É triste ver que uma obra tão boa (no mangá e no anime) não ganhou uma adaptação digna em live action. Dos três filmes, o melhorzinho é o segundo, e isso não significa muito também. Esse terceiro peca por querer condensar em duas horas de filme uma história longa e complexa que é a reta final de Fullmetal, que para chegar e entende-la melhor é preciso prestar atenção desde o começo da série.
E o filme não funciona enquanto filme - roteiro mal organizado, atores ruins, cenas anticlimáticas e efeitos visuais péssimos - e nem enquanto adaptação. Tudo aqui é apressado. Personagem x aparece num lugar e logo é transportado para outro, apresentam vários plots e não encerram de fato nenhum deles - ao menos não de forma satisfatória. Enredos, relações e personagens importantes não são aprofundados e fica aquela sensação de que tá faltando algo. Por já ter lido o mangá e visto as duas versões do anime, eu entendo o que um personagem a ou b quer, e quem viu o anime de 2009 ou leu o mangá sabe que
o Ganância e o Inveja são bem trabalhados emocionalmente, o Ira e o Orgulho também tem um enorme espaço. E os quatro são importantes para as motivações dos irmãos Elric.
Mas aqui eles pareceram meros coadjuvantes. Mostraram a superfície de algumas poucas histórias, e pra quem conheceu a franquia pelos filmes, pode ficar perdido porque os conceitos também não são bem explicados.
Fullmetal tem uma história cheia de detalhes, então era de esperar que três filmes não dessem conta. Pegaram vários enredos e personagens e simplesmente os jogaram na tela de qualquer forma. Sabe aquela salada mal feita, que ninguém quer comer? É essa série de filmes. E Fullmetal merecia coisa melhor.
Nos primeiros dez minutos, pensei "como essa temática de amizade pode ser trabalhada ao ponto de me prender por duas horas?" E ao final do filme, sai positivamente surpreso e um pouco chocado com tudo o que vi, pois foi uma abordagem bem diferente sobre relações humanas, em um texto repleto de momentos tanto cômicos quanto dramáticos.
O que consegui interpretar desse filme é a solidão que os personagens sentem naquele lugar e naquele contexto de insegurança durante uma guerra. E o medo das mudanças, das transformações que as pessoas podem fazer, dos afastamentos de pessoas queridas para nós. Acho que todos nós já tivemos um amigo(a) ou familiar que, de repente, resolveu se afastar, simplesmente não apareceu mais. E isso dói, especialmente se for uma pessoa que realmente amamos. "O que a fez desaparecer da minha vida? O que eu fiz? Devo ter feito algo. Mas não sei o quê. Porque ela simplesmente não fala mais comigo?". Assim como o Pádraic, nos questionamos se fizemos algo errado. E as vezes, a questão não é conosco. As vezes, é o outro que precisa de um novo espaço, que acorda um dia e vê que sua vida foi tomada por um rotina insuportável e precisa respirar algo diferente antes que seja tarde demais.
Pádraic se torna um homem solitário e até um pouco "amargo" após o afastamento de seu amigo Colm, que por sua vez deseja deixar uma contribuição verdadeira para o mundo uma vez que o relógio bate em sua porta diariamente e não lhe resta mais muito tempo. É possível se identificar com ambos, em algum nível. Mas o certo é que o peso das mudanças chega para ambos, e respinga em todos que estão ali próximos deles.
As vezes, ficamos tão entorpecidos com essa rotina que acreditamos que ela é tudo o que existe e existirá até o fim dos dias. Então, aqui, é possível compreender o Colm. Mas ao mesmo passo, seus métodos são drásticos, quase como se o personagem tivesse uma real vontade de sumir daquela realidade. Já Pádraic simplesmente tem dificuldades em aceitar que essa amizade acabou, que as coisas mudam, que as pessoas mudam. E nós não temos controle em relação a isso.
É um filme incrível, com um viés intimista poderoso. Consegui entender todos esses lados, pois me parece muito real nas dinâmicas de relações.
Deixo como aviso: a experiência da obra melhora se você NÃO assistir o trailer.
Esse filme me deixou bastante inquieto em seus primeiros trinta minutos. Acho que ele provoca até um pouco de claustrofobia, pois toda a ambientação da obra é muito fechada. Mas é, principalmente, bem feita. A calmaria, o requinte daquele espaço, os olhares entre os personagens... o roteiro é muito detalhista. O suspense é bem conduzido, e há várias críticas sobre aquela classe social mais abastada, aquele 1% que tem acesso a esse tipo de comida. E não conseguem aprecia-la. Essa crítica não é tão escancarada, mas é algo que podemos interpretar pelas falas do chef. É como se ele estivesse cansado de todo o egoísmo que aquelas pessoas trazem consigo. E nesse ponto, o enredo mostra alguém que perdeu o prazer por algo que fazia. Se tornou uma doença, uma necessidade de controle, uma verdadeira obsessão pela perfeição impossível. O filme é eficiente ao trabalhar esse chef, uma figura narcisista e infeliz.
A Anya Taylor-Joy é meu amor e nunca vou ser capaz de critica-la. rsrsr. Adorei a interação dela com o Ralph Fiennes.
odo mundo morrendo ao redor dele e o cara comendo de boas. Mas aqui a gente vê a construção da idolatria, que acredito ter sido bem produzida.
O roteiro estava, desde o começo, dando indícios de que todos aqueles personagens possuíam morais duvidosas, tinham feito algo errado e que seriam punidos. Algumas cenas, quando descobrimos os porquês do chefe, puxam para o lado cômico e provocam até um pouco de vergonha alheia.
Ri bastante quando ele falou do filme que estragou o domingo dele, e quando apareceu aquele cara e a arma falsa. Funcionou como uma forma de "rir" da cara daquelas pessoas, que achavam que tudo não passava de teatro. Seres fúteis sendo tratados de formas fúteis.
Me diverti bastante com esse filme. Para mim, teria sido melhor não ter visto o trailer, mas ainda assim não estragou nada a experiência. Achei que muitos elementos não foram explicados
HunterXHunter não é uma obra como as outras. A forma como o Togashi escolheu para contar sua história e seus personagens seguiu um caminho mais maduro desde o começo, em que esses mesmos personagens (incluindo o protagonista) estivessem passando por constantes testes não só de força física, mas mental e moral.
O Gon somente aparenta seguir essa cartilha de "protagonista inocente" de shonen, porque apesar de sua ingenuidade (ele é só uma criança, também), há momentos em que seu raciocínio brilha de forma rápida, e suas falhas são também humanas. Há momentos em que ele é profundamente egoísta, e até um pouco sádico quando tenta testar toda sua força sem medir as consequências... mas afinal, ele está descobrindo e explorando esse universo novo bem à sua frente, e tudo o que esse mundo pode dar para ele. O seu suporte (e, para mim, o destaque da trama) é uma outra criança que desconhecia qualquer senso de amor e amizade. O Killua, ao ser resgatado pelo Gon, funciona como aquele amigo que nos coloca de volta nos trilhos quando a raiva nos consome, que faz com pensemos no cenário geral das coisas. E ambos se completam em uma jornada que, ao final, o que realmente importa é o que foi feito nela e as pessoas que eles conheceram.
HXH é, acima de tudo, sobre jornadas. Reduzir essa história a "um filho em busca de um pai relapso" é pouco. Reduz a humanidade do Meruem, a proteção e a vontade do Netero, a força do Kurapika, o senso de responsabilidade do Leorio. Cada personagem dessa trama nos ensina algo maior que serve para nossas vidas. É absurdo como isso é tão bem feito, contendo até diálogos existenciais sobre a própria humanidade e suas políticas.
Por enquanto, só tive acesso a esse anime, a esses 148 episódios. E fiquei simplesmente encantado por esses personagens que possuem tantos lados em suas personalidades, que mesmo tendo passado por diversas dores em seus caminhos, ainda são inacabados, ainda são limitados. E eles reconhecem até onde vai essa força. O personagem aqui não vai do ponto A até o ponto B simplesmente porque o autor quer que ele vá e faz sentido que ele vá. Existe um processo. Nem o próprio protagonista ganha poderes em um estalar de dedos, pois ele avança de acordo com a história e através de treinamentos exaustivos. E com isso vem toda uma série de conceitos dos campos de poder do anime, que também são incríveis.
Agora vou ler o mangá, torcendo para que o Togashi continue produzindo por muitos e muitos anos. E, quem sabe, o anime retorne um dia. Pode acontecer.
Se isso aqui era para ser uma comédia, falhou miseravelmente. Senti vergonha pela falta de personalidade desse filme. Claro que não dá para esperar muito, mas tinha o David Harbour... daí pensei que sairia algo minimamente "bom". Nem ele funciona aqui. As mortes trash foram bem feitas, mas todo o resto é mal conduzido até para o nível de um filme "b".
Estava esperando outra abordagem, porém não fiquei decepcionado. A realidade da Aisha, de ir em busca do "sonho de vida americano" e assim talvez melhorar a vida de seu filho, é algo que se conecta com a vida de muitas mães ao redor do mundo (e ainda se submetendo a "velha família rica que se passa de humilde mas que na verdade são um lixo").
O roteiro é bastante real ao explorar os medos da personagem, mas ainda mostrando-a como uma protagonista forte e com um objetivo definido. É nessa maneira de explorar a personagem que aparece lados de uma cultura e de um misticismo que desconhecemos. Acho que se o filme tivesse apostado em uma proposta totalmente puxada para esse lado cultural e dramático e abandonado os toques de "terror" teria funcionado bem mais para mim. Mas no geral, gostei.
Não estava psicologicamente preparado. Achei lindo, do começo ao fim. Uma abordagem bastante madura sobre a finitude da vida. Me deixou bastante emocionado.
A animação pode causar estranheza no começo, mas me acostumei fácil. Gostei como o filme conseguiu pegar pontos de DB e DBZ e, de sua forma, homenagear a sua história.
Piccolo, mais uma vez, sendo um pai melhor do que Goku jamais conseguiu ser. E agora, um avó melhor também. Que baita personagem!
Perturbador porque é extremamente real. Aqui no Brasil, nós vimos muito desse tipo de discurso ganhando mais força nos últimos quatro anos. As pessoas parecem ter se sentido a vontade para cometerem esses crimes, em nome de uma "liberdade de expressão" distorcida ou de um falso patriotismo. Procuram justificar o seu ódio de todas as formas possíveis, e são incapazes de reconhecer o quão historicamente privilegiadas elas são. Se pautam numa ideologia que matou milhares de pessoas, num tipo de pensamento que ainda é infelizmente presente nos dias atuais.
Quantas vezes já não vimos vídeos em que pessoas negras são maltratadas? Ou mesmo presenciamos? Quantas vezes não ouvimos as ditas "piadas" direcionadas aos povos asiáticos? E lembrando ainda que estamos vivendo em um dos países que mais mata LGBTs e também tem uma alta taxa de feminicídio. Mas são os brancos que continuam sofrendo, afinal é muito difícil ver políticas sendo implementadas para as minorias. É muito difícil não se ver no papel de exclusivo e protagonista, não é? Nossa, que peso enorme! (doses elevadas de ironia).
De forma geral, foi uma temporada "sólida". Não foi tão ousada, mas não achei tão contida também. Apresentou mais lados burocráticos, tanto de Gilead quanto do Canadá, e alguns personagens desejando "mudanças"... mas seriam essas transformações boas? E serviriam para quem? Os interesses de quem coordena Gilead nunca estiveram tão expostos, e essa parte foi interessante. June e Serena entram em dinâmicas que são surreais para as duas personagens, e muito bem sustentadas pelas excelentes atrizes que praticamente carregaram o andamento da temporada nas costas. Todas as tramas passavam por elas em algum nível. E esse final... bom, fazia tempo que não ficava ansioso por uma nova temporada de Handmaid's Tale, e agora mal posso esperar para ver o que vem no sexto ano.
Achei bom. O modo não linear de contar a história foi bem utilizado, mesmo os personagens tomando atitudes que ninguém em sua sã consciência tomaria na realidade. Mas deixando isso completamente de lado, é um terror fácil que consegue te prender bem por 1h40m. Tá ótimo.
, acho que até mesmo para servir como explicação para mais filmes no futuro. Faz sentido.
O problema desse tipo de filme que é explicitamente feito para chocar com um banho de sangue (e está conseguindo, pois está sendo bem falado por aí) é quando tenta colocar uma historinha no meio... não funciona. Só atrapalha, na real. Os atores aqui são péssimos, seus personagens são igualmente ruins. Mas o que serviu foi aquela parada do
Que decepção enorme vi aqui. Roteiro profundamente mal organizado, direção péssima, montagem de cenas que lembram um filme amador e atuações coadjuvantes caricatas (onde arranjam essas pessoas e dizem que eles são atores?).
O plot do Corey não serviu muito - talvez apenas para mostrar como o problema está naquela cidade, que precisa sempre de um "monstro", de um culpado, e ele acabou internalizando essa culpa e os olhares de "assassino" até pensar de fato que é um. Porém... absolutamente tudo foi extremamente mal executado. E ao final, fica a sensação de que o filme se sairia bem melhor sem essa inserção e sem a interação com a neta da Laurie (feita de maneira genérica e repleto de diálogos que você encontra no filme de romance mais barato). Outra falha bisonha foi terem dado muito tempo para os traumas do Corey, quando nas primeiras cenas já havia ficado bem claro o quanto que ele sofria. Senti falta de um toque de investigação em meio a todos aqueles assassinatos que ele estava cometendo, como se não existisse polícia naquela cidade e como se ninguém fosse sentir a falta de um médico no hospital, por exemplo. Pareceu que queriam mostrar mais esse desenvolvimento do lado violento do Corey, porém não foi bem feito, não conseguiu me prender e me deixar curioso. O personagem, de maneira geral, é ruim e sem presença.
O foco do filme ter sido nessa construção desse personagem genérico foi um grande erro, em minha humilde opinião. E como já falaram aqui, as personalidades dos personagens parecem ter sido modificadas, e para a pior. Até a Laurie sofre um pouco com esse péssimo enredo, mas quem saiu mesmo da linha foi a neta dela.
Eu sinceramente não sei o que aconteceu aqui. Mas absolutamente NADA nesse filme foi bom (exceto os minutos finais, e olhe lá!) e eu estava torcendo tanto para funcionasse.
Sai positivamente surpreso. Bom elenco, bons personagens e uma história até que bem contada. Visualmente é algo que lembra o aspecto sanguinário dos primeiros filmes, e a maquiagem dos cenobitas está muito bem feita. Gostei bastante. Acho que cabe uma continuação.
Muito forte e desconfortável, como eu já esperava que fosse. Evan Peters está verdadeiramente espetacular, e ele consegue passar toda a frieza daquela personalidade mórbida e cruel. Há um forte e necessário debate sobre o racismo na época, especialmente partindo da polícia - que foi absurdamente negligente em todo o caso. E a figura da Glenda reforça uma esperança necessária em um mundo cheio de monstros como dahmer. Os esforços dela a tornam a personagem mais interessante e bem construída da série, e passa uma baita mensagem e reflexões sobre perdoar ou não aqueles que cometem esses atos.
Como fica para as famílias? Como lidar com a dor daqui pra frente? Como ser forte, de onde tiramos essa força e essa coragem para seguir? O roteiro foi muito responsável em propor algumas dessas reflexões, em inserir as pessoas que perderam suas vidas em um contexto e, em alguns casos, mostrar suas vivências.
A forma como mostram o desenvolvimento do dahmer também é cuidadosa, desde seus primeiros passos e pensamentos até a criação de um modus operandi e de como ele foi ficando mais experiente. E nesse meio há uma série de agentes (desde a polícia até seus pais) que se mostraram irresponsáveis no seu monitoramento, mesmo após comportamentos perturbadores para qualquer pessoa normal. Como aqueles policiais "devolveram" um garoto que estava desmaiado? E ainda sem checar os antecedentes do dahmer? Como os outros policiais não olharam o que havia dentro das sacolas que o dahmer levava no carro? Porque o juiz no episódio cinco o absolveu tão rapidamente da acusação de agressão sexual? Ah, sim... o dahmer era branco. Estava tudo bem o "namorado voltar para a casa do homem branco" e sim o "jovem branco não abusou sexualmente de um menor por mal" de acordo com a justiça. Esse tipo de pensamento persiste até nos dias de hoje, infelizmente. Esse tipo de ação policial, esse tipo de justiça... pura vergonha. Eles beneficiaram o dahmer e deram ainda mais espaço para que ele matasse mais pessoas.
Grata surpresa. Não esperava muito e fui felizmente surpreendido com uma história que foi além do futebol. Os sentimentos dos personagens e seus objetivos são muito bem aprofundados. A animação é muito boa, cheia de cores vivas. Bom demais.
Fullmetal Alchemist: A Alquimia Final
2.8 13 Assista AgoraÉ triste ver que uma obra tão boa (no mangá e no anime) não ganhou uma adaptação digna em live action. Dos três filmes, o melhorzinho é o segundo, e isso não significa muito também. Esse terceiro peca por querer condensar em duas horas de filme uma história longa e complexa que é a reta final de Fullmetal, que para chegar e entende-la melhor é preciso prestar atenção desde o começo da série.
E o filme não funciona enquanto filme - roteiro mal organizado, atores ruins, cenas anticlimáticas e efeitos visuais péssimos - e nem enquanto adaptação. Tudo aqui é apressado. Personagem x aparece num lugar e logo é transportado para outro, apresentam vários plots e não encerram de fato nenhum deles - ao menos não de forma satisfatória. Enredos, relações e personagens importantes não são aprofundados e fica aquela sensação de que tá faltando algo. Por já ter lido o mangá e visto as duas versões do anime, eu entendo o que um personagem a ou b quer, e quem viu o anime de 2009 ou leu o mangá sabe que
o Ganância e o Inveja são bem trabalhados emocionalmente, o Ira e o Orgulho também tem um enorme espaço. E os quatro são importantes para as motivações dos irmãos Elric.
Fullmetal tem uma história cheia de detalhes, então era de esperar que três filmes não dessem conta. Pegaram vários enredos e personagens e simplesmente os jogaram na tela de qualquer forma. Sabe aquela salada mal feita, que ninguém quer comer? É essa série de filmes. E Fullmetal merecia coisa melhor.
Os Banshees de Inisherin
3.9 572 Assista AgoraNos primeiros dez minutos, pensei "como essa temática de amizade pode ser trabalhada ao ponto de me prender por duas horas?" E ao final do filme, sai positivamente surpreso e um pouco chocado com tudo o que vi, pois foi uma abordagem bem diferente sobre relações humanas, em um texto repleto de momentos tanto cômicos quanto dramáticos.
O que consegui interpretar desse filme é a solidão que os personagens sentem naquele lugar e naquele contexto de insegurança durante uma guerra. E o medo das mudanças, das transformações que as pessoas podem fazer, dos afastamentos de pessoas queridas para nós. Acho que todos nós já tivemos um amigo(a) ou familiar que, de repente, resolveu se afastar, simplesmente não apareceu mais. E isso dói, especialmente se for uma pessoa que realmente amamos. "O que a fez desaparecer da minha vida? O que eu fiz? Devo ter feito algo. Mas não sei o quê. Porque ela simplesmente não fala mais comigo?". Assim como o Pádraic, nos questionamos se fizemos algo errado. E as vezes, a questão não é conosco. As vezes, é o outro que precisa de um novo espaço, que acorda um dia e vê que sua vida foi tomada por um rotina insuportável e precisa respirar algo diferente antes que seja tarde demais.
Pádraic se torna um homem solitário e até um pouco "amargo" após o afastamento de seu amigo Colm, que por sua vez deseja deixar uma contribuição verdadeira para o mundo uma vez que o relógio bate em sua porta diariamente e não lhe resta mais muito tempo. É possível se identificar com ambos, em algum nível. Mas o certo é que o peso das mudanças chega para ambos, e respinga em todos que estão ali próximos deles.
As vezes, ficamos tão entorpecidos com essa rotina que acreditamos que ela é tudo o que existe e existirá até o fim dos dias. Então, aqui, é possível compreender o Colm. Mas ao mesmo passo, seus métodos são drásticos, quase como se o personagem tivesse uma real vontade de sumir daquela realidade. Já Pádraic simplesmente tem dificuldades em aceitar que essa amizade acabou, que as coisas mudam, que as pessoas mudam. E nós não temos controle em relação a isso.
É um filme incrível, com um viés intimista poderoso. Consegui entender todos esses lados, pois me parece muito real nas dinâmicas de relações.
Raça e Redenção
3.9 60 Assista AgoraQue mulher incrível foi Ann Atwater. Que coração incrível ela possuía.
O Menu
3.6 1,0K Assista AgoraDeixo como aviso: a experiência da obra melhora se você NÃO assistir o trailer.
Esse filme me deixou bastante inquieto em seus primeiros trinta minutos. Acho que ele provoca até um pouco de claustrofobia, pois toda a ambientação da obra é muito fechada. Mas é, principalmente, bem feita. A calmaria, o requinte daquele espaço, os olhares entre os personagens... o roteiro é muito detalhista. O suspense é bem conduzido, e há várias críticas sobre aquela classe social mais abastada, aquele 1% que tem acesso a esse tipo de comida. E não conseguem aprecia-la. Essa crítica não é tão escancarada, mas é algo que podemos interpretar pelas falas do chef. É como se ele estivesse cansado de todo o egoísmo que aquelas pessoas trazem consigo. E nesse ponto, o enredo mostra alguém que perdeu o prazer por algo que fazia. Se tornou uma doença, uma necessidade de controle, uma verdadeira obsessão pela perfeição impossível. O filme é eficiente ao trabalhar esse chef, uma figura narcisista e infeliz.
A Anya Taylor-Joy é meu amor e nunca vou ser capaz de critica-la. rsrsr. Adorei a interação dela com o Ralph Fiennes.
Gostei que sua personagem se salvou. É interessante (embora meio clichê), o fato dela ter usado uma memória afetiva para atacar o chef e se salvar.
odo mundo morrendo ao redor dele e o cara comendo de boas. Mas aqui a gente vê a construção da idolatria, que acredito ter sido bem produzida.
Ri bastante quando ele falou do filme que estragou o domingo dele, e quando apareceu aquele cara e a arma falsa. Funcionou como uma forma de "rir" da cara daquelas pessoas, que achavam que tudo não passava de teatro. Seres fúteis sendo tratados de formas fúteis.
Me diverti bastante com esse filme. Para mim, teria sido melhor não ter visto o trailer, mas ainda assim não estragou nada a experiência. Achei que muitos elementos não foram explicados
(como o pessoal que trabalhava para o chefe)
E, aparentemente, um hamburguer salva vidas...
Brian Banks: Um Sonho Interrompido
3.9 36 Assista AgoraAqui eu chorei. História bem contada. Gostei demais.
Hunter x Hunter II (Arco 7: Eleição)
4.3 47HunterXHunter não é uma obra como as outras. A forma como o Togashi escolheu para contar sua história e seus personagens seguiu um caminho mais maduro desde o começo, em que esses mesmos personagens (incluindo o protagonista) estivessem passando por constantes testes não só de força física, mas mental e moral.
O Gon somente aparenta seguir essa cartilha de "protagonista inocente" de shonen, porque apesar de sua ingenuidade (ele é só uma criança, também), há momentos em que seu raciocínio brilha de forma rápida, e suas falhas são também humanas. Há momentos em que ele é profundamente egoísta, e até um pouco sádico quando tenta testar toda sua força sem medir as consequências... mas afinal, ele está descobrindo e explorando esse universo novo bem à sua frente, e tudo o que esse mundo pode dar para ele. O seu suporte (e, para mim, o destaque da trama) é uma outra criança que desconhecia qualquer senso de amor e amizade. O Killua, ao ser resgatado pelo Gon, funciona como aquele amigo que nos coloca de volta nos trilhos quando a raiva nos consome, que faz com pensemos no cenário geral das coisas. E ambos se completam em uma jornada que, ao final, o que realmente importa é o que foi feito nela e as pessoas que eles conheceram.
HXH é, acima de tudo, sobre jornadas. Reduzir essa história a "um filho em busca de um pai relapso" é pouco. Reduz a humanidade do Meruem, a proteção e a vontade do Netero, a força do Kurapika, o senso de responsabilidade do Leorio. Cada personagem dessa trama nos ensina algo maior que serve para nossas vidas. É absurdo como isso é tão bem feito, contendo até diálogos existenciais sobre a própria humanidade e suas políticas.
Por enquanto, só tive acesso a esse anime, a esses 148 episódios. E fiquei simplesmente encantado por esses personagens que possuem tantos lados em suas personalidades, que mesmo tendo passado por diversas dores em seus caminhos, ainda são inacabados, ainda são limitados. E eles reconhecem até onde vai essa força. O personagem aqui não vai do ponto A até o ponto B simplesmente porque o autor quer que ele vá e faz sentido que ele vá. Existe um processo. Nem o próprio protagonista ganha poderes em um estalar de dedos, pois ele avança de acordo com a história e através de treinamentos exaustivos. E com isso vem toda uma série de conceitos dos campos de poder do anime, que também são incríveis.
Agora vou ler o mangá, torcendo para que o Togashi continue produzindo por muitos e muitos anos. E, quem sabe, o anime retorne um dia. Pode acontecer.
Noite Infeliz
3.1 161 Assista AgoraSe isso aqui era para ser uma comédia, falhou miseravelmente. Senti vergonha pela falta de personalidade desse filme. Claro que não dá para esperar muito, mas tinha o David Harbour... daí pensei que sairia algo minimamente "bom". Nem ele funciona aqui. As mortes trash foram bem feitas, mas todo o resto é mal conduzido até para o nível de um filme "b".
A Babá
3.0 97 Assista AgoraEstava esperando outra abordagem, porém não fiquei decepcionado. A realidade da Aisha, de ir em busca do "sonho de vida americano" e assim talvez melhorar a vida de seu filho, é algo que se conecta com a vida de muitas mães ao redor do mundo (e ainda se submetendo a "velha família rica que se passa de humilde mas que na verdade são um lixo").
O roteiro é bastante real ao explorar os medos da personagem, mas ainda mostrando-a como uma protagonista forte e com um objetivo definido. É nessa maneira de explorar a personagem que aparece lados de uma cultura e de um misticismo que desconhecemos. Acho que se o filme tivesse apostado em uma proposta totalmente puxada para esse lado cultural e dramático e abandonado os toques de "terror" teria funcionado bem mais para mim. Mas no geral, gostei.
Pinóquio
4.2 543 Assista AgoraNão estava psicologicamente preparado. Achei lindo, do começo ao fim. Uma abordagem bastante madura sobre a finitude da vida. Me deixou bastante emocionado.
A Luz do Demônio
2.4 123as telenovelas do kwaii tem roteiros melhores. e atores também.
Dragon Ball Super: Super-Herói
3.4 84 Assista AgoraA animação pode causar estranheza no começo, mas me acostumei fácil. Gostei como o filme conseguiu pegar pontos de DB e DBZ e, de sua forma, homenagear a sua história.
Piccolo, mais uma vez, sendo um pai melhor do que Goku jamais conseguiu ser. E agora, um avó melhor também. Que baita personagem!
Soft & Quiet
3.5 244Perturbador porque é extremamente real. Aqui no Brasil, nós vimos muito desse tipo de discurso ganhando mais força nos últimos quatro anos. As pessoas parecem ter se sentido a vontade para cometerem esses crimes, em nome de uma "liberdade de expressão" distorcida ou de um falso patriotismo. Procuram justificar o seu ódio de todas as formas possíveis, e são incapazes de reconhecer o quão historicamente privilegiadas elas são. Se pautam numa ideologia que matou milhares de pessoas, num tipo de pensamento que ainda é infelizmente presente nos dias atuais.
Quantas vezes já não vimos vídeos em que pessoas negras são maltratadas? Ou mesmo presenciamos? Quantas vezes não ouvimos as ditas "piadas" direcionadas aos povos asiáticos? E lembrando ainda que estamos vivendo em um dos países que mais mata LGBTs e também tem uma alta taxa de feminicídio. Mas são os brancos que continuam sofrendo, afinal é muito difícil ver políticas sendo implementadas para as minorias. É muito difícil não se ver no papel de exclusivo e protagonista, não é? Nossa, que peso enorme! (doses elevadas de ironia).
Na minha cabeça, o final é aquela personagem que sobreviveu caçando cada uma daquelas neon4zistas fdps e tacando fo** nelas.
Esse sim é o final perfeito.
Guardiões da Galáxia: Especial de Festas
3.5 169 Assista AgoraAh, simples e bonitinho.
Yondu <3
A minha energia dançando é igual a da Mebula.
Velozes e Furiosos 9
2.8 413 Assista AgoraO filme é horroroso, claro. Mas aquele final... aquele final... foi de aquecer o coração.
O Conto da Aia (5ª Temporada)
4.0 177 Assista AgoraDe forma geral, foi uma temporada "sólida". Não foi tão ousada, mas não achei tão contida também. Apresentou mais lados burocráticos, tanto de Gilead quanto do Canadá, e alguns personagens desejando "mudanças"... mas seriam essas transformações boas? E serviriam para quem? Os interesses de quem coordena Gilead nunca estiveram tão expostos, e essa parte foi interessante. June e Serena entram em dinâmicas que são surreais para as duas personagens, e muito bem sustentadas pelas excelentes atrizes que praticamente carregaram o andamento da temporada nas costas. Todas as tramas passavam por elas em algum nível. E esse final... bom, fazia tempo que não ficava ansioso por uma nova temporada de Handmaid's Tale, e agora mal posso esperar para ver o que vem no sexto ano.
Que soco bem dado no Lawrence, hein. Parabéns, Nick. Passou a temporada inteira fazendo absolutamente NADA, mas no final deu o nome. Kingo demais.
Noites Brutais
3.4 1,1K Assista AgoraAchei bom. O modo não linear de contar a história foi bem utilizado, mesmo os personagens tomando atitudes que ninguém em sua sã consciência tomaria na realidade. Mas deixando isso completamente de lado, é um terror fácil que consegue te prender bem por 1h40m. Tá ótimo.
Aterrorizante 2
2.9 427 Assista AgoraNessa sequência optaram
pelo fator sobrenatural
O problema desse tipo de filme que é explicitamente feito para chocar com um banho de sangue (e está conseguindo, pois está sendo bem falado por aí) é quando tenta colocar uma historinha no meio... não funciona. Só atrapalha, na real. Os atores aqui são péssimos, seus personagens são igualmente ruins. Mas o que serviu foi aquela parada do
pai, dos desenhos que ele fazia, a forma como ele morreu e etc. Numa terceira parte, talvez possa ser algo utilizado.
No mais... ri muito com aquele
final e a espada brilhante. Me lembrei automaticamente dos efeitos de Power Rangers.
Halloween Ends
2.3 537 Assista AgoraQue decepção enorme vi aqui. Roteiro profundamente mal organizado, direção péssima, montagem de cenas que lembram um filme amador e atuações coadjuvantes caricatas (onde arranjam essas pessoas e dizem que eles são atores?).
O plot do Corey não serviu muito - talvez apenas para mostrar como o problema está naquela cidade, que precisa sempre de um "monstro", de um culpado, e ele acabou internalizando essa culpa e os olhares de "assassino" até pensar de fato que é um. Porém... absolutamente tudo foi extremamente mal executado. E ao final, fica a sensação de que o filme se sairia bem melhor sem essa inserção e sem a interação com a neta da Laurie (feita de maneira genérica e repleto de diálogos que você encontra no filme de romance mais barato). Outra falha bisonha foi terem dado muito tempo para os traumas do Corey, quando nas primeiras cenas já havia ficado bem claro o quanto que ele sofria. Senti falta de um toque de investigação em meio a todos aqueles assassinatos que ele estava cometendo, como se não existisse polícia naquela cidade e como se ninguém fosse sentir a falta de um médico no hospital, por exemplo. Pareceu que queriam mostrar mais esse desenvolvimento do lado violento do Corey, porém não foi bem feito, não conseguiu me prender e me deixar curioso. O personagem, de maneira geral, é ruim e sem presença.
O foco do filme ter sido nessa construção desse personagem genérico foi um grande erro, em minha humilde opinião. E como já falaram aqui, as personalidades dos personagens parecem ter sido modificadas, e para a pior. Até a Laurie sofre um pouco com esse péssimo enredo, mas quem saiu mesmo da linha foi a neta dela.
Eu sinceramente não sei o que aconteceu aqui. Mas absolutamente NADA nesse filme foi bom (exceto os minutos finais, e olhe lá!) e eu estava torcendo tanto para funcionasse.
Hellraiser
3.2 407 Assista AgoraSai positivamente surpreso. Bom elenco, bons personagens e uma história até que bem contada. Visualmente é algo que lembra o aspecto sanguinário dos primeiros filmes, e a maquiagem dos cenobitas está muito bem feita. Gostei bastante. Acho que cabe uma continuação.
Morte Morte Morte
3.1 645 Assista AgoraEU AMEI ESSE SURTO kkkkkkkkkkkkkkkk. Pensei "ah, então seria assim se o twitter fosse um filme".
"A lua dele é em Libra, isso diz muito"
"Você atirou em mim... Com uma arma!"
Dahmer: Um Canibal Americano
4.0 671 Assista AgoraMuito forte e desconfortável, como eu já esperava que fosse. Evan Peters está verdadeiramente espetacular, e ele consegue passar toda a frieza daquela personalidade mórbida e cruel. Há um forte e necessário debate sobre o racismo na época, especialmente partindo da polícia - que foi absurdamente negligente em todo o caso. E a figura da Glenda reforça uma esperança necessária em um mundo cheio de monstros como dahmer. Os esforços dela a tornam a personagem mais interessante e bem construída da série, e passa uma baita mensagem e reflexões sobre perdoar ou não aqueles que cometem esses atos.
Como fica para as famílias? Como lidar com a dor daqui pra frente? Como ser forte, de onde tiramos essa força e essa coragem para seguir? O roteiro foi muito responsável em propor algumas dessas reflexões, em inserir as pessoas que perderam suas vidas em um contexto e, em alguns casos, mostrar suas vivências.
A forma como mostram o desenvolvimento do dahmer também é cuidadosa, desde seus primeiros passos e pensamentos até a criação de um modus operandi e de como ele foi ficando mais experiente. E nesse meio há uma série de agentes (desde a polícia até seus pais) que se mostraram irresponsáveis no seu monitoramento, mesmo após comportamentos perturbadores para qualquer pessoa normal. Como aqueles policiais "devolveram" um garoto que estava desmaiado? E ainda sem checar os antecedentes do dahmer? Como os outros policiais não olharam o que havia dentro das sacolas que o dahmer levava no carro? Porque o juiz no episódio cinco o absolveu tão rapidamente da acusação de agressão sexual? Ah, sim... o dahmer era branco. Estava tudo bem o "namorado voltar para a casa do homem branco" e sim o "jovem branco não abusou sexualmente de um menor por mal" de acordo com a justiça. Esse tipo de pensamento persiste até nos dias de hoje, infelizmente. Esse tipo de ação policial, esse tipo de justiça... pura vergonha. Eles beneficiaram o dahmer e deram ainda mais espaço para que ele matasse mais pessoas.
Abbott Elementary (1ª Temporada)
4.2 57Que série deliciosa de assistir. Esse final da temporada deixou meu coração quentinho. Muito linda.
Striptease
2.7 313 Assista AgoraEu... o que foi isso?
Uma trama que tinha um potencial interessante para ser um drama denso e bonito, mas que se jogou ao completo absurdo e caricato. Não rolou.
Ao Ashi
3.9 7Grata surpresa. Não esperava muito e fui felizmente surpreendido com uma história que foi além do futebol. Os sentimentos dos personagens e seus objetivos são muito bem aprofundados. A animação é muito boa, cheia de cores vivas. Bom demais.