Você está em
  1. > Home
  2. > Usuários
  3. > eduardocancellier
33 years, São Paulo (BRA)
Usuário desde Maio de 2012
Grau de compatibilidade cinéfila
Baseado em 0 avaliações em comum

"Abandonar a ingenuidade e os preconceitos do senso comum; Não me deixar guiar pela submissão às idéias dominantes e aos poderes estabelecidos; Buscar compreender a significação do mundo, da cultura e da história; Conhecer o sentido das criações humanas nas artes, nas ciências e na política; Obter meios para que eu possa ser consciente de mim mesmo e de minhas ações numa prática que deseja a liberdade e a felicidade para todos." (Marilena Chauí)

"Maybe because I don't really believe that it's gonna work and then I make sure that it doesn't."

"You always had a taste for those movies
Like Casablanca and Song o' My Heart
Where a complicated world
Or the call of adventure
Forces true lovers to part
When the hero turns his back so stoically
On all the happiness they might have had

You always considered it
So romantic
But I just considered it sad

It was so like you to choose such a moment
The sun setting over the square
A pavement cafe, the local children at play
The sound of an accordion somewhere
You suddenly said Fate was pulling us apart
Then you shrugged, like there was nothing more to add

I suppose you considered that
So romantic
Well, I just considered it sad

Perhaps you're living in America now
Perhaps you're in Timbuktu
A small part of me, even after this time
Has never stopped waiting for you
To live in this state of hoping
When hoping seems so utterly mad
I can't help but consider that so romantic
Though I know I should consider it sad"

Últimas opiniões enviadas

  • Eduardo Cancellier Vital

    Achei a química dos personagens da Lawrence e do Feldman muito boa. É de fato como se fossem amigos há anos e isso facilitou o andamento do filme em grande parte das cenas. Mas não é o suficiente para a história se destacar. Achei a história descompassada em algumas cenas, principalmente a cena do almoço na casa dos pais. O tempo entre um acontecimento e outro é desproporcional à distância dos locais de cada cena. Achei que faltou desenvolvimento nessa parte da história.
    No mais, fazia tempo que não me divertia no cinema vendo comédia romântica e acho que valeu o ingresso.

    Você precisa estar logado para comentar. Fazer login.
  • Eduardo Cancellier Vital

    É de admirar como o cara conseguiu reunir em coisas tao simples do dia-a-dia aqueles pequenos momentos que a gente é impactado pelas regras invisíveis de comportamento que são pré-estabelecidas no meio que a gente vive. É angustiante assistir personagens se reprimirem tão profunda e prematuramente ao ponto de se manterem cegos até para as coisas que eles têm certeza que os fazem e sempre os fizeram felizes. E não poderia ser diferente, levando em consideração que até para adultos lidar com essas amarras é complexo.
    Pela perspectiva de um homem gay, eu posso afirmar que o diretor conseguiu mostrar exatamente como nós nos forçamos a não experienciar por completo a vida, quando nossa preocupação gira mais em torno da percepção das outras pessoas sobre a nossa vida, do que em vivê-la de fato. Nossa rotina é podada, nossos gostos, nossos sentimentos, nossas relações e até nossa cultura.
    Quantas vezes, na infância ou na vida adulta, você já decidiu não deixar à mostra a playlist de música com medo do que as pessoas pensariam de você pelo que você estava ouvindo? Quantas vezes você já deixou de ver algum filme com outras pessoas com medo de chorar perto delas? Quantas vezes já vestiu roupas diferentes do que realmente gostaria de vestir? Ou cortou o cabelo com um corte diferente? E quantas vezes você se forçou a descruzar as pernas ou a cumprimentar alguém com mais formalidade quando percebeu o peso do olhar de outras pessoas sobre seu comportamento?
    E o que você é se você deixa de sentir e viver as coisas que constroem o seu comportamento e te definem como ser? Que chances você tem de experimentar felicidade se o fato de ser e existir for tão pesado para você?
    Que exercício de reflexão impactante eu senti enquanto assistia. Que estranho é sentir que um filme explora sua intimidade emocional tão a fundo. O roteiro tem um compromentimento ultra fiel à verossimilhança. Tinham cenas, como aquela em que o Remi vai ao treino de hockey, se despindo de orgulho e lutando pela amizade, que brincavam perfeitamente com a sensação de controle sobre o que se pode ou não se permitir sentir dependendo de quem está em volta de você. Como é nítido a diferença de comportamento quando os dois estão sozinhos e quando rodeados de pessoas. O peso da vigília constante é surreal.

    De um ponto de vista mais técnico, vale mencionar como ele trabalha bem com os momentos de introspecção dos personagens, até mesmo quando eles não estão sozinhos em cena. Eu sou apaixonado por cenas que mostram o personagem em contato direto com sua subjetividade de forma que nós nem precisemos de falas para deduzir sobre o que eles estão pensando e como estão se sentindo.
    Aqui também tem outro elemento no cinema que sempre me chama atenção; Quando alguns personagens estão juntos, eles conversam sempre sobre coisas superficiais para impulsionar a gente a sentir ainda mais o peso da repressão, já que é nítido que eles estão desviando do assunto sobre o qual eles realmente gostariam de estar falando.
    E que linda escolha em mostrar a derrocada da inocência de uma amizade através da produção de flores e das atividades que os dois sempre fizeram juntos. A gente é derrubado várias vezes quando percebemos que as flores vão sendo podadas e as estações mudando de maneira que o que tinha vida agora parece não ter, ou quando a estrada que eles andam de bike para chegar em casa agora é mostrada com bifurcação, como se previsse o início da repartição da convivência dos dois.
    Pra mim, assistir close foi um exercício de respeito à força da maturidade que eu construí para cuidar da inocência da minha intimidade.
    Um dos melhores que assisti esse ano.

    Você precisa estar logado para comentar. Fazer login.
  • Eduardo Cancellier Vital

    NÃO RECOMENDO LER QUEM NÃO QUER SPOILERS!

    A série tem tantas coisas que me incomodaram enquanto eu assistia, que ficava difícil indicar quais eram as coisas mais tristes de perceber. Vou tentar fazer meu melhor em listá-las junto com comentários de impressões:

    Uma das coisas que eu reparo primeiro quando eu assisto série, é como a sequência de eventos que são entregues me envolvem para criar a expectativa da narrativa. Eu gosto de perceber elementos criativos que interagem com a gente para desencadear a história de forma consistente, sem ela parecer arrastada e sem objetivo, e um lugar fundamental pra conseguir isso é na criação da história. E pra isso é necessário MUITO tempo. E tempo bem gasto. E não só tempo de pesquisa, leitura e escrita, mas também de autocrítica, reflexão e análise do que foi escrito. Pra mim, o que foi escrito deve passar por um processo que eu chamaria de "esculhambação" de narrativas (que deve ter um nome técnico ai que eu desconheço). E é o que o próprio nome diz: tudo que foi escrito deve ser exposto e revisado para que se encontrem rastros de incoerências e imprecisões de qualquer tipo, principalmente aquelas que poderiam afetar drasticamente a trama.
    Bom, depois de estar mal acostumado com esses cuidados em alguns trabalhos que utilizaram as mesmas fontes de pesquisa, é difícil assistir Anéis do Poder sem que pareça amador, e há muitos trechos que exemplificam a falta desse tipo de tratamento no material:
    Por exemplo quando Gil-Galad pergunta para Elrond se ele tem o conhecimento de quem é Celebrimbor (o maior ferreiro de todos os tempos). Elrond responde que sim e expõe de forma desnecessária quem ele é. Essa forma de explicação através de exposição é uma das formas mais fracas, simplistas e amadoras de se apresentar um personagem. Se ele é o maior de todos, todos os conhecem. É o mesmo que perguntar para brasileiros se eles já ouviram falar do Pelé. Isso não corresponde ao tipo de trabalho que esperamos de uma produção milionária. Gil-Galad sendo quem ele é não perderia o próprio tempo com perguntas retóricas.
    Existem outras formas de um roteiro conversar com o público para apresentar personagens de formas mais orgânicas e criativas. Isso aqui é escrita de fanfiqueiro.
    Há outra cena que eles nos mostraram que Sauron detém o poder de persuasão através do uso das lembranças das pessoas. No último episódio, a memória de Galadriel conversando privadamente com seu irmão em Valinor é usada por Sauron para persuadí-la, e em seguida, assim que ela entende que está sob a influência maligna, ela questiona Elrond sobre informações privadas que somente os dois sabem para se certificar que ele também não é uma ilusão. Mas aqui algo não bate. Sauron tem acesso às memórias de Galadriel ou não? Se sim, ele também teria acesso às memórias dela com Elrond? Ele tem acesso a informação da cor das ceroulas do irmão dela mas não de uma memória de infância dela com o Elrond? Isso não serve como certificação. Afinal, que tipo de lembranças Sauron controla? Pois é, também não sei. E é exatamente encontrar esses tipos de falhas que faltou no momento da criação do roteiro da série.

    Também é nítida a inconsistência da personalidade dos personagens, que as vezes muda tomando proporções além do que faria sentido no momento. Aqui cabe um foco principalmente na Galadriel, que está sempre discursando de uma forma e agindo de outra. É sempre uma pretensão de discursos mirabolantes sobre ter conhecimento de coisas que só ela viu, viveu e ouviu, mas está constantemente agindo como alguém que não carrega 1 pingo de sabedoria e serenidade para lidar com desafios desse tipo. Quem viveu o que ela viveu o tempo que ela viveu, não deveria ter essa adrenalina tempestuosa o tempo todo e essa impaciência infantil descontrolada.
    Hilbrand ou Sauron tem um erro de desenvolvimento que é brochante; ele é muito passivo durante toda a temporada toda, praticamente um bon vivant sem foco, no entanto no fim é exposto como o grande vilão Sauron. Falta construção das intenções do personagem na história, que foi totalmente tomada pela intenção de forçar um plot twist apenas pelo plot twist, o que também é bem amador.
    Aqui também cabe falar sobre o Celebrimbor (como já citado MAIOR FERREIRO DE TODOS OS TEMPOS) sendo ensinado por Sauron sobre a forja dos anéis em uma cena difícil de engolir. Como o maior ferreiro de todos os tempos não sabe habilidades básicas sobre a forja de minerais conhecidos. E o Sauron sabe?
    Então volto para roteiro: se ele sabe tudo porque ele perdeu tempo la? Que fugisse antes de ter o encontro com a Galadriel e levasse o Mithril, simplesmente atacando Celebrimbor. Aliás, não era ele que tinha a habilidade de ler lembranças e adquirir conhecimento? Por que não o fez para conseguir tudo que queria do Celebrimbor? Não há desculpa, é tanto furo nesse roteiro, que eu tinha a impressão que a qualquer momento eles iam derrubar mais 8 meteoros do céu e o Gimli, Aragorn, Legolas, Boromir, Pippin, Merry, Frodo e Sam iam surgir para um feat de rap com o Istari estranho.
    O Balrog, de boa, na sua, embaixo de mount doom, não é despertado pela explosão causada por uma quantidade de água CLARAMENTE INSUFICIENTE em contato com magma, mas sim pelo símbolo do Canadá. Sim, Balrog é xenofóbico. Tolkien sempre deixou isso claro. Que piada!
    Essa incoerência permite que nós foquemos somente nela e automaticamente não conseguimos nos identificar com os personagens. E se não nos identificamos, se perde parte da razão pela qual assistimos o conteúdo. Eu sugiro que os roteiristas saiam do instagram e comecem a ler mais sobre o universo Tolkien. Escrever roteiro de série não é o mesmo que postar foto bonita no instagram. Uma série não vive só de cenário bonito e maquiagem.
    Enquanto eu escrevia essa bíblia, tentei pensar em algum personagem que eu tivesse me indentificado ou nutrido qualquer afeto durante essa temporada. Nada. O único que eu gostei, mas achei que faltou desenvolvimento, foi Adar. Nenhum outro é cativante o suficiente. E olha que eu sou fanático pelo Gandalf, Galadriel, Elrond..aliás personagens que só passei a gostar depois dos filmes, e que depois me levaram aos livros, provando que uma boa história pode te tocar independente do formato que a compõe.

    E já que toquei no assunto estratégias dos personagens, é importante citar personagens com tomadas de decisões repentinas que não estão alinhadas com o resto da história e muito menos que apresentem razões legítimas:
    As 3 Nazguls jogando Gandalf para lá e pra ca quando elas acreditavam que ele era o mestre delas? Qual o sentido disso? Exorcismo? Elas são espíritos malignos (que parecem nazgul, portanto que sentem a presença de seu senhor) e mesmo assim confundem um estranho (Maiar angelical) com um servo de Melkor (Maiar corrompido). Ta puxado! Ah, e pra quem nao entendeu quem são essas senhoras, de onde vieram e o que comem, aqui vai como os roteiristas as definiram no podcast da série: "nós queríamos que elas representassem as 3 feiticeiras de Macbeth", obra do Shakespeare. Sim, pode procurar porque te garanto que a criação dessa ladainha não é minha.
    E a Galadriel vai ser citada aqui de novo porque "há uma tempestade dentro dela" que a move ao seu objetivo de vingar a morte de seu irmão, no entanto ela simplesmente decide deixar o assassino de seu irmão seguir para ficar com uma jóia chique de Mithril. E feita por um artesão que recebeu dicas de como forjá-las do próprio Sauron. É inacreditável! Eles estavam no reino do grande Gil-Galad, pelo amor. Envie homens para caçá-lo agora ou apresente razões mais inteligentes sobre como os persongens seguem seus destinos e mudam suas estratégias.
    [  ] Sauron é outro que parece estar à deriva tentando encontrar sentido na vida. A impressão que temos no último episódio é que até agora tudo aconteceu por acaso. É fácil de reparar que fragmentos de parte da história que ele participou não são trazidos à tona no momento que ele mostra quem é. Nós não somos introduzidos à um plano arquitetado por ele. Não há conexão de intenção maligna alguma com as decisões que ele toma; Então o Sauron não pretendia sair de Numenor e foi a Galadriel que o convenceu? Ele pretendia ficar lá e vivendo como um ferreiro pra sempre? Ele também não quis salvar Galadriel? Mount Doom, inclusive, foi criada por mero acaso e ele não queria governar nas terras do sul? Se tudo foi arquitetado, a série falhou em não justificar a ideia.

    A atuação salva quando o pai de Isildur, a esposa de Durin e o Durin e a parente do Frodo aparecem, mas não é explorada o suficiente junto ao desenvolvimento dos personagens para que a gente se emocione ou torça por eles. Um destaque positivo também vai para o ator que interpreta Adar, que trabalhou muito bem, mesmo tendo pouco tempo na tela.

    A figuração também tem problemas na hora de ambientalizar cenários, transpassar características originais e orgânicas dos povos e raças apresentadas, e de projetar as dimensões de cada reino ou civilização. Quando você introduz uma nova sociedade, você entrega os hábitos específicos dessa raça através de quem está atuando por trás da cena principal. A figuração deve estar sempre em movimento e interagindo com a vida que existe no cenário criado. A vida existente naquele ambiente tem que continuar enquanto a câmera passeia por ele. E no trabalho do Tolkien, isso é praticamente o que define cada raça e inclusive seus hábitos, princípios e cultura. Até mesmo o figurino deve ser desenhado através dessas características. Em Rings of power há várias cenas que não houve preocupação alguma com isso: na cena em que há uma manifestação sobre elfos tentando roubar empregos dos numenorians você consegue reparar que pagaram pouquíssima gente para tentar projetar a ideia de grandeza e poder do reino.
    E quando Sauron e Galadriel chegam a Lindon e são recebidos por 3 FIGURANTES SOLDADOS de um reino daquele tamanho. Se eu fosse chutar a dimensão daquele lugar, eu não diria que tem o tamanho do ginásio de esportes da minha cidade.
    Também não se enxerga em muitas cenas, uma atenção ao suporte que os figurantes podem oferecer para a cena principal ser mais crível. Uma cena em que esse erro é nítido, é no ultimo episódio em que a irmã do Isildur fica sozinha com o rei de Numenor chamando por socorro e eles parecem estar numa vila, distante, no meio do Saara, onde fosse improvável ter alguém por perto.

    Os diálogos são pseudo-poéticos porque é perceptível que foram adornados com palavras robustas e formais, mas na real não querem dizer nada e são constrangedores. Anotei algumas frases que justificam meu ponto, e olha só, se estava na internet é porque alguém mais também já percebeu a pobreza do material (as traducoes sao livres, jamais voltarei pra ver aquelas legendas):
    [  ] "O cachorro pode latir para a lua, mas nao pode derrubá-la"
    [  ] "Você sabe porque os barcos flutuam e as pedras afundam? Porque as pedras só olham para baixo" irmão de Galadriel
    [  ]  "Preciso ir para a outra direção"
               "Mas vc não sabe o que há lá"
               "Por isso preciso ir" elfo mala para a amada
    [  ] "Varrer inimigos dessa terra como sal de um mesa"
    [  ] "E o que faremos? Faremos o que podemos: nadaremos" Galadriel
    Roberto Bolaños, é você na rédea do roteiro? "PREFIRO MORRER DO QUE PERDER A VIDA!"
    Esses são apenas alguns trechos. O que acontece, é que nosso ouvido está treinado para escutar inglês e já achar que a frase é bonita porque soa gringo, mas eu sugiro falar o texto em português em voz alta para escutar o tanto de m**** que foi enfiada nesse roteiro.
    Quando Gil-Galad envia Galadriel para Valinor, ele diz ao Elrond "O mesmo vento que pode apagar o fogo, pode espalhá-lo ainda mais". Então ele enviava a Galadriel para Valinor porque sabia que existia um mal que ela procurava, mas que seria melhor ela nao encontrá-lo porque assim ninguém sofreria. O próprio rei de Lindon tinha a estratégia de deixar todos morrerem e agiu no puro "o que os olhos nao veêm...". É de chorar! Estamos falando de Gil-Galad aqui. A sabedoria dele vai além de Galadriel, Elrond, Gandalf, etc. Ele literalmente já até enfrentou Sauron em outra guerra. As falar são superficiais e não têm consistência para acompanhar a história cheia de falhas.

    Outra coisa que demonstra respeito, dedicação e responsabilidade na hora de executar adaptações, é você estudar e assim entender profundamente as obras fontes, até o ponto que você começa a dominar as regras básicas do mundo que você está lidando, por exemplo: indentificando status quo do mundo, definindo as regras da física e química daquele ambiente (considerando a do nosso mundo real - algo de fiel importância para o mundo da terra média) e equibrando limite de força e poder com a fraqueza e vulnerabilidade dos personagens criados. Nós precisamos entender, sem muito esforço e cenas pretensiosas clichês e óbvias, que determinado personagem possui um poder e quais as formas dos outros combaterem tal poder, de maneira que um clima de tensão faça que nós acreditemos que tanto o bem quanto o mal poderá triunfar, e então sentiremos que realmente tudo está por um fio a todo momento. Seguindo essa lógica, ao atribuir certos poderes a determinados personagens, deve-se fazê-lo tomando o maior cuidado com a temperança do tamanho do poder atribuído, principalmente se a habilidade é muito extraordinária, caso contrário, abre-se uma infinidade de possibilidades e brechas sobre como aquele poder poderia ser utilizado para facilitar a estratégia de um único personagem. Em O Senhor dos anéis, por exemplo, já questionaram o Peter Jackson do porquê as águias do Gandalf não levaram Frodo até Mount Doom para despejar o anel na montanha. E há uma explicação lógica para isso não ter acontecido, que agora não cabe no assunto.
    O que deu para perceber em Anéis do poder, no entanto, é uma falta de preparo de quem escreveu o roteiro na hora de manusear os personagens e como seus poderes influenciam o rumo da história.
    Sauron, como já citado, parece ter um poder que o coloca a frente de vários personagens de maneira desproporcional para quem ainda nem detem um anel do poder. O equilíbrio entre o Sauron pré anel e pós anel foi totalmente deixado de lado.
    Galadriel tem força, destreza e capacidade de aniquilar um Trasgo da Montanha sozinha, enquanto em O Senhor dos anéis, a sociedade (9 - contando com 1 Istar, 1 Elfo da Floresta e 1 Numenorian) teve que se estrepar para acabar com a mesma criatura. E detalhe que ela tinha uma guild completa para ajudá-la e mesmo assim ignorou todos e transformou a cena em um espetáculo narcisista.
    O Mithril tem um poder que não foi 100% explicado, o que deveria, considerando que esse poder tem a capacidade de salvar criaturas tão únicas e poderosas. Não há lógica na distribuição de poder e tão pouco se preocuparam com lógica básica da física do mundo porque definitivamente vulcões não funcionam daquela forma na vida real, e provavelmente também não funcionariam assim na Terra Média (Tolkien e Peter Jackson sempre mantiveram pé no chão e coerência sobre o equilíbrio entre características do planeta terra que teri influencia sobre a Terra Média)

    Para terminar, é importante dizer que falta de material para conduzir bem a história não é desculpa. Nós temos zilhoes de conteúdos do Tolkien para nos basearmos e escrevermos histórias incríveis. Mas isso requer um trabalho mais minucioso e menos preguiçoso.
    Em algumas entrevistas dadas pelos criadores nos últimos dias, eles disseram: "sobre as razões e estratégias do personagem Sauron na primeira temporada, nós gostaríamos de deixá-las em aberto para explorá-las nas próximas temporadas". Dando a entender que a falta de começo, meio e fim dos acontecimentos foram planejados e intencionais. Não foram. Eles foram mal escritos e a maioria vai ser deixado para trás sem explicação. Assim como já há acontecimentos nessa temporada que ficarão para trás sem explicação.
    Eles também afirmaram que "a próxima temporada será mais canônica", ou seja, eles mesmo admitiram que essa temporada foi desenvolvida sem consideração suficiente das obras do Tolkien. E que promessa mais patética, porque transformar a próxima em canônica significa ir contra MUITA coisa que já foi estruturada na trama, o que implica em mudanças que desconectariam uma temporada da outra.
    Além disso, admitir que eles podem ser mais canônicos ao escrever o roteiro, só embasa ainda mais minha impressão sobre como ele construíram esse roteiro: na base do copia e cola. Eles não são criadores e escreveram muito pouco. Eles copiaram e colaram frases preferidas deles dos livros e misturaram com cenas de filmes e séries até formar o resultado que assistimos.
    Eles também disseram que "mudaram coisas dos livros porque não queriam que os leitores de tolkien levassem spoilers o tempo todo e que também tivessem uma boa experiencia surpreendente na hora de assistir a série". Isso quer dizer que eles são "escritores" que realmente pensam que adaptação é modificar totalmente a estrutura de uma história (mesmo que não haja sentido na trama) desde que spoilers não sejam criados para a audiência. Eu não consigo imaginar o que os responsáveis da Amazon têm a dizer sobre isso.

    E a série supostamente deve ter 5 temporadas, sendo que eu já acho que a segunda temporada já ficará só para quem tem estômago forte

    Você precisa estar logado para comentar. Fazer login.
  • Landerson
    Landerson

    ;)

  • Landerson
    Landerson

    Oi...
    Seja bem vindo!
    Abraço.
    :)

  • Filmow
    Filmow

    O Oscar 2017 está logo aí e teremos o nosso tradicional BOLÃO DO OSCAR FILMOW!

    Serão 3 vencedores no Bolão com prêmios da loja Chico Rei para os três participantes que mais acertarem nas categorias da premiação. (O 1º lugar vai ganhar um kit da Chico Rei com 01 camiseta + 01 caneca + 01 almofada; o 2º lugar 01 camiseta da Chico Rei; e o 3º lugar 01 almofada da Chico Rei.)

    Vem participar da brincadeira com a gente, acesse https://filmow.com/bolao-do-oscar/ para votar.
    Boa sorte! :)

    * Lembrando que faremos uma transmissão ao vivo via Facebook e Youtube da Casa Filmow na noite da cerimônia, dia 26 de fevereiro. Confirme presença no evento https://www.facebook.com/events/250416102068445/

Este site usa cookies para oferecer a melhor experiência possível. Ao navegar em nosso site, você concorda com o uso de cookies.

Se você precisar de mais informações e / ou não quiser que os cookies sejam colocados ao usar o site, visite a página da Política de Privacidade.