Uma série que quer que nos importemos com diversas coisas que estão separadas ou sumidas, sendo que nunca vimos essas coisas juntas tempo suficiente para o fazermos. Se cancelarem, que entreguem o Dentinho para Agents of S.H.I.E.L.D.
Deletando as intrigas palacianas shakespearianas de "Thor" e adicionando o épico de "Thor - O Mundo Sombrio" e o belo visual "cósmico-purpurinesco" dos "Guardiões da Galáxia", além de uma acertadíssima trilha synthwave, Taika Waititi e companhia entregam não apenas um ótimo filme, mas o melhor solo do Thor.
Parece que o principal motivo da maior polêmica desse ano no mundo das séries é um profundo desconhecimento do significado de ficção. Que outra razão justificaria cobranças de veracidade histórica em uma série de TV? O Mecanismo é apenas mais um produto de entretenimento, diversão... APENAS isso. Uma obra claramente apartidária e com a visão particular de José Padilha e, muito provavelmente, de Elena Soares. "Ah, mas eles colocaram a fala do Jucá na boca do Lula". ESSA é a visão mencionada do Padilha, de que não importa lados, esquerda ou direita, é tudo parte de uma mesma engrenagem, o mecanismo. Concorde você ou não, a série deixa isso claro desde o início. "Ah, mas eles atacam o PT". A obra ataca todos os lados, basta querer ver. E se a contraparte de Aécio Neves na série tem muito menos tempo de tela, a compensação acontece na forma de proferimento, com todas as letras, do quão bandido o personagem é. Pois é, está lá. E é por essas e outras que também acho essa discussão boboca. O que talvez poderia se questionar é o lançamento da série em um ano de eleições, e com o país cada vez mais polarizado e consumido pelo ódio; era óbvio que a obra geraria polêmica. "Ah, mas ela desinforma! É FAKE NEWS!". De novo, se queres aprender História por meio de uma ficção, algo está bem errado contigo. Se um filme como Pantera Negra aumentou ABSURDAMENTE as buscas por hotel em Wakanda no Google, que dirá o que uma série inspirada na Lava Jato não fará alguns acreditarem? Então toda essa discussão é realmente bem boboca, e esse meu primeiro parágrafo, infelizmente, faz parte disso. Agora falemos sobre a série de fato. Se tem algo que Padilha trouxe de Narcos para O Mecanismo, além obviamente da narração, foi o estilo de filmagem em externas, com inspirados planos aéreos e uma bela e eficiente direção em cenas com mais ação. Claro que ele não dirige todos os episódios, mas impregnou sua essência em ambas as produções. Já a narração em off mencionada surge aqui não com organicidade como em Narcos, mas redundante em não poucos momentos; depois melhora, ainda bem. O que mais incomoda mesmo nessa temporada é o roteiro não explorar seus personagens com o potencial que tem. A protagonista de Caroline Abras, a delegada Verena Cardoni, é beneficiada pela ótima atuação da atriz e pela relação bem escrita com o também protagonista delegado Marco Ruffo, mas só consegue atingir um drama pessoal de relevância na reta final. Um outro caso importante: na vida real o doleiro Alberto Youssef e o ex-delegado Gerson Machado têm origem na mesma cidade. Na série a relação entre eles estendeu-se para uma amizade na infância. Um ponto no passado que poderia ser melhor trabalhado e, sem sombra de dúvidas, daria ainda mais peso para o antagonismo atual entre os personagens dos ótimos Enrique Díaz e Selton Mello. No fim das contas, o que mais espero da 2a temporada são esses personagens mais aprofundados e, por que não, um núcleo de "cidadãos comuns" representando a população sendo afetada e reagindo a todos esses acontecimentos reais que beiram a ficção. Mas no fim, o saldo dessa temporada de estreia é certamente positivo.
Obs.: Julinho da Van não honrou o título. "Olha a denúncia aí!" :)
Aplicar pressão nos personagens é parte do processo de escrita de uma trama. Levá-los a situações difíceis, extremas, para que possam reagir e revelar mais de sua natureza, contribuindo assim para o enriquecimento da obra. Porém, em "Agents of S.H.I.E.L.D." essa aplicação não se restringe aos personagens, mas atinge a série como um todo. Conseguem imaginar um seriado sobre algo (agência, corporação, grupo) desfazendo essa coisa por completo ainda em sua primeira temporada? Muito difícil. Mas "S.H.I.E.L.D." foi obrigada a fazer exatamente isso assim que a revelação dos bastidores da agência estourou em "Capitão América 2". A partir dessa grande e importante revelação, e ao longo desses quatro anos, a série mostrou que não se incomoda e nem teme mudar sua realidade; corajosa, aplicada e bem-sucedida. Que outra produção de mais de 20 episódios por temporada, principalmente sendo baseada em HQs da Marvel ou DC, arrisca em sair de sua zona de conforto? Dá pra dizer com tranquilidade que uma temporada de 22 episódios de "S.H.I.E.L.D." passa voando, enquanto "Punho de Ferro" por exemplo, com seus 13 episódios, é complicada de chegar ao final. Enfim, 3 arcos narrativos distintos mas intrinsecamente conectados formando a melhor temporada da série. Os melhores enredos, as melhores atuações... Ah, "S.H.I.E.L.D."... E agora espaço sideral na 5a temporada?... Tem meu voto de confiança.
Bom vilão, bom elenco e tom acertado. Mas as cenas de ação, muito importantes em um longa como esse, decepcionam por acontecerem praticamente só à noite. E a presença do núcleo de Tony Stark soa, em alguns momentos, um tanto questionável.
Enquanto o enredo toma um caminho mais pessoal para os personagens em relação ao primeiro filme, o visual envereda para o mais. Mais rico, mais multicolorido, mais explosivo, mais fantástico... Porém, ao contrário do que pode-se supor, isso não enjoa e nem anestesia. E o que prevalece é o deslumbramento e a curiosidade sobre que outra novidade vem a seguir.
Até então eu não havia visto nenhuma obra de Glória Perez, apenas a minissérie "O Canto da Sereia" na qual ela atuou como supervisora de texto. No entanto, é notória a repercussão de seus trabalhos autorais. De clássicos como "O Clone" e "Caminho das Índias" ao estrondoso sucesso "A Força do Querer", passando pela mal-recebida "Salve Jorge"; ou seja, é nas novelas - formato melodramático por natureza - que seu trabalho se destaca. E por isso é perfeitamente compreensível manter um pé atrás com a primeira incursão da autora no mundo das séries em uma época onde elas são extremamente populares - Glória já havia escrito outras anos antes, como "Amazônia - de Galvez a Chico Mendes". Mas, surpreendentemente, o texto de "Dupla Identidade" é bem resolvido em relação ao formato a que pertence e adapta obras consagradas mundo afora. Sim, a minissérie que narra o jogo de gato e rato entre o serial killer Eduardo Borges e a investigadora e psicóloga Vera Muller é fortemente inspirada em uma gama de filmes e séries policiais. Mas sua base é a britânica "The Fall". Na verdade é praticamente um remake dessa, dos principais desdobramentos da trama à caracterização e construção dos personagens, em especial da protagonista. E, sinceramente, eu fico com a nossa versão. Não que o clima lento, frio e sufocante característico de "The Fall" seja inferior, mas parte pelo ritmo mais dinâmico aliado ao melhor desenvolvimento dos personagens, a verdade é que "Dupla Identidade" é mais atraente e, de certa forma, mais satisfatória.
Se não será lembrado pela qualidade - muito inferior aos dois filmes anteriores -, ao menos entrará para a História do Cinema por seu marketing único e incrível.
Franquia Cloverfield continua plena por não autodelegar-se a missão de, em algum momento, escancarar o mistério na tela, mas por reconhecer que observá-lo de longe e decifrá-lo por partes é o que dá o sabor especial e faz dele um... verdadeiro mistério.
Mesmo seguindo à risca a estabelecida estrutura básica de filmes de origem da Marvel, "Doutor Estranho" mostra-se um ponto fora da curva no MCU graças ao vilão que, embora esquecível, apresenta uma motivação convincente e um tanto diferente do usual, ao micro-universo tão bem introduzido e ambientado, à resolução do clímax que vai contra o comum em blockbusters e ao incrível visual psicodélico que remete, entre outras obras, ao "2001 - Uma Odisseia no Espaço" e "A Origem".
Uma temporada que mira o grande arco mas acerta nos procedurais. Apostar numa trama novelesca dentro do formato de série não é necessariamente um erro, mas não há como negar que em um folhetim, muito por conta de suas características próprias como o melodrama e a velocidade baixa, há muito mais tempo para o público conhecer e entender os personagens. E assim fica fácil nutrir sentimentos de torcida, empatia ou raiva, esses fluem com naturalidade. E a grande causa do não funcionamento da história principal da 1a temporada de Scandal são justamente os personagens. Quem são eles? Por que movem o mundo e o universo para servir e satisfazer sua líder máxima, Olivia Pope, uma protagonista rasa e difícil de suportar (não do jeito bom)? O time de profissionais a venera de uma forma assustadora, e raramente aquelas pessoas parecem ser afetadas pela natureza complicada de sua chefe. O roteiro quer a todo custo nos fazer engolir o quão incrível ela é, mas não há um desenvolvimento satisfatório para isso, apenas uma aparente realização da fantasia de mulher ideal da criadora Shonda Rhimes. Tão diferente de Annalise Keating, outra cria de Shonda mas que, no centro da muito superior How to Get Away with Murder, mostra seu poder e extrema competência para, logo depois, ter sua fragilidade explorada (tornando-a humana e crível) e ainda se complica nos relacionamentos com os seus, já que suas fortes atitudes afetam as pessoas ao redor. E o que fazer para distrair o público e não deixá-lo refletir sobre os personagens? Tacando diálogos bobos e discursos extensos proferidos a 99% da velocidade da luz. Ao invés de refletirmos, nos esforçamos para captar o máximo de informações que nos atingem como balas de metralhadora. E depois disso, atuações. Kerry Washington é esforçada, mas não há muito o que fazer pelo texto. O mesmo vale para os outros protagonistas, são praticamente estereótipos; e daí dá-lhe caretas. Tony Goldwyn como Fitz, apavorante. Bellamy Young vivendo a primeira-dama e Jeff Perry na pele de Cyrus fazem milagres. Mas o mais intrigante é Guillermo Diaz interpretando Huck. Ele emprega uma postura sempre contida, como se o personagem se esforçasse para não deixar emergir algo terrível a qualquer momento. Ironia? Não sei, mas gostei, e espero que Shonda tenha aproveitado bem o personagem na 2a temporada. Apesar de tantos aspectos decepcionantes, como já dito a série acerta nos casos da semana. Variados, inventivos e com um tempo de tela suficiente para a experiência não ser um completo desastre. Que o futuro de Scandal seja mais How to Get Away with Murder e menos quase tudo isso acima.
Depois de um começo morno (cerca de 7 episódios), e por vezes repetitivo, tem início a nova etapa do Exame Chunin, que ocupando uns 8 episódios, mostra-se a melhor fase da temporada, equilibrando inventivos combates na arena com aprofundamento dos personagens que restavam daqueles vários apresentados no início do segundo arco. Já a terceira e última parte da temporada - o início do arco "Esmagamento de Konoha" -, ao longo de pouco mais que 10 episódios, promove um excelente chacoalhão na trama e aumenta a escala da ação para o nível que esperamos ver desde o início. A batalha entre o Terceiro Hokage e Orochimaru, por exemplo, enquanto não decepciona absurdamente na reta final, é um grande espetáculo demonstrativo das habilidades daqueles personagens. Por outro lado, o caminho que o enredo traça para Gaara, personagem mais intrigante do anime graças ao seu imenso poder, discrição e frieza, chega a ser patético. De uma figura misteriosa e calculista para uma coisa genérica e entediante. No entanto, o gancho deixado ao final pode indicar uma salvação para esse plot; tomara que assim seja na próxima leva de episódios.
A série Marvel/Netflix que mais referencia o restante do MCU começa bem, e apesar de detalhes aqui e ali, assim caminha por cerca de 7 episódios, que é onde ocorre uma grande virada na trama. Tal evento não apaga o desenvolvimento até ali, mas acarreta em substituições de gosto um tanto duvidoso. E é nessa segunda metade que o velho fantasma dos episódios além da conta ataca. Ritmo, texto e até mesmo atuações, todos problemas inexistentes ou mínimos na metade anterior, mostram-se obstáculos que a série enfrenta com dificuldade para chegar ao seu desfecho. Na verdade desfecho entre aspas, pois as pontas soltas, um tanto frustrante num primeiro momento, podem ter deixado para o segundo ano o melhor da 1a temporada. Esperemos.
Faz um bem-vindo resgate de elementos há muito não abordados no anime (na época do lançamento o anime estava no episódio 11 da 3a temporada), como a reunião do Time 7 e o plot de missão, usado pela última vez no primeiro arco, lá na 1a temporada.
Como já havia sido citado em "Jessica Jones" e visto na virada da 2a para a 3a temporada de "S.H.I.E.L.D.", "Guerra Civil" cita o aumento de habilidosos no mundo em mais uma menção sutil dos filmes às séries - depois dos amigos misteriosos de Nick Fury em "Era de Ultron". Afinal, universo compartilhado não serve apenas para crossovers. Enfim, é com esse plot dos habilidosos - mais especificamente os Inumanos, já que nem todos o são - que se desenvolve a 3a temporada de "Agents of S.H.I.E.L.D.". E confesso que a repetição da dinâmica "problema - plano - agentes invadindo lugares" cansou um bocado, a ponto de entregar o episódio mais boring da série, aquele da despedida. O que vale mesmo ali é a cena final. Apesar dessa observação ocupar um espaço considerável desse comentário, e de esse ser sim um ponto fraco da temporada, não resultou em uma absurda queda de qualidade, pois mesmo nos momentos complicados "S.H.I.E.L.D." tem um lado forte. No caso, as interações entre os personagens. Ponto para os roteiros. Como constatado nos minutos finais, a série parece ter entendido que o que precisa agora é de uma mudança no status quo. Mais uma prova de uma produção consciente.
2016 foi o ano em que o governo decidiu tomar medidas após eventos extremos envolvendo super-heróis. Enquanto em "Esquadrão Suicida" ele decide criar um grupo para controlá-lo, em "Capitão América - Guerra Civil" ele quer pôr rédeas nos que já existem. Para nós a diferença é que aqui é entregue um excelente equilíbrio entre ação pé no chão e confrontos quadrinescos, entre a leveza característica da mega franquia e drama bem resolvido do debate de ideologias entre os dois lados.
Inumanos (1ª Temporada)
2.2 118Uma série que quer que nos importemos com diversas coisas que estão separadas ou sumidas, sendo que nunca vimos essas coisas juntas tempo suficiente para o fazermos.
Se cancelarem, que entreguem o Dentinho para Agents of S.H.I.E.L.D.
Thor: Ragnarok
3.7 1,9K Assista AgoraDeletando as intrigas palacianas shakespearianas de "Thor" e adicionando o épico de "Thor - O Mundo Sombrio" e o belo visual "cósmico-purpurinesco" dos "Guardiões da Galáxia", além de uma acertadíssima trilha synthwave, Taika Waititi e companhia entregam não apenas um ótimo filme, mas o melhor solo do Thor.
O Mecanismo (1ª Temporada)
3.5 526Parece que o principal motivo da maior polêmica desse ano no mundo das séries é um profundo desconhecimento do significado de ficção. Que outra razão justificaria cobranças de veracidade histórica em uma série de TV? O Mecanismo é apenas mais um produto de entretenimento, diversão... APENAS isso. Uma obra claramente apartidária e com a visão particular de José Padilha e, muito provavelmente, de Elena Soares. "Ah, mas eles colocaram a fala do Jucá na boca do Lula". ESSA é a visão mencionada do Padilha, de que não importa lados, esquerda ou direita, é tudo parte de uma mesma engrenagem, o mecanismo. Concorde você ou não, a série deixa isso claro desde o início. "Ah, mas eles atacam o PT". A obra ataca todos os lados, basta querer ver. E se a contraparte de Aécio Neves na série tem muito menos tempo de tela, a compensação acontece na forma de proferimento, com todas as letras, do quão bandido o personagem é. Pois é, está lá. E é por essas e outras que também acho essa discussão boboca. O que talvez poderia se questionar é o lançamento da série em um ano de eleições, e com o país cada vez mais polarizado e consumido pelo ódio; era óbvio que a obra geraria polêmica. "Ah, mas ela desinforma! É FAKE NEWS!". De novo, se queres aprender História por meio de uma ficção, algo está bem errado contigo. Se um filme como Pantera Negra aumentou ABSURDAMENTE as buscas por hotel em Wakanda no Google, que dirá o que uma série inspirada na Lava Jato não fará alguns acreditarem? Então toda essa discussão é realmente bem boboca, e esse meu primeiro parágrafo, infelizmente, faz parte disso.
Agora falemos sobre a série de fato. Se tem algo que Padilha trouxe de Narcos para O Mecanismo, além obviamente da narração, foi o estilo de filmagem em externas, com inspirados planos aéreos e uma bela e eficiente direção em cenas com mais ação. Claro que ele não dirige todos os episódios, mas impregnou sua essência em ambas as produções. Já a narração em off mencionada surge aqui não com organicidade como em Narcos, mas redundante em não poucos momentos; depois melhora, ainda bem.
O que mais incomoda mesmo nessa temporada é o roteiro não explorar seus personagens com o potencial que tem. A protagonista de Caroline Abras, a delegada Verena Cardoni, é beneficiada pela ótima atuação da atriz e pela relação bem escrita com o também protagonista delegado Marco Ruffo, mas só consegue atingir um drama pessoal de relevância na reta final. Um outro caso importante: na vida real o doleiro Alberto Youssef e o ex-delegado Gerson Machado têm origem na mesma cidade. Na série a relação entre eles estendeu-se para uma amizade na infância. Um ponto no passado que poderia ser melhor trabalhado e, sem sombra de dúvidas, daria ainda mais peso para o antagonismo atual entre os personagens dos ótimos Enrique Díaz e Selton Mello.
No fim das contas, o que mais espero da 2a temporada são esses personagens mais aprofundados e, por que não, um núcleo de "cidadãos comuns" representando a população sendo afetada e reagindo a todos esses acontecimentos reais que beiram a ficção. Mas no fim, o saldo dessa temporada de estreia é certamente positivo.
Obs.: Julinho da Van não honrou o título. "Olha a denúncia aí!" :)
Os Defensores
3.5 501A boa reunião não consegue maquiar a fragilidade da trama.
Círculo de Fogo
3.8 2,6K Assista AgoraAlgo entre Transformers e o que Transformers poderia ter sido.
Agentes da S.H.I.E.L.D. (4ª Temporada)
4.2 124 Assista AgoraAplicar pressão nos personagens é parte do processo de escrita de uma trama. Levá-los a situações difíceis, extremas, para que possam reagir e revelar mais de sua natureza, contribuindo assim para o enriquecimento da obra. Porém, em "Agents of S.H.I.E.L.D." essa aplicação não se restringe aos personagens, mas atinge a série como um todo.
Conseguem imaginar um seriado sobre algo (agência, corporação, grupo) desfazendo essa coisa por completo ainda em sua primeira temporada? Muito difícil. Mas "S.H.I.E.L.D." foi obrigada a fazer exatamente isso assim que a revelação dos bastidores da agência estourou em "Capitão América 2". A partir dessa grande e importante revelação, e ao longo desses quatro anos, a série mostrou que não se incomoda e nem teme mudar sua realidade; corajosa, aplicada e bem-sucedida. Que outra produção de mais de 20 episódios por temporada, principalmente sendo baseada em HQs da Marvel ou DC, arrisca em sair de sua zona de conforto? Dá pra dizer com tranquilidade que uma temporada de 22 episódios de "S.H.I.E.L.D." passa voando, enquanto "Punho de Ferro" por exemplo, com seus 13 episódios, é complicada de chegar ao final.
Enfim, 3 arcos narrativos distintos mas intrinsecamente conectados formando a melhor temporada da série. Os melhores enredos, as melhores atuações... Ah, "S.H.I.E.L.D."... E agora espaço sideral na 5a temporada?... Tem meu voto de confiança.
Homem-Aranha: De Volta ao Lar
3.8 1,9K Assista AgoraBom vilão, bom elenco e tom acertado. Mas as cenas de ação, muito importantes em um longa como esse, decepcionam por acontecerem praticamente só à noite. E a presença do núcleo de Tony Stark soa, em alguns momentos, um tanto questionável.
Guardiões da Galáxia Vol. 2
4.0 1,7K Assista AgoraEnquanto o enredo toma um caminho mais pessoal para os personagens em relação ao primeiro filme, o visual envereda para o mais. Mais rico, mais multicolorido, mais explosivo, mais fantástico... Porém, ao contrário do que pode-se supor, isso não enjoa e nem anestesia. E o que prevalece é o deslumbramento e a curiosidade sobre que outra novidade vem a seguir.
Dupla Identidade
4.0 212Até então eu não havia visto nenhuma obra de Glória Perez, apenas a minissérie "O Canto da Sereia" na qual ela atuou como supervisora de texto. No entanto, é notória a repercussão de seus trabalhos autorais. De clássicos como "O Clone" e "Caminho das Índias" ao estrondoso sucesso "A Força do Querer", passando pela mal-recebida "Salve Jorge"; ou seja, é nas novelas - formato melodramático por natureza - que seu trabalho se destaca. E por isso é perfeitamente compreensível manter um pé atrás com a primeira incursão da autora no mundo das séries em uma época onde elas são extremamente populares - Glória já havia escrito outras anos antes, como "Amazônia - de Galvez a Chico Mendes". Mas, surpreendentemente, o texto de "Dupla Identidade" é bem resolvido em relação ao formato a que pertence e adapta obras consagradas mundo afora.
Sim, a minissérie que narra o jogo de gato e rato entre o serial killer Eduardo Borges e a investigadora e psicóloga Vera Muller é fortemente inspirada em uma gama de filmes e séries policiais. Mas sua base é a britânica "The Fall". Na verdade é praticamente um remake dessa, dos principais desdobramentos da trama à caracterização e construção dos personagens, em especial da protagonista. E, sinceramente, eu fico com a nossa versão.
Não que o clima lento, frio e sufocante característico de "The Fall" seja inferior, mas parte pelo ritmo mais dinâmico aliado ao melhor desenvolvimento dos personagens, a verdade é que "Dupla Identidade" é mais atraente e, de certa forma, mais satisfatória.
Curta Marvel: Time Thor: Parte 2
3.7 13Situações cômicas que não cairiam bem nos filmes oficiais são bem usadas nessa paródia.
Punho de Ferro (1ª Temporada)
3.0 499 Assista AgoraAs definições de "temporada com mais episódios que o necessário" foram atualizadas.
O Paradoxo Cloverfield
2.7 779 Assista AgoraSe não será lembrado pela qualidade - muito inferior aos dois filmes anteriores -, ao menos entrará para a História do Cinema por seu marketing único e incrível.
Rua Cloverfield, 10
3.5 1,9KFranquia Cloverfield continua plena por não autodelegar-se a missão de, em algum momento, escancarar o mistério na tela, mas por reconhecer que observá-lo de longe e decifrá-lo por partes é o que dá o sabor especial e faz dele um... verdadeiro mistério.
Doutor Estranho
4.0 2,2K Assista AgoraMesmo seguindo à risca a estabelecida estrutura básica de filmes de origem da Marvel, "Doutor Estranho" mostra-se um ponto fora da curva no MCU graças ao vilão que, embora esquecível, apresenta uma motivação convincente e um tanto diferente do usual, ao micro-universo tão bem introduzido e ambientado, à resolução do clímax que vai contra o comum em blockbusters e ao incrível visual psicodélico que remete, entre outras obras, ao "2001 - Uma Odisseia no Espaço" e "A Origem".
Todo o Dinheiro do Mundo
3.3 229 Assista AgoraElegante, mas não imune a um excesso no final.
Escândalos: Os Bastidores do Poder (1ª Temporada)
4.2 147 Assista AgoraUma temporada que mira o grande arco mas acerta nos procedurais.
Apostar numa trama novelesca dentro do formato de série não é necessariamente um erro, mas não há como negar que em um folhetim, muito por conta de suas características próprias como o melodrama e a velocidade baixa, há muito mais tempo para o público conhecer e entender os personagens. E assim fica fácil nutrir sentimentos de torcida, empatia ou raiva, esses fluem com naturalidade. E a grande causa do não funcionamento da história principal da 1a temporada de Scandal são justamente os personagens. Quem são eles? Por que movem o mundo e o universo para servir e satisfazer sua líder máxima, Olivia Pope, uma protagonista rasa e difícil de suportar (não do jeito bom)? O time de profissionais a venera de uma forma assustadora, e raramente aquelas pessoas parecem ser afetadas pela natureza complicada de sua chefe. O roteiro quer a todo custo nos fazer engolir o quão incrível ela é, mas não há um desenvolvimento satisfatório para isso, apenas uma aparente realização da fantasia de mulher ideal da criadora Shonda Rhimes. Tão diferente de Annalise Keating, outra cria de Shonda mas que, no centro da muito superior How to Get Away with Murder, mostra seu poder e extrema competência para, logo depois, ter sua fragilidade explorada (tornando-a humana e crível) e ainda se complica nos relacionamentos com os seus, já que suas fortes atitudes afetam as pessoas ao redor.
E o que fazer para distrair o público e não deixá-lo refletir sobre os personagens? Tacando diálogos bobos e discursos extensos proferidos a 99% da velocidade da luz. Ao invés de refletirmos, nos esforçamos para captar o máximo de informações que nos atingem como balas de metralhadora.
E depois disso, atuações. Kerry Washington é esforçada, mas não há muito o que fazer pelo texto. O mesmo vale para os outros protagonistas, são praticamente estereótipos; e daí dá-lhe caretas. Tony Goldwyn como Fitz, apavorante. Bellamy Young vivendo a primeira-dama e Jeff Perry na pele de Cyrus fazem milagres. Mas o mais intrigante é Guillermo Diaz interpretando Huck. Ele emprega uma postura sempre contida, como se o personagem se esforçasse para não deixar emergir algo terrível a qualquer momento. Ironia? Não sei, mas gostei, e espero que Shonda tenha aproveitado bem o personagem na 2a temporada.
Apesar de tantos aspectos decepcionantes, como já dito a série acerta nos casos da semana. Variados, inventivos e com um tempo de tela suficiente para a experiência não ser um completo desastre.
Que o futuro de Scandal seja mais How to Get Away with Murder e menos quase tudo isso acima.
Naruto (3ª Temporada)
4.3 56Depois de um começo morno (cerca de 7 episódios), e por vezes repetitivo, tem início a nova etapa do Exame Chunin, que ocupando uns 8 episódios, mostra-se a melhor fase da temporada, equilibrando inventivos combates na arena com aprofundamento dos personagens que restavam daqueles vários apresentados no início do segundo arco. Já a terceira e última parte da temporada - o início do arco "Esmagamento de Konoha" -, ao longo de pouco mais que 10 episódios, promove um excelente chacoalhão na trama e aumenta a escala da ação para o nível que esperamos ver desde o início. A batalha entre o Terceiro Hokage e Orochimaru, por exemplo, enquanto não decepciona absurdamente na reta final, é um grande espetáculo demonstrativo das habilidades daqueles personagens. Por outro lado, o caminho que o enredo traça para Gaara, personagem mais intrigante do anime graças ao seu imenso poder, discrição e frieza, chega a ser patético. De uma figura misteriosa e calculista para uma coisa genérica e entediante. No entanto, o gancho deixado ao final pode indicar uma salvação para esse plot; tomara que assim seja na próxima leva de episódios.
Luke Cage (1ª Temporada)
3.7 502A série Marvel/Netflix que mais referencia o restante do MCU começa bem, e apesar de detalhes aqui e ali, assim caminha por cerca de 7 episódios, que é onde ocorre uma grande virada na trama. Tal evento não apaga o desenvolvimento até ali, mas acarreta em substituições de gosto um tanto duvidoso. E é nessa segunda metade que o velho fantasma dos episódios além da conta ataca. Ritmo, texto e até mesmo atuações, todos problemas inexistentes ou mínimos na metade anterior, mostram-se obstáculos que a série enfrenta com dificuldade para chegar ao seu desfecho. Na verdade desfecho entre aspas, pois as pontas soltas, um tanto frustrante num primeiro momento, podem ter deixado para o segundo ano o melhor da 1a temporada. Esperemos.
Naruto: OVA 2 - Batalha na Cachoeira Escondida. Eu sou …
3.5 4Faz um bem-vindo resgate de elementos há muito não abordados no anime (na época do lançamento o anime estava no episódio 11 da 3a temporada), como a reunião do Time 7 e o plot de missão, usado pela última vez no primeiro arco, lá na 1a temporada.
Curta Marvel: Time Thor
4.0 28 Assista AgoraÓtima paródia.
Motoqueiro Fantasma: Espírito de Vingança
2.4 1,6K Assista AgoraUm filme sem alma. :)
Agentes da S.H.I.E.L.D. (3ª Temporada)
4.1 133 Assista AgoraComo já havia sido citado em "Jessica Jones" e visto na virada da 2a para a 3a temporada de "S.H.I.E.L.D.", "Guerra Civil" cita o aumento de habilidosos no mundo em mais uma menção sutil dos filmes às séries - depois dos amigos misteriosos de Nick Fury em "Era de Ultron". Afinal, universo compartilhado não serve apenas para crossovers. Enfim, é com esse plot dos habilidosos - mais especificamente os Inumanos, já que nem todos o são - que se desenvolve a 3a temporada de "Agents of S.H.I.E.L.D.". E confesso que a repetição da dinâmica "problema - plano - agentes invadindo lugares" cansou um bocado, a ponto de entregar o episódio mais boring da série, aquele da despedida. O que vale mesmo ali é a cena final.
Apesar dessa observação ocupar um espaço considerável desse comentário, e de esse ser sim um ponto fraco da temporada, não resultou em uma absurda queda de qualidade, pois mesmo nos momentos complicados "S.H.I.E.L.D." tem um lado forte. No caso, as interações entre os personagens. Ponto para os roteiros.
Como constatado nos minutos finais, a série parece ter entendido que o que precisa agora é de uma mudança no status quo. Mais uma prova de uma produção consciente.
Motoqueiro Fantasma
2.7 1,1K Assista AgoraUm western? Um filme de motoqueiro? Um origem de super-herói? I don't know, dude...
Capitão América: Guerra Civil
3.9 2,4K Assista Agora2016 foi o ano em que o governo decidiu tomar medidas após eventos extremos envolvendo super-heróis. Enquanto em "Esquadrão Suicida" ele decide criar um grupo para controlá-lo, em "Capitão América - Guerra Civil" ele quer pôr rédeas nos que já existem. Para nós a diferença é que aqui é entregue um excelente equilíbrio entre ação pé no chão e confrontos quadrinescos, entre a leveza característica da mega franquia e drama bem resolvido do debate de ideologias entre os dois lados.