Apesar dos deslizes e incoerências típicas do gênero, e de ser CLARAMENTE inspirado na estética do (superestimado) Pânico, este filme serve bem como um encerramento digno para a história de Laurie Strode iniciada no primeiro filme (1978) e continuada no segundo (1981).
Se você considerar a franquia como consistindo só nos capítulos 1, 2 e 7 (este), não perde quase nada. O 3 é HORRENDO, e o 4, 5 e 6, apesar de não serem pavorosos como "A Noite das Bruxas" e contarem com bons atores como Danielle Harris, Paul Rudd e Donald Pleasance, introduziram muitos aspectos desnecessários na história só pra justificar a imortalidade do Myers e as continuações.
Agora este aqui conclui o ciclo dos dois primeiros filmes de forma minimamente coerente e ainda tem uma boa reviravolta: Laurie, da vítima amedrontada dos dois primeiros capítulos, vira o jogo e decide encarar o "bicho papão" de frente, sem se esconder mais. Como resultado a história tem um final simplesmente perfeito, que dispensa tanto explicações sobrenaturais para a existência de Myers quanto a possibilidade de uma continuação.
Mas, claro, dinheiro fala mais alto, e aí inventaram aquele "troço" de 2002 (Ressurrection), que nem merece comentários.
Quando a saga Halloween foi "rebootada", exatamente vinte anos depois deste (2018), resolveram ignora-lo, junto com o capítulo dois.
Uma grande bobagem. A história teria muito mais impacto se Myers tivesse atacado várias vezes antes. Tal como ficou, temos que crer que o serial killer ficou 40 anos em estado semicatatonico, e que Laurie passou TODA SUA VIDA ADULTA esperando pela volta dele. Como? Por que? Sem nexo.
A ideia da seita para explicar o mal por trás de Myers realmente não "caiu" muito bem, apenas uma desculpa esfarrapada pro cara sobreviver a TUDO.
Vale pela curiosidade de ser a primeira aparição do Paul "Homem Formiga" Rudd, já carismático como sempre, e também ser a despedida do grande Donald Pleasance, que faleceu durante as filmagens.
Se quiser pôr isso à prova, assista o sexto filme de QUALQUER franquia longa do cinema. E veja que nenhuma história consegue se arrastar por tanto tempo sem ser "rebootada" ou sem ficar, basicamente, entregando a MESMA história, pela sexta (sétima, oitava, nona) vez.
No caso do "Terminator", como já foi repetido ad nauseam aqui, os dois primeiros filmes são clássicos e perfeitos. A partir do terceiro a coisa começa a desandar. O pessoal tinha a opção de explorar mais a mitologia da história, o futuro negro da humanidade, o domínio das máquinas, etc, mas ficam no mais do mesmo (a eterna FUGA ALUCINANTE de uma máquina T alguma coisa invencível).
É parecido com o que fazem com a franquia "Parque dos Dinossauros". Mas lá a fuga é de um réptil gigantesco, aqui é de um robô.
No quarto filme (2009) eles tentaram, sim, inovar, mostrando (afinal) o futuro distópico tanto anunciado, mas o filme carecia de um script melhor, pois parecia uma junção de várias histórias diferentes (apesar da ótima atuação de Christian Bale como John Connor).
No T5 (2015) fizeram aquela baboseira de transformar John Connor em vilão, idiotice que mudaram neste T6, mas sem conseguirem entregar de outro modo uma história que realmente fizesse a saga avançar.
Não, aqui temos, de novo, uma Sarah Connor (a visivelmente exausta Linda Hamilton) às turras com um exterminador (Schwarzenegger, sempre carismático mas já velho demais para o papel), repetindo o que já fora visto no T2, mas agora com um ar de total cansaço. Porque você já sabe exatamente o que vai acontecer: eles vão brigar e se desentender no começo, mas no final vão salvar o mundo juntos. A única diferença aqui é que a protagonista desta vez é outra (Grace), mas no geral a história segue os passos previsíveis dos primeiros capítulos da história.
O pessoal criticou este filme pela "lacração", pelo fato de o elenco ser dominado por mulheres "badass", até a vilã, exceto pelo tio Arnie, é claro, que continuará sendo exterminador até quando tiver 90 anos, mas, verdade seja dita, o problema aqui não é o elenco feminino "empoderado", mas o roteiro cansativo, repetitivo, previsível.
Se tivesse só mulheres no elenco, mas fosse uma história nova, inovadora, instigante, não teria problema. O ruim é que o filme basicamente repete a mesma ladainha de antes, de forma preguiçosa, só se valendo do FATOR NOSTALGIA, de gente que se sente alegre por ver Hamilton e Schwarzenegger juntos de novo depois de 28 anos, mas se esquecem de se perguntar se há alguma lógica por trás de tal "reencontro".
Porque não há. Esse negócio de fazer o Schwarzenegger sempre ser o cara badass, até não aguentar mais, cansa, chega né. Ok, o cara é O CARISMA EM FORMA DE GENTE, é uma das figuras mais icônicas de Hollywood sem dúvida, mas não tem mais nenhum sentido esse negócio de um robô "envelhecer" só porque eles precisam do Arnie no elenco. Máquinas não envelhecem. Ponto. E, para seguir o clichê mais banal da ficção científica, eles acabam fazendo o quê? O sujeito, que é uma máquina, termina o filme (sempre) agindo como um ser humano. Ele "se esquece" de ser máquina conforme a história avança. Sinceramente, já deu. Se anunciarem um novo Exterminador com Schwarzenegger, eu não assisto.
Quanto à Linda Hamilton, como comentei, ela está visivelmente EXAUSTA aqui, e sua personagem, fora o fator NOSTALGIA, não agrega nada à história. Poderia haver outra "mãe" para a protagonista, fora que isso de ela ter dedicado sua vida a "caçar exterminadores" é furado demais. Ela não é uma super-heroína. COMO poderia ter sobrevivido todos esses anos? Cada vez que vinha um novo "T" matá-la o Arnie estava lá? Sem nexo.
Enfim, se você quiser apenas um filme de "ação" e não ligar para o blablabla contra a "lacração", esse filme vai "servir", como qualquer outro. A ação é ininterrupta, e as cenas de perseguição são boas. Se quiser um filme que se compare às obras-primas da franquia, esqueça.
Pois agora é oficial: esta história já deu o que tinha que dar.
Ficar falando mais da atuação do Ed Norton neste filme é chover no molhado. Foi a escolha perfeita para o papel. Apenas isso.
E o galã Richard Gere (já envelhecendo) não está mal também não, assim como Laura Linney e a hoje consagrada, mas sempre talentosa Frances McDormand.
Tradicionalmente, esses filmes de "tribunal" são chatos e arrastados. Este aqui é um dos poucos que dá pra assistir do começo ao fim sem se cansar, por causa do ótimo elenco e da história realmente interessante e cheia de desdobramentos.
Quando assisti pela primeira vez, fiquei "chocado" com o plot twist no final, porque nada indicava aquilo (graças à atuação do Norton). Revendo depois, percebe-se que o roteiro se encaminha mesmo para aquele final. O advogado "do bem" de Gere é aquele cara acostumado a ver o mundo dividido entre inocentes e culpados, vítimas e algozes, bons e maus. Já a advogada realista (Linney) sabe que, muitas vezes, lobos se escondem em pele de cordeiro. E eis que, no final, quem estava certo?
Elogie-se a escolha acertada do diretor Gregory Hobbit que, apesar da história tratar de crimes brutais, não "presenteia" o público com violência exagerada ou cenas de sexo desnecessárias. Dá pra assistir sossegado com a família.
Simplesmente o melhor que o gênero "suspense" pode oferecer.
Exatamente o que disseram: não chega a lugar nenhum, MAS tem uma crítica social interessante.
É impressionante como a pessoa aprende a NÃO enxergar a realidade quando vive no conforto que o dinheiro e o status social proporcionam. Aí quando se choca com a realidade, a pessoa se sente como um ALIEN, e é tratada como tal.
Infelizmente, o cinema, paraíso de estrelas alienadas, não parece ser o lugar mais indicado para uma análise crítica dessas funcionar.
O capítulo 2 está com uma nota baixa (4,1) para o que merece, já este aqui, o 3, um pouco maior.
Nota 3 está de bom tamanho.
Como filme de AÇÃO é bom, e acima da média, mas como continuação de dois ótimos filmes, é fraco.
Enredo repetitivo, não inova nem aprimora o que já fora mostrado nós outros capítulos. Basicamente, temos um novo exterminador e uma nova perseguição implacável por um robô cheio de recursos (agora, na versão feminina).
O filme 4 (2009), muito criticado também, pelo menos tentou inovar no roteiro, ampliando significativamente a mitologia da série.
Cameron, Schwarzenegger e Hamilton em seus melhores momentos. E até o garoto Edward Furlong (John Connor) é menos irritante do que seria de se esperar. E o que dizer de T-1000, na performance perfeita de Robert Patrick? Um dos melhores vilões da história.
Os efeitos especiais deste filme são excelentes até para os padrões de hoje. E o filme estabeleceu um padrão tão alto para a franquia e para a ficção científica em geral, que nunca pôde ser superado. A cena final é certamente uma das mais inesquecíveis da história.
Um filme totalmente "anos 80" e 100% merecedor da alcunha de CLÁSSICO.
É tão bom quanto o segundo, só os efeitos, claro, são inferiores, mas a dobradinha Schwarzenegger/Hamilton deu certo demais. E Michael Biehn também é muito carismático.
Nesta segunda parte, eles podiam pesar mais a mão no terror, já que o elenco do primeiro filme cresceu, e são agora todos adultos na faixa dos 30 anos.
Mas tem muito mais fantasia que terror propriamente dito. E no final, no confronto "definitivo" com o vilão, o roteiro viaja até umas horas. Pennywise, também, aqui está tão bizarro que é até difícil entender QUE DIABOS é esse vilão. Uma entidade sobrenatural? Um produto da imaginação (uma alegoria)? Um monstro de carne e osso mesmo? Acho que só lendo o texto original pra compreender.
Ruim? De jeito nenhum. Mas segue a sina de TODA E QUALQUER FRANQUIA, a continuação desce o nível do primeiro filme.
Se você curte "Stranger Things" vai curtir este filme aqui. A pegada é muito parecida. Eu inclusive cheguei a achar que aquela série fosse também baseada na obra de King.
O maior mérito do filme é conseguir reunir um elenco de crianças que não é chato. Pelo fato de os protagonistas serem crianças, também, o terror é evidentemente atenuado. Eu não diria que Pennywise seja um vilão realmente assustador, mas que a história se sustenta bem, isso sem dúvida.
Se há uma coisa de que não se pode ACUSAR o Sr. Robert Bartleh Cummings (vulgo Rob Zombie) é de ser SUTIL. Definitivamente, sutileza não é o forte de um diretor conhecido por filmes de terror na linha "trash" de gosto (muito) duvidoso.
Este remake de Halloween, que também é um reboot para a franquia, depois do horrendo Halloween Ressurrection (2002; não, nem o Rob Zombie poderia superar o Busta Rhymes chamando Michael Myers pra uma briga), revoltou e revolta muita gente que com certeza não estava preparada para a "abordagem" nada discreta de Zombie para a história do assassino mascarado de Haddonfield iniciada em 1978.
Muita gente não entende porque Halloween (1978) é um CLÁSSICO, não apenas do gênero "terror", mas do cinema, da sétima arte mesmo. Um filme bem curto e simples, certo, sem a grandiosidade de um Ben-Hur ou a complexidade de um Laranja Mecânica. Mas, precisa-se entender, às vezes "menos é mais", e simplicidade não é sinônimo de mau cinema. O fato é que John Carpenter construiu, com aquela história simples de um assassino misterioso perseguindo babás numa noite de Halloween, um conto sobre o MAL que vai muito além de uma mera coleção de assassinatos e sustos. O modo como a história é contada num "crescendo" de tensão, ajudada pela onipresente trilha sonora (responsável pela atmosfera insuperável do filme), culminando no terceiro ato onde se revela o instinto assassino implacável do "The Shape", e o fato de sermos levados àquela conclusão sem que o filme se desvie, crie situações ou apresente personagens desnecessários nem por um segundo, torna tudo incrivelmente satisfatório, porque se percebe que é uma história, embora sem explicação para a motivação por trás do massacre, coesa, fechada, com começo, meio e fim e pontuada pelas atuações impecáveis de Jamie Lee Curtis e Donald Pleasance.
O primeiro Halloween segue sendo o primeiro e ÚNICO grande filme dentro de uma franquia enorme (já são doze filmes, mais um a caminho) porque é, simplesmente, um filme BEM FEITO, um filme coerente, com um assassino crível, sem excessos, sem personagens desnecessários, com um final aceitável e rápido o bastante (sem uma cena de perseguição interminável à "final girl"). E aquela trilha sonora? O que é aquela música? Simplesmente P.E.R.F.E.I.T.A. Pode-se dizer, tranquilamente, que quem não gosta do primeiro Halloween... não gosta de terror. É um dos poucos filmes INDISPENSÁVEIS do gênero.
Já este reboot/remake de Zombie fez o quê? Para não ser uma simples cópia do original (como, por exemplo, o remake do "A Profecia"), introduziu-se na história um longo PRÓLOGO, cujo objetivo é o de explicar o que seria uma possível motivação para o instinto assassino de Michael Myers. Muita gente torceu o nariz para o filme precisamente por isso. Segundo elas, sem uma explicação para seus atos, o serial killer "oficial" de Haddonfield se torna muito mais assustador. Isso tem lá sua lógica, mas eu não vejo o "prólogo" como o real problema deste filme. O ator que faz o jovem Michael Myers dá muito conta do recado em passar a imagem de um garoto perturbado. E o ambiente no qual a família Myers é inserida (mãe prostituta e padastro um lixo, "white trash") é quase que um "criadouro" para desajustados e psicopatas. A mãe do jovem Myers (e, portanto, de Laurie Strode) é interpretada pela mulher do diretor, Sheri Zombie, num nepotismo descarado. Mas pelo menos atua bem.
O problema real do filme para mim está na segunda parte, ou seja, no filme propriamente dito. Zombie fez uma espécie de homenagem ao original, mas a SEU modo. Muito mais violência e muito mais gore. Michael, agora um gigante, um sujeito descomunal (muito diferente do primeiro, que tinha um físico até normal) promove um massacre na cidade de Haddonfield muito maior que o mostrado no primeiro filme, e de modo extremamente violento.
Isso choca quem estava acostumado com a sutileza dos filmes anteriores da franquia. Ok, havia muitas mortes, eram slashers, mas não havia o BANHO DE SANGUE que há neste filme aqui. Michael simplesmente mata tudo o que vê pela frente, começa e não para mais, ao contrário de antes, quando ficava espreitando suas vítimas, sem saber quando ia atacar.
Aqui Michael "circula" pela cidade sem cerimônia, e sem suspense nenhum.
Zombie pesa a mão no gore e nos palavrões, isso é ótimo para alguns, mas isso de certa forma aproxima Michael Myers de qualquer assassino genérico de terror, o personagem perde suas características únicas. Alguns preferem ver mortes extremamente violentas a uma história coerente, ok, mas definitivamente falta algo aqui. Esse Myers enorme, que tira a máscara e se move com extrema agilidade, como um atleta, embora tenha vivido anos sem demonstrar tanta raiva acumulada, não convence muito, embora seja de fato mais assustador que o original.
A trilha sonora sufocante do primeiro faz falta aqui. Ela ajudava a criar aquela atmosfera de tensão. Aqui não há tensão, há gore. Como se a necessidade de aumentar o número de mortes passasse à frente da necessidade de nos fazer nos importar com quem morre.
Sobre o elenco: aqui o Dr Loomis é interpretado por Malcom McDowell. Ok, um bom ator, mas o personagem está TOTALMENTE descaracterizado. Já Laurie Strode ficou com a desconhecida Scout Taylor-Compton, que não chega aos pés de Jamie Lee Curtis e passa a maior parte do filme, basicamente, BERRANDO.
Assim, resumindo, como slasher o filme funciona, definitivamente. Tem muito sangue, e muitas mortes, o que o "povo" adora nesses filmes. Como parte da franquia Halloween, o filme é melhor que muitos outros episódios (melhor que o 3, o 5 e o 8, sem dúvida), mas como remake do original de 1978, não há comparação.
Precisamente pela absoluta falta de sutileza de Zombie que eu mencionei. O gosto do diretor pelo EXAGERO, pelo gore, faz com que ele comprometa a história que está contando pela necessidade de "assustar" e "chocar" quem assiste. Mas um Myers mais discreto, mais contido, e um clima de suspense e tensão melhor construído funcionam melhor que um festival de violência interminável e uma gritaria sem fim como temos neste filme. A "protagonista" dá nos nervos já na metade do filme. Não temos como criar empatia por esta Laurie porque, no tempo que poderíamos estar conhecendo ela, temos que ver Michael decepando a cabeça ou arrancando as tripas de alguém.
Enfim não acredite em quem disser que isto é um lixo, não é, mas certamente não se compara ao original.
Nota 2,5 tá de bom tamanho. Cumpre seu propósito para o gênero mas não é nada de realmente arrebatador.
Personagens Tina e Jamie irritantes DEMAIS. meu Deus, você torce para o tio Mike se livrar delas logo. Fora que logo no início temos a cena inexplicável: como Myers ficou um ano inteiro catatônico na cabana daquele velho, sem fazer nada nem morrer de fome? Ou o velho deu comida na boca dele?
Enfim, não vale o trabalho de uma longa dissertação sobre.
Filme que COMEÇA bem (a primeira cena, a perseguição inicial com aquela trilha hipnotizante, quem dera o filme todo fosse daquele jeito), mas só desanda.
Pouco importa que titio Mike tenha aproveitado pra tirar uma "folga" nesse Halloween. (talvez estivesse curando as queimaduras?) O FILME É RUIM. Com ou sem Myers.
Virou "cult" para alguns como muita trasheira dos anos 70 e 80 (hoje até "Mortal Kombat" é clássico), mas o enredo não tem pé nem cabeça, e a cena final é constrangedoramente ridícula.
O ator principal faz um trabalho ok e a trilha sonora do John Carpenter é hipnótica como sempre, mas é só.
Nunca precisaria ter sido feito. Este filmeco enterrou a franquia por seis anos.
O diferencial desse filme para outras adaptações de vídeo games é o ELENCO. Três feras (Michael Fassbender, Marion Cotillard, Jeremy Irons) que, juntos, já fazem valer ao menos uma conferida.
Mas claro que, como sempre, a adaptação de um formato para o outro não dá certo. Eu tenho certeza que a história por trás do credo de assassinos faz todo sentido para quem joga o jogo. No filme ficou uma coisa muito superficial e mal explicada. Como é possível a "viagem no tempo" mostrada não ficou claro para mim. Fora que a alternância entre passado e futuro faz com que a história oscile entre momentos de pura ação e momentos parados, de drama desnecessário numa história tão rasa.
Mas diga-se, o elenco principal faz o melhor que pode com o material que têm. É legal ver um ator ótimo como Fassbender num papel de protagonista. E aqui ele repete a parceria com Cotillard, depois do "Macbeth". Mas fica a sensação de que esse filme não precisaria de um elenco de alto nível, devido à história pífia.
Classifico como "assistível". Lixo não é, as sequências de ação são bem gravadas.
Isso aqui, caso você esteja se perguntando, é o GRANDE CINEMA, o cinema em estado de arte, o grande espetáculo. Pertence ao seletissimo grupo de filmes que inclui Ben-Hur, E o Vento Levou, Titanic, Parque dos Dinossauros, Avatar, Cleópatra, Gladiador, O Senhor dos Anéis, etc.
Tecnicamente impecável e justamente premiado como tal, o filme traz a velha luta do bem contra o mal num futuro inimaginavelmente distante, mas ainda trazendo os mesmos elementos de sempre (o herói relutante, o vilão mau a toda prova, a luta pelo poder, a traição, etc). Tal como Avatar, se você se ativer à originalidade da história em si, vai terminar criticando injustamente o filme, quando ele entrega exatamente o que propõe e por isso mesmo está acima de qualquer crítica.
Que Denis Villeneuve é um GÊNIO, isso todos já DESCONFIAVAM depois de "A Chegada" e "Blade Runner 2049". Agora podemos ter certeza. Difícil será entender como e porque o cara não concorreu ao Oscar de diretor e filme por "Duna". É um acinte sequer tentar comparar este espetáculo técnico aqui com um "Não Olhe para Cima".
Tudo que muitos vêem de interessante em "Star Wars" EXCETO eu, que nunca vi graça em Luke Skywalker e cia., está aqui ao quadrado, mas com o apuro que se espera do grande cinema. Uma história que vai se descortinando diante dos nossos olhos pouco a pouco, sem pressa, mas sem esquecer as necessárias cenas de ação. Personagens diversos apresentados um a um com uma motivação específica dentro da história, não estando lá só pra "encher linguiça" ou preencher uma cota". Acontecimentos que vão tendo o necessário peso e explicação, nada sendo jogado na nossa cara sem mais nem menos. Um elenco afinado no ponto certo.
Quando vi um monte de gente aqui dizendo que este filme é "chato" fiquei preocupado, mas quando finalmente assisti, fiquei me perguntando: chato ONDE? Não passa cinco minutos sem ação neste filme. Tem ação até demais, achei que o filme teria que ser até MAIS LONGO para que tudo fosse devidamente explicado para quem não leu o livro. Entender enfim como se chegou àquela situação, os diferentes povos, as ordens apresentadas, etc. Mas na verdade dá pra ter uma ideia boa do conteúdo do livro PELO filme. Eu nunca li e não sei se vou ler, mas a história CONFORME contada por Villeneuve já me cativou o suficiente.
Sobre o elenco: Jason "Aquaman" Momoa e Oscar "Cavaleiro da Lua" Isaac estão ótimos, mas meu destaque vai para a linda Rebecca Ferguson e para o protagonista Timothee Chalamet. É incrível como a velha e gasta "jornada do herói" é convincente quando o ator realmente se esforça para mostrar o personagem evoluindo com a história sendo contada. Paul Atreides é um personagem no começo do filme e outro no final. Algo parecido com o que fez o Al Pacino n'O Poderoso Chefão.
Sobre o roteiro: sim, é a velha "luta do bem contra o mal", mas queremos mesmo MAIS que isso aqui? O que importa não é saber se a história é "gasta" ou não, mas se é BEM CONTADA. A mesma coisa do "Avatar", uma história clichê mas contada de modo impecável. Se quisermos originalidade em roteiros, temos que assistir cinema europeu de vanguarda (e tentar não dormir).
Sobre a trilha sonora: perfeita, impecável. Com essa moda de colocar músicas antigas para dar um "up" no apelo pop de certos filmes, Hans Zimmer consegue fazer uma trilha que ajuda a contar a história ao invés de ser uma simples coleção de sons aleatórios para evocar lembranças nostálgicas no público. Trilha de grande cinema.
Enfim, resumindo, seria muito bom que todo filme de ficção científica fosse igualzinho este aqui. Filme com escopo, e diretor cem por cento certo da história que quer contar.
Assisti ontem na rede Brasil e realmente é muito, MUITO fraco.
Não apenas o clima de "especial de fim de ano da Globo" estraga o filme, mas a história toda picotada, parecendo uma série de sketches, como se o diretor não se convencesse do que realmente quer contar no filme.
Humberto Martins muito mal escalado como Tiradentes e Eduardo Galvão tenebroso como Tomás Antônio Gonzaga (e olha que a "Marília de Dirceu" é a ótima Giulia Gam).
Essa figura histórica controversa (herói ou não?) merece um filme à altura dela. Quem sabe no futuro um Wagner Moura tente a empreitada?
A interpretação do Penn aqui é o grande diferencial. Trata-se de uma figura homossexual icônica nos EUA e até demorou muito para um grande filme sobre ele.
Como comentaram abaixo, o aspecto "chato" do filme é a política, em que o cara, lógico, tinha que estar envolvido. Não tem um filme "político" sequer que consiga não ser chato. Felizmente, aqui isso é só um dos aspectos da história.
Mas é um daqueles filmes que TEMOS que assistir ao menos uma vez na vida, isso com certeza.
Vi há muito tempo atrás e só agora me lembrei de vir aqui para dizer que as quatro estrelas são todas pela atuação IMPECÁVEL do ícone chinês Jackie Chan (totalmente fora do padrão que estamos acostumados a ver dele).
O filme é o thriller de ação genérico de sempre, mas o astro chinês realmente é o diferencial aqui (uma atuação tão visceral quanto a de Hugh Jackman no "Logan").
Charlton Heston, o rei dos épicos, em sua versão sci-fi (a la Planeta dos Macacos).
Mesmo com as inegáveis limitações da época (e o filme de certa forma já "anuncia" os exagerados anos 80), o carisma de Heston, aliado à temática interessante, tornam o que seria uma curiosidade "camp" num filme assistível e um passatempo agradável. O pior do filme certamente é a "seita", muito mal caracterizados.
Mas dá pra relevar porque veríamos coisas ainda piores em filmes bem mais famosos.
OBS: salvo engano, o romance interracial era uma novidade em Hollywood para a época.
Halloween H20: Vinte Anos Depois
3.1 436 Assista AgoraApesar dos deslizes e incoerências típicas do gênero, e de ser CLARAMENTE inspirado na estética do (superestimado) Pânico, este filme serve bem como um encerramento digno para a história de Laurie Strode iniciada no primeiro filme (1978) e continuada no segundo (1981).
Se você considerar a franquia como consistindo só nos capítulos 1, 2 e 7 (este), não perde quase nada. O 3 é HORRENDO, e o 4, 5 e 6, apesar de não serem pavorosos como "A Noite das Bruxas" e contarem com bons atores como Danielle Harris, Paul Rudd e Donald Pleasance, introduziram muitos aspectos desnecessários na história só pra justificar a imortalidade do Myers e as continuações.
Agora este aqui conclui o ciclo dos dois primeiros filmes de forma minimamente coerente e ainda tem uma boa reviravolta: Laurie, da vítima amedrontada dos dois primeiros capítulos, vira o jogo e decide encarar o "bicho papão" de frente, sem se esconder mais. Como resultado a história tem um final simplesmente perfeito, que dispensa tanto explicações sobrenaturais para a existência de Myers quanto a possibilidade de uma continuação.
Mas, claro, dinheiro fala mais alto, e aí inventaram aquele "troço" de 2002 (Ressurrection), que nem merece comentários.
Quando a saga Halloween foi "rebootada", exatamente vinte anos depois deste (2018), resolveram ignora-lo, junto com o capítulo dois.
Uma grande bobagem. A história teria muito mais impacto se Myers tivesse atacado várias vezes antes. Tal como ficou, temos que crer que o serial killer ficou 40 anos em estado
semicatatonico, e que Laurie passou TODA SUA VIDA ADULTA esperando pela volta dele. Como? Por que? Sem nexo.
Dos slashers dos anos 90, este é o melhorzinho.
Halloween 6: A Última Vingança
2.5 283E vamos que vamos, ladeira abaixo!
A ideia da seita para explicar o mal por trás de Myers realmente não "caiu" muito bem, apenas uma desculpa esfarrapada pro cara sobreviver a TUDO.
Vale pela curiosidade de ser a primeira aparição do Paul "Homem Formiga" Rudd, já carismático como sempre, e também ser a despedida do grande Donald Pleasance, que faleceu durante as filmagens.
O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio
3.1 725 Assista AgoraNENHUMA FRANQUIA SOBREVIVE A SEIS FILMES.
Se quiser pôr isso à prova, assista o sexto filme de QUALQUER franquia longa do cinema. E veja que nenhuma história consegue se arrastar por tanto tempo sem ser "rebootada" ou sem ficar, basicamente, entregando a MESMA história, pela sexta (sétima, oitava, nona) vez.
No caso do "Terminator", como já foi repetido ad nauseam aqui, os dois primeiros filmes são clássicos e perfeitos. A partir do terceiro a coisa começa a desandar. O pessoal tinha a opção de explorar mais a mitologia da história, o futuro negro da humanidade, o domínio das máquinas, etc, mas ficam no mais do mesmo (a eterna FUGA ALUCINANTE de uma máquina T alguma coisa invencível).
É parecido com o que fazem com a franquia "Parque dos Dinossauros". Mas lá a fuga é de um réptil gigantesco, aqui é de um robô.
No quarto filme (2009) eles tentaram, sim, inovar, mostrando (afinal) o futuro distópico tanto anunciado, mas o filme carecia de um script melhor, pois parecia uma junção de várias histórias diferentes (apesar da ótima atuação de Christian Bale como John Connor).
No T5 (2015) fizeram aquela baboseira de transformar John Connor em vilão, idiotice que mudaram neste T6, mas sem conseguirem entregar de outro modo uma história que realmente fizesse a saga avançar.
Não, aqui temos, de novo, uma Sarah Connor (a visivelmente exausta Linda Hamilton) às turras com um exterminador (Schwarzenegger, sempre carismático mas já velho demais para o papel), repetindo o que já fora visto no T2, mas agora com um ar de total cansaço. Porque você já sabe exatamente o que vai acontecer: eles vão brigar e se desentender no começo, mas no final vão salvar o mundo juntos. A única diferença aqui é que a protagonista desta vez é outra (Grace), mas no geral a história segue os passos previsíveis dos primeiros capítulos da história.
O pessoal criticou este filme pela "lacração", pelo fato de o elenco ser dominado por mulheres "badass", até a vilã, exceto pelo tio Arnie, é claro, que continuará sendo exterminador até quando tiver 90 anos, mas, verdade seja dita, o problema aqui não é o elenco feminino "empoderado", mas o roteiro cansativo, repetitivo, previsível.
Se tivesse só mulheres no elenco, mas fosse uma história nova, inovadora, instigante, não teria problema. O ruim é que o filme basicamente repete a mesma ladainha de antes, de forma preguiçosa, só se valendo do FATOR NOSTALGIA, de gente que se sente alegre por ver Hamilton e Schwarzenegger juntos de novo depois de 28 anos, mas se esquecem de se perguntar se há alguma lógica por trás de tal "reencontro".
Porque não há. Esse negócio de fazer o Schwarzenegger sempre ser o cara badass, até não aguentar mais, cansa, chega né. Ok, o cara é O CARISMA EM FORMA DE GENTE, é uma das figuras mais icônicas de Hollywood sem dúvida, mas não tem mais nenhum sentido esse negócio de um robô "envelhecer" só porque eles precisam do Arnie no elenco. Máquinas não envelhecem. Ponto. E, para seguir o clichê mais banal da ficção científica, eles acabam fazendo o quê? O sujeito, que é uma máquina, termina o filme (sempre) agindo como um ser humano. Ele "se esquece" de ser máquina conforme a história avança. Sinceramente, já deu. Se anunciarem um novo Exterminador com Schwarzenegger, eu não assisto.
Quanto à Linda Hamilton, como comentei, ela está visivelmente EXAUSTA aqui, e sua personagem, fora o fator NOSTALGIA, não agrega nada à história. Poderia haver outra "mãe" para a protagonista, fora que isso de ela ter dedicado sua vida a "caçar exterminadores" é furado demais. Ela não é uma super-heroína. COMO poderia ter sobrevivido todos esses anos? Cada vez que vinha um novo "T" matá-la o Arnie estava lá? Sem nexo.
Enfim, se você quiser apenas um filme de "ação" e não ligar para o blablabla contra a "lacração", esse filme vai "servir", como qualquer outro. A ação é ininterrupta, e as cenas de perseguição são boas. Se quiser um filme que se compare às obras-primas da franquia, esqueça.
Pois agora é oficial: esta história já deu o que tinha que dar.
As Duas Faces de um Crime
4.1 1,0K Assista AgoraFicar falando mais da atuação do Ed Norton neste filme é chover no molhado. Foi a escolha perfeita para o papel. Apenas isso.
E o galã Richard Gere (já envelhecendo) não está mal também não, assim como Laura Linney e a hoje consagrada, mas sempre talentosa Frances McDormand.
Tradicionalmente, esses filmes de "tribunal" são chatos e arrastados. Este aqui é um dos poucos que dá pra assistir do começo ao fim sem se cansar, por causa do ótimo elenco e da história realmente interessante e cheia de desdobramentos.
Quando assisti pela primeira vez, fiquei "chocado" com o plot twist no final, porque nada indicava aquilo (graças à atuação do Norton). Revendo depois, percebe-se que o roteiro se encaminha mesmo para aquele final. O advogado "do bem" de Gere é aquele cara acostumado a ver o mundo dividido entre inocentes e culpados, vítimas e algozes, bons e maus. Já a advogada realista (Linney) sabe que, muitas vezes, lobos se escondem em pele de cordeiro. E eis que, no final, quem estava certo?
Elogie-se a escolha acertada do diretor Gregory Hobbit que, apesar da história tratar de crimes brutais, não "presenteia" o público com violência exagerada ou cenas de sexo desnecessárias. Dá pra assistir sossegado com a família.
Simplesmente o melhor que o gênero "suspense" pode oferecer.
O Mundo dos Esquecidos
1.8 34Exatamente o que disseram: não chega a lugar nenhum, MAS tem uma crítica social interessante.
É impressionante como a pessoa aprende a NÃO enxergar a realidade quando vive no conforto que o dinheiro e o status social proporcionam. Aí quando se choca com a realidade, a pessoa se sente como um ALIEN, e é tratada como tal.
Infelizmente, o cinema, paraíso de estrelas alienadas, não parece ser o lugar mais indicado para uma análise crítica dessas funcionar.
O Exterminador do Futuro 3: A Rebelião das Máquinas
3.1 567 Assista AgoraO capítulo 2 está com uma nota baixa (4,1) para o que merece, já este aqui, o 3, um pouco maior.
Nota 3 está de bom tamanho.
Como filme de AÇÃO é bom, e acima da média, mas como continuação de dois ótimos filmes, é fraco.
Enredo repetitivo, não inova nem aprimora o que já fora mostrado nós outros capítulos. Basicamente, temos um novo exterminador e uma nova perseguição implacável por um robô cheio de recursos (agora, na versão feminina).
O filme 4 (2009), muito criticado também, pelo menos tentou inovar no roteiro, ampliando significativamente a mitologia da série.
O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final
4.1 1,1K Assista AgoraA nota é imerecida.
Este filme é I.M.P.E.C.Á.V.E.L. Nota 10.
Cameron, Schwarzenegger e Hamilton em seus melhores momentos. E até o garoto Edward Furlong (John Connor) é menos irritante do que seria de se esperar. E o que dizer de T-1000, na performance perfeita de Robert Patrick? Um dos melhores vilões da história.
Os efeitos especiais deste filme são excelentes até para os padrões de hoje. E o filme estabeleceu um padrão tão alto para a franquia e para a ficção científica em geral, que nunca pôde ser superado. A cena final é certamente uma das mais inesquecíveis da história.
O Exterminador do Futuro
3.8 900 Assista AgoraUm filme totalmente "anos 80" e 100% merecedor da alcunha de CLÁSSICO.
É tão bom quanto o segundo, só os efeitos, claro, são inferiores, mas a dobradinha Schwarzenegger/Hamilton deu certo demais. E Michael Biehn também é muito carismático.
It: Capítulo Dois
3.4 1,5K Assista AgoraNesta segunda parte, eles podiam pesar mais a mão no terror, já que o elenco do primeiro filme cresceu, e são agora todos adultos na faixa dos 30 anos.
Mas tem muito mais fantasia que terror propriamente dito. E no final, no confronto "definitivo" com o vilão, o roteiro viaja até umas horas. Pennywise, também, aqui está tão bizarro que é até difícil entender QUE DIABOS é esse vilão. Uma entidade sobrenatural? Um produto da imaginação (uma alegoria)? Um monstro de carne e osso mesmo? Acho que só lendo o texto original pra compreender.
Ruim? De jeito nenhum. Mas segue a sina de TODA E QUALQUER FRANQUIA, a continuação desce o nível do primeiro filme.
It: A Coisa
3.9 3,0K Assista AgoraSe você curte "Stranger Things" vai curtir este filme aqui. A pegada é muito parecida. Eu inclusive cheguei a achar que aquela série fosse também baseada na obra de King.
O maior mérito do filme é conseguir reunir um elenco de crianças que não é chato. Pelo fato de os protagonistas serem crianças, também, o terror é evidentemente atenuado. Eu não diria que Pennywise seja um vilão realmente assustador, mas que a história se sustenta bem, isso sem dúvida.
Halloween: O Início
3.2 861 Assista AgoraSe há uma coisa de que não se pode ACUSAR o Sr. Robert Bartleh Cummings (vulgo Rob Zombie) é de ser SUTIL. Definitivamente, sutileza não é o forte de um diretor conhecido por filmes de terror na linha "trash" de gosto (muito) duvidoso.
Este remake de Halloween, que também é um reboot para a franquia, depois do horrendo Halloween Ressurrection (2002; não, nem o Rob Zombie poderia superar o Busta Rhymes chamando Michael Myers pra uma briga), revoltou e revolta muita gente que com certeza não estava preparada para a "abordagem" nada discreta de Zombie para a história do assassino mascarado de Haddonfield iniciada em 1978.
Muita gente não entende porque Halloween (1978) é um CLÁSSICO, não apenas do gênero "terror", mas do cinema, da sétima arte mesmo. Um filme bem curto e simples, certo, sem a grandiosidade de um Ben-Hur ou a complexidade de um Laranja Mecânica. Mas, precisa-se entender, às vezes "menos é mais", e simplicidade não é sinônimo de mau cinema. O fato é que John Carpenter construiu, com aquela história simples de um assassino misterioso perseguindo babás numa noite de Halloween, um conto sobre o MAL que vai muito além de uma mera coleção de assassinatos e sustos. O modo como a história é contada num "crescendo" de tensão, ajudada pela onipresente trilha sonora (responsável pela atmosfera insuperável do filme), culminando no terceiro ato onde se revela o instinto assassino implacável do "The Shape", e o fato de sermos levados àquela conclusão sem que o filme se desvie, crie situações ou apresente personagens desnecessários nem por um segundo, torna tudo incrivelmente satisfatório, porque se percebe que é uma história, embora sem explicação para a motivação por trás do massacre, coesa, fechada, com começo, meio e fim e pontuada pelas atuações impecáveis de Jamie Lee Curtis e Donald Pleasance.
O primeiro Halloween segue sendo o primeiro e ÚNICO grande filme dentro de uma franquia enorme (já são doze filmes, mais um a caminho) porque é, simplesmente, um filme BEM FEITO, um filme coerente, com um assassino crível, sem excessos, sem personagens desnecessários, com um final aceitável e rápido o bastante (sem uma cena de perseguição interminável à "final girl"). E aquela trilha sonora? O que é aquela música? Simplesmente P.E.R.F.E.I.T.A. Pode-se dizer, tranquilamente, que quem não gosta do primeiro Halloween... não gosta de terror. É um dos poucos filmes INDISPENSÁVEIS do gênero.
Já este reboot/remake de Zombie fez o quê? Para não ser uma simples cópia do original (como, por exemplo, o remake do "A Profecia"), introduziu-se na história um longo PRÓLOGO, cujo objetivo é o de explicar o que seria uma possível motivação para o instinto assassino de Michael Myers. Muita gente torceu o nariz para o filme precisamente por isso. Segundo elas, sem uma explicação para seus atos, o serial killer "oficial" de Haddonfield se torna muito mais assustador. Isso tem lá sua lógica, mas eu não vejo o "prólogo" como o real problema deste filme. O ator que faz o jovem Michael Myers dá muito conta do recado em passar a imagem de um garoto perturbado. E o ambiente no qual a família Myers é inserida (mãe prostituta e padastro um lixo, "white trash") é quase que um "criadouro" para desajustados e psicopatas. A mãe do jovem Myers (e, portanto, de Laurie Strode) é interpretada pela mulher do diretor, Sheri Zombie, num nepotismo descarado. Mas pelo menos atua bem.
O problema real do filme para mim está na segunda parte, ou seja, no filme propriamente dito. Zombie fez uma espécie de homenagem ao original, mas a SEU modo. Muito mais violência e muito mais gore. Michael, agora um gigante, um sujeito descomunal (muito diferente do primeiro, que tinha um físico até normal) promove um massacre na cidade de Haddonfield muito maior que o mostrado no primeiro filme, e de modo extremamente violento.
Isso choca quem estava acostumado com a sutileza dos filmes anteriores da franquia. Ok, havia muitas mortes, eram slashers, mas não havia o BANHO DE SANGUE que há neste filme aqui. Michael simplesmente mata tudo o que vê pela frente, começa e não para mais, ao contrário de antes, quando ficava espreitando suas vítimas, sem saber quando ia atacar.
Aqui Michael "circula" pela cidade sem cerimônia, e sem suspense nenhum.
Zombie pesa a mão no gore e nos palavrões, isso é ótimo para alguns, mas isso de certa forma aproxima Michael Myers de qualquer assassino genérico de terror, o personagem perde suas características únicas. Alguns preferem ver mortes extremamente violentas a uma história coerente, ok, mas definitivamente falta algo aqui. Esse Myers enorme, que tira a máscara e se move com extrema agilidade, como um atleta, embora tenha vivido anos sem demonstrar tanta raiva acumulada, não convence muito, embora seja de fato mais assustador que o original.
A trilha sonora sufocante do primeiro faz falta aqui. Ela ajudava a criar aquela atmosfera de tensão. Aqui não há tensão, há gore. Como se a necessidade de aumentar o número de mortes passasse à frente da necessidade de nos fazer nos importar com quem morre.
Sobre o elenco: aqui o Dr Loomis é interpretado por Malcom McDowell. Ok, um bom ator, mas o personagem está TOTALMENTE descaracterizado. Já Laurie Strode ficou com a desconhecida Scout Taylor-Compton, que não chega aos pés de Jamie Lee Curtis e passa a maior parte do filme, basicamente, BERRANDO.
Assim, resumindo, como slasher o filme funciona, definitivamente. Tem muito sangue, e muitas mortes, o que o "povo" adora nesses filmes. Como parte da franquia Halloween, o filme é melhor que muitos outros episódios (melhor que o 3, o 5 e o 8, sem dúvida), mas como remake do original de 1978, não há comparação.
Precisamente pela absoluta falta de sutileza de Zombie que eu mencionei. O gosto do diretor pelo EXAGERO, pelo gore, faz com que ele comprometa a história que está contando pela necessidade de "assustar" e "chocar" quem assiste. Mas um Myers mais discreto, mais contido, e um clima de suspense e tensão melhor construído funcionam melhor que um festival de violência interminável e uma gritaria sem fim como temos neste filme. A "protagonista" dá nos nervos já na metade do filme. Não temos como criar empatia por esta Laurie porque, no tempo que poderíamos estar conhecendo ela, temos que ver Michael decepando a cabeça ou arrancando as tripas de alguém.
Enfim não acredite em quem disser que isto é um lixo, não é, mas certamente não se compara ao original.
Halloween 5: A Vingança de Michael Myers
2.8 291Nota 2,5 tá de bom tamanho. Cumpre seu propósito para o gênero mas não é nada de realmente arrebatador.
Personagens Tina e Jamie irritantes DEMAIS. meu Deus, você torce para o tio Mike se livrar delas logo. Fora que logo no início temos a cena inexplicável: como Myers ficou um ano inteiro catatônico na cabana daquele velho, sem fazer nada nem morrer de fome? Ou o velho deu comida na boca dele?
Enfim, não vale o trabalho de uma longa dissertação sobre.
Halloween 4: O Retorno de Michael Myers
3.1 374 Assista AgoraNota justa.
Melhor que o filme anterior (aliás, seria impossível ser PIOR), mas mesmo assim apenas um slasher com Michael Myers parecidissimo com Jason.
Quem salva é a jovem Danielle Harris, um talento nato. Pena que sumiu.
Halloween III: A Noite das Bruxas
2.3 482 Assista AgoraFilme que COMEÇA bem (a primeira cena, a perseguição inicial com aquela trilha hipnotizante, quem dera o filme todo fosse daquele jeito), mas só desanda.
Pouco importa que titio Mike tenha aproveitado pra tirar uma "folga" nesse Halloween. (talvez estivesse curando as queimaduras?) O FILME É RUIM. Com ou sem Myers.
Virou "cult" para alguns como muita trasheira dos anos 70 e 80 (hoje até "Mortal Kombat" é clássico), mas o enredo não tem pé nem cabeça, e a cena final é constrangedoramente ridícula.
O ator principal faz um trabalho ok e a trilha sonora do John Carpenter é hipnótica como sempre, mas é só.
Nunca precisaria ter sido feito. Este filmeco enterrou a franquia por seis anos.
Assassin's Creed
2.9 949 Assista AgoraO diferencial desse filme para outras adaptações de vídeo games é o ELENCO. Três feras (Michael Fassbender, Marion Cotillard, Jeremy Irons) que, juntos, já fazem valer ao menos uma conferida.
Mas claro que, como sempre, a adaptação de um formato para o outro não dá certo. Eu tenho certeza que a história por trás do credo de assassinos faz todo sentido para quem joga o jogo. No filme ficou uma coisa muito superficial e mal explicada. Como é possível a "viagem no tempo" mostrada não ficou claro para mim. Fora que a alternância entre passado e futuro faz com que a história oscile entre momentos de pura ação e momentos parados, de drama desnecessário numa história tão rasa.
Mas diga-se, o elenco principal faz o melhor que pode com o material que têm. É legal ver um ator ótimo como Fassbender num papel de protagonista. E aqui ele repete a parceria com Cotillard, depois do "Macbeth". Mas fica a sensação de que esse filme não precisaria de um elenco de alto nível, devido à história pífia.
Classifico como "assistível". Lixo não é, as sequências de ação são bem gravadas.
A nota é justa.
Maldição da Floresta
2.1 61É um filme denso, estranho, que vale ser assistido mais de uma vez para se pegar as sutilezas do roteiro.
Não entrega absolutamente nada do que se espera de um "terror na floresta" e só por isso já vale mais que três estrelas.
Uma das atrizes é quase um clone da Katie Holmes.
Duna: Parte 1
3.8 1,6K Assista AgoraIsso aqui, caso você esteja se perguntando, é o GRANDE CINEMA, o cinema em estado de arte, o grande espetáculo. Pertence ao seletissimo grupo de filmes que inclui Ben-Hur, E o Vento Levou, Titanic, Parque dos Dinossauros, Avatar, Cleópatra, Gladiador, O Senhor dos Anéis, etc.
Tecnicamente impecável e justamente premiado como tal, o filme traz a velha luta do bem contra o mal num futuro inimaginavelmente distante, mas ainda trazendo os mesmos elementos de sempre (o herói relutante, o vilão mau a toda prova, a luta pelo poder, a traição, etc). Tal como Avatar, se você se ativer à originalidade da história em si, vai terminar criticando injustamente o filme, quando ele entrega exatamente o que propõe e por isso mesmo está acima de qualquer crítica.
Que Denis Villeneuve é um GÊNIO, isso todos já DESCONFIAVAM depois de "A Chegada" e "Blade Runner 2049". Agora podemos ter certeza. Difícil será entender como e porque o cara não concorreu ao Oscar de diretor e filme por "Duna". É um acinte sequer tentar comparar este espetáculo técnico aqui com um "Não Olhe para Cima".
Tudo que muitos vêem de interessante em "Star Wars" EXCETO eu, que nunca vi graça em Luke Skywalker e cia., está aqui ao quadrado, mas com o apuro que se espera do grande cinema. Uma história que vai se descortinando diante dos nossos olhos pouco a pouco, sem pressa, mas sem esquecer as necessárias cenas de ação. Personagens diversos apresentados um a um com uma motivação específica dentro da história, não estando lá só pra "encher linguiça" ou preencher uma cota". Acontecimentos que vão tendo o necessário peso e explicação, nada sendo jogado na nossa cara sem mais nem menos. Um elenco afinado no ponto certo.
Quando vi um monte de gente aqui dizendo que este filme é "chato" fiquei preocupado, mas quando finalmente assisti, fiquei me perguntando: chato ONDE? Não passa cinco minutos sem ação neste filme. Tem ação até demais, achei que o filme teria que ser até MAIS LONGO para que tudo fosse devidamente explicado para quem não leu o livro. Entender enfim como se chegou àquela situação, os diferentes povos, as ordens apresentadas, etc. Mas na verdade dá pra ter uma ideia boa do conteúdo do livro PELO filme. Eu nunca li e não sei se vou ler, mas a história CONFORME contada por Villeneuve já me cativou o suficiente.
Sobre o elenco: Jason "Aquaman" Momoa e Oscar "Cavaleiro da Lua" Isaac estão ótimos, mas meu destaque vai para a linda Rebecca Ferguson e para o protagonista Timothee Chalamet. É incrível como a velha e gasta "jornada do herói" é convincente quando o ator realmente se esforça para mostrar o personagem evoluindo com a história sendo contada. Paul Atreides é um personagem no começo do filme e outro no final. Algo parecido com o que fez o Al Pacino n'O Poderoso Chefão.
Sobre o roteiro: sim, é a velha "luta do bem contra o mal", mas queremos mesmo MAIS que isso aqui? O que importa não é saber se a história é "gasta" ou não, mas se é BEM CONTADA. A mesma coisa do "Avatar", uma história clichê mas contada de modo impecável. Se quisermos originalidade em roteiros, temos que assistir cinema europeu de vanguarda (e tentar não dormir).
Sobre a trilha sonora: perfeita, impecável. Com essa moda de colocar músicas antigas para dar um "up" no apelo pop de certos filmes, Hans Zimmer consegue fazer uma trilha que ajuda a contar a história ao invés de ser uma simples coleção de sons aleatórios para evocar lembranças nostálgicas no público. Trilha de grande cinema.
Enfim, resumindo, seria muito bom que todo filme de ficção científica fosse igualzinho este aqui. Filme com escopo, e diretor cem por cento certo da história que quer contar.
Quero a segunda parte pra ONTEM.
Nota máxima, "monsieur" Villeneuve.
Reféns
2.7 43 Assista AgoraAté um determinado ponto, segue o mesmo roteiro de tantos outros filmes desse mesmo naipe.
Porém, quando chega o plot twist, uma bela surpresa, e creio que algo que ninguém efetivamente espera.
Só digo que os "conservadores" e defensores da "moral e dos bons costumes" deveriam todos assistir esse filme.
O Semideus
1.3 12 Assista AgoraTem lá seu charme, embora a história não seja nada demais. O pior, sem sombra de dúvidas, é o "vilão".
A protagonista é a cara da Jodie Foster, incrível a semelhança.
Tiradentes
2.2 12Assisti ontem na rede Brasil e realmente é muito, MUITO fraco.
Não apenas o clima de "especial de fim de ano da Globo" estraga o filme, mas a história toda picotada, parecendo uma série de sketches, como se o diretor não se convencesse do que realmente quer contar no filme.
Humberto Martins muito mal escalado como Tiradentes e Eduardo Galvão tenebroso como Tomás Antônio Gonzaga (e olha que a "Marília de Dirceu" é a ótima Giulia Gam).
Essa figura histórica controversa (herói ou não?) merece um filme à altura dela. Quem sabe no futuro um Wagner Moura tente a empreitada?
Milk: A Voz da Igualdade
4.1 878A interpretação do Penn aqui é o grande diferencial. Trata-se de uma figura homossexual icônica nos EUA e até demorou muito para um grande filme sobre ele.
Como comentaram abaixo, o aspecto "chato" do filme é a política, em que o cara, lógico, tinha que estar envolvido. Não tem um filme "político" sequer que consiga não ser chato. Felizmente, aqui isso é só um dos aspectos da história.
Mas é um daqueles filmes que TEMOS que assistir ao menos uma vez na vida, isso com certeza.
O Estrangeiro
3.5 330 Assista AgoraVi há muito tempo atrás e só agora me lembrei de vir aqui para dizer que as quatro estrelas são todas pela atuação IMPECÁVEL do ícone chinês Jackie Chan (totalmente fora do padrão que estamos acostumados a ver dele).
O filme é o thriller de ação genérico de sempre, mas o astro chinês realmente é o diferencial aqui (uma atuação tão visceral quanto a de Hugh Jackman no "Logan").
Escape Room 2: Tensão Máxima
2.8 357É como um video game em forma de filme.
Uma sequência de cenas sem muitas explicações, e sem aprofundamento nos personagens.
Mas se a ideia é entreter, entretém.
A Última Esperança da Terra
3.4 66 Assista AgoraCharlton Heston, o rei dos épicos, em sua versão sci-fi (a la Planeta dos Macacos).
Mesmo com as inegáveis limitações da época (e o filme de certa forma já "anuncia" os exagerados anos 80), o carisma de Heston, aliado à temática interessante, tornam o que seria uma curiosidade "camp" num filme assistível e um passatempo agradável. O pior do filme certamente é a "seita", muito mal caracterizados.
Mas dá pra relevar porque veríamos coisas ainda piores em filmes bem mais famosos.
OBS: salvo engano, o romance interracial era uma novidade em Hollywood para a época.