1X01: Todo o trabalho técnico em função da ambientação é um sucesso, e somado ao roteiro sólido, sem enrolação alguma, e ao humor simples e sensacional, resulta em uma estreia surpreendente para a TV aberta brasileira. 9,5/10. 1X02: Ainda mais deliciosamente escrito e filmado. 10/10. 1X03: Apesar da notória eficiência do roteiro em fazer comédia e interligar muitos acontecimentos da trama, a direção dá uma tropeçada. 9/10 1X04: Mesmo com o acréscimo brusco de cenários e personagens, e a adoção de um estilo diferente para narrar a história, jamais perde sua identidade estabelecida nos capítulos anteriores. 9,5/10
P.S.: Comentários realizados há mais de 4 anos, porém estavam na página do longa, já que, na época, o Filmow não conseguia entender que o famoso filme é, na verdade, um compacto de uma minissérie.
Se até ao episódio 7 temos uma trama um tanto previsível, mas ainda assim coesa e interessante, a segunda metade da temporada escancara como não sabiam mais que história contar, transformando esses episódios em uma colcha de retalhos de várias cores e tamanhos.
Da mais tradicional à mais ultrarrealista animação que a tecnologia pode nos entregar: eis uma das duas melhores definições para essa série. A outra é: p*taria, gore multiplicado por gore e tecnologia, muita tecnologia.
1- A VANTAGEM DE SONNIE: Animação estupenda. O resto é apenas legalzinho. 2- OS TRÊS ROBÔS: Quase um Pixar. Tem potencial para virar algo maior. 3- A TESTEMUNHA: Uma desculpa imbecil para mostrar nudez o tempo todo, embora a ideia principal do roteiro seja boa, mesmo deixando a sensação de que aquilo já foi feito antes. 4- PROTEÇÃO CONTRA ALIENÍGENAS: Uma aula de como fazer o espectador se importar com personagens em pouquíssimo tempo. E a ação é sensacional. 5- SUGADOR DE ALMAS: Personagens irritantes, historinha fraca e uma glorificação desmedida da violência. Se não bastasse tudo isso, ainda sofre pelo final semelhante ao do anterior. 6- QUANDO O IOGURTE ASSUMIU O CONTROLE: Como se a Pixar fizesse um crossover de Guia do Mochileiro das Galáxias e Black Mirror. Um pouco superestimado, mas pode render algumas reflexões. 7- PARA ALÉM DA FENDA DE ÁQUILA: Visual SENSACIONAL e história bacaninha, embora a sensação de déjà vu é novamente presente. Matrix mandou oi. 8- BOA CAÇADA: Um dos mais curiosos, com uma certa beleza trágica retratada pela ótica da transição entre fábula e steampunk. 9- O LIXÃO: Bizarro. 10- METAMORFOS: Não muito empolgante, mas existe "algo" ali. 11- AJUDINHA: EXTREMAMENTE bem dirigido, FABULOSAMENTE imersivo; uma pequena pérola desse ano. 12- NOITE DE PESCARIA: Claramente o roteiro foi escrito para se encaixar no visual que queriam apresentar. E quê visual!... Pensando bem, até que conseguiram. 13- 13, NÚMERO DA SORTE: Outra aula de como se apegar aos personagens em um curto tempo. Um domínio de escrita, de animação e de dublagem. 14- ZIMA BLUE: Quê obra de arte, com a intenção do trocadilho! A direção, as cores, a trilha sonora... Não havia como sua mensagem não ser passada. 15- PONTO CEGO: A história não tem novidade alguma, os personagens são reciclagens de tudo o que já foi visto e a animação é bem tradicional. Não sei por que está aqui. 16- ERA DO GELO: Talvez o ápice de uma ideia passada por alguns dos episódios anteriores. 17- HISTÓRIAS ALTERNATIVAS: Engraçadinho. 18- A GUERRA SECRETA: Outra linda animação. Mas esse negócio de horda de monstros mais uma vez?...
Shazam e a "nova" DC do Cinema. Comecemos por aquele que é uma das novidades dessa nova fase da concorrente da Marvel: o humor. Nesse caso, ele é muito bom até a metade. Depois, a repetição e os exageros cansam um pouco, deixando apenas aquele forçado e constante sorriso de canto de boca. Já o elenco é sensacional, tanto o jovem quanto o adulto. Cabe parênteses a Mark Strong, que aparenta ser melhor do que o roteiro permite. Pelo menos isso significa que o ator extrai o melhor do que tem. Também é notável e interessante o contraste entre os momentos "sessão da tarde" (leves e/ou infantis) e as sequências que, de tão realistas, dão uma leve chocada pela violência. Uma vez que a DC já provou ter o segundo "A" da palavra SHAZAM ao remodelar todo o seu universo cinematográfico, que agora não falte o primeiro "A", para que possamos ver outros bons resultados como esse por muito tempo. E cá entre nós, um pouquinho do S que a Marvel Studios vem demonstrando nos últimos anos também não faria mal...
"Capitã Marvel" é divertido, mas é uma diversão que confunde o espectador: seu mérito é estritamente próprio ou vem do fato de a narrativa estar trabalhando com personagens que já conhecemos, porém em um momento cronológico inédito? E se a intenção, no final das contas, era que ficássemos com a sensação de que Carol Danvers é a mais poderosa dos heróis apresentados até agora, acertaram em cheio. Porém, por fazerem isso abusando do CGI, falta tangibilidade a todo esse poder, coisa que não acontece, por exemplo, com o Thor ou Superman, seja o do Christopher Reeve ou o do Henry Cavill. No mais, é um filme sem muita novidade, bem básico, talvez "origem demais" e por vezes até sem graça; OK no geral.
Foi na 2° temporada e na minissérie "Os Defensores" que Matt Murdock enfrentou ninjas sem batimentos cardíacos enviados por uma organização secreta milenar em busca de um poder enterrado sob Nova York, e que afinal só podia ser acessado com a ajuda do Imortal Punho de Ferro, aquele que para ser o que é, derrotou um dragão. Mas é nessa 3° temporada sobre desesperança, solidão, poder (aquele promovido pelo dinheiro) e corruptibilidade do sistema que encontramos a fase mais sombria do Demolidor.
Matt perdeu o amor de sua vida, perdeu a esperança e perdeu a fé, tanto em Deus quanto na necessidade da existência de seu alter ego advogado e amigo. Tudo isso é trabalhado de forma extremamente crível, porém falta uma clareza maior do porquê de ele ter sido tão afetado, já que em seus desabafos não ouvimos muito sobre Elektra. Paralelamente, Wilson Fisk vive dias melhores. Ele pode não ter a liberdade que tanto almeja, mas enquanto secretamente executa seu plano a fim de alcançá-la, faz todo o sistema acreditar que lhe tem nas mãos, quando na verdade é o contrário. Vincent D'Onofrio, somado à essa ótima trama, é um deleite de se acompanhar. E seu Rei do Crime não perde a importância e nem o brilho com a adição de mais um vilão, Benjamin Poindexter, cuja trajetória é construída com esmero, a ponto de um dos episódios lhe servir como estudo de personagem; em termos artísticos e de direção, é lindo. Quem não tem um resultado tão feliz assim com os minutos que ganhou (uns dois terços de episódio) é Karen Page. A trama abordada pelo flashback não é exatamente necessária, mas seria mais adequado e até menos malvista se inserida em outro momento que não fosse de crescente da tensão. Quebra o ritmo dos episódios anteriores e frustra os mais afoitos.
Nesse terceiro ano, a ação também cede espaço para o desenvolvimento da trama, mas quando ela acontece, é excelente. O plano-sequência de mais de 11 minutos recheados de lutas em diversos cenários é digno de ser chamado Obra de Arte, com as maiúsculas que lhe são por direito. E o confronto que finaliza todo o conflito da temporada, mesmo não usando a mesma técnica, é suficientemente empolgante. No geral, todo o final é satisfatório e tem força conclusiva para a série, caso a mesma não ressuscite nos próximos anos. Os maiores problemas de isso não ocorrer é a tristeza de saber que ainda existem boas histórias para serem adaptadas por uma série que já provou o seu valor e também a saudade que Matt Murdock, Karen Page e Foggy Nelson - mas principalmente Matt Murdock - deixarão. Que logo possamos nos rever.
A metalinguagem proporciona boas reflexões sobre realidade e livre arbítrio, mas a história é muito fraca e acaba prejudicando o impacto que qualquer dos finais pretendia fazer sentir.
Há quem diga que as famosas lendas urbanas como loira do banheiro e homem do saco já não causam medo como antes, em parte graças a um mundo supostamente evoluído e esclarecido. Mas é ciente dessa visão que se desenvolve a série antológica de Maristela Mattos & Thaís Falcão, com direção geral de Fernando Coimbra, levando os personagens do limite de seus problemas mundanos (a pressão na adolescência, o trauma no passado, etc.) ao terror das "histórias que o povo conta".
A LOIRA DO BANHEIRO: escrito por Maristela Mattos & Thaís Falcão e dirigido por Fernando Coimbra. Com uma boa cinematografia e momentos de terror que funcionam, o episódio de estreia peca pelo roteiro desnecessariamente confuso.
A GANGUE DOS PALHAÇOS: escrito por Ricardo Grynszpan, Ricardo Inhan e Felipe Adami e dirigido por Felipe Adami. A direção e a fotografia são muito boas, mas, aliadas ao cenário de classe alta, dão a sensação de estarmos vendo uma história que se passa em algum ponto da Europa. Com "urbanos" no título e sendo baseada em lendas brasileiras ou nas versões brasileiras de lendas internacionais, a sensação que o público deveria ter, de perigo à espreita, é esvaziada. Outro ponto é o baixo aproveitamento dos tais palhaços sequestradores. Tinha mais potencial...
O QUADRO DO MENINO QUE CHORA: escrito por Celso Vecchi e Thaís Fujinaga e dirigido por Juliana Rojas.O roteiro mais redondinho até aqui. A sensação de claustrofobia é bem sentida, já que toda a ação se passa em uma clínica onde as consequências da presença do tal quadro são cada vez maiores e mais horrendas.
O BONECO AMIGÃO: escrito por Ludmila Naves e dirigido por Juliana Rojas. Depois de dezenas de filmes sobre brinquedos assassinos, o enredo sobre o boneco inspirado no Fofão (que, segundo a lenda, trazia um punhal na base da cabeça e aterrorizava crianças à noite) não apresenta grandes novidades, mas é interessante ver uma versão brasileira daqueles brinquedos.
O HOMEM DO SACO: escrito e dirigido por Fernando Coimbra. Coimbra é experiente, dirigiu um filme para a Netflix e tem boas passagens por "Narcos". Aqui, seu episódio totalmente autoral é de longe o mais urbano, aquele que realmente faz o público sentir que o monstro pode estar nas redondezas, à espreita, até mesmo na casa ao lado. Uma boa construção de atmosfera, boas atuações, mas... assim como em quase toda a série, a sensação que fica é que esse tema pode ser ainda mais explorado.
Quem sabe a série seja renovada e, além de novas lendas como chupa-cabra, tenhamos revisitas a essas já abordadas...
No último capítulo de “Os Dez Mandamentos”, Moisés passa a liderança do povo hebreu para Josué, sobe até o cume do monte Nebo, vê a Terra Prometida e se entrega aos braços de Deus (“Estou pronto, meu Senhor”...). Após isso, inicia-se uma nova fase na história de Israel. Esse é o ponto de partida do livro de Josué e de “A Terra Prometida”, novela que poderia ser resumida em “um curioso encontro do épico bíblico com fantasia e ingredientes tipicamente folhetinescos”. Mas como você já deve ter percebido pelo tamanho desse textão, esse não é um mero resumo acerca da obra de Renato Modesto.
O livro de Josué começa por aquela que se tornou um ícone das mensagens de incentivo, quando Deus encoraja o novo líder israelita a não temer os desafios titânicos que lhe aguardam. Porém Renato Modesto escolhe iniciar a trama pelo cerco à Jericó, pouco antes de um grande feito, a queda das intransponíveis muralhas da cidade cananeia, ser realizado aos olhos de todos. Mas antes que possamos presenciar tal milagre, e de forma a prender a atenção do espectador, a trama retrocede alguns meses e somos apresentados a uma Israel ainda acampada no lado moabita do rio Jordão. A maior parte do povo está preocupada com Moisés, desaparecido há semanas, e custa a aceitar que Josué é seu novo líder. Não bastando os desafios à sua frente, muitos dos seus até mesmo o confrontam acerca de sua legitimidade e capacidade de levá-los a concretizar o sonho que cultivam há quase 40 anos; um excelente contexto para compreendermos o emocional de Josué naquele momento. E é ao final do 1º capítulo que os céus se abrem e Deus chama por Josué para surpresa e júbilo do mesmo, e inicia o 2º capítulo encorajando-o tal como relatam as primeiras linhas do livro.
Todas as adaptações bíblicas que a RecordTV produziu e coproduziu desde 2010 (a maioria escrita por Vivian de Oliveira, autora de “Os Dez Mandamentos”) seguiu uma fórmula clara: não modificar o que diz a Bíblia, apenas criar em volta, dando base e contexto para o material a ser transposto. Renato Modesto, naturalmente e assim como já havia feito em vários episódios de “Milagres de Jesus”, não abandona a fórmula aqui, mas, de forma surpreendente, passa por cima dela ali e acolá. Tais decisões não dão à narrativa sentidos diferentes dos bíblicos, mas são escolhas que autores anteriores não teriam feito, preferindo seguir à risca o material original. É o caso do desenrolar da missão dos espiões em Jericó envolvendo a cumplicidade da prostituta Raabe, e também o destino de um personagem apenas brevemente citado no livro.
Na trama folhetinesca, após a divina injeção de ânimo, Josué é firme para se impor como o líder escolhido por Deus e se torna mais confiante e seguro. Mas, por conviver com milhares de pessoas ainda céticas, sem contar os fortes e específicos opositores, o guerreiro teme em não poucos momentos. O povo ainda tem na cabeça as grandiosidades dos feitos realizados por Deus por meio de Moisés, como a invocação das pragas no Egito e a abertura do Mar Vermelho. Por isso, é muito acertada a decisão de Renato Modesto ao colocar Josué encarando esses fatos de certa forma como uma cobrança, já que para finalmente pisar em Canaã, a Terra Prometida, eles precisam atravessar milhões de pessoas pelo rio Jordão em época de cheia, incluindo animais, tendas e incontáveis objetos. A cena em que Josué sonha que tenta abrir o rio usando um cajado tal como fez Moisés, mas fracassa e decepciona a todos, é simplesmente perfeita nesse sentido. Mas esse milagre era necessário, pois por ele Deus provaria ao povo que estava com Josué, seu escolhido, encerrando – teoricamente – as oposições. E a sequência, dividida em uns 2 capítulos, é tão emocionante quanto pede o momento, pois também marca a chegada dos hebreus, após 40 anos de espera, à Terra Prometida.
O livro de Josué é um livro essencialmente bélico, e relata como foi a conquista de Canaã pelo exército de Israel sob a liderança de Josué. Ele pode ser divido em 4 “episódios” principais. O primeiro, até então o único adaptado em toda a história do audiovisual, é sobre as proezas da tomada de Jericó. O segundo, sobre o reino de Ai e a primeira derrota dos israelitas em anos. O terceiro, sobre o maior desafio de Israel ao enfrentar uma coalisão de 5 reinos cananeus. E o quarto episódio do livro é um resumo de todas as seguintes conquistas dos hebreus até a repartição de Canaã entre as tribos israelitas e o falecimento de Josué. Ou seja, já na narrativa literária percebe-se os meandros de um arco narrativo com potencial, indo de uma grande dificuldade, passando pela queda, até o desafio maior do que tudo já visto; nada menos que épico. Renato Modesto entendeu esse potencial e faz questão dos 3 primeiros “episódios” serem o foco da maior parte dos 179 capítulos. Porém, de forma inteligente e acertada, e a fim de não mudar boa parte do elenco de um capítulo para o outro (um perigo enorme dado o comportamento do público médio), os personagens do reino de Ai já são apresentados antes mesmo do capítulo 10, e os correspondentes ao terceiro “episódio” ainda quando Ai está em cena. O caráter episódico não se perde de todo, mas as tramas se diluem agradavelmente. Um outro personagem também estabelece algumas dessas ligações entre “episódios”, trata-se do Arauto, vivido com doçura e uma dose certa de humor por Danilo Sacramento, e vale menção.
Ao adaptar essa importante etapa da história de Israel para a TV brasileira, Renato Modesto fez questão de se inspirar em diversos elementos fantasiosos da cultura pop. Talmal, um dos anaquins (os gigantes do cânone bíblico), é introduzido em uma história de mistério e, ao longo dos capítulos, desenvolve uma bonita amizade com algumas crianças e um menosprezado guerreiro. Falando em crianças, temos também os polêmicos Lagartos Gosmentos, um bando de meninos de rua que, bem... não poucas vezes ludibria até mesmo o exército de um grande reino. E a principal diversão dos monarcas desse reino é um torneio onde lutadores de todos os tipos, tamanhos, vestimentas e nomes se confrontam até à morte. O autor, além de brincar com uma história totalmente inspirada nas dezenas de variações de “Betty, a Feia”, também insere um mistério na forma de um cavaleiro mascarado exímio com as flechas e que se faz presente em algumas situações de grande perigo; são momentos que evocam clichês de filmes e séries de super-herói. Também os contos de fada lhe serviram de inspiração, a começar pela principal mocinha (porque toda novela precisa delas, não é?), Aruna, vivida por uma Thaís Melchior ciente de que sua personagem é uma versão da Cinderela. Os núcleos dos feiticeiros são os que mais lembram elementos da Idade Média. A novela é bíblica e, para mim e para muitos, baseada em relatos factuais, mas não hesita em ter, por exemplo, uma personagem, a feiticeira Ravena (Flávia Monteiro), espiando o passado por meio sobrenatural e invocando chamas pelas mãos. Apesar de parecer absurdo no contexto, não é, e respeita a mitologia.
Outro lado da trama é o folhetim propriamente dito. Novelas são narrativas essencialmente melodramáticas, e por essa razão é curioso que o livro de Josué tenha sido adaptado para esse meio onde as emoções humanas vão à flor da pele. Mas a compensação é feita, e, portanto, não faltam os núcleos de romances proibidos, intrigas familiares, fofocas e de humor. As intrigas palacianas, presente em qualquer história de trono que se preze, encontra aqui o lugar perfeito para se desenrolar à vontade, e Modesto não perde a oportunidade; um deleite para uma mente criativa.
Quanto à equipe de direção, comandada por Alexandre Avancini (que também assinou a direção geral da ótima “José do Egito” e de “Os Dez Mandamentos”), é um trabalho adequado, mas deveras acomodado. São raros os planos em internas que variam de uma câmera indo suavemente para os lados sobre um trilho. É um pouco mais interessante nas externas, mas Avancini poderia, e muito, arriscar mais. Sobre os efeitos especiais, ao contrário do que se poderia esperar depois de a Casablanca assumir a produção, arrisco dizer que algumas vezes são melhores que aqueles produzidos internacionalmente na novela anterior. O resultado final da abertura do rio Jordão, totalmente produzida aqui, é melhor acabada que a abertura do Mar Vermelho, produzida pela Stargate Studios (responsável por alguns dos efeitos especiais de “The Walking Dead” e “Heroes”). Por outro lado, a chuva de fogo que ocorre na batalha “final”, e realizada em terras tupiniquins, não convence como a excelente chuva de meteoros no Egito, assinada pela Stargate. Na trilha sonora, Daniel Figueiredo mais uma vez demonstra seu talento e criatividade ao compor melodias (lindíssimas) diferentes das de “Os Dez Mandamentos”, mas que mantém a mesma identidade.
Em relação ao elenco, vale algumas menções (boas e más). O protagonista Sidney Sampaio já se mostra esforçado desde “Os Dez Mandamentos”, e os poucos problemas que tenho com a composição do personagem dizem mais respeito às escolhas de Renato Modesto como autor. Sidney está bem, e sua postura adequada em nada lembra o cara jovem que ele é. Mas um trabalho de entonação na voz a fim de ilustrar as passagens de tempo, assim como fez Leonardo Brício em “Rei Davi”, seria muito bem-vindo. Sidney teve a oportunidade de interpretar um grande personagem por quase duas novelas inteiras, e será sempre e merecidamente lembrado por isso. Milhem Cortaz, conhecido pelos tipos maus (como se esquecer do espumante Abbas de “Sansão e Dalila”?) e corruptos (seu personagem nos dois “Tropa de Elite” virou até meme), vive aqui Calebe, guerreiro de boa conduta e temente aos mandamentos divinos. Mas o ator não deixa de empregar seus maneirismos ao personagem, e, apesar de alguns estranhamentos, o resultado é bem bom. Paloma Bernardi faz o que pode, mas sua personagem Samara, a grande vilã, é irritante demais – no mal sentido – e tem tempo de tela em excesso. Cristiana Oliveira é melhor agraciada, e consegue ilustrar com sucesso a hipocrisia e cinismo de muitos grupos extremistas atuais. Juliana Silveira faz jus à sua boa caracterização, Priscila Uba confere uma adequada dimensão zen para sua sonhadora Tirda, Rafaela Mandelli parece limitada, embora possa ser sua personagem, Raymundo de Souza faz bem todas as facetas de seu Quemuel, Gabriel Gracindo e Cláudio Gabriel basicamente repetem o que fizeram em “A História de Ester” e “Sansão e Dalila” respectivamente, Paulo César Grande perfeito no estereótipo do ogro de bom coração, Roberto Frota despeja toda sua experiência, Frederico Volkmann é destaque entre os mais novos, Leonardo Miggiorin some quando seu esforçado porém desprezado Otniel está em cena, Pedro Henrique Moutinho tem o personagem provavelmente mais bem escrito da novela toda e responde à altura, Kadu Moliterno dispensa palavras, Rafael Sardão ótimo, embora pareça que Renato Modesto não percebeu isso, André Ramiro injustiçado com um personagem que não serve para nada e Igor Rickli, Roberto Bomtempo e Mário Frias sabem fazer o público passar raiva com seus personagens que ocupam posições de poder. Mas o maior destaque de todos é Miriam Freeland no papel da heroína bíblica e mocinha Raabe. Um show de atuação, um enorme talento que, porém, é realmente aproveitado só nos primeiros 70 capítulos. Infelizmente faltou história para a personagem após a virada que a trama sofre, mas a atriz está sempre à frente do texto.
Alexandre Avancini em breve retornará às produções bíblicas com a macrossérie (???) “Jezabel”, porém esperemos que ele se reinvente e agrade tanto quanto em “José do Egito” e na 1º temporada de “Os Dez Mandamentos”. Mas não se pode deixar de mencionar a última aparição de Josué e Aruna, uma longa sequência sem cortes; ponto generoso para os atores, para o autor e, principalmente, para Avancini. E espero muito que ele tenha dirigido essa cena tão importante para não estar direcionando o elogio ao diretor errado. Quanto ao Renato Modesto, deixo aqui o que ele mesmo disse acerca de sua trama. “A mensagem principal, no sentido mais simbólico, que eu procuro passar com a novela, é uma mensagem de otimismo. Eu sempre digo que a história de Josué e dos hebreus é a história de todos nós. Todos nós, na vida, temos que ultrapassar rio Jordão, temos que derrubar muralhas de Jericó. Todos nós enfrentamos grandes desafios, de grandes dificuldades. E, para superar os desafios da vida, precisamos ter muita perseverança, muita coragem, muita fé. Para mim, a grande mensagem da novela é essa. Uma mensagem de perseverança”.
Continuação do excelente filme de 2016 que renasceu a franquia Wizarding World, "Crimes de Grindelwald" é um conjunto de ótimos elementos que, porém, não coexistem em harmonia justamente pela quantidade dos mesmos. Um problema claramente do roteiro de J.K. Rowling, que sofre também com a expansão da história de 3 para 5 filmes previstos. Já David Yates, que desde "Ordem da Fênix" imprime tons e estilos diferentes para cada longa, parece, em alguns momentos, passar os limites do bom senso em prol de mais um trabalho "único". Não era necessário.
Pessoalmente, muita curiosidade para o contraste que o terceiro filme da saga de Newt Scamander (e Dumbledore & Grindelwald, convenhamos) deverá apresentar ao mesclar tons acinzentados (já uma identidade visual de "Animais Fantásticos", por ter a maior parte de sua trama se passando em países de clima frio) às cores quentes que compõe o cenário tropical das terras brasileiras. Accio 2020!
1ª temporada de Narcos: México herda o que há de melhor e de pior em sua série-mãe, o que significa a mesma eficiente linguagem, a direção sempre inspirada e uma equipe de roteiristas que consegue transformar um emaranhado de fatos em linhas dramatúrgicas claras, em paralelo com o mesmo problema de ritmo, principalmente comparando com a 1ª temporada colombiana. 3, 4 ou 5 anos se passam, mas aparentemente foram apenas alguns meses pontuados por bruscas mudanças de comportamento e relacionamento entre personagens.
Mas Narcos: México também é um atestado da independência da franquia em relação a personagens e cenários. Se a 3ª temporada provou que Escobar, apesar de carismático, não é nem de longe o centro daquilo tudo, essa aponta que onde houver drogas, dinheiro e sangue, ali também estará um spin-off de Narcos em potencial.
Com claras e acertadas inspirações em "Narcos", "Pacto de Sangue" constrói um bom drama mas ao mesmo tempo cria sua própria identidade, graças à atípica localização em que se passa a trama.
O filme usa boas cenas de ação, um visual bonito e elementos do Cinema de super-herói para justificar mais uma história de justiceiro. E apesar de diversos problemas, como o roteiro mal resolvido e atuações inconstantes, o resultado é positivo, principalmente se isso significar oportunidades para outras HQs brasileiras também alcançarem a graça da adaptação.
Desde a boa mas aleatória participação de Danny Rand em um episódio da 2º temporada de Luke Cage ficou no ar a promessa de uma melhora na série do Imortal Punho de Ferro em seu segundo ano. Bom, essa segunda leva de episódios estreou e a promessa se mostrou verdadeira. De showrunner novo, pela primeira vez foi possível se sentir instigado com o enredo da série. A trama é mais focada e consistente, e o número de episódios inferior ao que era praticado tem parte desse mérito. No elenco, Finn Jones prova ser bom ator quando o roteiro e a direção colaboram, Jessica Henwick rouba a cena - ainda mais - e a novata Alice Eve enriquece uma figura que já vem fascinante do texto. Os personagens de Tom Pelphrey e Jessica Stroup dão a eles novos e interessantes elementos para explorarem, Simone Missick deixa claro que não importa onde, mas sua personagem precisa continuar, e Sacha Dhawan, como o grande vilão da temporada, não entrega nada surpreendente, mas está correto. Há que se dizer que a melhora da ação de "Punho de Ferro" não se deve apenas à evolução das coreografias de luta, mas também ao padrão de direção, que permite o espectador ter senso de espaço e a clareza do que acontece em cena. É uma pena que tais feitos e evoluções aconteceram tarde demais, quando a série não tinha mais crédito junto à maioria, restando-lhe, como também para "Luke Cage", apenas o cancelamento e um pífio brilho de esperança de ser revivida no futuro streaming da Disney. Por ora, parece que isso é tudo...
Apesar do estilo incomum (quando comparada com outras produções inseridas no MCU) e, por vezes, subjetivo com que a história é contada, existe uma cota de objetividade a ser cumprida, e sua falta ou falha não pode ser justificada como sendo poesia.
Vilão genérico, motivações lixosas, CGI decepcionante... Tantos clichês, tão pouco tempo. No outro lado da balança, Tom Hardy super à vontade dando vida à uma relação escrita com bom gosto, ainda que pule etapas na ânsia de sedimentar completamente a parceria parasita-hospedeiro; uma falha estrutural que incomoda. "Tão pouco tempo"?...
"Supermax" hispânica parte da mesma premissa que a versão original brasileira, mas não demora a mostrar que, ao invés de apostar em uma pegada de suspense e terror em sintonia com o caráter misterioso do cenário (Floresta Amazônica), abordará os mesmos temas relacionados ao comportamento humano, porém tendo o drama e a aventura como gêneros. Portanto, a escolha do inóspito deserto de sal argentino como cenário dessa prisão é igualmente acertada; o local é a peça mais importante na composição dessa atmosfera.
"Supermax" (2017) é um tanto mais coeso e bem resolvido que "Supermax" (2016), em parte, provavelmente, por se contentar com o título de minissérie, mas também apresenta um final sem muitos cuidados e que acaba por revelar fragilidades em sua narrativa, como personagens e subtramas inúteis. Valeu a tentativa.
Samantha! (2ª Temporada)
3.7 50Apenas façam a 3° temporada!
O Auto da Compadecida
4.7 2221X01: Todo o trabalho técnico em função da ambientação é um sucesso, e somado ao roteiro sólido, sem enrolação alguma, e ao humor simples e sensacional, resulta em uma estreia surpreendente para a TV aberta brasileira. 9,5/10.
1X02: Ainda mais deliciosamente escrito e filmado. 10/10.
1X03: Apesar da notória eficiência do roteiro em fazer comédia e interligar muitos acontecimentos da trama, a direção dá uma tropeçada. 9/10
1X04: Mesmo com o acréscimo brusco de cenários e personagens, e a adoção de um estilo diferente para narrar a história, jamais perde sua identidade estabelecida nos capítulos anteriores. 9,5/10
P.S.: Comentários realizados há mais de 4 anos, porém estavam na página do longa, já que, na época, o Filmow não conseguia entender que o famoso filme é, na verdade, um compacto de uma minissérie.
Super Drags (1ª Temporada)
3.6 210 Assista AgoraEntre poucos méritos narrativos e visuais, "Super Drags" é tipo aquele adolescente que só sabe falar de p*taria, só que LGBT.
Fugitivos (2ª Temporada)
3.6 31Se até ao episódio 7 temos uma trama um tanto previsível, mas ainda assim coesa e interessante, a segunda metade da temporada escancara como não sabiam mais que história contar, transformando esses episódios em uma colcha de retalhos de várias cores e tamanhos.
Amor, Morte e Robôs (Volume 1)
4.3 673 Assista AgoraDa mais tradicional à mais ultrarrealista animação que a tecnologia pode nos entregar: eis uma das duas melhores definições para essa série. A outra é: p*taria, gore multiplicado por gore e tecnologia, muita tecnologia.
1- A VANTAGEM DE SONNIE: Animação estupenda. O resto é apenas legalzinho.
2- OS TRÊS ROBÔS: Quase um Pixar. Tem potencial para virar algo maior.
3- A TESTEMUNHA: Uma desculpa imbecil para mostrar nudez o tempo todo, embora a ideia principal do roteiro seja boa, mesmo deixando a sensação de que aquilo já foi feito antes.
4- PROTEÇÃO CONTRA ALIENÍGENAS: Uma aula de como fazer o espectador se importar com personagens em pouquíssimo tempo. E a ação é sensacional.
5- SUGADOR DE ALMAS: Personagens irritantes, historinha fraca e uma glorificação desmedida da violência. Se não bastasse tudo isso, ainda sofre pelo final semelhante ao do anterior.
6- QUANDO O IOGURTE ASSUMIU O CONTROLE: Como se a Pixar fizesse um crossover de Guia do Mochileiro das Galáxias e Black Mirror. Um pouco superestimado, mas pode render algumas reflexões.
7- PARA ALÉM DA FENDA DE ÁQUILA: Visual SENSACIONAL e história bacaninha, embora a sensação de déjà vu é novamente presente. Matrix mandou oi.
8- BOA CAÇADA: Um dos mais curiosos, com uma certa beleza trágica retratada pela ótica da transição entre fábula e steampunk.
9- O LIXÃO: Bizarro.
10- METAMORFOS: Não muito empolgante, mas existe "algo" ali.
11- AJUDINHA: EXTREMAMENTE bem dirigido, FABULOSAMENTE imersivo; uma pequena pérola desse ano.
12- NOITE DE PESCARIA: Claramente o roteiro foi escrito para se encaixar no visual que queriam apresentar. E quê visual!... Pensando bem, até que conseguiram.
13- 13, NÚMERO DA SORTE: Outra aula de como se apegar aos personagens em um curto tempo. Um domínio de escrita, de animação e de dublagem.
14- ZIMA BLUE: Quê obra de arte, com a intenção do trocadilho! A direção, as cores, a trilha sonora... Não havia como sua mensagem não ser passada.
15- PONTO CEGO: A história não tem novidade alguma, os personagens são reciclagens de tudo o que já foi visto e a animação é bem tradicional. Não sei por que está aqui.
16- ERA DO GELO: Talvez o ápice de uma ideia passada por alguns dos episódios anteriores.
17- HISTÓRIAS ALTERNATIVAS: Engraçadinho.
18- A GUERRA SECRETA: Outra linda animação. Mas esse negócio de horda de monstros mais uma vez?...
Shazam!
3.5 1,2K Assista AgoraShazam e a "nova" DC do Cinema.
Comecemos por aquele que é uma das novidades dessa nova fase da concorrente da Marvel: o humor. Nesse caso, ele é muito bom até a metade. Depois, a repetição e os exageros cansam um pouco, deixando apenas aquele forçado e constante sorriso de canto de boca. Já o elenco é sensacional, tanto o jovem quanto o adulto. Cabe parênteses a Mark Strong, que aparenta ser melhor do que o roteiro permite. Pelo menos isso significa que o ator extrai o melhor do que tem. Também é notável e interessante o contraste entre os momentos "sessão da tarde" (leves e/ou infantis) e as sequências que, de tão realistas, dão uma leve chocada pela violência.
Uma vez que a DC já provou ter o segundo "A" da palavra SHAZAM ao remodelar todo o seu universo cinematográfico, que agora não falte o primeiro "A", para que possamos ver outros bons resultados como esse por muito tempo.
E cá entre nós, um pouquinho do S que a Marvel Studios vem demonstrando nos últimos anos também não faria mal...
Capitã Marvel
3.7 1,9K Assista Agora"Capitã Marvel" é divertido, mas é uma diversão que confunde o espectador: seu mérito é estritamente próprio ou vem do fato de a narrativa estar trabalhando com personagens que já conhecemos, porém em um momento cronológico inédito? E se a intenção, no final das contas, era que ficássemos com a sensação de que Carol Danvers é a mais poderosa dos heróis apresentados até agora, acertaram em cheio. Porém, por fazerem isso abusando do CGI, falta tangibilidade a todo esse poder, coisa que não acontece, por exemplo, com o Thor ou Superman, seja o do Christopher Reeve ou o do Henry Cavill. No mais, é um filme sem muita novidade, bem básico, talvez "origem demais" e por vezes até sem graça; OK no geral.
Demolidor (3ª Temporada)
4.3 452 Assista AgoraFoi na 2° temporada e na minissérie "Os Defensores" que Matt Murdock enfrentou ninjas sem batimentos cardíacos enviados por uma organização secreta milenar em busca de um poder enterrado sob Nova York, e que afinal só podia ser acessado com a ajuda do Imortal Punho de Ferro, aquele que para ser o que é, derrotou um dragão. Mas é nessa 3° temporada sobre desesperança, solidão, poder (aquele promovido pelo dinheiro) e corruptibilidade do sistema que encontramos a fase mais sombria do Demolidor.
Matt perdeu o amor de sua vida, perdeu a esperança e perdeu a fé, tanto em Deus quanto na necessidade da existência de seu alter ego advogado e amigo. Tudo isso é trabalhado de forma extremamente crível, porém falta uma clareza maior do porquê de ele ter sido tão afetado, já que em seus desabafos não ouvimos muito sobre Elektra. Paralelamente, Wilson Fisk vive dias melhores. Ele pode não ter a liberdade que tanto almeja, mas enquanto secretamente executa seu plano a fim de alcançá-la, faz todo o sistema acreditar que lhe tem nas mãos, quando na verdade é o contrário. Vincent D'Onofrio, somado à essa ótima trama, é um deleite de se acompanhar. E seu Rei do Crime não perde a importância e nem o brilho com a adição de mais um vilão, Benjamin Poindexter, cuja trajetória é construída com esmero, a ponto de um dos episódios lhe servir como estudo de personagem; em termos artísticos e de direção, é lindo. Quem não tem um resultado tão feliz assim com os minutos que ganhou (uns dois terços de episódio) é Karen Page. A trama abordada pelo flashback não é exatamente necessária, mas seria mais adequado e até menos malvista se inserida em outro momento que não fosse de crescente da tensão. Quebra o ritmo dos episódios anteriores e frustra os mais afoitos.
Nesse terceiro ano, a ação também cede espaço para o desenvolvimento da trama, mas quando ela acontece, é excelente. O plano-sequência de mais de 11 minutos recheados de lutas em diversos cenários é digno de ser chamado Obra de Arte, com as maiúsculas que lhe são por direito. E o confronto que finaliza todo o conflito da temporada, mesmo não usando a mesma técnica, é suficientemente empolgante. No geral, todo o final é satisfatório e tem força conclusiva para a série, caso a mesma não ressuscite nos próximos anos. Os maiores problemas de isso não ocorrer é a tristeza de saber que ainda existem boas histórias para serem adaptadas por uma série que já provou o seu valor e também a saudade que Matt Murdock, Karen Page e Foggy Nelson - mas principalmente Matt Murdock - deixarão. Que logo possamos nos rever.
Ou nem todos de nós...
Perdão pelo trocadilho......
Black Mirror: Bandersnatch
3.5 1,4KA metalinguagem proporciona boas reflexões sobre realidade e livre arbítrio, mas a história é muito fraca e acaba prejudicando o impacto que qualquer dos finais pretendia fazer sentir.
Poltergeist: O Fenômeno
3.5 1,1K Assista AgoraMais puxado para a fantasia spilbergiana oitentista do que para o terror de fato.
Deadpool 2
3.8 1,3K Assista AgoraMais galhofa, mais drama... A concretização do potencial que o primeiro teria depois de "uma moral com o estúdio".
Terrores Urbanos (1ª Temporada)
3.2 26Há quem diga que as famosas lendas urbanas como loira do banheiro e homem do saco já não causam medo como antes, em parte graças a um mundo supostamente evoluído e esclarecido. Mas é ciente dessa visão que se desenvolve a série antológica de Maristela Mattos & Thaís Falcão, com direção geral de Fernando Coimbra, levando os personagens do limite de seus problemas mundanos (a pressão na adolescência, o trauma no passado, etc.) ao terror das "histórias que o povo conta".
A LOIRA DO BANHEIRO: escrito por Maristela Mattos & Thaís Falcão e dirigido por Fernando Coimbra. Com uma boa cinematografia e momentos de terror que funcionam, o episódio de estreia peca pelo roteiro desnecessariamente confuso.
A GANGUE DOS PALHAÇOS: escrito por Ricardo Grynszpan, Ricardo Inhan e Felipe Adami e dirigido por Felipe Adami. A direção e a fotografia são muito boas, mas, aliadas ao cenário de classe alta, dão a sensação de estarmos vendo uma história que se passa em algum ponto da Europa. Com "urbanos" no título e sendo baseada em lendas brasileiras ou nas versões brasileiras de lendas internacionais, a sensação que o público deveria ter, de perigo à espreita, é esvaziada. Outro ponto é o baixo aproveitamento dos tais palhaços sequestradores. Tinha mais potencial...
O QUADRO DO MENINO QUE CHORA: escrito por Celso Vecchi e Thaís Fujinaga e dirigido por Juliana Rojas.O roteiro mais redondinho até aqui. A sensação de claustrofobia é bem sentida, já que toda a ação se passa em uma clínica onde as consequências da presença do tal quadro são cada vez maiores e mais horrendas.
O BONECO AMIGÃO: escrito por Ludmila Naves e dirigido por Juliana Rojas. Depois de dezenas de filmes sobre brinquedos assassinos, o enredo sobre o boneco inspirado no Fofão (que, segundo a lenda, trazia um punhal na base da cabeça e aterrorizava crianças à noite) não apresenta grandes novidades, mas é interessante ver uma versão brasileira daqueles brinquedos.
O HOMEM DO SACO: escrito e dirigido por Fernando Coimbra. Coimbra é experiente, dirigiu um filme para a Netflix e tem boas passagens por "Narcos". Aqui, seu episódio totalmente autoral é de longe o mais urbano, aquele que realmente faz o público sentir que o monstro pode estar nas redondezas, à espreita, até mesmo na casa ao lado. Uma boa construção de atmosfera, boas atuações, mas... assim como em quase toda a série, a sensação que fica é que esse tema pode ser ainda mais explorado.
Quem sabe a série seja renovada e, além de novas lendas como chupa-cabra, tenhamos revisitas a essas já abordadas...
A Terra Prometida
4.0 14No último capítulo de “Os Dez Mandamentos”, Moisés passa a liderança do povo hebreu para Josué, sobe até o cume do monte Nebo, vê a Terra Prometida e se entrega aos braços de Deus (“Estou pronto, meu Senhor”...). Após isso, inicia-se uma nova fase na história de Israel. Esse é o ponto de partida do livro de Josué e de “A Terra Prometida”, novela que poderia ser resumida em “um curioso encontro do épico bíblico com fantasia e ingredientes tipicamente folhetinescos”. Mas como você já deve ter percebido pelo tamanho desse textão, esse não é um mero resumo acerca da obra de Renato Modesto.
O livro de Josué começa por aquela que se tornou um ícone das mensagens de incentivo, quando Deus encoraja o novo líder israelita a não temer os desafios titânicos que lhe aguardam. Porém Renato Modesto escolhe iniciar a trama pelo cerco à Jericó, pouco antes de um grande feito, a queda das intransponíveis muralhas da cidade cananeia, ser realizado aos olhos de todos. Mas antes que possamos presenciar tal milagre, e de forma a prender a atenção do espectador, a trama retrocede alguns meses e somos apresentados a uma Israel ainda acampada no lado moabita do rio Jordão. A maior parte do povo está preocupada com Moisés, desaparecido há semanas, e custa a aceitar que Josué é seu novo líder. Não bastando os desafios à sua frente, muitos dos seus até mesmo o confrontam acerca de sua legitimidade e capacidade de levá-los a concretizar o sonho que cultivam há quase 40 anos; um excelente contexto para compreendermos o emocional de Josué naquele momento. E é ao final do 1º capítulo que os céus se abrem e Deus chama por Josué para surpresa e júbilo do mesmo, e inicia o 2º capítulo encorajando-o tal como relatam as primeiras linhas do livro.
Todas as adaptações bíblicas que a RecordTV produziu e coproduziu desde 2010 (a maioria escrita por Vivian de Oliveira, autora de “Os Dez Mandamentos”) seguiu uma fórmula clara: não modificar o que diz a Bíblia, apenas criar em volta, dando base e contexto para o material a ser transposto. Renato Modesto, naturalmente e assim como já havia feito em vários episódios de “Milagres de Jesus”, não abandona a fórmula aqui, mas, de forma surpreendente, passa por cima dela ali e acolá. Tais decisões não dão à narrativa sentidos diferentes dos bíblicos, mas são escolhas que autores anteriores não teriam feito, preferindo seguir à risca o material original. É o caso do desenrolar da missão dos espiões em Jericó envolvendo a cumplicidade da prostituta Raabe, e também o destino de um personagem apenas brevemente citado no livro.
Na trama folhetinesca, após a divina injeção de ânimo, Josué é firme para se impor como o líder escolhido por Deus e se torna mais confiante e seguro. Mas, por conviver com milhares de pessoas ainda céticas, sem contar os fortes e específicos opositores, o guerreiro teme em não poucos momentos. O povo ainda tem na cabeça as grandiosidades dos feitos realizados por Deus por meio de Moisés, como a invocação das pragas no Egito e a abertura do Mar Vermelho. Por isso, é muito acertada a decisão de Renato Modesto ao colocar Josué encarando esses fatos de certa forma como uma cobrança, já que para finalmente pisar em Canaã, a Terra Prometida, eles precisam atravessar milhões de pessoas pelo rio Jordão em época de cheia, incluindo animais, tendas e incontáveis objetos. A cena em que Josué sonha que tenta abrir o rio usando um cajado tal como fez Moisés, mas fracassa e decepciona a todos, é simplesmente perfeita nesse sentido. Mas esse milagre era necessário, pois por ele Deus provaria ao povo que estava com Josué, seu escolhido, encerrando – teoricamente – as oposições. E a sequência, dividida em uns 2 capítulos, é tão emocionante quanto pede o momento, pois também marca a chegada dos hebreus, após 40 anos de espera, à Terra Prometida.
O livro de Josué é um livro essencialmente bélico, e relata como foi a conquista de Canaã pelo exército de Israel sob a liderança de Josué. Ele pode ser divido em 4 “episódios” principais. O primeiro, até então o único adaptado em toda a história do audiovisual, é sobre as proezas da tomada de Jericó. O segundo, sobre o reino de Ai e a primeira derrota dos israelitas em anos. O terceiro, sobre o maior desafio de Israel ao enfrentar uma coalisão de 5 reinos cananeus. E o quarto episódio do livro é um resumo de todas as seguintes conquistas dos hebreus até a repartição de Canaã entre as tribos israelitas e o falecimento de Josué. Ou seja, já na narrativa literária percebe-se os meandros de um arco narrativo com potencial, indo de uma grande dificuldade, passando pela queda, até o desafio maior do que tudo já visto; nada menos que épico. Renato Modesto entendeu esse potencial e faz questão dos 3 primeiros “episódios” serem o foco da maior parte dos 179 capítulos. Porém, de forma inteligente e acertada, e a fim de não mudar boa parte do elenco de um capítulo para o outro (um perigo enorme dado o comportamento do público médio), os personagens do reino de Ai já são apresentados antes mesmo do capítulo 10, e os correspondentes ao terceiro “episódio” ainda quando Ai está em cena. O caráter episódico não se perde de todo, mas as tramas se diluem agradavelmente. Um outro personagem também estabelece algumas dessas ligações entre “episódios”, trata-se do Arauto, vivido com doçura e uma dose certa de humor por Danilo Sacramento, e vale menção.
Ao adaptar essa importante etapa da história de Israel para a TV brasileira, Renato Modesto fez questão de se inspirar em diversos elementos fantasiosos da cultura pop. Talmal, um dos anaquins (os gigantes do cânone bíblico), é introduzido em uma história de mistério e, ao longo dos capítulos, desenvolve uma bonita amizade com algumas crianças e um menosprezado guerreiro. Falando em crianças, temos também os polêmicos Lagartos Gosmentos, um bando de meninos de rua que, bem... não poucas vezes ludibria até mesmo o exército de um grande reino. E a principal diversão dos monarcas desse reino é um torneio onde lutadores de todos os tipos, tamanhos, vestimentas e nomes se confrontam até à morte. O autor, além de brincar com uma história totalmente inspirada nas dezenas de variações de “Betty, a Feia”, também insere um mistério na forma de um cavaleiro mascarado exímio com as flechas e que se faz presente em algumas situações de grande perigo; são momentos que evocam clichês de filmes e séries de super-herói. Também os contos de fada lhe serviram de inspiração, a começar pela principal mocinha (porque toda novela precisa delas, não é?), Aruna, vivida por uma Thaís Melchior ciente de que sua personagem é uma versão da Cinderela. Os núcleos dos feiticeiros são os que mais lembram elementos da Idade Média. A novela é bíblica e, para mim e para muitos, baseada em relatos factuais, mas não hesita em ter, por exemplo, uma personagem, a feiticeira Ravena (Flávia Monteiro), espiando o passado por meio sobrenatural e invocando chamas pelas mãos. Apesar de parecer absurdo no contexto, não é, e respeita a mitologia.
Outro lado da trama é o folhetim propriamente dito. Novelas são narrativas essencialmente melodramáticas, e por essa razão é curioso que o livro de Josué tenha sido adaptado para esse meio onde as emoções humanas vão à flor da pele. Mas a compensação é feita, e, portanto, não faltam os núcleos de romances proibidos, intrigas familiares, fofocas e de humor. As intrigas palacianas, presente em qualquer história de trono que se preze, encontra aqui o lugar perfeito para se desenrolar à vontade, e Modesto não perde a oportunidade; um deleite para uma mente criativa.
Quanto à equipe de direção, comandada por Alexandre Avancini (que também assinou a direção geral da ótima “José do Egito” e de “Os Dez Mandamentos”), é um trabalho adequado, mas deveras acomodado. São raros os planos em internas que variam de uma câmera indo suavemente para os lados sobre um trilho. É um pouco mais interessante nas externas, mas Avancini poderia, e muito, arriscar mais. Sobre os efeitos especiais, ao contrário do que se poderia esperar depois de a Casablanca assumir a produção, arrisco dizer que algumas vezes são melhores que aqueles produzidos internacionalmente na novela anterior. O resultado final da abertura do rio Jordão, totalmente produzida aqui, é melhor acabada que a abertura do Mar Vermelho, produzida pela Stargate Studios (responsável por alguns dos efeitos especiais de “The Walking Dead” e “Heroes”). Por outro lado, a chuva de fogo que ocorre na batalha “final”, e realizada em terras tupiniquins, não convence como a excelente chuva de meteoros no Egito, assinada pela Stargate. Na trilha sonora, Daniel Figueiredo mais uma vez demonstra seu talento e criatividade ao compor melodias (lindíssimas) diferentes das de “Os Dez Mandamentos”, mas que mantém a mesma identidade.
Em relação ao elenco, vale algumas menções (boas e más). O protagonista Sidney Sampaio já se mostra esforçado desde “Os Dez Mandamentos”, e os poucos problemas que tenho com a composição do personagem dizem mais respeito às escolhas de Renato Modesto como autor. Sidney está bem, e sua postura adequada em nada lembra o cara jovem que ele é. Mas um trabalho de entonação na voz a fim de ilustrar as passagens de tempo, assim como fez Leonardo Brício em “Rei Davi”, seria muito bem-vindo. Sidney teve a oportunidade de interpretar um grande personagem por quase duas novelas inteiras, e será sempre e merecidamente lembrado por isso. Milhem Cortaz, conhecido pelos tipos maus (como se esquecer do espumante Abbas de “Sansão e Dalila”?) e corruptos (seu personagem nos dois “Tropa de Elite” virou até meme), vive aqui Calebe, guerreiro de boa conduta e temente aos mandamentos divinos. Mas o ator não deixa de empregar seus maneirismos ao personagem, e, apesar de alguns estranhamentos, o resultado é bem bom. Paloma Bernardi faz o que pode, mas sua personagem Samara, a grande vilã, é irritante demais – no mal sentido – e tem tempo de tela em excesso. Cristiana Oliveira é melhor agraciada, e consegue ilustrar com sucesso a hipocrisia e cinismo de muitos grupos extremistas atuais. Juliana Silveira faz jus à sua boa caracterização, Priscila Uba confere uma adequada dimensão zen para sua sonhadora Tirda, Rafaela Mandelli parece limitada, embora possa ser sua personagem, Raymundo de Souza faz bem todas as facetas de seu Quemuel, Gabriel Gracindo e Cláudio Gabriel basicamente repetem o que fizeram em “A História de Ester” e “Sansão e Dalila” respectivamente, Paulo César Grande perfeito no estereótipo do ogro de bom coração, Roberto Frota despeja toda sua experiência, Frederico Volkmann é destaque entre os mais novos, Leonardo Miggiorin some quando seu esforçado porém desprezado Otniel está em cena, Pedro Henrique Moutinho tem o personagem provavelmente mais bem escrito da novela toda e responde à altura, Kadu Moliterno dispensa palavras, Rafael Sardão ótimo, embora pareça que Renato Modesto não percebeu isso, André Ramiro injustiçado com um personagem que não serve para nada e Igor Rickli, Roberto Bomtempo e Mário Frias sabem fazer o público passar raiva com seus personagens que ocupam posições de poder. Mas o maior destaque de todos é Miriam Freeland no papel da heroína bíblica e mocinha Raabe. Um show de atuação, um enorme talento que, porém, é realmente aproveitado só nos primeiros 70 capítulos. Infelizmente faltou história para a personagem após a virada que a trama sofre, mas a atriz está sempre à frente do texto.
Alexandre Avancini em breve retornará às produções bíblicas com a macrossérie (???) “Jezabel”, porém esperemos que ele se reinvente e agrade tanto quanto em “José do Egito” e na 1º temporada de “Os Dez Mandamentos”. Mas não se pode deixar de mencionar a última aparição de Josué e Aruna, uma longa sequência sem cortes; ponto generoso para os atores, para o autor e, principalmente, para Avancini. E espero muito que ele tenha dirigido essa cena tão importante para não estar direcionando o elogio ao diretor errado. Quanto ao Renato Modesto, deixo aqui o que ele mesmo disse acerca de sua trama. “A mensagem principal, no sentido mais simbólico, que eu procuro passar com a novela, é uma mensagem de otimismo. Eu sempre digo que a história de Josué e dos hebreus é a história de todos nós. Todos nós, na vida, temos que ultrapassar rio Jordão, temos que derrubar muralhas de Jericó. Todos nós enfrentamos grandes desafios, de grandes dificuldades. E, para superar os desafios da vida, precisamos ter muita perseverança, muita coragem, muita fé. Para mim, a grande mensagem da novela é essa. Uma mensagem de perseverança”.
Shalom.
Aquaman
3.7 1,7K Assista AgoraAventura clássica que agrada mais pela composição visual que por todo o resto...
Animais Fantásticos - Os Crimes de Grindelwald
3.5 1,1K Assista AgoraContinuação do excelente filme de 2016 que renasceu a franquia Wizarding World, "Crimes de Grindelwald" é um conjunto de ótimos elementos que, porém, não coexistem em harmonia justamente pela quantidade dos mesmos. Um problema claramente do roteiro de J.K. Rowling, que sofre também com a expansão da história de 3 para 5 filmes previstos. Já David Yates, que desde "Ordem da Fênix" imprime tons e estilos diferentes para cada longa, parece, em alguns momentos, passar os limites do bom senso em prol de mais um trabalho "único". Não era necessário.
Pessoalmente, muita curiosidade para o contraste que o terceiro filme da saga de Newt Scamander (e Dumbledore & Grindelwald, convenhamos) deverá apresentar ao mesclar tons acinzentados (já uma identidade visual de "Animais Fantásticos", por ter a maior parte de sua trama se passando em países de clima frio) às cores quentes que compõe o cenário tropical das terras brasileiras. Accio 2020!
Narcos: México (1ª Temporada)
4.1 110 Assista Agora1ª temporada de Narcos: México herda o que há de melhor e de pior em sua série-mãe, o que significa a mesma eficiente linguagem, a direção sempre inspirada e uma equipe de roteiristas que consegue transformar um emaranhado de fatos em linhas dramatúrgicas claras, em paralelo com o mesmo problema de ritmo, principalmente comparando com a 1ª temporada colombiana. 3, 4 ou 5 anos se passam, mas aparentemente foram apenas alguns meses pontuados por bruscas mudanças de comportamento e relacionamento entre personagens.
Mas Narcos: México também é um atestado da independência da franquia em relação a personagens e cenários. Se a 3ª temporada provou que Escobar, apesar de carismático, não é nem de longe o centro daquilo tudo, essa aponta que onde houver drogas, dinheiro e sangue, ali também estará um spin-off de Narcos em potencial.
Pacto de Sangue (1ª Temporada)
3.4 34Com claras e acertadas inspirações em "Narcos", "Pacto de Sangue" constrói um bom drama mas ao mesmo tempo cria sua própria identidade, graças à atípica localização em que se passa a trama.
O Doutrinador
3.2 289 Assista AgoraO filme usa boas cenas de ação, um visual bonito e elementos do Cinema de super-herói para justificar mais uma história de justiceiro. E apesar de diversos problemas, como o roteiro mal resolvido e atuações inconstantes, o resultado é positivo, principalmente se isso significar oportunidades para outras HQs brasileiras também alcançarem a graça da adaptação.
Na Mira do Crime
3.2 3Quando o montador dorme em cima dos teclados da ilha de edição.
Punho de Ferro (2ª Temporada)
3.2 122 Assista AgoraDesde a boa mas aleatória participação de Danny Rand em um episódio da 2º temporada de Luke Cage ficou no ar a promessa de uma melhora na série do Imortal Punho de Ferro em seu segundo ano. Bom, essa segunda leva de episódios estreou e a promessa se mostrou verdadeira.
De showrunner novo, pela primeira vez foi possível se sentir instigado com o enredo da série. A trama é mais focada e consistente, e o número de episódios inferior ao que era praticado tem parte desse mérito. No elenco, Finn Jones prova ser bom ator quando o roteiro e a direção colaboram, Jessica Henwick rouba a cena - ainda mais - e a novata Alice Eve enriquece uma figura que já vem fascinante do texto. Os personagens de Tom Pelphrey e Jessica Stroup dão a eles novos e interessantes elementos para explorarem, Simone Missick deixa claro que não importa onde, mas sua personagem precisa continuar, e Sacha Dhawan, como o grande vilão da temporada, não entrega nada surpreendente, mas está correto.
Há que se dizer que a melhora da ação de "Punho de Ferro" não se deve apenas à evolução das coreografias de luta, mas também ao padrão de direção, que permite o espectador ter senso de espaço e a clareza do que acontece em cena.
É uma pena que tais feitos e evoluções aconteceram tarde demais, quando a série não tinha mais crédito junto à maioria, restando-lhe, como também para "Luke Cage", apenas o cancelamento e um pífio brilho de esperança de ser revivida no futuro streaming da Disney.
Por ora, parece que isso é tudo...
A Justiceira
3.3 258 Assista AgoraCom uma trama batida, "A Justiceira" talvez funcionasse melhor se lançado há alguns anos.
Manto & Adaga (1ª Temporada)
3.5 52 Assista AgoraApesar do estilo incomum (quando comparada com outras produções inseridas no MCU) e, por vezes, subjetivo com que a história é contada, existe uma cota de objetividade a ser cumprida, e sua falta ou falha não pode ser justificada como sendo poesia.
Venom
3.1 1,4K Assista AgoraVilão genérico, motivações lixosas, CGI decepcionante... Tantos clichês, tão pouco tempo.
No outro lado da balança, Tom Hardy super à vontade dando vida à uma relação escrita com bom gosto, ainda que pule etapas na ânsia de sedimentar completamente a parceria parasita-hospedeiro; uma falha estrutural que incomoda. "Tão pouco tempo"?...
Supermax - Internacional
2.9 18"Supermax" hispânica parte da mesma premissa que a versão original brasileira, mas não demora a mostrar que, ao invés de apostar em uma pegada de suspense e terror em sintonia com o caráter misterioso do cenário (Floresta Amazônica), abordará os mesmos temas relacionados ao comportamento humano, porém tendo o drama e a aventura como gêneros. Portanto, a escolha do inóspito deserto de sal argentino como cenário dessa prisão é igualmente acertada; o local é a peça mais importante na composição dessa atmosfera.
"Supermax" (2017) é um tanto mais coeso e bem resolvido que "Supermax" (2016), em parte, provavelmente, por se contentar com o título de minissérie, mas também apresenta um final sem muitos cuidados e que acaba por revelar fragilidades em sua narrativa, como personagens e subtramas inúteis. Valeu a tentativa.