Um excelente começo para a continuação de Dragon Ball. A entrada do Vegeta muda tudo na série ao adicionar um oponente que não só é claramente mais forte que o Goku, mas também é um semelhante. Isso, ao fim, adiciona uma nova camada ao personagem que o diferencia enquanto herói, na concepção mais pura do termo. A primeira luta entre os dois, aliás, é possivelmente o melhor momento de Dragon Ball até aqui. Minha única crítica quanto à saga é como ela demora a tirar o Goku daquele caminho da serpente e o treinamento sem graça.
4,5/5
SAGA NAMEK/FRIEZA
A aventura pelo planeta Namek já é interessante de cara por resgatar o clima dos primeiros episódios de Dragon Ball, ainda que agora o tom seja um pouco mais sério. O surgimento de Freeza é, se não tão interessante quanto do Vegeta, tão crucial para a evolução do Goku quanto. Gosto também de como o Vegeta vai, aos poucos e de maneira até bastante natural, tornando-se menos o antagonista do último arco e um personagem multifacetado. E ver o Goku se tornando super sayiajin é surpreendentemente empolgante, me senti uma criança.
Só acho que nessa saga o roteiro toma umas liberdades que foram difíceis de engolir. Não cabe listar, mas são muitas as situações em que Toryiama e cia. deram um jeitinho de avançar a história a despeito da lógica e bom senso.
4/5
SAGA ANDROIDES/CELL
O ponto baixo do anime até aqui. Com exceção de Trunks, um novo e interessante personagem, o desenvolvimento dos arcos individuais é tenebroso. Se resume a escalar mais e mais o poder para algo além de super saiyajin (?) que nunca fica bem explicado ou mesmo caracterizado. O Cell é um antagonista interessante mas, em termos de personalidade, é uma reedição menos original do primeiro Piccolo. E os Androides em si são dolorosamente desinteressantes. Serio, pra que servem esses personagens se o objetivo no fim das contas era chegar no Cell? Outro desenvolvimento que me desapontou foi o do Vegeta. Esperava que, com o Trunks e depois do bom arco nas duas sagas anteriores, ele se tornaria algo mais complexo do que esse ser orgulhoso e burro que nem uma porta.
O trabalho de escrita e desenho do Toriyama também não são nada dignos de destaque. Há pouca criatividade visual nessa leva de episódios, parece que as ideias acabaram depois do grande embate entre Goku e Frieza. E, quanto ao roteiro, só piora. Se a saga anterior reserva algumas das piores desculpas para avançar a história, esta descarta o passado do anime como se não fosse nada, vide o Trunks destruindo o Frieza em 10 segundos nos primeiros episódios.
2/5
SAGA CELL GAMES
Okay, isso aqui é maneiro. Não é como se o roteiro ficasse muito melhor, mas senti que nesse arco as intenções artísticas do Toriyama ficaram claras. Gosto de como a série evoca o seu humor pastelão de outrora com o personagem do Mr. Satan, e gosto da lembrança de que Dragon Ball não se trata de descobrir quem é o mais pica, mas sim de se sacrificar por algo maior, vislumbrar um futuro pacífico mesmo nos momentos mais desoladores. Por mais piegas que sejam, é difícil não se emocionar com várias passagens desse arco.
E, finalmente, o personagem do Gohan floresce. Em retrospecto, é interessante como Toriyama decide desenvolvê-lo lentamente para chegar nesses capítulos finais. Ao cabo das coisas, essa leva de episódios funciona porque não se apoia única e exclusivamente no poder dos personagens para causar comoção. Há algo maior em jogo e é isso que permite ao anime ser mais do que a soma de suas partes.
Dito isso, não é a minha saga favorita da primeira parte de Z Kai. Ainda vejo a primeira saga acima dessa e o embate entre Freeza e Goku ainda é meu favorito de toda a série (incluindo o Dragon Ball original). Fora isso, achei paia o Goku morrer "à toa", ainda que isso leve a um grande momento depois.
Ruptura é uma instigante e inteligente ficção científica que estica a ideia de alienação do trabalho no século XXI. Seu argumento é nada menos que brilhante e toda a condução da narrativa não deixa escapar a ironia inerente a ele. Adicione a isso excelentes atores em ótimos papéis, uma direção e design de arte coesos, não tinha como dar errado.
Pra mim, Ruptura falha em dar um passo além em algum aspecto. Senti que os nove episódios passam sem que uma nova camada seja adicionada à narrativa. Podia vir do roteiro, das soluções visuais, da própria evolução da trama, sei lá, sem esse elemento a mais, senti a série como um todo um pouco previsível. Uma vez que se entende a ideia, o espectador não se surpreende.
A segunda temporada de Atlanta é um mergulho na psique dos seus personagens por meio de situações improváveis que, em boa parte, são provocadas por escolhas ruins feitas por eles mesmos. Pode não carregar a mesma leveza e ironia deliciosa da primeira, mas a abordagem adotada funciona bem e nos dá alguns dos melhores momentos da série.
Temporada que mantém em grande parte a altíssima qualidade da primeira. Troca parte do absoluto caos da temporada anterior por uma abordagem mais humana e próxima de seus personagens. Funciona muito bem e ajuda a distinguir o "feeling" desses dez episódios.
Ao mesmo tempo, é justamente na tentativa de dar mais profundidade aos personagens que eu acho que a série falha com seu protagonista. A relação entre Carmie e Claire é, desde o começo, uma muleta óbvia que infelizmente tem um desfecho bastante decepcionante. Além disso, Claire é em si uma personagem super desinteressante e desconectada do restante. Excessivamente perfeita e bondosa, tá ali só pra criar um conflito pouco natural ao Carmie
De início, chama muito mais atenção pela seriedade dos temas e a forma com a qual eles são tratados, algo tão incomum para animes da época. Acho que os primeiros episódios não fazem um trabalho tão bom de situar o espectador no universo, seja na apresentação dos personagens, na guerra secular entre Aliança e Império ou o drama dos protagonistas de cada lado.
Aos poucos, porém, vai ganhando forma e se torna uma grande história quando os confrontos se estabelecem mais firmemente, com a tomada de Iserlohn e outros acontecimentos chave. Além disso, o aprofundamento de alguns conflitos políticos e filosóficos torna o conjunto do anime muito interessante e dá espaço para os personagens brilharem, ainda que certas situações sejam um pouco simplistas demais.
Dragon Ball clássico termina de uma forma meio agridoce. O terceiro arco de torneio em pouco mais de 100 episódios não é só repetitivo, como também um ponto mais baixo do que o anterior, que teve uma construção mais interessante aos personagens e às lutas. Felizmente, os embates do 23° Tenkaichi Budokai são bem divertidos - com exceção da constrangedora situação entre Goku e Chi-Chi - e acenam para o futuro da série mais voltado à ação.
Agora, pergunta genuína: como que o Goku reverte a situação no episódio final? Ele estava literalmente imobilizado, como ele fez pra voar pra cima do Piccolo depois? Achei bizarro e fiquei bastante decepcionado com a ausência de uma explicação.
Fleabag brilha quando é descompromissada e tira sarro de si mesma. Os momentos dramáticos não funcionam tão bem, e à medida que eles tomam mais tempo de tela nos episódios finais, fui gradativamente gostando menos da série.
A segunda temporada de The White Lotus abandona a narrativa esquemática da primeira em prol de uma história com personagens pluridimensionais, sem esfregar na cara do espectador uma moral. Me agradou muito mais. Me senti descobrindo aos poucos todas as suas camadas que culminam em um final satisfatório e surpreendente.
Vale destacar o ótimo elenco também, desde as atrizes amadoras que fazem Lucia e Mia até o veteraníssimo F. Murray Abraham. Minha favorita é a atriz que faz a Valentina, baita habilidade pra alternar expressões com muita naturalidade. Todo o elenco é muito bem dirigido, faz o roteiro brilhar ainda mais.
Depois do bom papel que Tenshinhan exerce como vilão no arco anterior, parece que Toriyama notou o quão importante é trazer um oponente que realmente ameace Goku e cia., mesmo que no fim a gente saiba que o bem vai vencer.
Piccolo é um grande marco para Dragon Ball antigo, na minha opinião. Embora seja um vilão extremamente unidimensional, a escala da sua força torna o rumo dos episódios menos previsível. Esse arco foi o primeiro que me fez querer assistir vários episódios em sequência pra saber o que vai acontecer.
Um último elogio, não sei se foi coisa minha, mas notei um salto na qualidade de animação aqui. Pode ser que as representações visuais mais ousadas nas lutas tenham ajudado nessa impressão, claro.
Enquanto se propõe a ser uma sátira, a primeira temporada de The White Lotus é hilária e um dos melhores exemplares dessa leva de obras que tiram sarro/criticam a vida obscenamente opulenta da alta classe.
À medida que passam os episódios, porém, senti o roteiro se perder um pouco. No fim das contas, é uma história que tem um pouco de dificuldade de entender o que está tentando contar e alterna entre momentos caóticos e dramáticos sem muita sutileza. E isso tudo culmina numa conclusão profundamente decepcionante.
Primeiro arco de Dragon Ball desde o primeiro que eu acho consistentemente bom. A construção das lutas é empolgante e criativa e a presença do antagonismo de Tenshinhan e cia. faz muita diferença para o meu envolvimento enquanto espectador. Finalmente a série se permite soluções visuais fora do lugar comum e um tom um tantinho menos infantil.
Em comparação com o 21° Tenkaichi Budokai, está anos-luz à frente. Sem abandonar o bom humor característico, Toriyama escreveu o 22° Tenkaichi Budokai como um arco de torneio deve ser: imprevisível e com uma sensação real de perigo.
Boa parte dos episódios formam um dos desvios mais entediantes e desnecessários da série. Ganha fôlego com as lutas na arena com ácido embaixo, mas nada demais. O arco só ganha significância de verdade com a aparição do avô do Goku, um momento importante para a evolução do protagonista e que vai ter consequências depois.
Em suma, começa ruim, melhora, mas nunca vira grande coisa.
Tem seus pontos altos e baixos (mais altos que baixos, felizmente).
Alguns momentos se estendem demais e prejudicam o ritmo da série - seu maior trunfo - como, por exemplo, o embate contra o General Blue, um personagem irritante que encerra o arco da forma como começou.
Ao mesmo tempo, a saga da Força Red Ribbon tem um dos arcos mais memoráveis no anime até agora: o treinamento com o mestre Karin. Não só é uma quebra de narrativa interessante como também traz consequências muito significativas pro personagem principal. A luta contra o Tao Pai Pai também é legal pois dá dimensão da força do Goku depois do treinamento. Jeito clássico e muito eficiente de mostrar a evolução do protagonista.
Impressionante como isso aqui é consistentemente engraçado. O nível de criatividade e tato pra comédia que essa série tinha é de outro mundo. E essa quinta temporada abraça um aspecto meio absurdo que a torna ainda mais divertida que a anterior.
Dou o devido crédito por ter sido um dos primeiros arcos de torneio dos animes, mas não me diverti muito com esses quinze episódios, não.
As lutas não tem dinamismo, as soluções - em geral - não são criativas e o humor da série deixa de ser agradavelmente bobo e em vários momentos abraça uma espécie de besteirol que desafia a inteligência de qualquer espectador com mais de dez anos.
Vou começar falando do ato final da série. Último episódio absolutamente perfeito. Não tinha outra forma de encerrar essa história que não de forma trágica e reforçando seu grande tema: Kendall, Shioban, Roman e até o Connor são cascos de gente e meras sombras de seu pai, que os criou para serem exatamente isso.
A quarta temporada não é o ápice narrativo da série, mas é onde os atores e suas interações atingem seu ponto mais impressionante. Talvez o elenco de Succession seja o melhor da história da TV americana.
O rigor estético da direção de Mark Mylod e cia. também nunca foi tão bem apurado. Graças ao trabalho de câmara cada vez melhor, a sensação de sermos a mosquinha observando tudo na sala ganhou contornos de um vouyerismo mórbido.
Passados os elogios, para mim tem ficado cada vez mais claro que a série precisava de mais uma temporada (ou pelo menos uma temporada final com mais episódios) para desenvolver adequadamente todos os seus núcleos.
Alguns arcos, em especial o da corrida presidencial, me pareceram apressados e, por isso, se escoraram em soluções fáceis ou pouco plausíveis.
Surpreendentemente divertido. Entrei achando que iria encontrar um shounen tediosamente básico e, embora seja simples, fiquei muito feliz de estar enganado. A história é, de fato, interessante, muito por conta dos personagens mega carismáticos e a curiosa mistura de ação, comédia e alguns toques de sci-fi.
Peca nos pontos que são quase indissociáveis dos animes da época: exposição em excesso, piadas (hoje) inapropriadas e narrativa muito formulaica.
Mais uma grande temporada com um ou outro deslize que me impede de dar cinco estrelas. Esses deslizes costumam vir na forma de arcos narrativos um pouco repetitivos e soluções simples e/ou convenientes demais para fazer a história andar.
No entanto, gostei até mais dessa temporada do que da segunda, especialmente pelo ótimo desenvolvimento de Kendall, Roman e Siobhan. Senti que os personagens deles ficaram ainda mais complexos e cinzas. Mesmo o Roman, sempre o mais "sujo" dos três, tem pelo menos dois momentos muito empáticos nessa temporada.
E o episódio final é um show à parte. É fabuloso como constroem de maneira muito elegante e sutil a desgraça do desfecho.
No geral, mantém a altíssima qualidade da primeira temporada, mas com um pouco mais de refino no roteiro, especialmente nas piadas, que estão mais sutis e engraçadas.
Essa segunda temporada é muito interessante por dar mais camadas a vários personagens. Shiv, Roman, Gerri e outros agora são menos previsíveis.
Ainda que satisfatório, achei o final um tanto manjado. Esperava algo do tipo muito antes do episódio terminar. Mas foi bem executado ainda assim. Aquela sorrisinho do Logan é sensacional.
Auxiliado pelas interpretações fantásticas de Pedro Pascal e Bella Ramsey, o roteiro constrói muito bem a relação entre Joel e Ellie, que é ponto focal tanto da série quanto do material fonte. Nisso, eles - Craig Mazim, Neil Druckmamm e a equipe de diretores - não podiam errar. A eficiência da história está aí e a adaptação a transmite. E por isso cenas como os desfechos dos dois últimos episódios são tão marcantes.
Pra mim - e pra muita gente, pelo que vejo - o problema está em não ter dado mais episódios para a primeira temporada. Praticamente só a relação dos protagonistas tem tempo de tela suficiente. Todo o resto, dos Vagalumes e a Marlene ao cordyceps em si, é explorado de forma superficial e, como consequência, torna o universo da série um pouco artificial - e a trama episódica demais.
Difícil falar em surpresa depois de quase cinco anos da estreia e tantos elogios, mas a primeira temporada de Succession me surpreendeu de tão boa, não esperava tanto.
A mistura de cinismo, ironia e tragédia que molda o tom dos episódios é deliciosa e desconfortável de ver na mesma medida. Aliás, há muita dualidade aqui, especialmente na forma como o humor se mistura com o drama quase imperceptivelmente.
É desolador que existam pessoas com um estilo de vida assim, tão disfuncional e desigual, mas não deixa de ser um tanto engraçado ver um ricaço com dificuldade de passar um cafézinho.
Das coisas mais intensas que já vi na vida. E o que me agrada é que essa intensidade não é vazia, por puro estilo. O enredo acompanha essa urgência, seja por meio das pressões do dia a dia ou a carga emocional que os personagens carregam.
Tecnicamente, um espetáculo de direção e especialmente de trabalho de câmera. É uma série muito meticulosa e habilidosa em transmitir o caos da cozinha sem desorientar o espectador.
Destaca-se ao colocarmos em seu contexto. Para o fim dos anos 1970, Mobile Suit Gundam tem uma profundidade na sua narrativa e personagens bastante incomum para a época. As relações tem nuances e a guerra não é mero pano de fundo para lutas divertidas de robôs gigantes.
Me impressionou também o quão bem desenhado é o anime. Tem várias soluções visuais muito interessantes, principalmente mais para o fim, a fim de representar em tela a comunicação e o "mundo" dos newtypes.
O ponto fraco, pra mim, é a repetição da fórmula entre episódios. Uma primeira metade em que o conflito é estabelecido, e uma segunda metade de resolução deste conflito, geralmente com uma luta em que o Amuro se supera de alguma forma. Essa estrutura só é - mais ou menos - quebrada nos últimos episódios da série.
Apesar da idade, Mirai Shonen Conan se sustenta bem ao longo de seus 26 episódios, com alguns engasgos aqui e ali.
A primeira metade, até o núcleo protagonista chegar em High Harbor, é muito empolgante e bem construída. É na segunda parte da série que residem alguns problemas de ritmo e soluções muito simplificadas. Ainda assim, o final é satisfatório.
Miyazaki começava a mostrar sua habilidade, talvez ainda inigualada, de conduzir uma animação ao mesmo tempo em que traduz sentimentos e visões pessoais de forma lúdica.
Dragon Ball Z Kai (1ª Temporada)
4.2 38 Assista AgoraSAGA SAIYAJIN
Um excelente começo para a continuação de Dragon Ball. A entrada do Vegeta muda tudo na série ao adicionar um oponente que não só é claramente mais forte que o Goku, mas também é um semelhante. Isso, ao fim, adiciona uma nova camada ao personagem que o diferencia enquanto herói, na concepção mais pura do termo. A primeira luta entre os dois, aliás, é possivelmente o melhor momento de Dragon Ball até aqui. Minha única crítica quanto à saga é como ela demora a tirar o Goku daquele caminho da serpente e o treinamento sem graça.
4,5/5
SAGA NAMEK/FRIEZA
A aventura pelo planeta Namek já é interessante de cara por resgatar o clima dos primeiros episódios de Dragon Ball, ainda que agora o tom seja um pouco mais sério. O surgimento de Freeza é, se não tão interessante quanto do Vegeta, tão crucial para a evolução do Goku quanto. Gosto também de como o Vegeta vai, aos poucos e de maneira até bastante natural, tornando-se menos o antagonista do último arco e um personagem multifacetado. E ver o Goku se tornando super sayiajin é surpreendentemente empolgante, me senti uma criança.
Só acho que nessa saga o roteiro toma umas liberdades que foram difíceis de engolir. Não cabe listar, mas são muitas as situações em que Toryiama e cia. deram um jeitinho de avançar a história a despeito da lógica e bom senso.
4/5
SAGA ANDROIDES/CELL
O ponto baixo do anime até aqui. Com exceção de Trunks, um novo e interessante personagem, o desenvolvimento dos arcos individuais é tenebroso. Se resume a escalar mais e mais o poder para algo além de super saiyajin (?) que nunca fica bem explicado ou mesmo caracterizado. O Cell é um antagonista interessante mas, em termos de personalidade, é uma reedição menos original do primeiro Piccolo. E os Androides em si são dolorosamente desinteressantes. Serio, pra que servem esses personagens se o objetivo no fim das contas era chegar no Cell? Outro desenvolvimento que me desapontou foi o do Vegeta. Esperava que, com o Trunks e depois do bom arco nas duas sagas anteriores, ele se tornaria algo mais complexo do que esse ser orgulhoso e burro que nem uma porta.
O trabalho de escrita e desenho do Toriyama também não são nada dignos de destaque. Há pouca criatividade visual nessa leva de episódios, parece que as ideias acabaram depois do grande embate entre Goku e Frieza. E, quanto ao roteiro, só piora. Se a saga anterior reserva algumas das piores desculpas para avançar a história, esta descarta o passado do anime como se não fosse nada, vide o Trunks destruindo o Frieza em 10 segundos nos primeiros episódios.
2/5
SAGA CELL GAMES
Okay, isso aqui é maneiro. Não é como se o roteiro ficasse muito melhor, mas senti que nesse arco as intenções artísticas do Toriyama ficaram claras. Gosto de como a série evoca o seu humor pastelão de outrora com o personagem do Mr. Satan, e gosto da lembrança de que Dragon Ball não se trata de descobrir quem é o mais pica, mas sim de se sacrificar por algo maior, vislumbrar um futuro pacífico mesmo nos momentos mais desoladores. Por mais piegas que sejam, é difícil não se emocionar com várias passagens desse arco.
E, finalmente, o personagem do Gohan floresce. Em retrospecto, é interessante como Toriyama decide desenvolvê-lo lentamente para chegar nesses capítulos finais. Ao cabo das coisas, essa leva de episódios funciona porque não se apoia única e exclusivamente no poder dos personagens para causar comoção. Há algo maior em jogo e é isso que permite ao anime ser mais do que a soma de suas partes.
Dito isso, não é a minha saga favorita da primeira parte de Z Kai. Ainda vejo a primeira saga acima dessa e o embate entre Freeza e Goku ainda é meu favorito de toda a série (incluindo o Dragon Ball original). Fora isso, achei paia o Goku morrer "à toa", ainda que isso leve a um grande momento depois.
4/5
Ruptura (1ª Temporada)
4.5 745 Assista AgoraRuptura é uma instigante e inteligente ficção científica que estica a ideia de alienação do trabalho no século XXI. Seu argumento é nada menos que brilhante e toda a condução da narrativa não deixa escapar a ironia inerente a ele. Adicione a isso excelentes atores em ótimos papéis, uma direção e design de arte coesos, não tinha como dar errado.
Pra mim, Ruptura falha em dar um passo além em algum aspecto. Senti que os nove episódios passam sem que uma nova camada seja adicionada à narrativa. Podia vir do roteiro, das soluções visuais, da própria evolução da trama, sei lá, sem esse elemento a mais, senti a série como um todo um pouco previsível. Uma vez que se entende a ideia, o espectador não se surpreende.
Atlanta (2ª Temporada)
4.6 206 Assista AgoraA segunda temporada de Atlanta é um mergulho na psique dos seus personagens por meio de situações improváveis que, em boa parte, são provocadas por escolhas ruins feitas por eles mesmos. Pode não carregar a mesma leveza e ironia deliciosa da primeira, mas a abordagem adotada funciona bem e nos dá alguns dos melhores momentos da série.
O Urso (2ª Temporada)
4.5 234Temporada que mantém em grande parte a altíssima qualidade da primeira. Troca parte do absoluto caos da temporada anterior por uma abordagem mais humana e próxima de seus personagens. Funciona muito bem e ajuda a distinguir o "feeling" desses dez episódios.
Ao mesmo tempo, é justamente na tentativa de dar mais profundidade aos personagens que eu acho que a série falha com seu protagonista. A relação entre Carmie e Claire é, desde o começo, uma muleta óbvia que infelizmente tem um desfecho bastante decepcionante. Além disso, Claire é em si uma personagem super desinteressante e desconectada do restante. Excessivamente perfeita e bondosa, tá ali só pra criar um conflito pouco natural ao Carmie
Legend of the Galactic Heroes
4.8 22 Assista AgoraCOMENTÁRIO SOBRE A 1ª TEMPORADA
De início, chama muito mais atenção pela seriedade dos temas e a forma com a qual eles são tratados, algo tão incomum para animes da época. Acho que os primeiros episódios não fazem um trabalho tão bom de situar o espectador no universo, seja na apresentação dos personagens, na guerra secular entre Aliança e Império ou o drama dos protagonistas de cada lado.
Aos poucos, porém, vai ganhando forma e se torna uma grande história quando os confrontos se estabelecem mais firmemente, com a tomada de Iserlohn e outros acontecimentos chave. Além disso, o aprofundamento de alguns conflitos políticos e filosóficos torna o conjunto do anime muito interessante e dá espaço para os personagens brilharem, ainda que certas situações sejam um pouco simplistas demais.
4/5
Dragon Ball: Saga do Piccolo Junior
4.3 8Dragon Ball clássico termina de uma forma meio agridoce. O terceiro arco de torneio em pouco mais de 100 episódios não é só repetitivo, como também um ponto mais baixo do que o anterior, que teve uma construção mais interessante aos personagens e às lutas. Felizmente, os embates do 23° Tenkaichi Budokai são bem divertidos - com exceção da constrangedora situação entre Goku e Chi-Chi - e acenam para o futuro da série mais voltado à ação.
Agora, pergunta genuína: como que o Goku reverte a situação no episódio final? Ele estava literalmente imobilizado, como ele fez pra voar pra cima do Piccolo depois? Achei bizarro e fiquei bastante decepcionado com a ausência de uma explicação.
Fleabag (1ª Temporada)
4.4 626 Assista AgoraFleabag brilha quando é descompromissada e tira sarro de si mesma. Os momentos dramáticos não funcionam tão bem, e à medida que eles tomam mais tempo de tela nos episódios finais, fui gradativamente gostando menos da série.
The White Lotus (2ª Temporada)
4.2 344 Assista AgoraA segunda temporada de The White Lotus abandona a narrativa esquemática da primeira em prol de uma história com personagens pluridimensionais, sem esfregar na cara do espectador uma moral. Me agradou muito mais. Me senti descobrindo aos poucos todas as suas camadas que culminam em um final satisfatório e surpreendente.
Vale destacar o ótimo elenco também, desde as atrizes amadoras que fazem Lucia e Mia até o veteraníssimo F. Murray Abraham. Minha favorita é a atriz que faz a Valentina, baita habilidade pra alternar expressões com muita naturalidade. Todo o elenco é muito bem dirigido, faz o roteiro brilhar ainda mais.
Dragon Ball: Saga do Piccolo Daimaoh
4.4 10Depois do bom papel que Tenshinhan exerce como vilão no arco anterior, parece que Toriyama notou o quão importante é trazer um oponente que realmente ameace Goku e cia., mesmo que no fim a gente saiba que o bem vai vencer.
Piccolo é um grande marco para Dragon Ball antigo, na minha opinião. Embora seja um vilão extremamente unidimensional, a escala da sua força torna o rumo dos episódios menos previsível. Esse arco foi o primeiro que me fez querer assistir vários episódios em sequência pra saber o que vai acontecer.
Um último elogio, não sei se foi coisa minha, mas notei um salto na qualidade de animação aqui. Pode ser que as representações visuais mais ousadas nas lutas tenham ajudado nessa impressão, claro.
The White Lotus (1ª Temporada)
3.9 400 Assista AgoraEnquanto se propõe a ser uma sátira, a primeira temporada de The White Lotus é hilária e um dos melhores exemplares dessa leva de obras que tiram sarro/criticam a vida obscenamente opulenta da alta classe.
À medida que passam os episódios, porém, senti o roteiro se perder um pouco. No fim das contas, é uma história que tem um pouco de dificuldade de entender o que está tentando contar e alterna entre momentos caóticos e dramáticos sem muita sutileza. E isso tudo culmina numa conclusão profundamente decepcionante.
Dragon Ball: Saga do Tenshinhan
4.3 12Primeiro arco de Dragon Ball desde o primeiro que eu acho consistentemente bom. A construção das lutas é empolgante e criativa e a presença do antagonismo de Tenshinhan e cia. faz muita diferença para o meu envolvimento enquanto espectador. Finalmente a série se permite soluções visuais fora do lugar comum e um tom um tantinho menos infantil.
Em comparação com o 21° Tenkaichi Budokai, está anos-luz à frente. Sem abandonar o bom humor característico, Toriyama escreveu o 22° Tenkaichi Budokai como um arco de torneio deve ser: imprevisível e com uma sensação real de perigo.
Dragon Ball: Saga da Vovó Uranai
4.3 11Boa parte dos episódios formam um dos desvios mais entediantes e desnecessários da série. Ganha fôlego com as lutas na arena com ácido embaixo, mas nada demais. O arco só ganha significância de verdade com a aparição do avô do Goku, um momento importante para a evolução do protagonista e que vai ter consequências depois.
Em suma, começa ruim, melhora, mas nunca vira grande coisa.
Dragon Ball: Saga do Red Ribbon
4.3 19Tem seus pontos altos e baixos (mais altos que baixos, felizmente).
Alguns momentos se estendem demais e prejudicam o ritmo da série - seu maior trunfo - como, por exemplo, o embate contra o General Blue, um personagem irritante que encerra o arco da forma como começou.
Ao mesmo tempo, a saga da Força Red Ribbon tem um dos arcos mais memoráveis no anime até agora: o treinamento com o mestre Karin. Não só é uma quebra de narrativa interessante como também traz consequências muito significativas pro personagem principal. A luta contra o Tao Pai Pai também é legal pois dá dimensão da força do Goku depois do treinamento. Jeito clássico e muito eficiente de mostrar a evolução do protagonista.
Seinfeld (5ª Temporada)
4.6 56 Assista AgoraImpressionante como isso aqui é consistentemente engraçado. O nível de criatividade e tato pra comédia que essa série tinha é de outro mundo. E essa quinta temporada abraça um aspecto meio absurdo que a torna ainda mais divertida que a anterior.
Dragon Ball: Saga do 21° Torneio de Artes Marciais
4.3 14Dou o devido crédito por ter sido um dos primeiros arcos de torneio dos animes, mas não me diverti muito com esses quinze episódios, não.
As lutas não tem dinamismo, as soluções - em geral - não são criativas e o humor da série deixa de ser agradavelmente bobo e em vários momentos abraça uma espécie de besteirol que desafia a inteligência de qualquer espectador com mais de dez anos.
Succession (4ª Temporada)
4.5 216 Assista AgoraVou começar falando do ato final da série. Último episódio absolutamente perfeito. Não tinha outra forma de encerrar essa história que não de forma trágica e reforçando seu grande tema: Kendall, Shioban, Roman e até o Connor são cascos de gente e meras sombras de seu pai, que os criou para serem exatamente isso.
A quarta temporada não é o ápice narrativo da série, mas é onde os atores e suas interações atingem seu ponto mais impressionante. Talvez o elenco de Succession seja o melhor da história da TV americana.
O rigor estético da direção de Mark Mylod e cia. também nunca foi tão bem apurado. Graças ao trabalho de câmara cada vez melhor, a sensação de sermos a mosquinha observando tudo na sala ganhou contornos de um vouyerismo mórbido.
Passados os elogios, para mim tem ficado cada vez mais claro que a série precisava de mais uma temporada (ou pelo menos uma temporada final com mais episódios) para desenvolver adequadamente todos os seus núcleos.
Alguns arcos, em especial o da corrida presidencial, me pareceram apressados e, por isso, se escoraram em soluções fáceis ou pouco plausíveis.
Dragon Ball: Saga de Pilaf
4.5 205Surpreendentemente divertido. Entrei achando que iria encontrar um shounen tediosamente básico e, embora seja simples, fiquei muito feliz de estar enganado. A história é, de fato, interessante, muito por conta dos personagens mega carismáticos e a curiosa mistura de ação, comédia e alguns toques de sci-fi.
Peca nos pontos que são quase indissociáveis dos animes da época: exposição em excesso, piadas (hoje) inapropriadas e narrativa muito formulaica.
Succession (3ª Temporada)
4.4 188Mais uma grande temporada com um ou outro deslize que me impede de dar cinco estrelas. Esses deslizes costumam vir na forma de arcos narrativos um pouco repetitivos e soluções simples e/ou convenientes demais para fazer a história andar.
No entanto, gostei até mais dessa temporada do que da segunda, especialmente pelo ótimo desenvolvimento de Kendall, Roman e Siobhan. Senti que os personagens deles ficaram ainda mais complexos e cinzas. Mesmo o Roman, sempre o mais "sujo" dos três, tem pelo menos dois momentos muito empáticos nessa temporada.
E o episódio final é um show à parte. É fabuloso como constroem de maneira muito elegante e sutil a desgraça do desfecho.
Succession (2ª Temporada)
4.5 227 Assista AgoraNo geral, mantém a altíssima qualidade da primeira temporada, mas com um pouco mais de refino no roteiro, especialmente nas piadas, que estão mais sutis e engraçadas.
Essa segunda temporada é muito interessante por dar mais camadas a vários personagens. Shiv, Roman, Gerri e outros agora são menos previsíveis.
Ainda que satisfatório, achei o final um tanto manjado. Esperava algo do tipo muito antes do episódio terminar. Mas foi bem executado ainda assim. Aquela sorrisinho do Logan é sensacional.
The Last of Us (1ª Temporada)
4.4 1,2K Assista AgoraAuxiliado pelas interpretações fantásticas de Pedro Pascal e Bella Ramsey, o roteiro constrói muito bem a relação entre Joel e Ellie, que é ponto focal tanto da série quanto do material fonte. Nisso, eles - Craig Mazim, Neil Druckmamm e a equipe de diretores - não podiam errar. A eficiência da história está aí e a adaptação a transmite. E por isso cenas como os desfechos dos dois últimos episódios são tão marcantes.
Pra mim - e pra muita gente, pelo que vejo - o problema está em não ter dado mais episódios para a primeira temporada. Praticamente só a relação dos protagonistas tem tempo de tela suficiente. Todo o resto, dos Vagalumes e a Marlene ao cordyceps em si, é explorado de forma superficial e, como consequência, torna o universo da série um pouco artificial - e a trama episódica demais.
Succession (1ª Temporada)
4.2 262Difícil falar em surpresa depois de quase cinco anos da estreia e tantos elogios, mas a primeira temporada de Succession me surpreendeu de tão boa, não esperava tanto.
A mistura de cinismo, ironia e tragédia que molda o tom dos episódios é deliciosa e desconfortável de ver na mesma medida. Aliás, há muita dualidade aqui, especialmente na forma como o humor se mistura com o drama quase imperceptivelmente.
É desolador que existam pessoas com um estilo de vida assim, tão disfuncional e desigual, mas não deixa de ser um tanto engraçado ver um ricaço com dificuldade de passar um cafézinho.
O Urso (1ª Temporada)
4.3 410 Assista AgoraDas coisas mais intensas que já vi na vida. E o que me agrada é que essa intensidade não é vazia, por puro estilo. O enredo acompanha essa urgência, seja por meio das pressões do dia a dia ou a carga emocional que os personagens carregam.
Tecnicamente, um espetáculo de direção e especialmente de trabalho de câmera. É uma série muito meticulosa e habilidosa em transmitir o caos da cozinha sem desorientar o espectador.
Mobile Suit Gundam
4.3 7 Assista AgoraDestaca-se ao colocarmos em seu contexto. Para o fim dos anos 1970, Mobile Suit Gundam tem uma profundidade na sua narrativa e personagens bastante incomum para a época. As relações tem nuances e a guerra não é mero pano de fundo para lutas divertidas de robôs gigantes.
Me impressionou também o quão bem desenhado é o anime. Tem várias soluções visuais muito interessantes, principalmente mais para o fim, a fim de representar em tela a comunicação e o "mundo" dos newtypes.
O ponto fraco, pra mim, é a repetição da fórmula entre episódios. Uma primeira metade em que o conflito é estabelecido, e uma segunda metade de resolução deste conflito, geralmente com uma luta em que o Amuro se supera de alguma forma. Essa estrutura só é - mais ou menos - quebrada nos últimos episódios da série.
Conan - O Rapaz do Futuro
4.2 2Apesar da idade, Mirai Shonen Conan se sustenta bem ao longo de seus 26 episódios, com alguns engasgos aqui e ali.
A primeira metade, até o núcleo protagonista chegar em High Harbor, é muito empolgante e bem construída. É na segunda parte da série que residem alguns problemas de ritmo e soluções muito simplificadas. Ainda assim, o final é satisfatório.
Miyazaki começava a mostrar sua habilidade, talvez ainda inigualada, de conduzir uma animação ao mesmo tempo em que traduz sentimentos e visões pessoais de forma lúdica.