Diego Forlin

Vi na aula de Geografia, é bem legal. É um bom filme épico, não o melhor do seu gênero, mas bom.

Falar de Cowboy Bebop pra mim é difícil. Protelei por mais de dez anos até que resolvi falar desse anime. E que anime! Pra mim, uma obra-prima, assim como para muitos. Cowboy Bebop fala de um futuro marginalizado, de 2071, que a população conseguiu dominar a tecnologia espacial necessária para colonizar outros planetas. É um futuro sujo e sem perspectivas para muitos, com uma crescente marginalidade de certos segmentos da população e de sindicatos criminosos. Para combater tais ameaças, a ISSP (a Polícia Espacial) permite o trabalho dos cowboys, pessoas que capturam bandidos a fim de ganharem uma recompensa. Notou alguma relação com o Velho Oeste?

Por isso o nome da série é Cowboy. Aí vem a segunda parte: Bebop. Bebop é um subgênero do jazz, e gênero musical favorito de um dos protagonistas. Por isso é Cowboy Bebop: porque o anime não pode sobreviver sem sua contraparte musical.

A música de Cowboy Bebop é destaque no desenvolvimento do anime. As cenas de luta, de perseguição, monólogos - todas elas são permeadas por música de excelente qualidade: blues, jazz, rock... a trilha, de Yoko Kanno e The Seatbelts, é um destaque à parte. São seis horas de trilha sonora para vinte e seis episódios! Por isso que é impossível falar de Cowboy Bebop sem sua trilha sonora.

Os protagonistas são extremamente carismáticos. Temos Spike Spiegel, um caçador de recompensas, ex-membro da máfia que quer fugir do seu passado e adota uma filosofia budista de vida, aquela que a vida é um sonho e a morte é o acordar dele. Temos Jet Black, que age como o elo fraterno do grupo, que mantém ele unido. É o cozinheiro, dono da espaçonave que eles viagem e por vezes assume o papel de líder. Temos Faye Valentine, uma mulher que sofreu um acidente no séc. XX e ficou décadas congelada em estado criogênico, descongelando no século XXI. Ela é a sex appeal do anime, assim como o viés cômico, junto com a Edward Hong Hau Pepelu Tivruski IV, ou Radical Edward, uma hacker prodígio de dez anos e seu cachorro Ein, que possui uma inteligência melhorada artificialmente. Essa trupe enfrenta desde bandidos espaciais até Vicious, o antigo melhor amigo de Spike e agora antagonista da série até a fome de não ter nada para comer.

As histórias não são lineares, exceto por alguns episódios, mas todas valem a pena serem vistas. Decorrem bem e são bastante fluídas. O trabalho de dublagem é sensacional, assim como a animação e o storytelling, ainda mais pra um anime feito em 1998. Cowboy Bebop foi uma febre no ocidente, e classificado por muitos como o melhor anime já feito. A maneira com que o Shinichiro Watanabe conseguiu misturar diversos estilos musicais (algo similar ocorreu com sua outra produção, Samurai Champloo), conseguiu misturar Bushido (filosofia samurai) com o Velho Oeste, os estilos de jazz, blues, Space Opera, enfim, toda essa mistura rendeu uma obra-prima como Bebop. Então, por que não assistir hoje?

See you, space cowboy.

Bem-vindo a 21 de Outubro de 2015, McFly!