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Últimas opiniões enviadas

  • Gabo

    O wikileaks comprovou a existência de um programa ilegal de espionagem doméstica nos EUA entre as décadas de 50 e 70, o Cointelpro (Counter Inteligence Program) criado pelo 1º diretor da história do FBI, J. Edgar Hoover para espionar os próprios cidadãos estadunidenses caso estes fossem suspeitos de se aliarem a idéias esquerdistas. O Cointelpro grampeou telefones e colocou escutas e efetivamente espionou diversos cidadãos, dentre eles o próprio Reverendo Martin Luther King Jr. Acontece que pouco menos de um ano após seu famoso discurso do "I Have a Dream" que deu tanta força ao movimento pelos direitos civis, o FBI enviou uma carta ameaçando Martin Luther King de expor suas amantes e os seus casos de adultério que foram gravados pelos grampos de telefone e escutas do FBI para desmoralizá-lo definitivamente caso ele não acabasse com tudo. A carta coagia o reverendo dando a entender que o único modo de evitar que essas informações chegassem ao público seria caso ele se matasse. Ela foi redigida como se fosse de um negro religioso para outro, chamando o reverendo de besta anormal maléfica, fraude colossal, dentre outras expressões (a palavra "mal" aparece 6 vezes na carta) com claras intenções de levá-lo ao suicídio através de chantagem e ameaças de exposição de seus adultérios. Enfim o adultério de Martin Luther King foi mesmo vazado para a imprensa pelo FBI graças à espionagem doméstica ilegal feita pelo próprio FBI. A ideia inicial dos grampos era incriminar Martin como comunista para calá-lo e manter o racismo vigente, mas falharam, pois Martin não possuia nenhum contato com nenhum grupo ou personalidade de esquerda, então usaram de chantagem que apelasse para a consciência religiosa do reverendo. A época era de tensão, pois fazia pouco tempo do assassinato de Kennedy, da crise dos mísseis com cuba e do epicentro da guerra fria, portanto protestos sociológicos que incitassem uma guerra civil motivada por desacordos raciais eram manobras que politicamente enfraqueceriam os EUA. Apesar disso nenhuma relação entre o Dr King e a URSS foi encontrada e o momento usado pelo Dr King foi oportuno para pressionar o governo. Não dei mais estrelas porque achei o filme bem tendencioso em alguns aspectos. Dr Martin era um adultero conhecido e isso só foi abordado em uma cena do filme e de uma maneira sutil devido ao intento de fugir do realismo e apelar para a romantização do personagem. Não poderia ser diferente, uma vez que os estúdios Harpo ficaram encarregados pela produção do filme (estúdios da Oprah). A sutileza em tratar dos vários adultérios do Dr King (em certa época são retratados como adultérios de frequência diária) desvia do fato dele ser um pregador hipócrita e foca intencionalmente nas palavras que ele prega em si. O filme acaba iconizando o Dr King como mártir santificado ao citar seu assassinato ao invés de um herói humanizado com defeitos e qualidades. Isso não me incomodaria se não tivessem feito o mesmo durante diálogos do filme que iconizam "mártires assassinados" como Malcom X, colocando nessa mesma lista o presidente Kennedy. Conveniente, pois o público ama os Kennedy e não iria lidar bem com a verdade, então o filme começa menos de um ano após seu assassinato! A vilanização do presidente Johnson e o perdão martirizador de Kennedy foram uma abominação no filme, pois foi Kennedy que manejou o COINTELPRO e deu poder ao J Edgar para dar seguimento à espionagem doméstica ilegal. Em suma, o filme pintou Dr King com cores mais puras e o presidente Johnson com cores mais impuras com o intento de romantizar a história colocando um vilão que mais tarde se rende por egoísmo e um santo cujas falhas são vistas brevemente, sutilmente e com ares de misericórdia perante seu heroísmo. Se J Edgar tivesse sido o vilão, os adultérios do Dr King aparecessem em filme humanizando-o através de seus conflitos pessoais, Kennedy recebesse o mesmo enfoque que Johnson ao invés de um perdão póstumo o filme receberia 4 estrelas de mim, talvez mais se as atuações tivessem sido um pouco melhores e um pouco menos romantizadas.

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  • Gabo

    O personagem principal interpretado por Michael Keaton começa o filme sem saber se é ainda um ator que interpreta um super-herói no cinema ou um astro de blockbuster que tenta ser ator de teatro da broadway. Parece que o filme é feito em um take só e, por isso, dá uma sensação que o filme nunca para. A trilha sonora dá, literalmente, o ritmo do filme e funciona de um jeito psicológico que, ora acompanha os episódios de pseudo-esquizofrenia do protagonista, ora segue os ritmos da peça encenada. A fotografia também é destaque, como o filme se passa, quase que exclusivamente, dentro de um teatro, o diretor brinca com as luzes usadas nos cenários. A ironia de ter como Birdman justo o Michael Keaton que viveu exatamente a mesma carreira medíocre com Beetlejuice, filmes televisivos de quinta categoria e dublagens de animações até que finalmente fez sucesso há décadas atrás como o melhor Batman até hoje e depois entrou em derrocada e despencou violentamente das telonas, sem nunca conseguir um papel decente e só fazendo filmes no-brainer (filmes de ação, animação ou aventura infantilóides que não necessitam de inteligencia pra serem apreciados e que são interpretados com tanta obviedade e facilidade que tanto faz ser um adulto ou uma criancinha na poltrona do cinema). Michael foi esnobado em diversos castings, inclusive por Woody Allen quando tentou ser o protagonista de "A Rosa Púrpura do Cairo" e teve que procurar outro veículo midiático para se sustentar, tornando-se dublador e ator televisivo (Riggan, por sua vez, no filme, tenta a Broadway). Keaton não interpretou Riggan atormentado por Birdman, ele ERA Riggan atormentado por Birdman (Batman). O Edward Norton conseguiu me convencer que era um ator brilhante em seus primeiros dez minutos de tempo na telona, Naomi Watts e suas inseguranças durante a cena de consolação e beijo lésbico foi magistral e a Emma Stone teve uma cena fortíssima de briga com o Keaton onde mostrou que passa longe daquela fase de Gwen Stacy. Diferentemente da maioria dos filmes indicados em que somente um ator/atriz carregava o filme, Birdman contou com performances de altíssima qualidade do elenco inteiro. Os simbolismos do filme sobre voar imaginariamente em Nova Iorque dentro de um taxi, morrer tanto como ator da Broadway em cena quanto como celebridade voando tal qual Birdman, as críticas aos excessos na arte: excesso de interesse comercial em alguns filmes, excesso de purismo formal de alguns atores, excesso de poder entre as pessoas do meio, etc. Um filme leve, porém profundo, simbólico com nuances de uma psiqué disforme e um trabalho de mestre por parte da direção de Iñárritu (não esperaria menos dele). Uma célebre crítica cinematográfica do New York Times, Manohla Dargis, em sua crítica do filme, felizmente lembrou-me do mito de Ícaro que, de tanto querer voar queimou suas asas e foi-se ao chão. Mas eu acho que o filme vai muito além disso, pois o Ícaro de Keaton queima suas asas com um bang e, no final do filme, quando pensamos que irá cair como Ícaro, ele sobe e ascende para a imortalidade artística. O enredo não é só sobre um personagem tentando encontrar a si, é sobre as críticas feitas à industria e também sobre: a insatisfação, a insegurança e desejos de atores em relação a elas. Apesar das coerências filosóficas, de psique e motivos dramáticos o filme continua em sua essência: uma verdadeira comédia sobre as ansiedades pessoais de um ator, que foi subestimado, e o seu estado mental desgastado, que faz com que ele viva naquela surrealidade. O filme se resume na frase que Riggan diz em frente ao espelho "Uma coisa é uma coisa, não é o que é dito dessa coisa!", uma forma absurdamente engraçada de dizer que a opinião dos outros (o desmerecimento dele por um crítico ou o amor de fanboys) não definem a existência de uma pessoa, muito menos de um artista como ele. É, sem dúvida, uma obra prima artística aberta a interpretações, especialmente em relação àquela cena final. A minha interpretação favorita dela notei conversando com meu irmão e é a de que a cena final nem existiu, foi mais uma das abstrações do filme (como o vôo pela cidade e a telecinese no camarim). A família toda próxima, as flores no quarto e as pessoas rezando e colocando velas no Central Park dão a ideia de que aquilo era um velório psicológico. Quando ele se despede do alter ego super-herói e se joga rumo ao céu entendo que Riggan já havia morrido com o tiro no teatro, e aquela era a despedida que ele gostaria de ter: vendo sua peça ser um sucesso internacional, remendando o relacionamento com a ex-esposa e a filha. é mais um simbolismo de seu desejo final. Talvez depois de ler isso que eu escrevi tu consigas entender outras camadas do filme que a princípio não são facilmente compreensíveis, mas assista de novo e observe bem. Tenho certeza que vais entender que o filme é brilhante. BRILHANTE!

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  • Filmow
    Filmow

    O Oscar 2017 está logo aí e teremos o nosso tradicional BOLÃO DO OSCAR FILMOW!

    Serão 3 vencedores no Bolão com prêmios da loja Chico Rei para os três participantes que mais acertarem nas categorias da premiação. (O 1º lugar vai ganhar um kit da Chico Rei com 01 camiseta + 01 caneca + 01 almofada; o 2º lugar 01 camiseta da Chico Rei; e o 3º lugar 01 almofada da Chico Rei.)

    Vem participar da brincadeira com a gente, acesse https://filmow.com/bolao-do-oscar/ para votar.
    Boa sorte! :)

    * Lembrando que faremos uma transmissão ao vivo via Facebook e Youtube da Casa Filmow na noite da cerimônia, dia 26 de fevereiro. Confirme presença no evento https://www.facebook.com/events/250416102068445/

  • Diego Forlin
    Diego Forlin

    AEEEEEEEEEEE GABO SE JUNTOU AO FILMOW <3

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