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Últimas opiniões enviadas

  • Helen Abramo

    Antes de The Square, assisti o Triangulo das tristezas e Força maior, e minha impressão é: Caramba, esse cara só faz filme bom! Mais um filme com diversos diálogos interessantíssimos, instigantes, fortes, trilha sonora marcante e que trabalha em favor da narrativa, e uma acidez, e provocações complexas.

    Pra mim esse filme escancara como a ideia de responsabilidade social dos ricos é na verdade um compromisso de auto imagem, de auto preservação. A ideia de responsabilidade social é esvaziada e reduzida a "gestos de bondade", a "dar algo para a sociedade" como uma forma de se apaziguar com a inescapável fórmula da lógica liberal Minha riqueza = Pobreza alheia.

    Tem algo que me pega muito nos filmes dele, que me parece uma métrica que ele repete, ainda que de formas diferentes, que eu traduziria mais ou menos assim: "Quer expor o lado mais podre de alguém? Deixe essa pessoa tentar se defender". Em The square tem mais de uma cena em que a gente vê essas tentativas de defesa de si, de pessoas que se veem como Éticas, responsáveis sociais, como alguém "bom", mas que não dão conta de digerir as próprias contradições, de agir com alteridade verdadeira, de se colocar em provocação.

    - Ah, de uma pessoa que gosta de visitar museus: sensacional o humor ácido com toda a conceitualização de coisas que as vezes só são ruins, ou banais, enfim.

    Enfim, dito tudo isso recomendo fortemente o filme <3!

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  • Helen Abramo

    Vi várias críticas ao ritmo do filme, eu achei ótimo pro que ele se propõe. É o segundo filme que vejo do Ruben Östlund e é nítido que ele gosta de explorar as partes mais desconfortáveis das relações humanas, mostrar mediocridade e contradição . Nisso eu acho que o ritmo contribui bastante, se pensarmos que - A avalanche a parte - não é um filme de grandes eventos, mas rachaduras que vão se abrindo nos personagens, um dialogo incômodo aqui, uma inquietação, até a gente poder ver o que acontece quando isso se quebra e quem acaba sustentando o peso das avalanches emocionais

    Comentário contando partes do filme. Mostrar.

    A cena em que o Tomas entra em crise e fala pra Ebba que ela não é a única vítima, que ele é vítima de si, e no fim da cena ela tem que cuidar dele e das crianças. A cena parece ser construída pra dar mesmo a ideia de que ela cria 3 crianças, uma crítica bem direta a dependência masculina e exploração das relações de cuidado

    Pra mim, a grande potência crítica desse filme as masculinidades, ao sexismo, a monogamia em certa medida, aparece nos gestos mais cotidianos, mais naturalizados. O Tomas faz gaslighting com a Ebba, tem sérios problemas em lidar com as próprias emoções e o único suporte que parece ser acessível a ele é de um cara que acha que gritar sozinho é melhor do que terapia. Isso me lembrou aqueles vídeo de coach em que os caras ficam berrando, o ápice do exercício de exteriorizar o machão.

    Sobre o final do filme, achei controverso, ainda pensando se gostei ou não, mas definitivamente a narrativa num todo vale a pena. Vale uma ressalva enorme pro quão bons são alguns diálogos dos filmes desse diretor!

    Ainda sobre o final:

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    Acho interessante filmes que buscam fazer um contraponto a eles mesmos, mas nesse caso me pareceu uma saída preguiçosa. Uma interpretação possível que fiz é de que a Ebba tendo feito praticamente a mesma coisa que o Thomas, bateu neles completamente diferente de quando foi o contrário. O Thomas parece até satisfeito de que isso aconteceu, porque o exime da culpa. Não sei se foi essa a intenção do diretor. Percebi que em vários takes o Thomas ta centralizado, especialmente nesse último, então me pareceu que a ideia era mostrar como a autoestima dele é reforçada quando sua companheira se mostra fraca/vulnerável/assustada, assim como na cena da neve. Mesmo se for por esse lado achei um final fraco, já que seria quase uma repetição da cena da neve, e ainda abre margem pra uma interpretação dessa cena como uma inversão - bem pobre - do problema, em que a Ebba no fim das contas é igual o Tomas e que tudo se trata de instinto. Mas prefiro acreditar que a ideia do Ruben Östlund foi mais elaborada do que isso.

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  • Helen Abramo

    Bem interessante a temática Jovens com pais narcisistas se dando conta de que reproduzem as violências e costumes aprendidos pelos pais, mas os últimos 7 minutos arruínam o filme com clichês e desfechos rasos, na minha opinião.

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    O personagem do Brian, o estereótipo do nerd, é o único que tem um fechamento que condiz um pouco com a trajetória dele. Nos momentos finais do filme ele revela a ideação suicida por ser pressionado a sempre tirar 10 e fazer tudo perfeito. O fato dele não ter escrito uma redação "certinha" e que pretendesse se redimir com o diretor, mas ao invés disso ter escrito num sentido de confrontar esse poder institucional que generaliza todos os alunos mostra como ele se transformou, já não se importando tanto em cumprir as expectativas escolares, mas sim interessado em se descobrir e descobrir sobre os colegas.

    Já o final dos outros 4 é terrível. Sei que o filme é antigo, mas essa ideia de que tudo se resolve com romance não deixa de ser enjoativa e rasa. O desfecho da personagem da Alisson é literalmente ser "consertada" pra se tornar uma "garota normal". O da Claire é deixar de ser virgem (?). e o dos outros dois caras é ficar com garotas (?).

    Esse falso desfecho dos pares românticos ignora uma possível transformação dos personagens:
    O John reconhece as violências que sofre, ao longo do filme, mas não faz essa conexão com as violências que ele mesmo aprendeu a cometer com as pessoas ao redor, e muito menos se redime por elas.
    A Claire, que só anda com os descolados, ao invés de se amigar com a Alisson como ela é, tenta transforma-la em uma igual, e perde a oportunidade de reconhecer que o problema está nela mesma ao excluir quem acha que é diferente, em prol de um status.
    A Allison, ao reconhecer que é ignorada pelos pais e colegas, só passa a ser aceita quando se adequa a uma coisa que ela não é, ao invés de ser compreendida pelos novos amigos. Eles só a veem como uma pessoa relacionável quando ela se "normaliza"
    E o Andrew só faz cumprir as expectativas do pai machista, que no fim o vê beijando uma garota, mas não tem nenhuma transformação real que nos mostre que ele vá confrontar o pai e o treinador e deixar de treinar a força.

    No fim, o Brian parece o único que tirou algo significativo e proveitoso desse encontro, mas sua carta que encerra o filme contradiz o desfecho dos outros 4 e da moral do próprio filme, que quer nos mostrar que eles se tornaram diferentes dos pais, dos adultos, quando na prática eles seguem as mesmas lógicas e ciclos de adequação.

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  • Filmow
    Filmow

    O Oscar 2017 está logo aí e teremos o nosso tradicional BOLÃO DO OSCAR FILMOW!

    Serão 3 vencedores no Bolão com prêmios da loja Chico Rei para os três participantes que mais acertarem nas categorias da premiação. (O 1º lugar vai ganhar um kit da Chico Rei com 01 camiseta + 01 caneca + 01 almofada; o 2º lugar 01 camiseta da Chico Rei; e o 3º lugar 01 almofada da Chico Rei.)

    Vem participar da brincadeira com a gente, acesse https://filmow.com/bolao-do-oscar/ para votar.
    Boa sorte! :)

    * Lembrando que faremos uma transmissão ao vivo via Facebook e Youtube da Casa Filmow na noite da cerimônia, dia 26 de fevereiro. Confirme presença no evento https://www.facebook.com/events/250416102068445/

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