantir duas horas de risadas ininterruptas, até porquê não é esse o ponto aqui - também há um leve toque de drama. O filme trabalha através dos detalhes, embora algumas cenas sejam mais inteligentes e outras acabem sendo mais "bobas", mas talvez aí seja a obra abraçando o seu lado mais absurdo.
(Escutem a pequena grande Ariana: "DÊ OUVIDOS AOS CIENTISTAS QUALIFICADOS")
Resident Evil: Bem-Vindo a Raccoon City
2.2 582Sempre tento ver qualquer filme desse tipo com a maior boa vontade do mundo, e até que a atmosfera do começo é legal, mas não se sustenta. Situações risíveis, atuações péssimas que são quase caricatas, as cenas que deveria ser assustadoras são só muito mal feitas (nem um jumpscare barato tem aqui). Tentei mesmo, mas isso aqui não se salva em nada.
A Roda do Tempo (1ª Temporada)
3.5 236 Assista AgoraAprendi com GOT que existe um "cuidado" maior ao comentar adaptações de livros, até porque tem muito fã que acha realmente que para analisar a série/filme é preciso ler absolutamente TODOS os livros de tal série. E isso não poderia estar mais errado. Como falo, uma mídia que é adaptada deve sobreviver independente do seu material base, e deve ser analisada assim. Dito isso, não conhecia (e ainda não conheço) os livros que deram origem a "A Roda do Tempo", mas falando somente sobre série (que é o caso aqui)... ela foi mais ou menos.
Achei muitos momentos bastante cansativos, e quando finalmente parecia que algo iria acontecer, voltavamos a um ritmo lento e nada atrativo. Esse conceito de abordar a história de uma maneira um pouco mais "contemplativa" não funcionou aqui, pois o roteiro é cheio de frases de efeito que mais parece que foram tiradas de um filme B dos anos 60 e personagens que tem zero carisma. Os atores não contribuem. São fracos. Rosamund Pike consegue segurar o seu lado, mas ela sozinha não faz milagres. Do grupo, os personagens que conseguem algum destaque positivo são o Mat Cauthon e a Nynaeve al'Meara, que foram os mais me interessaram.
Há ideias muito boas, efeitos visuais excelentes, mas as execuções não ficaram boas. Espero que consertem esses problemas para uma segunda temporada, e espero que funcione e seja melhor, afinal é perceptível mesmo para quem nunca leu os livros o vasto universo que essa série oferece. Mas, por hora, foi algo um pouco decepcionante.
Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa
4.2 1,8K Assista AgoraÉPICO! OBRIGADO, MARVEL. (sem spoilers)
Absolutamente TUDO o que eu queria, enquanto um fã do cabeça de teia, foi entregue nesse filme. Era a obra que eu precisava. E não estou exagerando. "no Way Home" é, felizmente, tudo isso de bom e ainda muito mais.
Me emocionei, chorei, ri, fiquei tenso... E isso em pouco mais de 2h de um filme que, por mais caótico que pareça, é bem organizado. Aqui vemos um novo, grande e importante passo para o crescimento do Peter Parker do MCU. Um nível de maturidade que, finalmente, entende que "com grandes poderes vem grandes responsabilidades".
Sai da sessão eufórico. Sai feliz com tudo o que vi. Para alguém que cresceu assistindo Homem-Aranha (seja nos filmes ou mesmo nas animações) e lê os quadrinhos, isso aqui meus amigos... É um verdadeiro presente.
"Mas você está exagerando. O filme não tem isso, aquilo e etc, falta profundidade aqui, peca ali"... EU REALMENTE NÃO LIGO. A última experiência cinematográfica fantástica que tive foi com "Vingadores: Ultimato"... E agora com "No Way Home". O que senti foi surreal. Sinceramente, é o que me basta.
É um filme que amarra pontas, que consegue conversar com o público mais saudosista e também com a galera "mais nova". É algo mais maduro, ao mesmo tempo que nos faz sorrir porque afinal... É isso que o Homem-Aranha é. Esse personagem que, mesmo sofrendo e carregando culpas, não desiste de salvar quem precisa. Mesmo que o universo conspire contra, ele contorna a situação... Não importa o nível do sacrifício se é para proteger quem ele ama. É isso que vemos nas HQs. É isso que esse filme passa.
Que felicidade imensa foi poder ter visto tudo isso.
Ataque dos Cães
3.7 933O filme trabalha muito bem o tema da masculinidade tóxica, ambientado em um contexto em que predomina a imagem do "macho", do homem rústico e agressivo. Isso nos leva a pensar sobre quantos homens não tiveram que se esconder atrás dessa figura.
Infelizmente isso ainda é uma realidade atual, mesmo que claramente diferente. Hoje, temos toda uma comunidade LGBTQIA+ e movimentos históricos, mas é uma pena que muitos ainda vivem com medo de se assumir porque ainda há uma parcela intolerante da sociedade pronta para agredir qualquer coisa que fuja de seus padrões morais. Então, para mim, é um filme que conversa muito com a nossa realidade ao expor a gordofobia, o machismo e a homofobia.
O ritmo não me deixou entediado. Filmes mais lentos e intimistas podem dizer muito, se bem conduzidos. E para mim, todo o roteiro foi muito bem organizado e apresentado. E isso nos levou a um final bem feito. Fiquei surpreso! E mesmo depois de tudo... não tem como não ter alguma pena do Phil. Benedict Cumberbatch e Kirsten Dunst deram um show de atuação, e não vamos esquecer do Kodi Smit-McPhee que teve momentos bastante sombrios.
Succession (3ª Temporada)
4.4 192Não é exagero dizer que Succession é uma das melhores séries da atualidade. Tudo funciona e flui muito bem, dos diálogos inteligentes, passando pelas atuações estupendas até as reflexões sobre relações familiares, poder e influência. Mais uma temporada, mais um final incrível.
Jeremy Strong e Brian Cox foram lendários. Todo o elenco é fantástico, mas quando eles aparecem a cena passa automaticamente a ser deles. Uma presença forte que toma toda a tela. E quando contracenam juntos, fica ainda mais pesado. É tão bem feito que realmente parece haver recentimentos entre os dois, parece de fato uma relação turbulenta entre pai e filho. É incrível.
Essa temporada toda mostrou muito da vulnerabilidade do Kendall, o que, vendo agora como as coisas terminaram, foi interessante essa "queda" para que ele pudesse se reunir com os irmãos - o momento em que ele se abriu sobre os eventos com o garoto foram importantes para melhorar os laços entre eles. Shiv vendo cada vez mais que nunca teria o reconhecimento do pai, e nunca seria realmente importante para ele. Roman foi o que menos teve desenvolvimento, também por ficar sempre na sombra do pai e ter medo da figura dele. Não gosto dele, mas espero que mudem algumas coisas nessa personalidade. São três temporadas dele lambendo as botas do próprio pai.
Ora... Logan Roy detonando os próprios filhos?! Quem imaginaria isso, não é? Ele sabe que tem o poder e a influência, ele tem consciência plena disso... mas isso vai durar quanto tempo? Porque ele sabe os filhos que "criou" (bem entre aspas, porque ele foi ausente em todos os sentidos), e agora ele tem pelo menos três Roys contra ele. E eu fico pensando: se somente um conseguiu causar muito nessa temporada, o que uma equipe (liderada por uma Shiv Roy com sangue nos olhos) é capaz de fazer? Veremos...
A quarta temporada vai ser explosiva. Acho que agora sim temos uma guerra.
Chucky (1ª Temporada)
3.7 346 Assista AgoraNão dava nada por essa série e fiquei positivamente surpreso. Alta qualidade no roteiro, que conseguiu trazer questões mais atuais (foi muito bom ter um protagonista LGBTQIA+) e mesclar com uma ótima atmosfera de terror, que lembra bastante os primeiros filmes da franquia. Os personagens são legais, embora em alguns momentos os atores tenham parecido meio "travados" (principalmente o que faz o Jake, com a mesma expressão para qualquer situação). Mas de todo modo, no geral, foi muito divertido. O Chucy é um personagem muito icônico, e acho que essa produção fez justiça a ele. Por sinal, talvez o formato de séries seja um ótimo caminho para fazer um "revival" de franquias clássicas do horror.
La Casa de Papel (Parte 5)
3.7 527 Assista AgoraUm excelente final para uma excelente série. É verdade que teve seus pontos baixos, mas no contexto geral foi uma jornada bem interessante de se acompanhar. Todos os personagens são complexos, e vamos de amar a odiar eles em questão de minutos. Tem alguns que são mais insuportáveis (oi, Arturo?), e outros que são memoráveis (Nairobi <3). E a história é em si simples, mas cheia de planos e reviravoltas muito legais que deixam qualquer um curioso pelo próximo episódio.
Mesmo para quem não gostou, precisa reconhecer que La Casa de Papel ajudou muito para que o grande público saísse um pouco das série zona de conforto dos EUA e pudesse explorar outras produções de outros países. Nesse ponto, a Netflix tem acertado muito e mostrado que tem muito talento e histórias boas para serem contadas.
Gosto de finais felizes, sim. Depois de toda a tragédia da primeira parte da temporada, esse final ficou perfeito pra mim. Sentirei falta de alguns personagens, especialmente do Professor que foi incrível nessa segunda parte. Grande série.
Profecia do Inferno (1ª Temporada)
3.6 172 Assista AgoraUma série que aborda o extremismo religioso, a espetacularização da morte feita pela mídia e também os princípios humanos, nossas escolhas e responsabilidades. Tem algumas cenas muito pesadas e desconfortáveis que me deixaram revoltado, e a parte sobrenatural
poderia ter sido explicada, mas... quem sabe no futuro? Espero que tenha segunda temporada pois esse fenômeno que a série mostrou me deixou curioso, especialmente após o final.
Hellbound tá dividida em dois momentos: uma focada no detetive e a outra no produtor do documentário. Achei essa estrutura interessante, mas senti falta do personagem do "protagonista" da primeira parte pois achei que ele poderia acrescentar mais para a trama na segunda parte. Mas o seu arco foi bem fechado. A Min Hye Jin é adorável também.
A série mostra como o fanatismo cego persegue as pessoas, sendo capaz de destruir vidas com base em falsos preceitos. A "Nova Verdade" nada mais era do que uma organização criminosa que se escondia atrás de uma palavra de um Deus que eles mesmos inventaram, com suas próprias regras. Quem não estivesse de acordo com esses princípios, enfrentaria a tal "fúria divina". Enganavam uma população que tinha medo, e se promoviam com respostas prontas para ganhar seguidores fiéis. Assim, mais status. Mais dinheiro. Mais poder sobre todas as outras instituições sociais, até ser hegemônica, até ninguém ser capaz de dizer um "a" contra. Acho que fazer essa critica a forma como alguns homens conduzem a religião e sua fé é o grande trunfo dessa série, e creio que foi bem realizado.
Nos questianamos sobre a existência de seres divinos, e então sobre as ações que cometemos. O que seria o "pecado", então? Para quem acredita, existe aquilo que foi pregado por Deus (ou Deuses, no plural, uma vez que temos várias religiões), e aquilo que o homem distorce de acordo com sua vontade.
É uma série boa para debater vários aspectos sobre religião, fé, a própria corrupção do homem em busca de poder, também para ver os efeitos que esses discursos tem nas camadas sociais e como isso afeta o povo e suas crenças. Particularmente achei bem interessante, acno que tem espaço para mais coisas. Vale a pena ser visto.
Íntimo & Pessoal
3.4 95 Assista AgoraEu só queria
Um final feliz. Que ódio.
Em Silêncio
4.3 249 Assista AgoraÉ um filme que causa revolta. Meu coração ficou apertado, minha cabeça pesada... fazia tempo que não sentia algo assim vendo um filme, esse sentimento de pura raiva e desconcerto. O mais triste é saber que esses acontecimentos também ocorrem no mundo real, cometidos por pessoas que você nem imagina e em lugares que menos espera. A escola sempre deve ser um lugar que preserve pela segurança e autonomia do indivíduo, e aqui nós vemos o oposto: "sujeitos" usando seus locais de poder para violentar crianças. Asqueroso em todos os níveis imagináveis.
Tem algumas cenas bastante explicitas, e eu confesso que não tive coragem de vê-las. Também fiquei imaginando como foi para o elenco gravar algo do tipo, pois não deve ser fácil, especialmente para uma criança.
O filme tem momentos emocionantes, e aborda muito bem a forma como aqueles que detém poder financeiro podem smplesmente se salvar de problemas maiores. Do diretor da escola, passando pelo detetive até o advogado, o promotor e o juiz... todos estão sujos de alguma forma, localizados em uma pequena comunidade que usa a religião como escudo e diz que "esse bom homem, que fez muito por esse povo, é incapaz de cometer isso!". Os fanáticos religiosos estão presentes, defendendo sociopatas que destruíram a infância de muitas crianças. Não... definitivamente esse filme não está longe da nossa realidade.
Crianças que não podiam ouvir, que não podiam falar. Crianças que não tinham pais presentes, que não podiam se defender sozinhas. Violentamente silenciadas por aqueles que deveriam protege-las. É simplesmente revoltante.
O caso real ocorreu na Escola Gwangju Inhwa, que foi fechada em 2011. Em 2009, uma autora chamada Gong Ji-young escreveu o livro "The Crucible", em que relata os abusos que existiam na escola, os processos legais, subornos e etc. E em 2011 foi lançado o filme. Essas obras foram importantes para que a população pudesse entender todo o caso e assim passaram a ocorrer movimentos pedindo por justiça. Pelo que li, casos foram reabertos e professores confessaram.
É um filme forte, vai te deixar com raiva e sem ar, mas ele é necessário para expor essa "cultura do abuso". Precisamos ficar mais alertas, e assim levar a luz casos que infelizmente ainda estão nas sombras.
The Sinner (3ª Temporada)
2.9 331 Assista AgoraUma temporada fraca, péssima, ruim. Horrível.
Posso estar exagerando, mas absolutamente nada foi empolgante aqui. O plot do Jamie estava encancarado, então não havia muito para se descobrir. O método do Harry foi ainda mais profundo e perigoso, e eu diria que facilmente irresponsável em diversos momentos. É interessante como ele se aproxima do suspeito, mas aqui parece que foi feito de qualquer forma, sem nenhum cuidado, gerando situações incomuns (especialmente se considerarmos para um detetive experiente) e arrastadas.
Essa temporada se escondeu atrás de um debate filosófico interessante, é verdade. Alguns dos diálogos que invocavam sobre o homem e sua vontade, de estar acima do bem e do mal, de controlar a vida e a morte. A história acaba girando mais em torno da jornada e dos embates que os personagens tem consigo mesmos e com o mundo. Jamie e Harry são complexos, é verdade. E no início até achei que essa dinâmica foi bem construída, mas da metade para o final se tornou... chata. Uma repetição de perguntas. E isso gera o que comentei anteriormente, sobre os erros de um detetive, que pareceram bastante amadores.
Ao final, tudo foi intensamente ruim. Da metade até o fim da temporada senti que o roteiro não sabia mais o que fazer. Deu voltas e mais voltas, com personagens apáticos e desnecessários (Sonya entrou para... nada), e mostrando acontecimentos que, para qualquer realidade, seriam condenáveis. Um absurdo atrás do outro. Gosto do Harry, entendo o seu sofrimento e a dor que ele guarda, mas acho que abusaram demais de todos esses elementos.
Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis
3.8 894 Assista AgoraOlhando para os filmes de origem do UCM hoje, poucos foram os que realmente funcionaram e se destacaram no meio, e especialmente quando apresentam personagens desconhecidos do grande público. Nesse sentido, lembro bastante do que foi "Guardiões da Galáxia", que é provavelmente o melhor exemplo de personagens que quase ninguém conhecia e rapidamente, graças a um ótimo primeiro filme (e, claro, toda a campanha de marketing) se tornaram populares em todos os setores, facilmente ficando na mesma prateleira de equipes já consagradas da casa das ideias. Shang-Chi, felizmente, também tem esse efeito e nos apresenta um ótimo primeiro filme, cheio de ideias incríveis e alçando um personagem para os níveis mais altos do UCM.
A história nos apresenta um personagem tentando fugir do seu passado, mas há coisas das quais é impossível realmente escapar. A dinâmica da relação de Shang-Chi com seu pai não é algo novo, mas foi bem executada. A irmã do protagonista fica relegada as sombras, e se impõe a um próprio sistema de treinamento. É muito interessante ver a visão dela ao longo da obra, e como ela se sentiu negligenciada pelo pai
(a última cena pós-credito é especialmente bonita por representar uma vontade dela, para que nenhuma garota se sinta como ela se sentiu. Achei bastante representativo e importante)
Como vemos, nada novo. Mas como falo: não precisamos o tempo inteiro de algo difícil ou revolucionário para fazer um filme que desperte a atenção do espectador. O roteiro processa a história tão bem, que é impossível não pensar "que filme gostoso de assistir! Mal posso esperar para reve-lo". É realmente uma ótima sensação. Os cenários são belíssimos, a trilha sonora é um show a parte e casa muito bem com as cenas de lutas, que são simplesmente incriveis. Em termos de coreografias das lutas e usos dos efeitos visuais, esse é provavelmente um dos filmes mais bonitos da Marvel. Ele consegue ser muito simples em sua essência, ainda sendo muito divertido, mas com momentos também sérios, cheio de aventuras que nos levam a um mundo de fantasias e que nos lembra o quão rica é a cultura oriental.
Shang-Chi é um acerto em cheio da Marvel Studios. Tem um elenco muito bonito, visuais com cores lindas que saltam da tela, personagens cativantes e algumas das melhores cenas de lutas do MCU (sem exagero). Quero muito ver como a Marvel vai aproveitar o personagem em suas outras produções e como vai expandir o seu próprio universo, afinal não sabemos muito sobre os deis anéis. Nova fase da Marvel está muito rica de conteúdo.
Família Moderna (11ª Temporada)
4.3 211 Assista AgoraCritiquei muitos aspectos de Modern Family, larguei a série na quinta temporada e voltei a ver faz umas semanas. E cheguei a esse final, lembrei de quando comecei a ver a série (na época de sua estreia) e toda semana procurava o episódio novo pois me divertia muito com essa família.
O series finale foi emocionante. É verdade que eu realmente acho que a série deveria ter sido finalizada antes, e que algumas temporadas estiveram bem abaixo do seu padrão de qualidade (especialmente após o sexto ano), mas creio que souberam finalizar até bem. Gostaríamos de ver outros finais para nossos personagens favoritos? Talvez. Mas da forma como ficou, pareceu bom para mim.
E afinal, a série nos ensinou muito. Mostrou que mudanças existem, que a vida acontece e você precisa lidar com isso, ao lado das pessoas que ama. Mostrou que não importa o tamanho do conflito, o amor é a resposta. E que ser diferente é algo fantástico, e que precisamos nos aceitar mais, abraçar mais, sentir mais. Pegue esses e vários outros ensinamentos e leve para sua realidade. Talvez ela não se torne mais fácil, mas pode significar uma baita aventura.
Eternos
3.4 1,1K Assista AgoraEternos é o que a Marvel precisava: um filme que se distanciasse de sua dita "formula". Sinceramente, não compreendo os motivos de notas baixas, pois se um filme da Marvel abusa dessa fórmula ele é ruim, e se não a utiliza ele também é ruim. Enfim. Em todo caso, essa obra, que expande o universo cinematográfico da Marvel, tem os tons certos de drama, aventura e comédia.
Todos os personagens são incrivelmente carismáticos, com suas personalidades bem diferentes e cada um tendo um bom tempo em tela. Temos, claro, os "protagonistas", mas aqui é como se todos importassem, cada um de sua forma. E tudo isso fica mais fácil quando se tem um elenco de peso, que por sinal tem uma excelente interação.
As piadas são feitas no momento certo. O humor tem um timing quase perfeito, e não é algo utilizado de forma barata ou gratuíta. É um tipo de humor usado de forma mais inteligente, nos momentos precisos. Afinal, o objetivo do filme não é ser uma palhaçada forçada. Os momentos dramáticos propõem uma reflexão sobre a ação dos seres humanos sobre a destruição do seu ambiente. Eternos coloca muito bem esse plano em que eles não podem intervir nos assuntos dos homens, e sim deixa-los se desenvolverem por sua própria conta, através de seus erros e acertos. Quando eles identificam a ameaça e recorrem até o Phastos, o que o marido dele fala sobre ver o filho deles crescerem é emocionantes. Aliás, através desses pequenos "pedaços" de diálogos (e acontecimentos maiores envolvendo personagens que aprendemos a gostar), o filme mostra toda sua sensibilidade, muito suave, bonita. É incrível como seres que são quase deuses tem sentimentos, desejos e paixões tão humanas.
Com relação a direção da Chloé Zhao, para mim foi perfeita. Tudo que foi apresentado foi muito bonito, desde os cenários até as cenas de luta que foram bastante empolgantes. É um filme que foi direto ao ponto, mas a parte técnica não foi nada genérica, mas dá para ver que teve um grande cuidado. Para mim, foi diferente, passou uma sensação boa, de estar assistindo algo que foi bem "ajustado", em termos de imagens, iluminação, efeitos visuais e som. Aliás, a trilha sonora foi uma das coisas mais divertidas.
Quero muito reassistir, agora para pegar mais detalhes pois ainda tem muita coisa sem resposta (especialmente após aquele final) e para entender todos os mecanismos dos Celestiais, pois o que o Jack Kirby criou foi um universo riquissimo e que hoje pode dar uma cara ainda mais interessante e mais séria ao MCU. Eternos pode ser lido apenas como mais um blockbuster, e tudo bem por isso. Mas para mim, foi um filme que constrói uma ponte para entender o que o ser humano faz consigo mesmo. Mesmo com guerras, mortes, ódio... ainda há amor, gentileza, empatia. É um filme que nos faz pensar sobre todos esses pesos.
Nixon
3.4 38 Assista AgoraO filme claramente tenta passar, ao menos em uma parte, a imagem de um Nixon empático, o que me incomodou especialmente no final. Mesmo mostrando os crimes de sua gestão, a obra ainda tenta "suavizar" a personalidade do ex-presidente, o que não seria um problema se nos momentos de fazer isso não o coloassem como um "quase herói" da nação. Em alguns aspectos, o roteiro foi o velho "8 ou 80", não parecendo encontrar um equilíbrio na forma de representa-lo, mas certamente provocando muitos sentimentos conflitantes em quem assiste. As cenas de seu triste passado com sua família são uma forma de "humanizar" alguém que cometeu crimes e traiu a própria constituição que jurou defender. Ainda assim, é interesssante ver como esse filme mostra um Nixon ensandecido por poder, pelo controle e pela palavra final. Do ponto de vista político, o roteiro se sai muito bem em explanar as relações de poder entre diferentes indivíduos, e os diálogos são realmente muito bons e bem feitos.
Gostei muito da forma como trataram a trajetória política de Nixon, e alternando com cenas reais da época. É uma cinebiografia que entende sua proposta e, em meio a 3 horas de duração, entrega tudo muito bem, desde a infância de Nixon até o seu cargo público, o assassinato de JFK, os movimentos sociais nascentes na época, as marchas contra a Guerra do Vietnã e o caso Watergate. E tudo isso tocando de forma sutil no contexto maior de uma Guerra Fria. Acho que o filme conseguiu tocar em muitos acontecimentos marcantes da segunda metade do século XX e ainda de uma forma que conseguisse conecta-los e trabalhar todos muito bem.
Por fim, Anthony Hopkins brilhou intensamente. O seu Nixon me despertou um misto de emoções. Ele se entregou verdadeiramente ao papel. Maravilhoso. A gente sabe que ele é capaz de segurar qualquer filme, e aqui ele consegue facilmente prender a sua atenção mesmo nas cenas mais arrastadas.
Incêndios
4.5 1,9KEstou completamente sem palavras para o que eu acabei de ver. Esse filme me deixou atônito, e fazia tempo que não tinha essa sensação. O "plot twist" é... meu deus! Mesmo com algumas dicas aqui e ali, mesmo teorizando sobre, quando chegamos na revelação final a surpresa é ainda maior.
Parece um grande fardo para dois irmãos carregarem, mas eles não faziam ideia do que a mãe já havia passado. Nessa jornada, em um cenário de guerra, os personagens precisam se confrontar se quiserem realmente desenterrar o passado, o que nunca é uma tarefa fácil. As vezes, de fato, é melhor não saber. Mas ao encontrar, como lidar com as descobertas?
O roteiro desse filme é brilhante na forma como trata as memórias, traumas e segredos que unem esses personagens. E todo o aspecto técnico é lindo. Direção maravilhosa, cenários fantásticos. QUE FILME INCRÍVEL!!! Qualquer texto e qualquer comentário parece pouco diante do que vi.
Olhos Famintos 3
1.5 956 Assista AgoraAssim, fico aqui pensando: será que os produtores, roteiristas e etc olharam e disseram: "Vai dá certo sim, confia"... Sei não. O filme é tão tosco que eu custo a acreditar que a própria equipe de produção tenha levado ele a sério.
Halloween Kills: O Terror Continua
3.0 686 Assista AgoraO filme cumpre o papel de exibir um roteiro cheio de violência, mortes e sangue. Tem muito, mesmo. Mas peca em vários outros aspectos: personagens mal aproveitados (Jamie Lee Curtis foi coadjuvante aqui), outros desnecessários; falas prontas ("O mal morre esta noite"... simplesmente horrível), um recurso barato usado exaustivamente, porém os últimos diálogos da Laurie com o Frank foram muito bons; não desenvolve traumas dos personagens do passado, apenas os apresenta para que possamos relembrar deles. E só.
Há uma questão sobre fanatismo, histeria coletiva e justiça com as próprias mãos que o filme levanta, e fica muito visível na cena de perseguição dentro do hospital, que foi um verdadeiro "surto". O medo aliado com a busca por justiça cegaram aquelas pessoas. Qualquer desconhecido ali seria o Michael. Contanto que alimentasse o próprio ódio do povo, estava tudo bem. Essa é a cegueira. E o roteiro em alguns pontos aborda isso bem, e em outros é quase caricato. Aliás, tem algumas mortes que você pensa "meu deus, que idiotice! Não acredito que fizeram isso aqui" de tão nonsense que ficou.
Até gosto do resultado. As últimas cenas acabaram valendo o filme. Ele tenta te pegar pela nostalgia, misturando uma "nova geração"... mas não desenvolve nem um e nem o outro. Tudo fica muito jogado, sem direção. A nota vai exatamente pela "nostalgia" que desperta em mim, porque gosto da figura do Michael Myers e ele representa muito para o terror e a cultura geek de forma geral.