A primeira projeção cinematográfica baseada nessa obra que tem alguns séculos de existência e serviu de criação artística para diversos autores literários, entre eles, podemos citar Goethe, que é o maior escritor alemão de todos os tempos! Este filme é marcante em sua estética e desempenha um papel vanguardista na arte de fazer cinema. O valor histórico é incalculável. São vetores inquestionáveis na hora de criar uma resenha critica sobre todos esses filmes que fazem parte do alvorecer do cinema. aliás, é impossível olhar esses filmes com os olhos do presente em meio a absurda qualidade técnica audiovisual que vivemos. Por isso, a grandeza de filmes como Fausto, esta naquilo que envolve o contexto de sua época. O diretor F. W. Murnau, não poderia pensar diferente, ou se abster do fragmento social, que mais parecia um caldeirão que abocanhava tudo e a todos na Alemanha da década de 20. O pós guerra, e o tratado de Versalhes que desacreditou uma população inteira sobre os rumos de sua condição, algo que podemos encontrar no expressionismo como um reflexo desse obscuro cenário caótico na sua concepção estética e narrativa, que basicamente dizia que o mundo era feito de dois lados e a falta de sentimentos como o amor, projetavam um vazio enorme que fundamentava as escolhas morais.
Eu sou tremendamente apaixonado pelo simbolismo universal dessa obra, e pelas produções que representam ela sobre diversos aspectos. E este filme traz uma narrativa muito apoiada no aspecto moral das escolhas entre o bem e o mal. Cada escolha uma consequência, e o pacto feito entre fausto e mefistofeles, transmite uma mensagem para alem da simples dualidade que o diretor tentou direcionar esse filme, afinal, a quem e ao que estamos entregando nosso futuro? Somos sujeitos ou objetos? A vida termina dentro de um quarto escuro? Ou esse quarto escuro é a materia prima para continuar persistindo na busca daquilo que é prazeroso, e que certamente existe em vida? Enfim, Interessante notar que Fausto parou no quarto escuro, e deu margem para que este questionamento pudesse ser guiado por um terceiro, no caso, a figura mais perturbadora dos anceios humanos (o diabo), que detinha poderes sobrenaturais de “realização”. Delegou seu potencial, e ganhou o prazer terceirizado. Pagou para ter algo no presente, em troca de uma vida futura de servidão.
O filme termina, e com ele a resposta moral da historia projetada pelo diretor de que a triunfo da vida esta na entrega do sentimento verdadeiro em prol do outro. Mesmo velho e castigado por suas escolhas, ele vai em direção a fogueira (que pode ser vista como a morte de seu velho eu, o homem pecador) e beija a pessoa que moldou seu aprendizado e sentimento de amor. Esse encontro assume o desfecho da narrativa.
O apartamento configura o próprio “eu” de Carol. Aquilo que representa a sua existência. E nas janelas do apartamento (janelas da alma), ela percorre a distância na procura de respostas. Ouve o som dos artistas de rua com sua percussão repetitiva e barulhenta (pensamentos cíclicos e tempestuosos de Carol), olha as freiras se divertindo em sua pureza, uma alegria que pode ser interpretada pela vontade de Carol em ser blindada aos olhares de assedio e desejos sexuais. Vai no banheiro, cheira as roupas do amante de sua irma, encosta a mao em alguns de seus pertences e fica com nojo. Sente em sua mão a navalha. Pela redenção de sua defesa, é comprada pela vontade de dar algum sentido para este artefato.
Passos colocados em sua direção. Ela é a presa e o tempo um opressor. Seu silencio é guiado por passos que mais parecem o tic tac dos relógios. As paredes de seu apartamento são violadas. Rachaduras aparecem por todo lado, alguem de fora quer entrar. O telefone toca. O mundo externo tentando se comunicar com aquilo que esta dentro, assim como as pessoas de seu convívio tentam falar com ela. A navalha vê sua utilidade ao cortar o fio do telefone. Em dado momento, o prato de um assado que faltou terminar, foi colocado no lugar onde estava o telefone. O assado aos poucos vai apodrecendo, assim como a comunicação é algo indigesto para Carol. A comunicação é algo que assume uma metamorfose necrosante e desprovida de sentidos. A cena que ela sai de seu casulo para ir ao trabalho, após 4 dias de isolamento, é para dar uma desculpa respondida em sussurros que fora improvisada pelo imediatismo da ação. Jamais Carol conseguiria uma autoria tão perfeita como essa. Afinal, ela era o fragmento de um objeto em todo aquele cenário de sujeitos.
Sua irmã antes de viajar, lhe confia o dinheiro do aluguel que deve ser pago o quanto antes para evitar o despejo. O dinheiro dentro da perspectiva que conecta o apartamento como o “eu” de Carol, é aquilo que ela precisa pagar pelo seu silencio e submissão a toda violação sofrida. O dono do apartamento (que esta subornando Carol a ser dele) cria uma chantagem de assedio “você cuida de mim e eu esqueço o aluguel”. O dinheiro agora pode ser pago com uma transa. A rebelião exaustiva de Carol se configura na redenção de sua defesa, A NAVALHA. a mesma que cortou o fio do telefone, agora assume posição de poder executar perfeitamente sua função de cortar. O homem é picado como um pedaço de carne, uma execução real do simbolismo que a imagem de Carol tinha na mente deste homem. Em cenas anteriores podemos ver também o arrombamento da porta. O sinônimo de um estupro que invade sua intimidade. Carol foi violada, mais uma vez. Sua reação é resposta explicita na mesma moeda. Depois da ação, vai no espelho passa um batom e abre um sorriso expressando sentimento. Seu mundo virado do avesso lhe da sentido em meio ao caos.
Sozinha no quarto, somente o tic tac do relógio é o sujeito da ação, enquanto carol apenas respira sua prisão. Em algum momento houve gemidos de sexo que são combinados com o tic tac do relógio. O tempo vira um som caótico e ensurdecedor. A personagem resume em seu silêncio que é expectadora dos prazeres alheios a sua vontade. E talvez esteja desprovida de vontades, pois o seu ordenamento diário segue o fluxo automático de uma rotina. Quebrar isso é parte da violação sentida a todo momento por ela. Esse sentimento é visto externado fortemente quando Carol percebe que sua irmã ira viajar por mais de 2 semanas. Isso vai demandar um esforço para carol preencher esse imenso buraco na sua rotina. Uma falta que será preenchida pelo espetáculo tempestuoso de seus pensamentos.
O mundo de Carol é agressivo por fatores sociais que antecedem o seu nascimento, afinal, ela é mulher. O assedio sofrido na rua, visto nas primeiras cenas já flerta com essa violação natural que ela esta sujeita. E o filme vai trazer durante toda a experiencia decadente da personagem, várias situaçoes similares a essa como o amante inconveniente de sua irmã (que faz piadinhas e aperta seu rosto); as histórias de abuso contada por colegas de trabalho e a queixa odiosa da cliente em relação aos homens. E tudo isso soa como uma trilha sonora existencial da personagem no convívio com outras mulheres. Já dentro do apartamento, sem nenhuma resistência, vemos a cena final em que Carol esta desmaiada nos braços do homem que olha para seu rosto como um predador no final de uma perseguição bem sucedida. Enfim, “repulsa ao sexo” é o primeiro filme da trilogia do apartamento, incluindo o bebe de Rosemary (1968) e O inquilino (1976). Ele traz a consequência extenuante de um trauma profundo, ao mostrar uma personagem distraída, paranoica e apática. Abrindo para as narrativas seguintes o foco de inspiração dramática das obras incríveis de Polanski.
Uma das coisas que me fazem gostar de filmes antigos é a maneira orgânica e “artesanal” de criar efeitos especiais, como o stop motion e o jogo de sombras, as maquiagens e figurinos que transformam completamente os personagens. E o que dizer das expressões faciais e corporais de forma exagerada para compensar a falta de falas, bem como a trilha sonora continua guiando nossos sentimentos em cada cena, é fantástico! E Nosferatu, é este tipo de filme genial! Referência clássica! Uma obra de arte! Quero agora destrinchar aqui, fatores históricos conectados ao filme, alem de um breve resumo do filme e por fim algumas referências de inspiração que Nosferatu trouxe para o mundo, acompanhado de um pequeno ensaio critico a esta brilhante obra!
Nosferatu é um filme que tortura a imaginação por estar inserido em dois contextos marcantes: Entre duas guerras e no alvorecer do cinema. O que pressupõe a amplitude de sua temática macabra por conflitos humanos existenciais ácidos, bem como a baixa tecnologia aliada com ausências naturais de cor e fala na linguagem cinematográfica. Algo que promove tons escuros, nebulosos e questionamentos profundos. Uma tentativa orgânica e original na tentativa de expressar os anseios artísticos de um período tão distinto da nossa historia. O filme é um reflexo de sua época, assim como a arte no geral. O crescente antissemitismo e nacionalismo entre as guerras mundiais, que era o cenário configurado no lançamento do filme em 1922, revela a figura do Conde Orloc como uma representação muito peculiar. Alguem que por semelhança se parecia muito com um rato e carregava uma peste que por onde passava infectava e destruía as esperanças. E também o teor geográfico, de alguem que vem do leste Europeu para fixar moradia na Alemanha, diz abertamente sobre a discriminação sofrida pelos judeus, que eram vistos como ratos na crescente propaganda nacionalista do nazismo, que culminou no extermínio de milhões deles.
Um breve resumo da obra pressupõe a historia da peste que assolou a cidade de Wisborg. Ela veio em cima de uma jangada pela corrente maritima, e depois fora transferida para dentro de um navio. A carga era basicamente alguns caixões carregados de uma terra amaldiçoada que servia de capsula para o transporte do conde Orloc, que na distancia era possuído por um desejo, algo que o levara a fazer morada em meio a população de Wisborg. Uma obsessão direcionada para encontrar a bela Ellen, esposa de Thomas hutter, que no passado fora encarregado pelo corretor de imóveis Knok de ir ate o castelo do Conde oferecer a proposta de uma casa. As diferentes cenas em que o Conde Orloc aparece ao longo do filme, acabam gerando esse encontro com o macabro. Desde a primeira aparição da carruagem que anda em velocidade levando thomas hutter ao castelo, até a sombra que sobe as escadas no ato final que encontra a jovem Ellen. E por fim, o derradeiro final de conde Orlac, o vampiro da noite que acaba por ver a luz e decreta seu desaparecimento em cena para sempre.
Nosferatu carrega uma frase original, dentro de uma narrativa corrompida pela copia não autorizada de Dracula. “ninguém te poderá salvar, a não ser que uma donzela sem pecado, faça o vampiro esquecer o primeiro canto do galo!” Isso marcou e gerou influencia para as demais adaptações de drácula ao longo do século. E falando dessas referencias, os personagens trazem nomes distintos, a começar pelo conde Orloc, a personificação de Dracula, que abraça um visual diferente: Grotesco, pálido e raquítico. O perturbador Knok, corretor de imóveis que carrega uma empatia pelo conde Orlok, com olhar devoto de alguem que foi amaldiçoado a viver em servidão para ele. O rosto de Knok traduz uma imagem que pressupõe a loucura, acompanhada de uma extase, que mesmo presa ao manicômio, garante euforia e meditação na presença cada vez mais próxima de Orlok com o “navio fantasma da peste maldita”. E isso diz muito sobre os poderes de Conde Orlok que enfeitiça e seduz em transe as pessoas a sua vontade, algo que podemos ver no transe sofrido por Ellen, a esposa de Thomas. É possivel também olhar variados elementos revolucionários na arte de fazer cinema, para a vertente macabra e sombria do gênero que veio a ser reconhecido hoje como terror. O elemento “sombra”, que associa a imagem de Nosferatu as trevas, e carrega perturbação no imaginário ao longo do filme, é digna de aplausos! O enquadramento “desajustado” de forma proposital que dá imponência de tamanho ao personagem, gerando também mistério e assombração. Nosferatu muda alguns aspectos do livro de Dracula, começando pela pequena frase do livro dos vampiros, que revela a sensibilidade do vampiro a luz, tendo seu ponto fraco no encontro com a donzela de coração puro que de expontanea vontade lhe oferece seu sangue e gera esquecimento ao canto do galo, fazendo referência ao nascer do dia.
A Inspiração surrealista, quando thomas cruza o limiar entre o mundo dos homens e o dos pesadelos ao passar pela ponte em direção ao castelo: “E quando ele cruzou a ponte, os fantasmas vieram ao seu encontro”. Um aperto de mãos com o inventivo mundo das possibilidades acaba por ser apresentado. A carruagem que guia ao castelo anda em velocidade desfigurada da realidade, o castelo tem um portao que abre sozinho e evidencia mais ainda a fantasia deste mundo. Conde Orloc sai do papel e da vida a um ser horrendo de afeição demoníaca. Em distancia vemos a sua recepção a Thomas, com a silhueta magra a alta acompanhada de passos rápidos, causando indiferença e espanto. O corte das cenas por vezes demora para acontecer, mas faz jus a sua reputação vanguardista. Tudo é uma amostra da limitação técnica a serviço da arte. A impossibilidade de perceber a qualidade da imagem gera desconforto e distanciamento no sentido positivo, pois Orlac adquire por vezes uma imagem borrada, a mesma imagem que faz paralelo a sua sombra ao subir a escada. Sabemos que Orlac esta em cena, e é isso que importa. Afinal, ele é desprovido de beleza, a beleza que um borrão jamais poderia apresentar.
Uma obra de arte! meu filme favorito de todos os tempos! Demorei pra assistir ele, mas até que enfim pude ter essa experiencia! A expectativa era alta, até porque ele foi muito bem recomendado! se trata de uma referencia narrativa e visual! uma concepção com diferentes tonalidades e requer um preparo digestivo sensivel pra se permitir enchergar a grandiosidade desse filme! Criei um ensaio descritivo dessa obra abaixo.
O titulo brasileiro refere-se ao “corpo” que no filme é sinônimo de objeto, ou seja, controlado por alguem. Não existe sujeito, apenas um corpo a cair, que se inclina para a morte, que faz parte de uma narrativa ditada por alguem. Não existe um nome, apenas um corpo. O filme abraça diversas interpretações possíveis, uma delas é relacionada a paixão. Ousar querer estar perto de algo que pode certamente te matar (o desejo ou a propria vida), certo que a paixão é uma neblina de voz sedutora e atraente que em algum momento vai te deixar perdido por ai. Mas muito alem do clichê da paixão conectada a esse desejo por aquilo que faz falta, traduzido no filme pela obsessão amorosa, a gente percebe os simbolismos de objetificação do ser, A dualidade moral, A psicologia do ego, espiritismo, assombração, o questionamento existencial e etc.
Este enredo é dividido em duas partes, 1) A narrativa falsa criada por Gavin elster (esposo de Madeleine) sobre o espirito de Carlota Valdez possuir Madeleine. Algo inventado para dar legitimidade a um crime, usando o detetive Scottie como testemunha ocular de todo o caso. 2) E a judy, que anteriormente havia interpretado Madeleine e após um tempo é vista a andar na rua, desprovida de sua personagem. Agora passa a ser controlada de forma obssessiva pelo detetive scottie que vê em judy uma forte semelhança com a Madeleine que ele havia se apaixonado.
Na primeira parte, “Madaleine” esta no corpo de uma atriz, que foi contratada para simular estar possuída por um espirito familiar já falecido (Carlota valdez). A narrativa foi criada pelo Gavin Elster, esposo da verdadeira madaleine, que pretende matar ela para herdar sua herança. Este é um enredo de morte com inicio meio e fim, usando a presença do detetive Scottie, que será uma testenhuma ocular do crime. Porem, scottie não sabe do que esta acontecendo, e não é um detetive qualquer. Alem da amizade que possui com Gavin, (o que garante uma manipulação mais fácil de convencimento para realização do trabalho) scottie tem vertigem, que é uma tontura associada ao medo de altura. Este é um tremendo atributo para execução do plano de Gavin. Isso faz de scottie a presa perfeita para o crime, já que o ato final sera encenado no alto de uma torre, onde “madaleine” ira se jogar, no seu impulso narrativo de morte criado por Gavin. No filme existem passagens angustiantes dessa narrativa, como a cena das arvores em que Madeleine desaparece, como um distanciamento fúnebre que deixa scottie perplexo procurando ela. Alem de diálogos existenciais como “ eu não gosto de sequoias, porque eu sei que vou morrer”, ou seja a longevidade das sequoias traduz o fim de varias vidas. Para o detetive scottie, Madeleine estava atormentada pelo espirito de sua bisavó Carlota Valdez, que espelhava nos diálogos e olhares uma busca pela morte em trágico suicídio que cometera aos 26 anos (mesma idade de Madeleine). E isso acabou se concretizando na cena que ela se joga do alto de uma torre, de forma proposital, para scottie não conseguir salva-la, afinal scottie tinha vertigem e não conseguiria subir na torre. Porem, o que realmente acontece, são papeis trocados. Judy que era vista o tempo todo por scottie como madaleine, é uma farsante! Ela é um objeto da narrativa de Gavin, que no alto da torre cumpre sua missão ao sair da personagem e ver o crime ser consumado: a verdadeira Madeleine é empurrada do alto da torre por Gavin.
O texto é bem criado e atuado por judy, que após a morte de Madeleine, se ve livre da personagem por um breve período, até ser vista por scottie na rua, que imediamente associa sua imagem a de Madeleine. Isso gera uma obsessão. Scottie adentra sua vida, passa a perseguir ela, indo ate seu apartamento. Judy se ve acuada, sem reação, acaba por aceitar sair com scottie, muito pela afeição que tbm sentia por ele, se deixa levar, mas acaba escondendo o segredo do crime ao rasgar a carta que iria deixar para scottie antes de fugir (simbolismo da carta de alforria para sua liberdade em ser manipulada) e judy vira uma especia de ventriloco, uma personagem que agora passa da mao de Gavin para Scottie. Ele começa a mudar as roupas, a cor e o corte do cabelo de judy, numa tentativa de contornar o passado, e scottie esta fazendo isso a todo momento, tentando trazer a imagem viva de Madeleine para o exato momento antes de subir a torre. Ele tem flashs de imagens da Madeleine lhe beijando. Abraçado em judy, scottie agora esta possuído de uma fantasia alucinante. Mas uma reviravolta macabra se projeta em seus olhos na cena que destitui a visão de Madeleine e aparece judy com um vestido preto que representa o luto ou a morte, acompanhado do colar de carlota valdez, que acaba por entregar a mentira. Sim, era judy a própria personagem de Madeleine, que usava o adereço de um crime que fora jorjado.
Scottie nesse momento não diz nada. E o filme caminha para seus momentos finais. O que vemos agora é uma regressão de scottie, indo para o alto da torre, levando judy a força pelo braço, possuído pelo ego de tentar mudar a força o que aconteceu no passado e aniquilar de vez a vertigem. “a cura seria passar pela mesma intensidade emocional”, já dissera Midge wood (um antigo relacionamento de Scottie). Curar o trauma, poderia livrar Scottie dessa prisão emocional que ele acabou se metendo. O cenário estava montado, judy, simbolizando a Madeleine, as escadarias e o vão entre as escadas. Tudo feito novamente do jeito que foi um dia. No alto da torre, surge um dos diálogos mais interessantes, de judy pedindo para scottie lhe amar mais um vez. Porem scottie apenas consegue mudar o sentimento ruim da vertigem que sentia por altura, já Madeleine era impossível mudar, pois estava presa no passado, afinal ela havia morreu. A cena que segue é perturbadora. Judy se assusta com uma imagem que mais parece um demônio, como se fosse o próprio sentimento do pecado cometido por ela ao encenar na primeira parte dessa descrição a personagem que mata a verdadeira Madeleine. Judy da um berro, e cai do alto da torre. No escuro, a imagem que parecia um demônio era na verdade uma freira que no passado viu a morte da verdadeira Madeleine. A freira horrorizada toca o sino, que tbm pode simbolizar a morte, o filme se encerra. As duas narrativas se equivalem, a morte de Madeleine, nas duas concepções da cabeça de scottie encontram um mesmo fim, dizendo sobre o determinismo da vida com a morte e a impossibilidade de mudar o passado. Outra observação interessante, é a vertigem associada ao tempo, uma tontura/enjoo relacionado ao medo das respostas que ele traz, fazendo a gente se debater ao tentar desesperadamente mudar o passado que é imutável.
Ahh... nao poderia deixar de citar o voyerismo bandido de hitchcock, algo que me deixa mais preso no filme do que o nomal! hehe. alem da beleza das atrizes! existe um toque de excelencia no bom gosto de hitchcock!
Um filme incrivel! um dos primeiros que assisti do hitchcok! Toda a narrativa e as atuaçoes são formidaveis, em destaque para ingrid bergman! Uma obra prima!
Um dos maiores diretores da atualidade! Robert Eggers, tem um potencial tremendo nas mãos e soube mostrar isso em "A bruxa". Um filme que deve ser digerido no silencio, permitindo se envolver na trilha sonora e a ambientação macabra. Confesso que tu pode gostar muito ou acabar por odiando esse filme, porque a proposta é diferente e exige atenção aos detalhes. Ver mais de uma vez pode ser interessante! o filme é imperdivel! uma obra excepcional de Robert Eggers!
"Tornar-se uma mulher livre é, ainda, tornar-se bruxa!" Maria caú
Uma janela aberta rompe a intimidade, evoca o espirito voyer que sente prazer no olhar em distancia para a privacidade alheia. As janelas são como telas, enquadramentos de um filme, provisões do acaso que podem terminar ao fechar de uma janela. O expectador denuncia o enredo e promove a fantasia, unindo outros expectadores. A visão da câmera por vezes foge o olhar do ator/expectador e se torna a nossa visão vagando nesse cenário de múltiplas experiencias.
Um plano sequencia de cenas conectadas para janelas percorridas pela visão do espectador. Uma trama de flashs da maquina fotográfica, ligações, conversas ao pe do ouvido na sombra do apartamento que tudo vê. A intimidade revelada pelas janelas abertas é proposital, promove o artístico (É possivel interpretar que jamais um crime estaria exposto de janelas abertas para o mundo) As janelas são propositais nesse filme para cultivar a curiosidade de um expectador (alimenta-lo) com suas possibilidades de fantasia carregadas de erotismo e perturbação. Um expectador que esta em cena, ou na quarta parede.
Enfim, esse é o primeiro filme que vejo da maravilhosa Grace Kelly. Que mulher surreal de linda! "Pena" saber que sua carreira foi interrompida por uma escolha pessoal. Enfim, alem dela temos James Stewart! Não preciso dizer mais nada. Esse filme é diferente e interessante. São perspectivas novas sobre tudo que era produzido na época do lançamento. Antes de ver esse filme, eu estava com uma alta expectativa por tudo que se falava sobre ele, como “referencia cinematográfica da obra de hitchcook para o mundo”. E me surpreendi (positivamente, claro!)
“você não é senador, é um fantoche honorário e terá que representar o seu papel”.
O alvorecer da inocência de um personagem em um cenário destruído pela corrupção sistêmica. Alguem que esta inserido em uma posição que é para atender interesses coletivos, mas acaba ameaçado pela avalanche apodrecida da ganancia de alguns. O poder revela o caráter, que ameaça, seduz e envolve as pessoas. O mundo gira inebriado por ideias de poder condicionadas pelo dinheiro e tudo o que ele pode comprar. E para isso o céu é o limite.
As atuações de james Stewart e jean Arthur são geniais! Para alem do grande ator que é james Stewart, me surpreendeu a atriz jean Arthur pelo brilho do olhar e expressões. Cheguei buscar outros filmes dessa atriz pelo impacto positivo que tive ao ver ela pela primeira vez nesse filme! Ela é genial! E promove a arte do cinema para algo belo e profundo. Enfim, um grande filme! afinal, estamos falando de Frank capra!
No inicio a narrativa parece não prender a atenção. Mas o desenrolar da historia consegue trazer toda a qualidade técnica e narrativa de Orson wells. A base filosófica do filme é questionar a moralidade, os lados opostos que não se entendem. A resposta por vezes cai na boca de um homem louco (caso do recepcionista noturno do motel) que fala sussurrando alguma coisa qualquer sobre o paradeiro da mulher de Vargas. Interesses contrários, ambientes nebulosos, propostas indecentes. Um filme marcante pela genialidade clássica da estética “noir” que virou referência de sucesso no cinema até os dias de hoje. Vale a pena ser visto e revisto!
Senhoras e senhores, que filme! Chorei, vibrei e me deixei levar pela profundidade narrativa desse filme que falou comigo o tempo todo, ainda mais por ser no dia mais reflexivo do ano: Meu aniversario! Enfim, amei cada detalhe. A experiencia final me fez pensar no real sentido da vida que vai alem daquilo que o dinheiro pode comprar. Muito alem do clichê anticapitalista, é algo que evoca o sentido da alma por um conteúdo expressivo de valor humano, daquilo que aquece o coração!
A experiencia da morte e ressurreição nesse filme, retratando o valor da vida é algo majestoso. O personagem na ponte querendo se matar, acaba por ver em seus olhos uma referencia de ensinamento para a percepção da vida na presença do anjo. O ato de fazer a personagem central ver o mundo sem a sua presença, faz a ligação ao infinito potencial divino de sua vida na de outras pessoas, percebendo que cada vida é única e se conecta a muitas outras. Sua real missão na terra vira um espelho ao ver como o mundo era triste sem a sua presença.
Interessante falar sobre o inicio do filme, que percorre a mentalidade de um homem sonhador. Muitas viagens, dinheiro e luxo. Seu nome é George bayley, o homem que falava que iria laçar a lua ou construir um prédio de 100 andares. Ambição define sua mente sonhadora, mas a vida toma outros rumos e nos conecta ao grande aprendizado final de muitas lagrimas! Essa é a sinopse bruta da narrativa que vai muito além, e comove de varias formas possíveis, fazendo a gente pensar nas escolhas morais do presente. Filme incrivel! Um grandioso presente de aniversario!
Filme memorável, com boa narrativa e ótimas atuaçoes. Um registro interessante dos costumes da época. Ele tem dialogos carregados de um romance pautado na simplicidade, ironia e imponencia moral. Expressa muito alem do que a limitação técnica da época não permite dizer por ser extremamente datado. Amei as atuações de Clark Gable e Claudette Colbert. Algo que me fez pesquisar mais sobre os atores.
Enfim, a narrativa começa. Os dois personagens centrais são conectados pela poltrona de um ônibus. No trajeto o bus acaba atolando e eles precisam passar a noite em uma pousada (Interessante a cena que mostra as pessoas esperando para tomar banho). Nessa pousada a garota acaba ficando no mesmo quarto que o jornalista, aceitando a proteção debochada dele. É muito engraçado a interação entre os dois. A cortina colocada entre as camas (chamada pelo jornalista de O MURO DE JERICÓ) leva a uma das cenas mais interessantes: o enquadramento da câmera e os diálogos mais profundos, com os dois personagens, cada um deitado em sua cama com a cortina a dividir a intimidade.
O que existe alem disso é um resenrolar da interação entre os dois com cenas memoraveis. O filme é muito bom. Chama atenção pela dedicação dos atores, a beleza da simplicidade e as interações cômicas (comendo cenouras, tentando dialogar uma melhor forma de pedir carona, arrumando a cama de palha para dormir). Enfim, uma obra de arte que vale a pena assistir!
A pergunta que fica: como um homem, em um dia normal da vida, sem vínculos ou atividades corrompidas por alguma violação da lei, poderia se meter na pior das atrocidades sem faze-la? O filme propõe um dialogo sobre o absurdo da vida. A moralidade a serviço do caos. A duvida sobre alguem ser possivelmente doente/maníaco e mesmo assim protegido, e aquele que é aparentemente normal, que pressupõe bom senso, é visto como delinquente.
Esse filme é maravilhoso de bom, uma obra genial com otimas atuaçoes! destaque para Robert walker (que infelizmente veio a falecer antes mesmo do lançamento do filme!)
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Fausto
4.3 129A primeira projeção cinematográfica baseada nessa obra que tem alguns séculos de existência e serviu de criação artística para diversos autores literários, entre eles, podemos citar Goethe, que é o maior escritor alemão de todos os tempos! Este filme é marcante em sua estética e desempenha um papel vanguardista na arte de fazer cinema. O valor histórico é incalculável. São vetores inquestionáveis na hora de criar uma resenha critica sobre todos esses filmes que fazem parte do alvorecer do cinema. aliás, é impossível olhar esses filmes com os olhos do presente em meio a absurda qualidade técnica audiovisual que vivemos. Por isso, a grandeza de filmes como Fausto, esta naquilo que envolve o contexto de sua época. O diretor F. W. Murnau, não poderia pensar diferente, ou se abster do fragmento social, que mais parecia um caldeirão que abocanhava tudo e a todos na Alemanha da década de 20. O pós guerra, e o tratado de Versalhes que desacreditou uma população inteira sobre os rumos de sua condição, algo que podemos encontrar no expressionismo como um reflexo desse obscuro cenário caótico na sua concepção estética e narrativa, que basicamente dizia que o mundo era feito de dois lados e a falta de sentimentos como o amor, projetavam um vazio enorme que fundamentava as escolhas morais.
Eu sou tremendamente apaixonado pelo simbolismo universal dessa obra, e pelas produções que representam ela sobre diversos aspectos. E este filme traz uma narrativa muito apoiada no aspecto moral das escolhas entre o bem e o mal. Cada escolha uma consequência, e o pacto feito entre fausto e mefistofeles, transmite uma mensagem para alem da simples dualidade que o diretor tentou direcionar esse filme, afinal, a quem e ao que estamos entregando nosso futuro? Somos sujeitos ou objetos? A vida termina dentro de um quarto escuro? Ou esse quarto escuro é a materia prima para continuar persistindo na busca daquilo que é prazeroso, e que certamente existe em vida? Enfim, Interessante notar que Fausto parou no quarto escuro, e deu margem para que este questionamento pudesse ser guiado por um terceiro, no caso, a figura mais perturbadora dos anceios humanos (o diabo), que detinha poderes sobrenaturais de “realização”. Delegou seu potencial, e ganhou o prazer terceirizado. Pagou para ter algo no presente, em troca de uma vida futura de servidão.
O filme termina, e com ele a resposta moral da historia projetada pelo diretor de que a triunfo da vida esta na entrega do sentimento verdadeiro em prol do outro. Mesmo velho e castigado por suas escolhas, ele vai em direção a fogueira (que pode ser vista como a morte de seu velho eu, o homem pecador) e beija a pessoa que moldou seu aprendizado e sentimento de amor. Esse encontro assume o desfecho da narrativa.
Repulsa ao Sexo
4.0 461 Assista AgoraO apartamento configura o próprio “eu” de Carol. Aquilo que representa a sua existência. E nas janelas do apartamento (janelas da alma), ela percorre a distância na procura de respostas. Ouve o som dos artistas de rua com sua percussão repetitiva e barulhenta (pensamentos cíclicos e tempestuosos de Carol), olha as freiras se divertindo em sua pureza, uma alegria que pode ser interpretada pela vontade de Carol em ser blindada aos olhares de assedio e desejos sexuais. Vai no banheiro, cheira as roupas do amante de sua irma, encosta a mao em alguns de seus pertences e fica com nojo. Sente em sua mão a navalha. Pela redenção de sua defesa, é comprada pela vontade de dar algum sentido para este artefato.
Passos colocados em sua direção. Ela é a presa e o tempo um opressor. Seu silencio é guiado por passos que mais parecem o tic tac dos relógios. As paredes de seu apartamento são violadas. Rachaduras aparecem por todo lado, alguem de fora quer entrar. O telefone toca. O mundo externo tentando se comunicar com aquilo que esta dentro, assim como as pessoas de seu convívio tentam falar com ela. A navalha vê sua utilidade ao cortar o fio do telefone. Em dado momento, o prato de um assado que faltou terminar, foi colocado no lugar onde estava o telefone. O assado aos poucos vai apodrecendo, assim como a comunicação é algo indigesto para Carol. A comunicação é algo que assume uma metamorfose necrosante e desprovida de sentidos. A cena que ela sai de seu casulo para ir ao trabalho, após 4 dias de isolamento, é para dar uma desculpa respondida em sussurros que fora improvisada pelo imediatismo da ação. Jamais Carol conseguiria uma autoria tão perfeita como essa. Afinal, ela era o fragmento de um objeto em todo aquele cenário de sujeitos.
Sua irmã antes de viajar, lhe confia o dinheiro do aluguel que deve ser pago o quanto antes para evitar o despejo. O dinheiro dentro da perspectiva que conecta o apartamento como o “eu” de Carol, é aquilo que ela precisa pagar pelo seu silencio e submissão a toda violação sofrida. O dono do apartamento (que esta subornando Carol a ser dele) cria uma chantagem de assedio “você cuida de mim e eu esqueço o aluguel”. O dinheiro agora pode ser pago com uma transa. A rebelião exaustiva de Carol se configura na redenção de sua defesa, A NAVALHA. a mesma que cortou o fio do telefone, agora assume posição de poder executar perfeitamente sua função de cortar. O homem é picado como um pedaço de carne, uma execução real do simbolismo que a imagem de Carol tinha na mente deste homem. Em cenas anteriores podemos ver também o arrombamento da porta. O sinônimo de um estupro que invade sua intimidade. Carol foi violada, mais uma vez. Sua reação é resposta explicita na mesma moeda. Depois da ação, vai no espelho passa um batom e abre um sorriso expressando sentimento. Seu mundo virado do avesso lhe da sentido em meio ao caos.
Sozinha no quarto, somente o tic tac do relógio é o sujeito da ação, enquanto carol apenas respira sua prisão. Em algum momento houve gemidos de sexo que são combinados com o tic tac do relógio. O tempo vira um som caótico e ensurdecedor. A personagem resume em seu silêncio que é expectadora dos prazeres alheios a sua vontade. E talvez esteja desprovida de vontades, pois o seu ordenamento diário segue o fluxo automático de uma rotina. Quebrar isso é parte da violação sentida a todo momento por ela. Esse sentimento é visto externado fortemente quando Carol percebe que sua irmã ira viajar por mais de 2 semanas. Isso vai demandar um esforço para carol preencher esse imenso buraco na sua rotina. Uma falta que será preenchida pelo espetáculo tempestuoso de seus pensamentos.
O mundo de Carol é agressivo por fatores sociais que antecedem o seu nascimento, afinal, ela é mulher. O assedio sofrido na rua, visto nas primeiras cenas já flerta com essa violação natural que ela esta sujeita. E o filme vai trazer durante toda a experiencia decadente da personagem, várias situaçoes similares a essa como o amante inconveniente de sua irmã (que faz piadinhas e aperta seu rosto); as histórias de abuso contada por colegas de trabalho e a queixa odiosa da cliente em relação aos homens. E tudo isso soa como uma trilha sonora existencial da personagem no convívio com outras mulheres. Já dentro do apartamento, sem nenhuma resistência, vemos a cena final em que Carol esta desmaiada nos braços do homem que olha para seu rosto como um predador no final de uma perseguição bem sucedida. Enfim, “repulsa ao sexo” é o primeiro filme da trilogia do apartamento, incluindo o bebe de Rosemary (1968) e O inquilino (1976). Ele traz a consequência extenuante de um trauma profundo, ao mostrar uma personagem distraída, paranoica e apática. Abrindo para as narrativas seguintes o foco de inspiração dramática das obras incríveis de Polanski.
Nosferatu
4.1 628 Assista AgoraUma das coisas que me fazem gostar de filmes antigos é a maneira orgânica e “artesanal” de criar efeitos especiais, como o stop motion e o jogo de sombras, as maquiagens e figurinos que transformam completamente os personagens. E o que dizer das expressões faciais e corporais de forma exagerada para compensar a falta de falas, bem como a trilha sonora continua guiando nossos sentimentos em cada cena, é fantástico! E Nosferatu, é este tipo de filme genial! Referência clássica! Uma obra de arte! Quero agora destrinchar aqui, fatores históricos conectados ao filme, alem de um breve resumo do filme e por fim algumas referências de inspiração que Nosferatu trouxe para o mundo, acompanhado de um pequeno ensaio critico a esta brilhante obra!
Nosferatu é um filme que tortura a imaginação por estar inserido em dois contextos marcantes: Entre duas guerras e no alvorecer do cinema. O que pressupõe a amplitude de sua temática macabra por conflitos humanos existenciais ácidos, bem como a baixa tecnologia aliada com ausências naturais de cor e fala na linguagem cinematográfica. Algo que promove tons escuros, nebulosos e questionamentos profundos. Uma tentativa orgânica e original na tentativa de expressar os anseios artísticos de um período tão distinto da nossa historia. O filme é um reflexo de sua época, assim como a arte no geral. O crescente antissemitismo e nacionalismo entre as guerras mundiais, que era o cenário configurado no lançamento do filme em 1922, revela a figura do Conde Orloc como uma representação muito peculiar. Alguem que por semelhança se parecia muito com um rato e carregava uma peste que por onde passava infectava e destruía as esperanças. E também o teor geográfico, de alguem que vem do leste Europeu para fixar moradia na Alemanha, diz abertamente sobre a discriminação sofrida pelos judeus, que eram vistos como ratos na crescente propaganda nacionalista do nazismo, que culminou no extermínio de milhões deles.
Um breve resumo da obra pressupõe a historia da peste que assolou a cidade de Wisborg. Ela veio em cima de uma jangada pela corrente maritima, e depois fora transferida para dentro de um navio. A carga era basicamente alguns caixões carregados de uma terra amaldiçoada que servia de capsula para o transporte do conde Orloc, que na distancia era possuído por um desejo, algo que o levara a fazer morada em meio a população de Wisborg. Uma obsessão direcionada para encontrar a bela Ellen, esposa de Thomas hutter, que no passado fora encarregado pelo corretor de imóveis Knok de ir ate o castelo do Conde oferecer a proposta de uma casa. As diferentes cenas em que o Conde Orloc aparece ao longo do filme, acabam gerando esse encontro com o macabro. Desde a primeira aparição da carruagem que anda em velocidade levando thomas hutter ao castelo, até a sombra que sobe as escadas no ato final que encontra a jovem Ellen. E por fim, o derradeiro final de conde Orlac, o vampiro da noite que acaba por ver a luz e decreta seu desaparecimento em cena para sempre.
Nosferatu carrega uma frase original, dentro de uma narrativa corrompida pela copia não autorizada de Dracula. “ninguém te poderá salvar, a não ser que uma donzela sem pecado, faça o vampiro esquecer o primeiro canto do galo!” Isso marcou e gerou influencia para as demais adaptações de drácula ao longo do século. E falando dessas referencias, os personagens trazem nomes distintos, a começar pelo conde Orloc, a personificação de Dracula, que abraça um visual diferente: Grotesco, pálido e raquítico. O perturbador Knok, corretor de imóveis que carrega uma empatia pelo conde Orlok, com olhar devoto de alguem que foi amaldiçoado a viver em servidão para ele. O rosto de Knok traduz uma imagem que pressupõe a loucura, acompanhada de uma extase, que mesmo presa ao manicômio, garante euforia e meditação na presença cada vez mais próxima de Orlok com o “navio fantasma da peste maldita”. E isso diz muito sobre os poderes de Conde Orlok que enfeitiça e seduz em transe as pessoas a sua vontade, algo que podemos ver no transe sofrido por Ellen, a esposa de Thomas. É possivel também olhar variados elementos revolucionários na arte de fazer cinema, para a vertente macabra e sombria do gênero que veio a ser reconhecido hoje como terror. O elemento “sombra”, que associa a imagem de Nosferatu as trevas, e carrega perturbação no imaginário ao longo do filme, é digna de aplausos! O enquadramento “desajustado” de forma proposital que dá imponência de tamanho ao personagem, gerando também mistério e assombração. Nosferatu muda alguns aspectos do livro de Dracula, começando pela pequena frase do livro dos vampiros, que revela a sensibilidade do vampiro a luz, tendo seu ponto fraco no encontro com a donzela de coração puro que de expontanea vontade lhe oferece seu sangue e gera esquecimento ao canto do galo, fazendo referência ao nascer do dia.
A Inspiração surrealista, quando thomas cruza o limiar entre o mundo dos homens e o dos pesadelos ao passar pela ponte em direção ao castelo: “E quando ele cruzou a ponte, os fantasmas vieram ao seu encontro”. Um aperto de mãos com o inventivo mundo das possibilidades acaba por ser apresentado. A carruagem que guia ao castelo anda em velocidade desfigurada da realidade, o castelo tem um portao que abre sozinho e evidencia mais ainda a fantasia deste mundo. Conde Orloc sai do papel e da vida a um ser horrendo de afeição demoníaca. Em distancia vemos a sua recepção a Thomas, com a silhueta magra a alta acompanhada de passos rápidos, causando indiferença e espanto. O corte das cenas por vezes demora para acontecer, mas faz jus a sua reputação vanguardista. Tudo é uma amostra da limitação técnica a serviço da arte. A impossibilidade de perceber a qualidade da imagem gera desconforto e distanciamento no sentido positivo, pois Orlac adquire por vezes uma imagem borrada, a mesma imagem que faz paralelo a sua sombra ao subir a escada. Sabemos que Orlac esta em cena, e é isso que importa. Afinal, ele é desprovido de beleza, a beleza que um borrão jamais poderia apresentar.
Um Corpo que Cai
4.2 1,3K Assista AgoraUma obra de arte! meu filme favorito de todos os tempos! Demorei pra assistir ele, mas até que enfim pude ter essa experiencia! A expectativa era alta, até porque ele foi muito bem recomendado! se trata de uma referencia narrativa e visual! uma concepção com diferentes tonalidades e requer um preparo digestivo sensivel pra se permitir enchergar a grandiosidade desse filme! Criei um ensaio descritivo dessa obra abaixo.
O titulo brasileiro refere-se ao “corpo” que no filme é sinônimo de objeto, ou seja, controlado por alguem. Não existe sujeito, apenas um corpo a cair, que se inclina para a morte, que faz parte de uma narrativa ditada por alguem. Não existe um nome, apenas um corpo. O filme abraça diversas interpretações possíveis, uma delas é relacionada a paixão. Ousar querer estar perto de algo que pode certamente te matar (o desejo ou a propria vida), certo que a paixão é uma neblina de voz sedutora e atraente que em algum momento vai te deixar perdido por ai. Mas muito alem do clichê da paixão conectada a esse desejo por aquilo que faz falta, traduzido no filme pela obsessão amorosa, a gente percebe os simbolismos de objetificação do ser, A dualidade moral, A psicologia do ego, espiritismo, assombração, o questionamento existencial e etc.
Este enredo é dividido em duas partes, 1) A narrativa falsa criada por Gavin elster (esposo de Madeleine) sobre o espirito de Carlota Valdez possuir Madeleine. Algo inventado para dar legitimidade a um crime, usando o detetive Scottie como testemunha ocular de todo o caso. 2) E a judy, que anteriormente havia interpretado Madeleine e após um tempo é vista a andar na rua, desprovida de sua personagem. Agora passa a ser controlada de forma obssessiva pelo detetive scottie que vê em judy uma forte semelhança com a Madeleine que ele havia se apaixonado.
Na primeira parte, “Madaleine” esta no corpo de uma atriz, que foi contratada para simular estar possuída por um espirito familiar já falecido (Carlota valdez). A narrativa foi criada pelo Gavin Elster, esposo da verdadeira madaleine, que pretende matar ela para herdar sua herança. Este é um enredo de morte com inicio meio e fim, usando a presença do detetive Scottie, que será uma testenhuma ocular do crime. Porem, scottie não sabe do que esta acontecendo, e não é um detetive qualquer. Alem da amizade que possui com Gavin, (o que garante uma manipulação mais fácil de convencimento para realização do trabalho) scottie tem vertigem, que é uma tontura associada ao medo de altura. Este é um tremendo atributo para execução do plano de Gavin. Isso faz de scottie a presa perfeita para o crime, já que o ato final sera encenado no alto de uma torre, onde “madaleine” ira se jogar, no seu impulso narrativo de morte criado por Gavin. No filme existem passagens angustiantes dessa narrativa, como a cena das arvores em que Madeleine desaparece, como um distanciamento fúnebre que deixa scottie perplexo procurando ela. Alem de diálogos existenciais como “ eu não gosto de sequoias, porque eu sei que vou morrer”, ou seja a longevidade das sequoias traduz o fim de varias vidas. Para o detetive scottie, Madeleine estava atormentada pelo espirito de sua bisavó Carlota Valdez, que espelhava nos diálogos e olhares uma busca pela morte em trágico suicídio que cometera aos 26 anos (mesma idade de Madeleine). E isso acabou se concretizando na cena que ela se joga do alto de uma torre, de forma proposital, para scottie não conseguir salva-la, afinal scottie tinha vertigem e não conseguiria subir na torre. Porem, o que realmente acontece, são papeis trocados. Judy que era vista o tempo todo por scottie como madaleine, é uma farsante! Ela é um objeto da narrativa de Gavin, que no alto da torre cumpre sua missão ao sair da personagem e ver o crime ser consumado: a verdadeira Madeleine é empurrada do alto da torre por Gavin.
O texto é bem criado e atuado por judy, que após a morte de Madeleine, se ve livre da personagem por um breve período, até ser vista por scottie na rua, que imediamente associa sua imagem a de Madeleine. Isso gera uma obsessão. Scottie adentra sua vida, passa a perseguir ela, indo ate seu apartamento. Judy se ve acuada, sem reação, acaba por aceitar sair com scottie, muito pela afeição que tbm sentia por ele, se deixa levar, mas acaba escondendo o segredo do crime ao rasgar a carta que iria deixar para scottie antes de fugir (simbolismo da carta de alforria para sua liberdade em ser manipulada) e judy vira uma especia de ventriloco, uma personagem que agora passa da mao de Gavin para Scottie. Ele começa a mudar as roupas, a cor e o corte do cabelo de judy, numa tentativa de contornar o passado, e scottie esta fazendo isso a todo momento, tentando trazer a imagem viva de Madeleine para o exato momento antes de subir a torre. Ele tem flashs de imagens da Madeleine lhe beijando. Abraçado em judy, scottie agora esta possuído de uma fantasia alucinante. Mas uma reviravolta macabra se projeta em seus olhos na cena que destitui a visão de Madeleine e aparece judy com um vestido preto que representa o luto ou a morte, acompanhado do colar de carlota valdez, que acaba por entregar a mentira. Sim, era judy a própria personagem de Madeleine, que usava o adereço de um crime que fora jorjado.
Scottie nesse momento não diz nada. E o filme caminha para seus momentos finais. O que vemos agora é uma regressão de scottie, indo para o alto da torre, levando judy a força pelo braço, possuído pelo ego de tentar mudar a força o que aconteceu no passado e aniquilar de vez a vertigem. “a cura seria passar pela mesma intensidade emocional”, já dissera Midge wood (um antigo relacionamento de Scottie). Curar o trauma, poderia livrar Scottie dessa prisão emocional que ele acabou se metendo. O cenário estava montado, judy, simbolizando a Madeleine, as escadarias e o vão entre as escadas. Tudo feito novamente do jeito que foi um dia. No alto da torre, surge um dos diálogos mais interessantes, de judy pedindo para scottie lhe amar mais um vez. Porem scottie apenas consegue mudar o sentimento ruim da vertigem que sentia por altura, já Madeleine era impossível mudar, pois estava presa no passado, afinal ela havia morreu. A cena que segue é perturbadora. Judy se assusta com uma imagem que mais parece um demônio, como se fosse o próprio sentimento do pecado cometido por ela ao encenar na primeira parte dessa descrição a personagem que mata a verdadeira Madeleine. Judy da um berro, e cai do alto da torre. No escuro, a imagem que parecia um demônio era na verdade uma freira que no passado viu a morte da verdadeira Madeleine. A freira horrorizada toca o sino, que tbm pode simbolizar a morte, o filme se encerra. As duas narrativas se equivalem, a morte de Madeleine, nas duas concepções da cabeça de scottie encontram um mesmo fim, dizendo sobre o determinismo da vida com a morte e a impossibilidade de mudar o passado. Outra observação interessante, é a vertigem associada ao tempo, uma tontura/enjoo relacionado ao medo das respostas que ele traz, fazendo a gente se debater ao tentar desesperadamente mudar o passado que é imutável.
Ahh... nao poderia deixar de citar o voyerismo bandido de hitchcock, algo que me deixa mais preso no filme do que o nomal! hehe. alem da beleza das atrizes! existe um toque de excelencia no bom gosto de hitchcock!
Interlúdio
4.0 269 Assista AgoraUm filme incrivel! um dos primeiros que assisti do hitchcok! Toda a narrativa e as atuaçoes são formidaveis, em destaque para ingrid bergman! Uma obra prima!
A Bruxa
3.6 3,4K Assista AgoraUm dos maiores diretores da atualidade! Robert Eggers, tem um potencial tremendo nas mãos e soube mostrar isso em "A bruxa". Um filme que deve ser digerido no silencio, permitindo se envolver na trilha sonora e a ambientação macabra. Confesso que tu pode gostar muito ou acabar por odiando esse filme, porque a proposta é diferente e exige atenção aos detalhes. Ver mais de uma vez pode ser interessante! o filme é imperdivel! uma obra excepcional de Robert Eggers!
"Tornar-se uma mulher livre é, ainda, tornar-se bruxa!"
Maria caú
Janela Indiscreta
4.3 1,2K Assista AgoraUma janela aberta rompe a intimidade, evoca o espirito voyer que sente prazer no olhar em distancia para a privacidade alheia. As janelas são como telas, enquadramentos de um filme, provisões do acaso que podem terminar ao fechar de uma janela. O expectador denuncia o enredo e promove a fantasia, unindo outros expectadores. A visão da câmera por vezes foge o olhar do ator/expectador e se torna a nossa visão vagando nesse cenário de múltiplas experiencias.
Um plano sequencia de cenas conectadas para janelas percorridas pela visão do espectador. Uma trama de flashs da maquina fotográfica, ligações, conversas ao pe do ouvido na sombra do apartamento que tudo vê. A intimidade revelada pelas janelas abertas é proposital, promove o artístico (É possivel interpretar que jamais um crime estaria exposto de janelas abertas para o mundo) As janelas são propositais nesse filme para cultivar a curiosidade de um expectador (alimenta-lo) com suas possibilidades de fantasia carregadas de erotismo e perturbação. Um expectador que esta em cena, ou na quarta parede.
Enfim, esse é o primeiro filme que vejo da maravilhosa Grace Kelly. Que mulher surreal de linda! "Pena" saber que sua carreira foi interrompida por uma escolha pessoal. Enfim, alem dela temos James Stewart! Não preciso dizer mais nada. Esse filme é diferente e interessante. São perspectivas novas sobre tudo que era produzido na época do lançamento. Antes de ver esse filme, eu estava com uma alta expectativa por tudo que se falava sobre ele, como “referencia cinematográfica da obra de hitchcook para o mundo”. E me surpreendi (positivamente, claro!)
A Mulher Faz o Homem
4.3 171 Assista Agora“você não é senador, é um fantoche honorário e terá que representar o seu papel”.
O alvorecer da inocência de um personagem em um cenário destruído pela corrupção sistêmica. Alguem que esta inserido em uma posição que é para atender interesses coletivos, mas acaba ameaçado pela avalanche apodrecida da ganancia de alguns. O poder revela o caráter, que ameaça, seduz e envolve as pessoas. O mundo gira inebriado por ideias de poder condicionadas pelo dinheiro e tudo o que ele pode comprar. E para isso o céu é o limite.
As atuações de james Stewart e jean Arthur são geniais! Para alem do grande ator que é james Stewart, me surpreendeu a atriz jean Arthur pelo brilho do olhar e expressões. Cheguei buscar outros filmes dessa atriz pelo impacto positivo que tive ao ver ela pela primeira vez nesse filme! Ela é genial! E promove a arte do cinema para algo belo e profundo. Enfim, um grande filme! afinal, estamos falando de Frank capra!
A Marca da Maldade
4.1 221 Assista AgoraNo inicio a narrativa parece não prender a atenção. Mas o desenrolar da historia consegue trazer toda a qualidade técnica e narrativa de Orson wells. A base filosófica do filme é questionar a moralidade, os lados opostos que não se entendem. A resposta por vezes cai na boca de um homem louco (caso do recepcionista noturno do motel) que fala sussurrando alguma coisa qualquer sobre o paradeiro da mulher de Vargas. Interesses contrários, ambientes nebulosos, propostas indecentes. Um filme marcante pela genialidade clássica da estética “noir” que virou referência de sucesso no cinema até os dias de hoje. Vale a pena ser visto e revisto!
A Felicidade Não Se Compra
4.5 1,2K Assista AgoraSenhoras e senhores, que filme! Chorei, vibrei e me deixei levar pela profundidade narrativa desse filme que falou comigo o tempo todo, ainda mais por ser no dia mais reflexivo do ano: Meu aniversario! Enfim, amei cada detalhe. A experiencia final me fez pensar no real sentido da vida que vai alem daquilo que o dinheiro pode comprar. Muito alem do clichê anticapitalista, é algo que evoca o sentido da alma por um conteúdo expressivo de valor humano, daquilo que aquece o coração!
A experiencia da morte e ressurreição nesse filme, retratando o valor da vida é algo majestoso. O personagem na ponte querendo se matar, acaba por ver em seus olhos uma referencia de ensinamento para a percepção da vida na presença do anjo. O ato de fazer a personagem central ver o mundo sem a sua presença, faz a ligação ao infinito potencial divino de sua vida na de outras pessoas, percebendo que cada vida é única e se conecta a muitas outras. Sua real missão na terra vira um espelho ao ver como o mundo era triste sem a sua presença.
Interessante falar sobre o inicio do filme, que percorre a mentalidade de um homem sonhador. Muitas viagens, dinheiro e luxo. Seu nome é George bayley, o homem que falava que iria laçar a lua ou construir um prédio de 100 andares. Ambição define sua mente sonhadora, mas a vida toma outros rumos e nos conecta ao grande aprendizado final de muitas lagrimas! Essa é a sinopse bruta da narrativa que vai muito além, e comove de varias formas possíveis, fazendo a gente pensar nas escolhas morais do presente. Filme incrivel! Um grandioso presente de aniversario!
Aconteceu Naquela Noite
4.2 332 Assista AgoraFilme memorável, com boa narrativa e ótimas atuaçoes. Um registro interessante dos costumes da época. Ele tem dialogos carregados de um romance pautado na simplicidade, ironia e imponencia moral. Expressa muito alem do que a limitação técnica da época não permite dizer por ser extremamente datado. Amei as atuações de Clark Gable e Claudette Colbert. Algo que me fez pesquisar mais sobre os atores.
Enfim, a narrativa começa. Os dois personagens centrais são conectados pela poltrona de um ônibus. No trajeto o bus acaba atolando e eles precisam passar a noite em uma pousada (Interessante a cena que mostra as pessoas esperando para tomar banho). Nessa pousada a garota acaba ficando no mesmo quarto que o jornalista, aceitando a proteção debochada dele. É muito engraçado a interação entre os dois. A cortina colocada entre as camas (chamada pelo jornalista de O MURO DE JERICÓ) leva a uma das cenas mais interessantes: o enquadramento da câmera e os diálogos mais profundos, com os dois personagens, cada um deitado em sua cama com a cortina a dividir a intimidade.
O que existe alem disso é um resenrolar da interação entre os dois com cenas memoraveis. O filme é muito bom. Chama atenção pela dedicação dos atores, a beleza da simplicidade e as interações cômicas (comendo cenouras, tentando dialogar uma melhor forma de pedir carona, arrumando a cama de palha para dormir). Enfim, uma obra de arte que vale a pena assistir!
Pacto Sinistro
4.1 292 Assista AgoraA pergunta que fica: como um homem, em um dia normal da vida, sem vínculos ou atividades corrompidas por alguma violação da lei, poderia se meter na pior das atrocidades sem faze-la? O filme propõe um dialogo sobre o absurdo da vida. A moralidade a serviço do caos. A duvida sobre alguem ser possivelmente doente/maníaco e mesmo assim protegido, e aquele que é aparentemente normal, que pressupõe bom senso, é visto como delinquente.
Esse filme é maravilhoso de bom, uma obra genial com otimas atuaçoes! destaque para Robert walker (que infelizmente veio a falecer antes mesmo do lançamento do filme!)