Guilherme Omena

Acho importante retratar a história para que não a esqueçamos e especialmente no ano em que a tese da “legítima defesa da honra” foi considerada inconstitucional ela se faz ainda mais pertinente. O filme peca por deixar de lado as especificidades da vida da Angela (que mesmo breve foi muito interessante) para torná-la mais chapa branca e focar apenas no crescimento dos abusos do seu relacionamento com Raul enquanto viveram juntos, o que por vezes torna a trama um tanto óbvia e enfadonha. Entendo que os roteiristas queriam “purificar” a imagem da vítima sem tocar no uso de drogas ou até das provocações que ela mesma fazia na intenção de que preservar a sua imagem ou de não justificar o crime, mas isso parece subestimar o julgamento do espectador e retratar uma pessoa que não era a Ângela, afinal. Ainda assim, vale a assistida. Ísis está muito bem aqui e a atriz que interpreta a Lili foi uma ótima descoberta

É um game show objetivo, ágil e interessante, que ganha muito pela ótima condução da Eliana. Torcendo por uma segunda temporada.

Terminei com a impressão de que o filme tem uma premissa menos pretensiosa do que parece prometer. A crítica é interessante mas não carregou o filme.