Fui pela curiosidade de uma trilogia de antologia de terror inteira ser lançada em um período de 3 semanas pela Netflix. Eu até gostei deste primeiro ato e a tradição bem estabelecida dá ânimo com o resto, mas também parece que as soluções de desfecho, infelizmente, tornam o material fraco em alguns momentos. Famosas cenas de pegação no auge da perseguição final, maldições que tem regras escusas, personagens que ganham habilidades e talentos especiais quando a água bate na bunda. É o típico conteúdo da Netflix e até seria inovador em alguns aspectos se não tivéssemos visto o trabalho do Ryan Murphy em American Horror Story. Não é uma próxima franquia de terror clássico, mas uma vez que você aceita isso, é um guilty pleasure tranquilo. Vale pela diversidade tanto do elenco quanto pelas pautas mais inclusivas (presentes de forma sutil em alguns momentos ou mais escancaradas em outros) e as referências ao universo do "terror sessão da tarde".
Um filme que soube flertar bem com o inexplicável e o ilógico, com a violência ao estilo Tarantino, mas ainda mantendo um viés humano ponderando as decisões do protagonista. Surrealista em vários pontos: usa o poder de sonhos para alcançar verdades mais enraizadas a respeito da vida, da morte, do amor e da raiva. Takeshi Kitano está fascinante porque cada contração de sua boca parece nos confundir com um sorriso ou um prelúdio de um assassinato. Em alguns momentos, no entanto, achei arrastado e excessivo no uso contínuo das cenas com os quadros.
Talvez eu já esteja ficando velho demais para propostas como esta, mas ainda sim há uma certa busca pelo encantamento do efeito Toy Story 3 ou 4 em cada nova animação que a Disney anuncia.
O trabalho de câmera desse filme é realmente impressionante. As expressões faciais e os detalhes de cenas na água são tão realistas que quase parecem um live action em determinados momentos.
A celebração de uma cultura e mitologia asiática com uma forte protagonista feminina e um dragão é chave para parte da trama de desenrolar muito bem, mas a proposta por trás das alegorias é o ouro da produção. O enredo de uma praga assolando uma localidade e a união, a cooperação e a confiança de diferentes povos servindo como motes sensíveis para solucionar a problemática, me parece uma ótima mensagem em tempos de pandemia e o que podemos fazer ante a empatia que cultivamos em sociedade.
Tirando a ausência de um príncipe (obrigado Disney por entender que isso não é mais necessário), ainda é uma animação Disney padrão: açúcar demais em alguns pontos e soluções fáceis para atender bem o público infantil. Vou escolher acreditar que já estou velho demais para animações assim apenas para ser justo aqui.
Este filme poderia ter sido muito melhor se abordasse o que realmente estava acontecendo na mente do Finch. O que o fez desaparecer por dias e estar violento às vezes? Em vez disso, mal tocaram no assunto principal da condição dele e focaram em mais um drama adolescente genérico ao estilo Nicholas Sparks meets Elizabethtown (2005).
Comovente e chocante o quanto as pessoas confiaram na misoginia e no classismo do público para obliterar essa mulher. Este documentário oferece uma boa visão geral da carreira problemática em torno das polêmicas envolvendo a cantora e, ao mesmo tempo, lança um importante alerta para que a internet desperte ao fato de que Britney foi mal interpretada muitas vezes, aprisionada por um sistema administrado por homens com a intenção de explorar mulheres de sucesso.
Assisti pela Rosamund Pike que ganhou o Globo de Ouro de melhor atriz em musical ou comédia por sua atuação aqui. Fiquei numa montanha-russa de sentimentos. Dos pontos positivos, é uma comédia de humor pesado / thriller divertido que com certeza mantém a audiência ora torcendo pela protagonista às avessas, ora querendo que ela seja punida pelos atos horríveis que pratica. As atuações são ótimas em todos os aspectos, sejam da própria Pike quanto do time de peso escalado para bater de frente com ela: Peter Dinklage (Game of Thrones), Dianne Wiest (a excelente Peg de Edward Mãos de Tesoura) e a mexicana Eiza González (guardem este nome!)
A trilha sonora, muito interessante, emite uma vibração descolada, mas desconfortável, que se encaixa bem à personagem da Marla em seu duplo protagonista-antagonista, tornando o trabalho da Rosamund Pike ainda mais elaborado.
Infelizmente, a segunda metade do filme é muito confusa, parece que o diretor não sabia o que adicionar ao filme, então os ganchos simplesmente enlouquecem. A mudança do plot final arruina o ritmo geral do filme. Os 15 minutos finais são apressados com reviravoltas subdesenvolvidas que tornam a experiência do filme um tanto Garota Exemplar (não há como não citar, vista a presença da Pike) com um toque de Cisne Negro ("conheça o que você faz de melhor e seja perfeita" mesmo que isso te leve à insanidade).
De certa forma, a película é problemática e falha, mas vale a diversão. Rosamund brilha em uma comédia que prova mais uma vez que ela pode interpretar com sangue frio e implacável o estilo thriller-cômico.
Palmas aos vislumbres de falas feministas e protagonismo LGBTQIA+. Não são gritantes, mas ajudam a pontuar as causas e promovem reflexões bacanas.
Apesar de não inovar com a fórmula "garoto vai cozinhar e afogar as mágoas relacionadas a algum passado familiar" (que já vimos em vários filmes), é um filme sessão da tarde com o bônus de te deixar curioso com muitos pratos da culinária chinesa e uma boa fotografia para os ângulos em plano detalhe. Do meio para o final perde um pouco o fôlego e o roteiro desanda para o óbvio, mas mesmo assim vale o entretenimento. É leve e despretensioso (bem ao contrário de muitos pratos deliciosos que eles mostram durante o filme!). Não tem como não pensar em experimentar um Pekin Duck ao final.
Um olhar triste e poético da vida sobre a perspectiva de uma boneca inflável que em muitos momentos parece ter mais vida do que os humanos da película. Alguns momentos verdadeiramente belos, mas igualmente muito deprimentes. Flerta com a crítica à sociedade japonesa e as pessoas vazias perfeitamente.
Olha, sinceramente, Britto... Vi meus netos se formando em Medicina, mas não vi o fim deste filme. Longo demais, meu Deus! Já estava até achando que era uma série da Netflix. Boas atuações? Sim, ótimas. É Scorcese? Puro. Massssss não justifica 3h20min não...
Pra quem não gostou do filme (e até entendo que 40 minutos a menos teriam feito muito bem aqui) recomendo buscarem as referências que o Tarantino tentou trazer. Não o estou defendendo... mas há um esforço do homem em criar seu próprio "universo Marvel" com seus filmes e cultura pop decodificada.
Seria um erro não dizer que este filme é, no mínimo, impressionante em nível técnico, mas realmente faltam algumas nuances de iluminação para superar outros trabalhos já lançados e que se pautaram pela proposta one take only. Há uma cena noturna na cidade impressionante em que o Deakins foi capaz de brincar com a luz e fazer o que ele faz de melhor, mas na maior parte do filme o uso da luz natural ocorreu de uma maneira que, apesar da composição meticulosa, pareceu um pouco plana. As peças e elementos são colocados nos lugares certos, mas falta algo que acabou deixando algumas partes da película com uma luz artificial e teatral. Vale ressaltar o esforço na atuação do George MacKay e os 15 minutos finais com a cena em campo aberto: há um evidente preparo meticuloso para coreografar um bombardeio fantástico. Por sorte, este não foi o vencedor do Oscar 2020, pois teria sido uma injustiça com Parasita.
Eu acho que a gente vê filmes para escapar da realidade em muitos casos. NÃO HÁ FUGA DA REALIDADE AQUI. É mais dolorido que os socos que o protagonista leva em determinada cena. Não assista isso acompanhado (não importe o status do relacionamento). Fica a dica rs
Guerra ao Terror
3.5 1,4K Assista AgoraMelhor filme no Oscar 2010? Vamos com calma aí...
Rua do Medo: 1994 - Parte 1
3.1 773 Assista AgoraFui pela curiosidade de uma trilogia de antologia de terror inteira ser lançada em um período de 3 semanas pela Netflix. Eu até gostei deste primeiro ato e a tradição bem estabelecida dá ânimo com o resto, mas também parece que as soluções de desfecho, infelizmente, tornam o material fraco em alguns momentos. Famosas cenas de pegação no auge da perseguição final, maldições que tem regras escusas, personagens que ganham habilidades e talentos especiais quando a água bate na bunda. É o típico conteúdo da Netflix e até seria inovador em alguns aspectos se não tivéssemos visto o trabalho do Ryan Murphy em American Horror Story. Não é uma próxima franquia de terror clássico, mas uma vez que você aceita isso, é um guilty pleasure tranquilo.
Vale pela diversidade tanto do elenco quanto pelas pautas mais inclusivas (presentes de forma sutil em alguns momentos ou mais escancaradas em outros) e as referências ao universo do "terror sessão da tarde".
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Fogos de Artifício
4.0 77Um filme que soube flertar bem com o inexplicável e o ilógico, com a violência ao estilo Tarantino, mas ainda mantendo um viés humano ponderando as decisões do protagonista. Surrealista em vários pontos: usa o poder de sonhos para alcançar verdades mais enraizadas a respeito da vida, da morte, do amor e da raiva. Takeshi Kitano está fascinante porque cada contração de sua boca parece nos confundir com um sorriso ou um prelúdio de um assassinato. Em alguns momentos, no entanto, achei arrastado e excessivo no uso contínuo das cenas com os quadros.
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Nomadland
3.9 896 Assista AgoraNão é um filme ruim, mas se torna mais um ganhador de Oscar que você se pergunta "não havia um outro melhor concorrendo?".
Raya e o Último Dragão
4.0 645 Assista AgoraTalvez eu já esteja ficando velho demais para propostas como esta, mas ainda sim há uma certa busca pelo encantamento do efeito Toy Story 3 ou 4 em cada nova animação que a Disney anuncia.
O trabalho de câmera desse filme é realmente impressionante. As expressões faciais e os detalhes de cenas na água são tão realistas que quase parecem um live action em determinados momentos.
A celebração de uma cultura e mitologia asiática com uma forte protagonista feminina e um dragão é chave para parte da trama de desenrolar muito bem, mas a proposta por trás das alegorias é o ouro da produção. O enredo de uma praga assolando uma localidade e a união, a cooperação e a confiança de diferentes povos servindo como motes sensíveis para solucionar a problemática, me parece uma ótima mensagem em tempos de pandemia e o que podemos fazer ante a empatia que cultivamos em sociedade.
Tirando a ausência de um príncipe (obrigado Disney por entender que isso não é mais necessário), ainda é uma animação Disney padrão: açúcar demais em alguns pontos e soluções fáceis para atender bem o público infantil. Vou escolher acreditar que já estou velho demais para animações assim apenas para ser justo aqui.
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Por Lugares Incríveis
3.2 627 Assista AgoraEste filme poderia ter sido muito melhor se abordasse o que realmente estava acontecendo na mente do Finch. O que o fez desaparecer por dias e estar violento às vezes? Em vez disso, mal tocaram no assunto principal da condição dele e focaram em mais um drama adolescente genérico ao estilo Nicholas Sparks meets Elizabethtown (2005).
Framing Britney Spears: A Vida de uma Estrela
4.0 184Comovente e chocante o quanto as pessoas confiaram na misoginia e no classismo do público para obliterar essa mulher. Este documentário oferece uma boa visão geral da carreira problemática em torno das polêmicas envolvendo a cantora e, ao mesmo tempo, lança um importante alerta para que a internet desperte ao fato de que Britney foi mal interpretada muitas vezes, aprisionada por um sistema administrado por homens com a intenção de explorar mulheres de sucesso.
Eu Me Importo
3.3 1,2K Assista AgoraAssisti pela Rosamund Pike que ganhou o Globo de Ouro de melhor atriz em musical ou comédia por sua atuação aqui. Fiquei numa montanha-russa de sentimentos. Dos pontos positivos, é uma comédia de humor pesado / thriller divertido que com certeza mantém a audiência ora torcendo pela protagonista às avessas, ora querendo que ela seja punida pelos atos horríveis que pratica. As atuações são ótimas em todos os aspectos, sejam da própria Pike quanto do time de peso escalado para bater de frente com ela: Peter Dinklage (Game of Thrones), Dianne Wiest (a excelente Peg de Edward Mãos de Tesoura) e a mexicana Eiza González (guardem este nome!)
A trilha sonora, muito interessante, emite uma vibração descolada, mas desconfortável, que se encaixa bem à personagem da Marla em seu duplo protagonista-antagonista, tornando o trabalho da Rosamund Pike ainda mais elaborado.
Infelizmente, a segunda metade do filme é muito confusa, parece que o diretor não sabia o que adicionar ao filme, então os ganchos simplesmente enlouquecem. A mudança do plot final arruina o ritmo geral do filme. Os 15 minutos finais são apressados com reviravoltas subdesenvolvidas que tornam a experiência do filme um tanto Garota Exemplar (não há como não citar, vista a presença da Pike) com um toque de Cisne Negro ("conheça o que você faz de melhor e seja perfeita" mesmo que isso te leve à insanidade).
De certa forma, a película é problemática e falha, mas vale a diversão. Rosamund brilha em uma comédia que prova mais uma vez que ela pode interpretar com sangue frio e implacável o estilo thriller-cômico.
Palmas aos vislumbres de falas feministas e protagonismo LGBTQIA+. Não são gritantes, mas ajudam a pontuar as causas e promovem reflexões bacanas.
Cook Up a Storm
3.4 14 Assista AgoraApesar de não inovar com a fórmula "garoto vai cozinhar e afogar as mágoas relacionadas a algum passado familiar" (que já vimos em vários filmes), é um filme sessão da tarde com o bônus de te deixar curioso com muitos pratos da culinária chinesa e uma boa fotografia para os ângulos em plano detalhe. Do meio para o final perde um pouco o fôlego e o roteiro desanda para o óbvio, mas mesmo assim vale o entretenimento. É leve e despretensioso (bem ao contrário de muitos pratos deliciosos que eles mostram durante o filme!). Não tem como não pensar em experimentar um Pekin Duck ao final.
Um Alguém Apaixonado
3.6 117 Assista AgoraQuão intrínseca se torna uma relação em 24h?
Elizabeth: A Era de Ouro
3.7 287 Assista Agora3 estrelas só pela Cate pq o resto (pra quem viu o primeiro)... meh
Lendas da Paixão
3.8 544 Assista AgoraNão pisque aqui, se não alguém morre.
Boneca Inflável
3.9 192 Assista AgoraUm olhar triste e poético da vida sobre a perspectiva de uma boneca inflável que em muitos momentos parece ter mais vida do que os humanos da película. Alguns momentos verdadeiramente belos, mas igualmente muito deprimentes. Flerta com a crítica à sociedade japonesa e as pessoas vazias perfeitamente.
Ali Wong: Baby Cobra
3.6 24 Assista AgoraUma dica: não assista com seus pais. A não ser que eles sejam muito prafrentex.
Viagem ao Centro da Terra: O Filme
3.0 564 Assista AgoraSessão da tarde
Jesy Nelson e o Tribunal da Internet
4.3 7Extremamente necessário. Deveria ser passado em todas as escolas. Um documentário assim pode salvar vidas.
O Poço
3.7 2,1K Assista AgoraEm tempos de Corona Vírus e a corrida aos mercados, uma excelente reflexão que podemos fazer.
O Irlandês
4.0 1,5K Assista AgoraOlha, sinceramente, Britto...
Vi meus netos se formando em Medicina, mas não vi o fim deste filme. Longo demais, meu Deus! Já estava até achando que era uma série da Netflix.
Boas atuações? Sim, ótimas. É Scorcese? Puro.
Massssss não justifica 3h20min não...
Era Uma Vez em... Hollywood
3.8 2,3K Assista AgoraPra quem não gostou do filme (e até entendo que 40 minutos a menos teriam feito muito bem aqui) recomendo buscarem as referências que o Tarantino tentou trazer. Não o estou defendendo... mas há um esforço do homem em criar seu próprio "universo Marvel" com seus filmes e cultura pop decodificada.
1917
4.2 1,8K Assista AgoraSeria um erro não dizer que este filme é, no mínimo, impressionante em nível técnico, mas realmente faltam algumas nuances de iluminação para superar outros trabalhos já lançados e que se pautaram pela proposta one take only. Há uma cena noturna na cidade impressionante em que o Deakins foi capaz de brincar com a luz e fazer o que ele faz de melhor, mas na maior parte do filme o uso da luz natural ocorreu de uma maneira que, apesar da composição meticulosa, pareceu um pouco plana. As peças e elementos são colocados nos lugares certos, mas falta algo que acabou deixando algumas partes da película com uma luz artificial e teatral. Vale ressaltar o esforço na atuação do George MacKay e os 15 minutos finais com a cena em campo aberto: há um evidente preparo meticuloso para coreografar um bombardeio fantástico. Por sorte, este não foi o vencedor do Oscar 2020, pois teria sido uma injustiça com Parasita.
De Olhos Bem Fechados
3.9 1,5K Assista AgoraVamos ser sinceros? 50 minutos a menos teriam feito muito bem ao filme.
Namorados para Sempre
3.6 2,5K Assista AgoraEu acho que a gente vê filmes para escapar da realidade em muitos casos. NÃO HÁ FUGA DA REALIDADE AQUI. É mais dolorido que os socos que o protagonista leva em determinada cena. Não assista isso acompanhado (não importe o status do relacionamento). Fica a dica rs
Simplesmente Acontece
3.8 1,8K Assista AgoraHá quem goste. Há quem ame. Há quem MEH.
O Reino de Deus
4.1 335não é filme lgbt+ a menos que um deles forme um apego excessivamente sentimental a um item da roupa do outro.