Pelo que entendi a história se passa na nossa época?
Então todo aquele clima de suspense oitocentista foi perdido? E os personagens falam como as pessoas de hoje em dia, "problematizando" qualquer besteira?
Assim, a série é uma oportunidade perdida? Porque a época de Poe era a ideal pras histórias que ele conta, no mínimo será como alguém comentou aqui embaixo, Poe fica só como "pano de fundo".
O grande acerto desta série não é a escalação de Evan Peters para interpretar Jeffrey Dahmer. Embora ele faça, sim, um ótimo trabalho, sua atuação não é aquela coisa acachapante que tanta gente comenta aqui e na internet em geral. É uma atuação segura e competente, mas só. Não, o grande acerto é a direção de Jennifer Lynch e cia. Ela consegue a proeza de entregar uma série sobre um serial killer extremamente bizarro que não cai no erro fácil de reproduzir, à base de exageros, as "ações" do sociopata para deleite de uma multidão ávida pelo "quanto mais sangue, melhor". Ao contrário, o trabalho da direção é tão delicado que você chega quase (eu disse QUASE) a realmente sentir empatia pelo multi-assassino, mas apenas até o ponto em que você é confrontado com a dor das vítimas, a leniência das autoridades, o descaso social que condena um grande contingente de pessoas a viver à margem da sociedade, e até o fascínio que figuras como Dahmer causam em parte da sociedade (o que é representado pelas cartas que o assassino recebia de seus "fãs").
Quem busca gore não tem porque gostar desta série e isso é bom. O realmente perturbador aqui não são vísceras esparramadas pela tela, mas como alguém como ele PÔDE SEQUER EXISTIR. Como um sujeito mora num apartamento, junto com dezenas de outras pessoas, e faz tudo o que faz, por anos, sem que a sociedade se dê conta de que ele é um monstro? Se Dahmer fosse um gênio à la Hannibal Lecter, e se vivesse afastado, digamos, numa enorme mansão em Los Angeles, talvez suas ações fossem mais fáceis de ser entendidas- tudo facilitaria. Mas como o sujeito, além de pobre, era BURRO demais da conta, ficamos com a nítida impressão que esta história não tem como ter sido real, porque o cara só faltava colocar uma placa em frente ao apartamento dele: "AQUI MORA UM SERIAL KILLER!", não se preocupava, minimamente, em esconder rastros, e você se pergunta como alguém entra com várias pessoas diferentes dentro de seu apartamento, sendo que essas pessoas não aparecem nunca mais, e não causa a menor suspeita em ninguém, sendo que o sujeito só é pego não pela atenção das autoridades, mas como uma coroação de sua própria burrice.
"Era tudo fácil demais."- essa frase resume o modus operandi de Jeffrey Dahmer melhor que qualquer longo relatório psiquiátrico. O sujeito sabia tudo o que fazia, sabia que tinha uma compulsão incontrolável e não buscava tratamento para ela. Em tese, o único culpado por seus crimes era ele- ou não? Aí é que a série realmente entra como uma produção densa e interessante, a despeito de não ter quase nenhum susto ou gore. Porque ela coloca toda uma discussão sobre causas e efeitos envolvendo o assassino, que vão muito além da maldade inata dele ou da idiotice das vítimas. Temos todo um leque de fatores- a leniência do pai que vê um filho dissecando animais por hobby e acha tudo normal, o preconceito racial e sexual das autoridades policiais (usado pelo assassino a seu favor, ele fazia questão de se assumir homossexual para qualquer um quando conveniente), a absoluta falta de perspectiva de grandes contingentes da população (pessoas que se deixam seduzir pela promessa de bebida grátis, quarenta dólares, carona, etc), uma mãe que põe filhos no mundo sem o menor preparo psicológico para criá-los, uma vizinhança onde você tem que matar e esquartejar uma pessoa na rua para alguém ter alguma reação, e até a "torcida" que sociopatas e psicopatas geram em grande número de pessoas- Jeffrey tinha "fãs" e recebia dinheiro deles. Provavelmente, pessoas que gostariam de matar meio mundo, mas não tinham a coragem ou a oportunidade para tal, e se regozijavam quando encontravam alguém que tinha.
Enfim, o lado bom da série para mim é precisamente o que a tornará chata e entendiante para outros- a ausência de violência gráfica, já que isso permite que se trabalhem outros aspectos da violência, aspectos menos "excitantes", mas igualmente válidos, porque são poucas, pouquíssimas as tentativas de se entender porque os Estados Unidos, que se supõem uma nação cristã, uma nação de respeito e liberdade, são, na verdade, a pátria "oficial" dos serial killers, porque esse tipo de violência animalesca e repulsiva é tão comum naquele país, e continuará sendo, e em que medida a desatenção, a atitude de "não tenho nada com isso" de grande parte das pessoas daquele país explica porque Jeffrey Dahmer [como assassino em série] é um tipo tão comum por aquelas bandas, embora raros sejam os exemplos de assassinos que cheguem tão longe quanto ele na bizarrice.
Alguns episódios se alongam demais e algumas cenas são repetitivas. No geral, porém, não tenho dúvidas em ressaltar que esta série é NECESSÁRIA.
Eu cometi a imprudência de terminar de assistir esta série juntamente com a versão extendida da trilogia de Peter Jackson.
Imprudência porque talvez, assistida isoladamente, a impressão geral da série seria outra. Mas ao fazer a inevitável comparação, o que seria uma história aceitável acabou se revelando quase uma paródia.
É certo que a adaptação de Jackson tem seus erros. Poucos, mas tem. Mas eu diria que os acertos da trilogia compensam, e muito, os erros. Já no caso da série é o inverso: os poucos acertos não compensam os muitos erros.
Já comentei aqui sobre a péssima caracterização desta série. Todo mundo percebeu que os elfos aqui parecem cosplayers, gente fantasiada, não elfos. O argumento em resposta a esta crítica ("Ei, é só fantasia!") não se sustenta quando assistimos os extras do "Senhor dos Anéis" e percebemos o cuidado que a produção dos filmes teve com a caracterização de todos (não alguns) os personagens. Não se pode desculpar um trabalho mal feito em nome desse argumento besta de "é só fantasia". Se for assim, por que não elfos gordos e anões asiáticos?
Além da caracterização, temos o problema da completa ausência de carisma de todos os personagens. Deveria ser uma regra do cinema e da televisão que PROTAGONISTA DEVE TER CARISMA. Mas é difícil ter alguma produção hoje em dia que leva isso a sério. Jackson acertou em cheio ao centrar sua história em três personagens carismáticos: Aragorn, Gandalf e Frodo. Os três totalmente diferentes, mesmo assim igualmente interessantes.
Especialmente Aragorn, que é um herói clássico. Aqui, deram o protagonismo a Galadriel, mas tornaram a personagem chata (sempre com um ar de professora que pegou os alunos fazendo besteira), sendo que a atriz tem o carisma de uma árvore. Enquanto Aragorn convence como soldado, como herói, como rei, você tem que fazer um esforço enorme para comprar a ideia que ESTA Galadriel é uma heroína, uma guerreira, uma líder. Se acredita nisso, é porque o roteiro está dizendo. Nada que a personagem faz nos convence disso.
Assim como em "A Roda do Tempo", parece que a preocupação principal da Amazon aqui foi mostrar que a Terra Média é, antes de mais nada, a terra da diversidade. Mas não diversidade orgânica, no sentido de haver ali os povos mais diversos. Mas diversidade FORÇADA mesmo, pois em todo lugar onde você olha tem que haver as mais variadas raças e mulheres sempre em pé de igualdade ou em posição superior ao homem, como se nunca tivesse existido lugar no mundo onde uma mulher líder seria inaceitável.
Eu poderia comprar a ideia que querem vender que o elfo negro é o novo Legolas. Infelizmente, não consigo perder a sensação que o personagem só está ali para preencher uma cota. O fato de o ator não ter também nenhum carisma não ajuda.
Acho que nenhum núcleo da história deixa tão claro a necessidade de afirmar diversidade quanto os "pés peludos". Eis ali certamente o lado mais entediante e chato da série, que não parece ter outra função além do que acabei de dizer.
Mas talvez o principal problema da série mesmo seja a "barriga". "Barriga" é uma coisa que você espera numa novela de 150 capítulos, não numa série de 8 episódios! Mas mesmo num espaço tão curto, há episódios onde não acontece praticamente NADA, como se a produção pudesse se dar ao luxo de esperar surgir alguma ideia para avançar minimamente a história.
A série não merece nota zero por causa da produção bem cuidada (exceto no que tange à caracterização). Também não é um lixo completo, oferece entretenimento sim num certo grau. A comparação com a trilogia de Jackson, porém, a REDUZ A PÓ. Jackson de fato estabeleceu um padrão para produções desse tipo que será difícil igualar. Com todo dinheiro que tem, a Amazon tinha no mínimo a obrigação de TENTAR.
Nem terminei de assistir, mas acho que identifiquei qual o principal problema desta série: a caracterização. Não é nem o roteiro arrastado nem a "lacração". A caracterização é P.É.S.S.I.M.A. Parece (e muito) uma novela da Record. Elfos não parecem elfos, anões não parecem anões, reis não parecem reis, soldados não parecem soldados, orcs não parecem orcs. Como muita gente já comentou na internet, é como se fosse uma reunião de cosplayers de O Senhor dos Anéis. Ninguém ali passa a menor convicção do papel que está desempenhando, e a diversidade forçada acentua ainda mais o problema.
O diferencial da trilogia de Jackson estava também no cuidado que a produção teve com a escolha do elenco e a caracterização dos personagens. Aqui, ter elfos e anões negros foi muito mais importante que passar um mínimo de coerência e veracidade na construção dos personagens (veracidade até se onde pode ir numa história de fantasia como esta). Os elfos e homens com corte de cabelo moderno são só a cereja do bolo. Eu não consegui ainda identificar um, UM personagem com que sentir um mínimo da simpatia que eu sentia por Aragorn e Gandalf.
Ao contrário de muitos filmes e séries sobre psicopatas, esta aqui já deixa claro, desde a primeira cena, quem é o assassino. Como nos poupa daquele velho trabalho de tentar deduzir quem seria o doido, a série se concentra em criar uma tensão acerca de suas motivações e de seu modus operandi.
Nisso ficam algumas pontas no final que, sim, poderia ser mais longo e bem explicado (por que não dez episódios?), preferindo deixar ao público a tarefa de completar o quebra cabeça, exatamente como "Ruptura".
Dependendo da ótica de quem assiste, isso é bom ou ruim. Para mim o clima meio absurdista é sempre bom, porque tudo mastigadinho é coisa de desenho animado. Mas "Iluminadas" pode ser BEM confusa em algumas partes, e no mínimo exige ser assistida de novo já sabendo da revelação final, para tentar encaixar as coisas.
Elizabeth Moss está tão boa aqui como em qualquer trabalho dela. É uma atriz legitimamente talentosa que cria empatia por sua capacidade de criar tipos totalmente comuns com que o público automaticamente se identifica. A série ajuda ao dar a seu personagem uma caracterização frágil, não sendo uma "heroína", mas uma mulher confusa em busca de respostas. Nada do que ela faz é impossível, exceto, claro, no final.
Já Wagner Moura confirma o óbvio: é o ator brasileiro do século, perfeito, mas perfeito MESMO, o cara é ótimo em tudo o que faz, e aqui ele convence como Dan, mas ficaria ótimo como Harper também. O ator teve uma boa química com Moss e gera a vontade de novas parcerias com grandes atrizes americanas.
Por sinal o personagem Dan é um que merecia um episódio adicional para trabalhar melhor sua história. Fica claro que ele tinha traumas a serem explorados, e achei que seriam abordados de forma mais completa.
Quanto a Harper, é um Norman Bates. Um sujeito totalmente plácido que ninguém poderia nunca imaginar ser um assassino em série. Jamie Bell atua muito bem, mas claro que o assassino é ajudado pelo lance da viagem no tempo, porque certas coisas que faz só se explicam mesmo em termos de ficção científica.
Enfim, vale muito a pena assistir, e como provavelmente não terá segunda temporada, ficará como exemplo de como se cria uma série curta, instigante, que te prende do primeiro ao último episódio.
estou assistindo a série porque claramente eles tiveram todo um cuidado em não glamourizar o monstro, não mostrando ele "em ação". Agora, quanto menos palco dermos para doentes como este, melhor. Bora fazer documentários sobre Charles Chaplin? Sobre a construção do canal do Panamá? sobre crianças superdotadas? enfim, sobre algo produtivo?
Algumas séries e filmes parecem querer provar que cada meio (mídia) tem seu valor, e às vezes algo que é sublime em um deles se torna entediante, enfadonho, até ridículo, em outro.
Assistindo a "Sandman" me veio a cabeça o QUANTO Neil Gaiman é genial, e o quanto seu meio de expressão (HQs) era o mais propício a contar a história que ele queria apresentar.
Para quem não sabe, Gaiman é um dos maiores gênios da HQ, disputa pau a pau com Frank Miller, Carl Barks, Moebius, Jack Kirby, Alan Moore e alguns (poucos) outros espaço no pódio dos maiores nomes do gênero.
E, assim como Moore em "Watchmen", Gaiman introduziu no gênero uma profundidade insuspeita. Se o primeiro trabalha com metáforas políticas, o segundo vai mais fundo e entra no cerne da grande discussão filosófica do ser humano. Questões como "quem somos" e "o que fazemos aqui" são trabalhadas de modo imensamente lúdico e criativo, jamais visto antes e nem depois.
De fato Gaiman é uma das poucas leituras absolutamente ESSENCIAIS do meio.
Mas, se Moore teve ao menos uma adaptação brilhante e impecável no "Watchmen" de Zack Snyder (2009) -sendo a série derivada mediana-, não creio que possamos dizer o mesmo de Gaiman.
Porque esta série COMEÇA bem, e promissora, com um primeiro capítulo que emula Snyder ao recriar o original quase quadro a quadro. Conforme vão avançando os episódios, porém, vai se tornando mais e mais difícil QUERER ver o próximo capítulo.
Não são os elementos aleatórios e absurdos que incomodam. O material original É viajado.
Para além da diversidade forçada, à qual temos que nos acostumar sob pena de não assistir mais nada feito no mundo do entretenimento hoje em dia (mas, não, Constantine mulher não dá pra perdoar), sobram momentos na série em que você não sabe AONDE o diretor quer chegar. Tudo é lindo, e os atores, a maioria, ENTREGA (Sandman mesmo está perfeito), mas personagens vem e vão, ameaças despontam e desaparecem ou são resolvidas em segundos, sem que você entenda porque eram ameaças em primeiro lugar, e para piorar alguns episódios são arrastados DEMAIS da conta. Como numa novela.
A série é um lixo? Não, dá pra assistir tranquilamente (embora algumas cenas você VAI pular!), mas falta "algo" que te prenda na cadeira de fato.
Pode ser culpa do gênio de Gaiman mesmo. O foco de seu material não é "ação", é REFLEXÃO. Por isso meu conselho sobre esta série é: caso comece a assistir e se aborreça, desliga a TV e vai ler "Sandman". De preferência o texto original.
Vai aprimorar seu inglês, entender as limitações da televisão e da nossa época e, acima de tudo, entender porque as HQs merecem o título de ARTE também. E como podem ser infinitamente melhores que as mídias "concorrentes".
Mal comecei a ver esta série, mas lendo os comentários aqui me veio a cabeça algo que eu acho necessário "pontificar".
É público e notório o fascínio que um... "ser" como este causa. O sentimento de empatia que uma tentativa de se aprofundar na história dele gera, porém, parece nos levar a uma conclusão equivocada, e que parece alimentar exatamente a doença de quem pensa como ele, ou seja, que a vida humana não tem absolutamente nenhum valor.
Chegar ao nível de INSANIDADE desse sujeito é para poucos. Para POUQUÍSSIMOS. Sim, todos temos nossas manias, nossas neuroses e nossos fetiches (e cada um sente prazer de forma própria, única). Isso não significa que muitos de nós tenha vontade de dopar a pessoa amada, cortar seu corpo em pedaços e guardar na geladeira. Na verdade tu pode ter quase certeza ABSOLUTA de que se tu conhecer na tua vida inteira duas pessoas com vontade de fazer isso é muito.
Assim como você pode dormir tranquilo (pelo menos em relação a isso), com 99% de certeza que ninguém da tua família é canibal. Ao tentar humanizar uma tal figura de certa forma fazemos o jogo dele (=Viu, no fundo são todos como eu) e esquecemos da grandíssima maioria das pessoas que passa por traumas muito maiores na vida ... e são incapazes de fazer mal a uma mosca.
Não, eu não acho que "no fundo" Dahmer seja um ser humano. Acredito que ele FOI um ser humano em algum momento da vida dele, mas de um ponto em diante tornou-se, como Hitler, exemplo típico de um ser ANTI-humano.
Assisti só três episódios por enquanto e já confirmei o óbvio: a excelência de Wagner Moura, nosso melhor ator em atividade. Simplesmente perfeito no papel, sem nada a tirar ou acrescentar.
Mas vou terminar de assistir para opinar sobre a série em si.
Essa é uma série de grande potencial que pode ou não se realizar plenamente na tela, de acordo com a perspectiva de quem assiste.
Por um lado tem um visual muito escuro e uma estética pós-apocalíptica muito pobre (realmente parece que tiveram que economizar no figurino). Às vezes quase não dá para ver/entender o que está acontecendo, o que é proposital (daí o Sol ser objeto de adoração por parte dos personagens).
Por outro lado, a série realmente trabalha com conceitos pouco usuais/explorados na ficção científica, como a divisão entre crentes e ateus num mundo onde restem pouquíssimos seres humanos (quem teria mais vantagem do ponto de vista evolutivo?). Claro que, em todas as épocas e lugares, o ser humano sempre se aproveitará da fragilidade de seus semelhantes em proveito próprio. Mas a questão é a necessidade INTERNA de se apegar a algo.
Aqui se trabalha um pouco mais profundamente a ideia de como o ser-humano afetaria máquinas criadas para NÃO emularem as fraquezas humanas. Claro que, como em TODA a ficção científica, temos a repetição do velho clichê da máquina-que-pensa-que-é-gente, que gera os conflitos (e resoluções) de sempre.
Dito isso, a série realmente TENTA oferecer algo novo dentro de suas limitações. O destaque absoluto vai para a personagem Mãe, e a atriz Amanda Collin, que absolutamente domina todo o seriado. Ela realmente se empolgou com a personagem e dá tudo de si.
Esta segunda temporada é melhor, mais ágil que a primeira. Embora esbarre no mesmo problema de coisas inacreditáveis acontecendo sem maiores explicações, tenta desenvolver uma mitologia própria que pouco a pouco vai te envolvendo. Ao contrário de OUTRAS séries, que depois da primeira temporada é só mais do mesmo, esta aqui tem potencial para ser melhor a cada temporada.
Por incrível que pareça é melhor que a primeira temporada. O personagem de Henry Cavill, que antes era chatíssimo e quase me fez desistir de terminar a primeira parte, aqui até está mais tolerável.
A série tem um tom “Senhor dos Anéis encontra Game of Thrones” que cresce a cada episódio, e o final genuinamente cria uma expectativa pela terceira temporada (a última?). Os fãs do videogame, claro, devem saber o que bate e o que não bate com a história original, mas quem não é fã (=eu) não liga pra esses detalhes. Porém, é recomendável a leitura de um “guia básico” para quem quer se envolver mais na história, pois aparecem diversos personagens e locais que se você não prestar atenção nem entende o que está assistindo.
Personagem mais irritante da vez: o “bardo” , que nem de alívio cômico serve!
Assisti só o primeiro episódio e fiquei triste que "Cavaleiro da Lua" não tenha adotado uma pegada igual a essa, porque o personagem também se presta a esse tipo de fantasia. Mas a série foi uma pataquada do primeiro ao último episódio.
Espero que isso aqui não vire um festival de humor forçado, embora o cômico em si não seja um problema (especialmente com o material original envolvido), o problema mesmo é entrar naquela lenga-lenga idiotizada do Cavaleiro da Lua, em que cada episódio repete a mesma ladainha do anterior.
Por mais que esse crime tenha sido famoso, não deixa de haver uma exploração exagerada em cima dele, quando centenas de crimes semelhantes já aconteceram (e acontecem) no Brasil.
Enxergo um componente sádico nessa fixação num caso único, muito especificamente por se tratar de uma atriz global, como se a coitada da moça, morta e enterrada há trinta anos, simbolizasse toda a impotência da sociedade face à barbaridade humana, e como se a indignação eterna contra os algozes dela (especialmente Pádua) ajudasse a mudar alguma coisa na realidade dos fatos.
Mas nada muda. Há 30 anos Glória Perez protesta, nas novelas e na realidade, e isso não impede que qualquer sujeito meio grogue das ideias "decida" por fim à vida de outra mulher a qualquer momento no Brasil. Então não me "solidarizo" com quem fica gravitando em torno e quem tenta extrair dessa história o máximo possível.
Melhor seria uma série tipo: "A história da violência contra a mulher no Brasil", explorando o porque de o machismo estrutural "latino" do brasileiro tornar tão comuns crimes desse tipo por aqui, explorando a mentalidade dos assassinos e porque nossas leis são tão lenientes e mesmo com toda a pretensa moralidade em voga, nada pareça inclinado a mudar no curto prazo.
Se você gosta dessas histórias que te deixam com um enorme ponto de interrogação em frente à testa a cada episódio, está é uma boa pedida.
Conforme foi se desenrolando, eu imaginei que a explicação de tudo seria simples (e anticlimática), mas a história toma rumos que você não espera, a cada momento.
Realmente te instiga a assistir cada episódio, o que é raro, porque 99% das séries que eu assisto são enrolação e drama novelesco a maior parte do tempo.
E a surpresa maior não é o ótimo elenco, com destaque pro clone de Fernando Collor (Adam Scott), claro, e pra Patrícia Arquette.
Eu nunca imaginaria associar o nome de Ben Stiller a uma série como esta. A princípio achei que fosse um homônimo. Mas é mesmo o ator mediano de "Uma Noite no Museu". Fomos surpreendidos novamente!!
Se tu consegues assistir de boa uma série de 6 episódios onde o protagonista passa metade do tempo choramingando e BERRANDO, fica à vontade!
Eu confesso que assisti a todos os episódios tentando reconhecer (ao menos de longe) o Cavaleiro da Lua das HQs, mas não consegui. Primeiro que o herói em si mal aparece (se o Cavaleiro da Lua tiver dez minutos de cena no total é muito). Segundo que o lance das múltiplas personalidades, COM O FITO DE ENCHER LINGUIÇA, foi alçado ao posto de mote oficial da série. Seguindo aquela manjadíssima fórmula Marvel de humor forçado, a dualidade (?) Marc Spector/Steven Grant é explorada à exaustão, dando chance para o Oscar Isaac mostrar sua versatilidade, mas ao mesmo tempo escondendo a óbvia precariedade do roteiro.
Isso porque a "situação", que poderia ser resolvida num episódio só, se arrasta por todos os seis, num looping interminável que faz você olhar quanto tempo falta pra terminar o episódio mais vezes do que você gostaria.
Não existe ameaça real alguma, e você fica com a impressão que o tempo todo o protagonista vai acordar e perceber que estava apenas sonhando.
Como eu comentei antes, um bom nome para a série seria: ONDE ESTÁ O CAVALEIRO DA LUA?
Isaac e Hawke estão até bem, mas nem eles me fariam ver isto aqui uma segunda vez.
A Queda da Casa de Usher
4.0 287 Assista AgoraPelo que entendi a história se passa na nossa época?
Então todo aquele clima de suspense oitocentista foi perdido? E os personagens falam como as pessoas de hoje em dia, "problematizando" qualquer besteira?
Assim, a série é uma oportunidade perdida? Porque a época de Poe era a ideal pras histórias que ele conta, no mínimo será como alguém comentou aqui embaixo, Poe fica só como "pano de fundo".
The Last of Us (1ª Temporada)
4.4 1,2K Assista AgoraÉ mais uma daquelas séries que tem uma premissa ótima e termina virando um dramalhão interminável?
Dahmer: Um Canibal Americano
4.0 671 Assista AgoraO grande acerto desta série não é a escalação de Evan Peters para interpretar Jeffrey Dahmer. Embora ele faça, sim, um ótimo trabalho, sua atuação não é aquela coisa acachapante que tanta gente comenta aqui e na internet em geral. É uma atuação segura e competente, mas só. Não, o grande acerto é a direção de Jennifer Lynch e cia. Ela consegue a proeza de entregar uma série sobre um serial killer extremamente bizarro que não cai no erro fácil de reproduzir, à base de exageros, as "ações" do sociopata para deleite de uma multidão ávida pelo "quanto mais sangue, melhor". Ao contrário, o trabalho da direção é tão delicado que você chega quase (eu disse QUASE) a realmente sentir empatia pelo multi-assassino, mas apenas até o ponto em que você é confrontado com a dor das vítimas, a leniência das autoridades, o descaso social que condena um grande contingente de pessoas a viver à margem da sociedade, e até o fascínio que figuras como Dahmer causam em parte da sociedade (o que é representado pelas cartas que o assassino recebia de seus "fãs").
Quem busca gore não tem porque gostar desta série e isso é bom. O realmente perturbador aqui não são vísceras esparramadas pela tela, mas como alguém como ele PÔDE SEQUER EXISTIR. Como um sujeito mora num apartamento, junto com dezenas de outras pessoas, e faz tudo o que faz, por anos, sem que a sociedade se dê conta de que ele é um monstro? Se Dahmer fosse um gênio à la Hannibal Lecter, e se vivesse afastado, digamos, numa enorme mansão em Los Angeles, talvez suas ações fossem mais fáceis de ser entendidas- tudo facilitaria. Mas como o sujeito, além de pobre, era BURRO demais da conta, ficamos com a nítida impressão que esta história não tem como ter sido real, porque o cara só faltava colocar uma placa em frente ao apartamento dele: "AQUI MORA UM SERIAL KILLER!", não se preocupava, minimamente, em esconder rastros, e você se pergunta como alguém entra com várias pessoas diferentes dentro de seu apartamento, sendo que essas pessoas não aparecem nunca mais, e não causa a menor suspeita em ninguém, sendo que o sujeito só é pego não pela atenção das autoridades, mas como uma coroação de sua própria burrice.
"Era tudo fácil demais."- essa frase resume o modus operandi de Jeffrey Dahmer melhor que qualquer longo relatório psiquiátrico. O sujeito sabia tudo o que fazia, sabia que tinha uma compulsão incontrolável e não buscava tratamento para ela. Em tese, o único culpado por seus crimes era ele- ou não? Aí é que a série realmente entra como uma produção densa e interessante, a despeito de não ter quase nenhum susto ou gore. Porque ela coloca toda uma discussão sobre causas e efeitos envolvendo o assassino, que vão muito além da maldade inata dele ou da idiotice das vítimas. Temos todo um leque de fatores- a leniência do pai que vê um filho dissecando animais por hobby e acha tudo normal, o preconceito racial e sexual das autoridades policiais (usado pelo assassino a seu favor, ele fazia questão de se assumir homossexual para qualquer um quando conveniente), a absoluta falta de perspectiva de grandes contingentes da população (pessoas que se deixam seduzir pela promessa de bebida grátis, quarenta dólares, carona, etc), uma mãe que põe filhos no mundo sem o menor preparo psicológico para criá-los, uma vizinhança onde você tem que matar e esquartejar uma pessoa na rua para alguém ter alguma reação, e até a "torcida" que sociopatas e psicopatas geram em grande número de pessoas- Jeffrey tinha "fãs" e recebia dinheiro deles. Provavelmente, pessoas que gostariam de matar meio mundo, mas não tinham a coragem ou a oportunidade para tal, e se regozijavam quando encontravam alguém que tinha.
Enfim, o lado bom da série para mim é precisamente o que a tornará chata e entendiante para outros- a ausência de violência gráfica, já que isso permite que se trabalhem outros aspectos da violência, aspectos menos "excitantes", mas igualmente válidos, porque são poucas, pouquíssimas as tentativas de se entender porque os Estados Unidos, que se supõem uma nação cristã, uma nação de respeito e liberdade, são, na verdade, a pátria "oficial" dos serial killers, porque esse tipo de violência animalesca e repulsiva é tão comum naquele país, e continuará sendo, e em que medida a desatenção, a atitude de "não tenho nada com isso" de grande parte das pessoas daquele país explica porque Jeffrey Dahmer [como assassino em série] é um tipo tão comum por aquelas bandas, embora raros sejam os exemplos de assassinos que cheguem tão longe quanto ele na bizarrice.
Alguns episódios se alongam demais e algumas cenas são repetitivas. No geral, porém, não tenho dúvidas em ressaltar que esta série é NECESSÁRIA.
O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder (1ª Temporada)
3.9 785 Assista AgoraEu cometi a imprudência de terminar de assistir esta série juntamente com a versão extendida da trilogia de Peter Jackson.
Imprudência porque talvez, assistida isoladamente, a impressão geral da série seria outra. Mas ao fazer a inevitável comparação, o que seria uma história aceitável acabou se revelando quase uma paródia.
É certo que a adaptação de Jackson tem seus erros. Poucos, mas tem. Mas eu diria que os acertos da trilogia compensam, e muito, os erros. Já no caso da série é o inverso: os poucos acertos não compensam os muitos erros.
Já comentei aqui sobre a péssima caracterização desta série. Todo mundo percebeu que os elfos aqui parecem cosplayers, gente fantasiada, não elfos. O argumento em resposta a esta crítica ("Ei, é só fantasia!") não se sustenta quando assistimos os extras do "Senhor dos Anéis" e percebemos o cuidado que a produção dos filmes teve com a caracterização de todos (não alguns) os personagens. Não se pode desculpar um trabalho mal feito em nome desse argumento besta de "é só fantasia". Se for assim, por que não elfos gordos e anões asiáticos?
Além da caracterização, temos o problema da completa ausência de carisma de todos os personagens. Deveria ser uma regra do cinema e da televisão que PROTAGONISTA DEVE TER CARISMA. Mas é difícil ter alguma produção hoje em dia que leva isso a sério. Jackson acertou em cheio ao centrar sua história em três personagens carismáticos: Aragorn, Gandalf e Frodo. Os três totalmente diferentes, mesmo assim igualmente interessantes.
Especialmente Aragorn, que é um herói clássico. Aqui, deram o protagonismo a Galadriel, mas tornaram a personagem chata (sempre com um ar de professora que pegou os alunos fazendo besteira), sendo que a atriz tem o carisma de uma árvore. Enquanto Aragorn convence como soldado, como herói, como rei, você tem que fazer um esforço enorme para comprar a ideia que ESTA Galadriel é uma heroína, uma guerreira, uma líder. Se acredita nisso, é porque o roteiro está dizendo. Nada que a personagem faz nos convence disso.
Assim como em "A Roda do Tempo", parece que a preocupação principal da Amazon aqui foi mostrar que a Terra Média é, antes de mais nada, a terra da diversidade. Mas não diversidade orgânica, no sentido de haver ali os povos mais diversos. Mas diversidade FORÇADA mesmo, pois em todo lugar onde você olha tem que haver as mais variadas raças e mulheres sempre em pé de igualdade ou em posição superior ao homem, como se nunca tivesse existido lugar no mundo onde uma mulher líder seria inaceitável.
Eu poderia comprar a ideia que querem vender que o elfo negro é o novo Legolas. Infelizmente, não consigo perder a sensação que o personagem só está ali para preencher uma cota. O fato de o ator não ter também nenhum carisma não ajuda.
Acho que nenhum núcleo da história deixa tão claro a necessidade de afirmar diversidade quanto os "pés peludos". Eis ali certamente o lado mais entediante e chato da série, que não parece ter outra função além do que acabei de dizer.
Mas talvez o principal problema da série mesmo seja a "barriga". "Barriga" é uma coisa que você espera numa novela de 150 capítulos, não numa série de 8 episódios! Mas mesmo num espaço tão curto, há episódios onde não acontece praticamente NADA, como se a produção pudesse se dar ao luxo de esperar surgir alguma ideia para avançar minimamente a história.
A série não merece nota zero por causa da produção bem cuidada (exceto no que tange à caracterização). Também não é um lixo completo, oferece entretenimento sim num certo grau. A comparação com a trilogia de Jackson, porém, a REDUZ A PÓ. Jackson de fato estabeleceu um padrão para produções desse tipo que será difícil igualar. Com todo dinheiro que tem, a Amazon tinha no mínimo a obrigação de TENTAR.
O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder (1ª Temporada)
3.9 785 Assista AgoraNem terminei de assistir, mas acho que identifiquei qual o principal problema desta série: a caracterização. Não é nem o roteiro arrastado nem a "lacração". A caracterização é P.É.S.S.I.M.A. Parece (e muito) uma novela da Record. Elfos não parecem elfos, anões não parecem anões, reis não parecem reis, soldados não parecem soldados, orcs não parecem orcs. Como muita gente já comentou na internet, é como se fosse uma reunião de cosplayers de O Senhor dos Anéis. Ninguém ali passa a menor convicção do papel que está desempenhando, e a diversidade forçada acentua ainda mais o problema.
O diferencial da trilogia de Jackson estava também no cuidado que a produção teve com a escolha do elenco e a caracterização dos personagens. Aqui, ter elfos e anões negros foi muito mais importante que passar um mínimo de coerência e veracidade na construção dos personagens (veracidade até se onde pode ir numa história de fantasia como esta). Os elfos e homens com corte de cabelo moderno são só a cereja do bolo. Eu não consegui ainda identificar um, UM personagem com que sentir um mínimo da simpatia que eu sentia por Aragorn e Gandalf.
O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder (1ª Temporada)
3.9 785 Assista AgoraGaladriel, a elfa-filósofa:
"Não confie na força bruta para acabar com um orc. A melhor arma é a agilidade."
Não, dona Galadriel. A melhor arma é estar do lado certo do roteiro.
Mulher-Hulk: Defensora de Heróis
3.1 469 Assista AgoraQuería uma opinião sincera: consegue a proeza de ser pior que Cavaleiro da Lua?
Ou pelo menos dá pra rir de verdade, como nas HQs?
Iluminadas (1ª Temporada)
4.0 128Ao contrário de muitos filmes e séries sobre psicopatas, esta aqui já deixa claro, desde a primeira cena, quem é o assassino. Como nos poupa daquele velho trabalho de tentar deduzir quem seria o doido, a série se concentra em criar uma tensão acerca de suas motivações e de seu modus operandi.
Nisso ficam algumas pontas no final que, sim, poderia ser mais longo e bem explicado (por que não dez episódios?), preferindo deixar ao público a tarefa de completar o quebra cabeça, exatamente como "Ruptura".
Dependendo da ótica de quem assiste, isso é bom ou ruim. Para mim o clima meio absurdista é sempre bom, porque tudo mastigadinho é coisa de desenho animado. Mas "Iluminadas" pode ser BEM confusa em algumas partes, e no mínimo exige ser assistida de novo já sabendo da revelação final, para tentar encaixar as coisas.
Elizabeth Moss está tão boa aqui como em qualquer trabalho dela. É uma atriz legitimamente talentosa que cria empatia por sua capacidade de criar tipos totalmente comuns com que o público automaticamente se identifica. A série ajuda ao dar a seu personagem uma caracterização frágil, não sendo uma "heroína", mas uma mulher confusa em busca de respostas. Nada do que ela faz é impossível, exceto, claro, no final.
Já Wagner Moura confirma o óbvio: é o ator brasileiro do século, perfeito, mas perfeito MESMO, o cara é ótimo em tudo o que faz, e aqui ele convence como Dan, mas ficaria ótimo como Harper também. O ator teve uma boa química com Moss e gera a vontade de novas parcerias com grandes atrizes americanas.
Por sinal o personagem Dan é um que merecia um episódio adicional para trabalhar melhor sua história. Fica claro que ele tinha traumas a serem explorados, e achei que seriam abordados de forma mais completa.
Quanto a Harper, é um Norman Bates. Um sujeito totalmente plácido que ninguém poderia nunca imaginar ser um assassino em série. Jamie Bell atua muito bem, mas claro que o assassino é ajudado pelo lance da viagem no tempo, porque certas coisas que faz só se explicam mesmo em termos de ficção científica.
Enfim, vale muito a pena assistir, e como provavelmente não terá segunda temporada, ficará como exemplo de como se cria uma série curta, instigante, que te prende do primeiro ao último episódio.
Conversando Com Um Serial Killer: O Canibal de Milwaukee
4.0 63 Assista Agoraestou assistindo a série porque claramente eles tiveram todo um cuidado em não glamourizar o monstro, não mostrando ele "em ação". Agora, quanto menos palco dermos para doentes como este, melhor. Bora fazer documentários sobre Charles Chaplin? Sobre a construção do canal do Panamá? sobre crianças superdotadas? enfim, sobre algo produtivo?
Sandman (1ª Temporada)
4.1 590 Assista AgoraAlgumas séries e filmes parecem querer provar que cada meio (mídia) tem seu valor, e às vezes algo que é sublime em um deles se torna entediante, enfadonho, até ridículo, em outro.
Assistindo a "Sandman" me veio a cabeça o QUANTO Neil Gaiman é genial, e o quanto seu meio de expressão (HQs) era o mais propício a contar a história que ele queria apresentar.
Para quem não sabe, Gaiman é um dos maiores gênios da HQ, disputa pau a pau com Frank Miller, Carl Barks, Moebius, Jack Kirby, Alan Moore e alguns (poucos) outros espaço no pódio dos maiores nomes do gênero.
E, assim como Moore em "Watchmen", Gaiman introduziu no gênero uma profundidade insuspeita. Se o primeiro trabalha com metáforas políticas, o segundo vai mais fundo e entra no cerne da grande discussão filosófica do ser humano. Questões como "quem somos" e "o que fazemos aqui" são trabalhadas de modo imensamente lúdico e criativo, jamais visto antes e nem depois.
De fato Gaiman é uma das poucas leituras absolutamente ESSENCIAIS do meio.
Mas, se Moore teve ao menos uma adaptação brilhante e impecável no "Watchmen" de Zack Snyder (2009) -sendo a série derivada mediana-, não creio que possamos dizer o mesmo de Gaiman.
Porque esta série COMEÇA bem, e promissora, com um primeiro capítulo que emula Snyder ao recriar o original quase quadro a quadro. Conforme vão avançando os episódios, porém, vai se tornando mais e mais difícil QUERER ver o próximo capítulo.
Não são os elementos aleatórios e absurdos que incomodam. O material original É viajado.
Para além da diversidade forçada, à qual temos que nos acostumar sob pena de não assistir mais nada feito no mundo do entretenimento hoje em dia (mas, não, Constantine mulher não dá pra perdoar), sobram momentos na série em que você não sabe AONDE o diretor quer chegar. Tudo é lindo, e os atores, a maioria, ENTREGA (Sandman mesmo está perfeito), mas personagens vem e vão, ameaças despontam e desaparecem ou são resolvidas em segundos, sem que você entenda porque eram ameaças em primeiro lugar, e para piorar alguns episódios são arrastados DEMAIS da conta. Como numa novela.
A série é um lixo? Não, dá pra assistir tranquilamente (embora algumas cenas você VAI pular!), mas falta "algo" que te prenda na cadeira de fato.
Pode ser culpa do gênio de Gaiman mesmo. O foco de seu material não é "ação", é REFLEXÃO. Por isso meu conselho sobre esta série é: caso comece a assistir e se aborreça, desliga a TV e vai ler "Sandman". De preferência o texto original.
Vai aprimorar seu inglês, entender as limitações da televisão e da nossa época e, acima de tudo, entender porque as HQs merecem o título de ARTE também. E como podem ser infinitamente melhores que as mídias "concorrentes".
A Casa do Dragão (1ª Temporada)
4.1 711 Assista AgoraÉ melhor ou pior que a do Senhor dos Anéis?
Dahmer: Um Canibal Americano
4.0 671 Assista AgoraMal comecei a ver esta série, mas lendo os comentários aqui me veio a cabeça algo que eu acho necessário "pontificar".
É público e notório o fascínio que um... "ser" como este causa. O sentimento de empatia que uma tentativa de se aprofundar na história dele gera, porém, parece nos levar a uma conclusão equivocada, e que parece alimentar exatamente a doença de quem pensa como ele, ou seja, que a vida humana não tem absolutamente nenhum valor.
Chegar ao nível de INSANIDADE desse sujeito é para poucos. Para POUQUÍSSIMOS. Sim, todos temos nossas manias, nossas neuroses e nossos fetiches (e cada um sente prazer de forma própria, única). Isso não significa que muitos de nós tenha vontade de dopar a pessoa amada, cortar seu corpo em pedaços e guardar na geladeira. Na verdade tu pode ter quase certeza ABSOLUTA de que se tu conhecer na tua vida inteira duas pessoas com vontade de fazer isso é muito.
Assim como você pode dormir tranquilo (pelo menos em relação a isso), com 99% de certeza que ninguém da tua família é canibal. Ao tentar humanizar uma tal figura de certa forma fazemos o jogo dele (=Viu, no fundo são todos como eu) e esquecemos da grandíssima maioria das pessoas que passa por traumas muito maiores na vida ... e são incapazes de fazer mal a uma mosca.
Não, eu não acho que "no fundo" Dahmer seja um ser humano. Acredito que ele FOI um ser humano em algum momento da vida dele, mas de um ponto em diante tornou-se, como Hitler, exemplo típico de um ser ANTI-humano.
Um ser SEM ALMA.
Dahmer: Um Canibal Americano
4.0 671 Assista AgoraQuando eu vi esse cara como Mercúrio sabia que ele tinha potencial pra astro mas não imaginava um papel tão... denso tão cedo.
Iluminadas (1ª Temporada)
4.0 128Assisti só três episódios por enquanto e já confirmei o óbvio: a excelência de Wagner Moura, nosso melhor ator em atividade. Simplesmente perfeito no papel, sem nada a tirar ou acrescentar.
Mas vou terminar de assistir para opinar sobre a série em si.
Raised by Wolves (2ª Temporada)
3.5 32Essa é uma série de grande potencial que pode ou não se realizar plenamente na tela, de acordo com a perspectiva de quem assiste.
Por um lado tem um visual muito escuro e uma estética pós-apocalíptica muito pobre (realmente parece que tiveram que economizar no figurino). Às vezes quase não dá para ver/entender o que está acontecendo, o que é proposital (daí o Sol ser objeto de adoração por parte dos personagens).
Por outro lado, a série realmente trabalha com conceitos pouco usuais/explorados na ficção científica, como a divisão entre crentes e ateus num mundo onde restem pouquíssimos seres humanos (quem teria mais vantagem do ponto de vista evolutivo?). Claro que, em todas as épocas e lugares, o ser humano sempre se aproveitará da fragilidade de seus semelhantes em proveito próprio. Mas a questão é a necessidade INTERNA de se apegar a algo.
Aqui se trabalha um pouco mais profundamente a ideia de como o ser-humano afetaria máquinas criadas para NÃO emularem as fraquezas humanas. Claro que, como em TODA a ficção científica, temos a repetição do velho clichê da máquina-que-pensa-que-é-gente, que gera os conflitos (e resoluções) de sempre.
Dito isso, a série realmente TENTA oferecer algo novo dentro de suas limitações. O destaque absoluto vai para a personagem Mãe, e a atriz Amanda Collin, que absolutamente domina todo o seriado. Ela realmente se empolgou com a personagem e dá tudo de si.
Esta segunda temporada é melhor, mais ágil que a primeira. Embora esbarre no mesmo problema de coisas inacreditáveis acontecendo sem maiores explicações, tenta desenvolver uma mitologia própria que pouco a pouco vai te envolvendo. Ao contrário de OUTRAS séries, que depois da primeira temporada é só mais do mesmo, esta aqui tem potencial para ser melhor a cada temporada.
Que não seja cancelada.
The Witcher (2ª Temporada)
3.8 272Por incrível que pareça é melhor que a primeira temporada. O personagem de Henry Cavill, que antes era chatíssimo e quase me fez desistir de terminar a primeira parte, aqui até está mais tolerável.
A série tem um tom “Senhor dos Anéis encontra Game of Thrones” que cresce a cada episódio, e o final genuinamente cria uma expectativa pela terceira temporada (a última?). Os fãs do videogame, claro, devem saber o que bate e o que não bate com a história original, mas quem não é fã (=eu) não liga pra esses detalhes. Porém, é recomendável a leitura de um “guia básico” para quem quer se envolver mais na história, pois aparecem diversos personagens e locais que se você não prestar atenção nem entende o que está assistindo.
Personagem mais irritante da vez: o “bardo” , que nem de alívio cômico serve!
Mulher-Hulk: Defensora de Heróis
3.1 469 Assista AgoraZero expectativas depois daquele TRAUMA chamado Cavaleiro da Lua.
Mas agora, a Mulher Hulk é perfeita para série de humor, só falta aqui eles resolverem ser sérios!
Sandman (1ª Temporada)
4.1 590 Assista AgoraAssisti só o primeiro episódio e fiquei triste que "Cavaleiro da Lua" não tenha adotado uma pegada igual a essa, porque o personagem também se presta a esse tipo de fantasia. Mas a série foi uma pataquada do primeiro ao último episódio.
Espero que isso aqui não vire um festival de humor forçado, embora o cômico em si não seja um problema (especialmente com o material original envolvido), o problema mesmo é entrar naquela lenga-lenga idiotizada do Cavaleiro da Lua, em que cada episódio repete a mesma ladainha do anterior.
Sandman (1ª Temporada)
4.1 590 Assista Agora"nossa, mas esse homem que faz o sonho, pelo amor de deus… que vontade de sentar."
É esse tipo de comentário que dá vergonha alheia de fazer parte de "rede social" às vezes!!
Pacto Brutal: O Assassinato de Daniella Perez
4.4 415Por mais que esse crime tenha sido famoso, não deixa de haver uma exploração exagerada em cima dele, quando centenas de crimes semelhantes já aconteceram (e acontecem) no Brasil.
Enxergo um componente sádico nessa fixação num caso único, muito especificamente por se tratar de uma atriz global, como se a coitada da moça, morta e enterrada há trinta anos, simbolizasse toda a impotência da sociedade face à barbaridade humana, e como se a indignação eterna contra os algozes dela (especialmente Pádua) ajudasse a mudar alguma coisa na realidade dos fatos.
Mas nada muda. Há 30 anos Glória Perez protesta, nas novelas e na realidade, e isso não impede que qualquer sujeito meio grogue das ideias "decida" por fim à vida de outra mulher a qualquer momento no Brasil. Então não me "solidarizo" com quem fica gravitando em torno e quem tenta extrair dessa história o máximo possível.
Melhor seria uma série tipo: "A história da violência contra a mulher no Brasil", explorando o porque de o machismo estrutural "latino" do brasileiro tornar tão comuns crimes desse tipo por aqui, explorando a mentalidade dos assassinos e porque nossas leis são tão lenientes e mesmo com toda a pretensa moralidade em voga, nada pareça inclinado a mudar no curto prazo.
Ruptura (1ª Temporada)
4.5 747 Assista AgoraSe você gosta dessas histórias que te deixam com um enorme ponto de interrogação em frente à testa a cada episódio, está é uma boa pedida.
Conforme foi se desenrolando, eu imaginei que a explicação de tudo seria simples (e anticlimática), mas a história toma rumos que você não espera, a cada momento.
Realmente te instiga a assistir cada episódio, o que é raro, porque 99% das séries que eu assisto são enrolação e drama novelesco a maior parte do tempo.
E a surpresa maior não é o ótimo elenco, com destaque pro clone de Fernando Collor (Adam Scott), claro, e pra Patrícia Arquette.
Eu nunca imaginaria associar o nome de Ben Stiller a uma série como esta. A princípio achei que fosse um homônimo. Mas é mesmo o ator mediano de "Uma Noite no Museu". Fomos surpreendidos novamente!!
Stranger Things (5ª Temporada)
4.2 38 Assista AgoraPor que diabos isso está em destaque??
Stranger Things (5ª Temporada)
4.2 38 Assista AgoraNetflix é a Record com dinheiro.
Cavaleiro da Lua
3.5 420 Assista AgoraSe tu consegues assistir de boa uma série de 6 episódios onde o protagonista passa metade do tempo choramingando e BERRANDO, fica à vontade!
Eu confesso que assisti a todos os episódios tentando reconhecer (ao menos de longe) o Cavaleiro da Lua das HQs, mas não consegui. Primeiro que o herói em si mal aparece (se o Cavaleiro da Lua tiver dez minutos de cena no total é muito). Segundo que o lance das múltiplas personalidades, COM O FITO DE ENCHER LINGUIÇA, foi alçado ao posto de mote oficial da série. Seguindo aquela manjadíssima fórmula Marvel de humor forçado, a dualidade (?) Marc Spector/Steven Grant é explorada à exaustão, dando chance para o Oscar Isaac mostrar sua versatilidade, mas ao mesmo tempo escondendo a óbvia precariedade do roteiro.
Isso porque a "situação", que poderia ser resolvida num episódio só, se arrasta por todos os seis, num looping interminável que faz você olhar quanto tempo falta pra terminar o episódio mais vezes do que você gostaria.
Não existe ameaça real alguma, e você fica com a impressão que o tempo todo o protagonista vai acordar e perceber que estava apenas sonhando.
Como eu comentei antes, um bom nome para a série seria: ONDE ESTÁ O CAVALEIRO DA LUA?
Isaac e Hawke estão até bem, mas nem eles me fariam ver isto aqui uma segunda vez.