Inusitado... o filme me pareceu um desafio que, de propósito, utiliza longas tomadas dos mais fúteis e tediosos diálogos, sendo necessário o uso do avançar do controle remoto, mas que ao se persistir, o conteúdo do texto vai se transformando e vc ganha um prêmio, um meio para o final que paga o início e que me prendeu em cada diálogo, me fazendo usar o retroceder do controle, para ouvir algumas vezes diálogos tão incríveis, ora retirado de grandes obras, ora refletindo sobre questões existencialistas, mostrando que as mesmas questões podem ser discutidas e tratadas de formas completamente diferente, com genialidade ou com futilidade, mas a diferença é clara...
Fantástico e extremamente tocante, melhor ainda se visto logo em seguida à uma exibição de Limite... o erro fica pelo curto tempo e por vários momentos e circunstâncias da vida de Mário Peixoto não abordados no documentário.
Incrível, não sabia que existia uma narrativa tão genial feita antes dos anos 50, ainda mais aqui no Brasil, o país dos excelentes filmes que não são assistidos pelo povo que sempre faz cara feia quando pergunta: "mas é filme nacional? Ahh..." Uma pérola adorada por grandes cineastas brasileiros e internacionais, refugado pelo público quando do seu lançamento, e provavelmente refugado pelo público "geral" atual, pois o tema é complexo, e a narrativa não linear confunde os menos atentos... eu mesmo devo confessar que preciso rever pelo menos umas duas vezes pra ter certeza de todos os detalhes, pra ficar por dentro destas três incríveis histórias contadas fora do tempo, por três pessoas com vidas tão diferentes uma das outras que simplesmente desistem de remar, desistem de viver, enquanto lembram suas existências miseráveis. Essa questão da passagem do tempo sempre atormentou o próprio Mário Peixoto, que jamais conseguiu finalizar outro filme, nem a maioria dos seus sonhos durante sua existência... o complexo foi tão grande que quando teve a oportunidade de filmar de novo nos anos 70, ele mesmo criava obstáculos para não ir em frente. E a fotografia? De todos os filmes hollywoodianos pré-cinema falado que vi, nenhum chegou tão perto das tomadas tão belas e tão bem fotografadas de Limite. É totalmente recomendado ver em sequencia o tocante documentário "Onde a Terra Acaba", de 2001. Ah, precisei ver no dicionário o significado de "morfética"... pesado...
Ótimo... com exceção do péssimo sangue digital, me lembrou bastante os grandes clássicos de exploitations samurais, especialmente do Lobo Solitário, já que ainda não tive o prazer de ver os clássicos do Zatoichi... Só fiquei com saudade do "sangue falso de verdade", do cara dos efeitos que ficava no chão e jogava pra cima um balde com membros humanos a cada luta... mas deu pra entender a admiração por Takeshi Kitano, soube fazer um filme divertido e com um grande roteiro, e utilizando totalmente de lutas mais realistas em vez das tradicionais lutas mais elaboradas e demoradas utilizadas no cinema.
Apesar da capa e título de filme gospel, foi legal ver um filme sobre um episódio tão conhecido da história das Copas do Mundo. Mesmo já esperando pouco, essa trilha sonora mal chupada de A Lista de Schindler tentando melodramar qualquer cena, e a música africana tocando quando Gaetjens entrava em cena foram bem difíceis de aguentar. Mas o mais estranho mesmo foi eles terem mostrado o jogo contra a Inglaterra como o primeiro deles, sendo que eles tinham perdido pra Espanha quatro dias antes em Curitiba, e perderam pro Chile três dias depois em Recife. Por já terem mostrado aqueles treinos desastrosos, terem mostrado essa primeira derrota só contribuiria para o momento "redenção" do filme.
É preciso estar preparado psicologicamente para acompanhar este filme incrível de um modo particular. Se você não se ater a cada detalhe da narração, ou estiver com alguém que o interrompa o tempo todo, pode muito bem sair reclamando da "chatice" do filme. Décadas antes de filmes como Amnésia e A Origem serem chamados de originais, vemos aqui flashbacks dentro de flashbacks em diversos níveis, e as transições são feitas sem muito alarde, mas se vc se localizar em cada período da história, vai ver o quão incrível é. Talvez até um pecado do filme foi experimentar estilos narrativos demais, como a imagem em primeira pessoa utilizada apenas no final no ponto de vista do personagem Tadasaburo Sasaki. Outro fatori interessante foi que, lendo a sinopse, vc fica esperando uma eventual aparição dos estrangeiros, americanos imperialistas colonizadores filhos-da-puta, mais especificamente, mas em nenhum momento vemos sequer os tais navios. Nunca vi nos filmes japoneses que já assisti ocidentais na história, diferente de quando americanos fazem filmes sobre samurais, Japão feudal em geral, quando, de alguma forma sempre absurda, fazem com que o protagonista sempre seja um americano.
A Hammer realmente se aventurou com muitos personagens, e como fã da produtora e fã de adaptações de Sherlock Holmes, digo que o filme não traz nada muito superior a outras boas adaptações, mas ver Peter Cushing como Holmes e Cristopher Lee não fazendo o vilão é, no mínimo, inusitado e digno de se ver. A nota foi maior por esses fatores.
Muito foda... e eu vivi o final dessa época... relembrar quando meu pai chegou de viagem às 4 da manhã, com nosso primeiro video-cassete, não consegui mais dormir... Tinha ficha nas locadoras, via e revia dezenas de vezes os mesmos filmes, pois só tinha eles, vivi a febre do Titanic, em poucas horas todas as cópias do VHS duplo já tinham sumido da locadora, mas um primo nosso tinha conseguido e nos fez uma cópia, vista e revista por todos milhares de vezes... Meu pai locava as fitas do Mazzaropi, eu as da Turma da Mônica. Aí consegui minhas primeiras fitas, compradas na locadora mesmo, ou que vinham nos jornais... assisti centenas de vezes Mestres do Universo, Capitão América e Steel, o Homem de Aço. Uma pena quando tudo começou a ruir, logo que eu tinha conseguido, já adolescente, a comprar com meu dinheiro um vídeo cassete de sete cabeças, top de linha. Ainda tenho a última fita original que comprei, X-Men. São muito mais histórias, e ver esses caras tão apaixonados no filme me trouxe tudo isso a tona. Hoje em dia coleciono DVD's e Blu-rays, e aí tenho que discordar da parte que eles falam que a mídia física vai morrer logo, por mais que tudo esteja disponível na net, a uma sensação fantástica que não se pode explicar em tê-las, e convivendo com tantos colecionadores, posso garantir que esse mercado ainda vai durar um bom tempo. Ah, e encantado de ver a grande Elvira, a Rainha das Trevas em pessoa, ainda tá bem gata. E mais alguém notou aquela capa do filme dela em português?
Caramba, muito foda... a cada chambara que vejo, especialmente os do mestre Kurosawa, me surpreendo mais, mesmo que pareça impossível. E vai Toshiro Mifune fazendo o vilão foi intenso demais, o cara merece todas as honras, com certeza. E tb tive o prazer de ver um grande filme japonês explorando um pouco de seu folclore, pois até hoje só tinha visto isto em filmes estrangeiros...
Muito foda, acho que já considero o melhor filme de lobisomens que já vi, e um dos melhores da Hammer... ignorou algumas das convenções estabelecidas por Curt Siodmak em The Wolf Man, mantendo apenas a lua cheia e a bala de prata, fatos que todo mundo já passou a acreditar fazerem parte da lenda... A maquiagem tb ficou legal, temos talvez o único lobisomem albino do cinema... pena a Hammer não ter explorado mais o personagem como fez com Drácula e Frankenstein.
Acho que o título precisava de uma crase no "A", faria mais sentido, pois não está mostrando a margem do Tietê e dando um relance nas pessoas e acontecimentos ali envolta, e sim focando nas pessoas à margem do Tietê... Minha atenção foi conquistada, comecei a ver o filme com a mente meio dispersa, e a primeira meta mais surreal não me inspirou, até pensei em abandonar e ver outra hora, mas aí, num estalo, as coisas engrenaram pra mim, nem sei mais afirmar em qual ponto, mas terminei deslumbrado, mais do que esperava. Remediei o erro de não ter visto essa obra máxima do Candeias, pois já vi muita coisa do cinema que surgiu a partir dela e já tinha virado fã desse cineasta fantástico, mas tão relegado à memória de poucos fãs, como nós, que precisam vasculhar nos cantos obscuros da internet pra encontrar informações e filmes dele e dos demais, e assim, não deixá-los se perder pra sempre na falta de amor as origens da mídia de cinema brasileiro atuais.
Pode conter alguns pequenos spoilers não marcados. Interessante adaptação e primeiro filme que vejo do tão bem falado Mizoguchi. Associado as já tradições nos filmes de Mizoguchi, e por ter sido feito numa época que o cinema japonês ainda era controlado pelo estado, o filme prefere valorizar os diálogos à ação, e podemos ficar desapontados pelo simples pulo em toda parte da preparação e execução da vingança, algo que é tão fundamental na lenda é simplesmente citado, mas talvez para um bem maior. Gosto de citar o contraste do início e do fim, onde Lorde Asano é julgado, condenado e executado no mesmo dia, enquanto os 47 ronins precisam esperar quase dois meses para serem julgados, mostrando a incrível contradição envolvendo jogos políticos, onde o favorecimento de aliados e a corrupção estavam envolvidos na cultura tão disseminada como "honrada e justa". Os enquadramentos e a fotografia, assim como a trilha sonora são fantásticas, e concordando com o comentário abaixo, não achei nada hermético no filme, mesmo sendo novato nesse gênero, tudo que aprendi vendo meia-dúzia de outros filmes, foi suficiente pra não me perder em nenhum momento em relação a nomes e situações. Só preciso recomendar aos novatos que essa com certeza não é a melhor opção pra ser o primeiro filme (entre as mais de 80 adaptações) que você veja para conhecer a história dos 47 ronins.
O filme já começa com uma trilha sonora que me deixou em dúvidas se estava vendo um chambara ou um faroeste mesmo... já vi vários filmes de samurais emularem muito dos westerns, principalmente os italianos, mas aqui foi escancarado... senti falta da música japonesa mesmo, mas foi divertido, apesar do filme demorar um pouquinho pra engrenar mesmo! Uma história sobre dois caras que se encontram no meio do fogo cruzado, um aspirante a samurai e um ex-samurai, e a desmitificação do clássico samurai é defendida do início ao fim do filme.
Caramba... finalmente, o grande mestre está recebendo um documentário a sua altura... E se essa capa for verdadeira, adorei a homenagem, pois remete ao grande filme que conta a história da primeira grande lenda do cinema de horror, o grande Lon Chaney, que atuava e fazia a própria maquiagem... recomendo o filme: http://filmow.com/o-homem-das-mil-caras-t45494/
Caramba, o filme já começa com uma execução por sepukku de um lorde de uns 4 anos de idade, e peitos a vontade, até a cena de uma amamentação é erotizada, ainda não tinha visto isto nos filmes de samurai que já vi... Mas a violência e o gore extremo me encheram os olhos, muito parecido com os melhores blaxploitations norte-americanos sem interferência de Hollywood. Como o Ramon disse abaixo, o DVD lançado pela Versátil está com imagem espetacular demais, pena não ter saído em Blu-ray (nos EUA já tem), mas foi uma grande aquisição com certeza.
Mais uma adaptação fantástica desse incrível momento da história japonesa... ainda fico meio sem palavras pra discutir essas grandes obras, mas resolvi comentar pra avisar sobre o lançamento desse clássico em DVD no Brasil, já que tem muita gente o procurando... o filme vem num incrível box com outras duas versões de Chushingura: A Vingança dos 47 Ronins de Mizoguchi, e Os Vingadores, de 1962 com Toshiro Mifune... Garanto a todos que realmente vale a compra...
Ainda sou novato na arte do chambara, já vi alguns clássicos de Kurosawa e Eiichi Kudo, mas tenho que confessar que esse foi o mais foda que vi até agora... a eterna luta entre opressores e oprimidos no contexto do Japão feudal com um elenco fantástico, guiados por um roteiro primoroso e uma trilha sonora incrível...
Definitivamente entrou na lista dos filmes mais divertidos que já vi. É legal demais a forma de mostrar o crescimento e as descobertas sexuais da protagonista pela ótica de um clássico da literatura e dos musicais da Disney... Pq, convenhamos, esses pornôs mecânicos e falsos que são lançados aos montes não são excitantes, pra mim, então irreal por irreal, vamos ver o mais divertido mesmo!
Bem violento e um bom pra regular remake, mesmo assim é soft perto do original! Este é melhor com certeza nos aspectos técnicos, mas todo o restante é inferior (menos os policiais do original, admito)! Eu tava até curtindo,
Sexualmente reprimida, casada a um ano e ainda virgem, abusada na infância... Séverine é um abismo de problemas psicológicos, mas que ainda deu sorte de encontrar um marido tão paciente! A distância que mantém dele ao mesmo tempo em que se perde em seus delírios diurnos a transformam em uma pedra em relação a sentimentos. Com tudo isso e um endereço de um puteiro em mãos, Séverine se transforma e vira Belle de Jour, se encontra, sente prazer sexual pela primeira vez na vida e não quer mais abandonar isso...
Um retrato que não poderia ser pintado pelas mãos de outro artista senão o grande Buñuel, vc espera pelo seu próximo sonho, pelos acontecimentos com uma ansiedade maior que a da protagonista! E o final... puxa, não tinha como não ser melhor, quem não pegou a ideia, provavelmente se perdeu no meio do filme, pois ele é evidente, esperado! Sem mais...
Sonhos dentro de sonhos... onde começa a realidade? Filme totalmente fantástico que explora num pequeno grupo de amigos tantos temas diferentes! A república de Miranda mostra de um jeito cruel, mas real, a visão que ainda se tem da América Latina de quem sequer esteve aqui, mas que ao mesmo tempo tem um pé de realidade em tudo que se mostra... os políticos daqui são mais inclinados a corrupção que nos países mais desenvolvidos? Imagina... E claro, se tratando de Buñuel, tinha que ter a presença do bispo, pra dar aquela cutucada na igreja, você pode até ser contra o ultra-radical Buñuel ateu, mas não tem como não concordar com a coisa do jeito que ele mostra... a cena da extrema-unção é a mais foda pra mim, junto com os múltiplos jantares na casa do general.
Até que pra um "lobo solitário", McQuade tem um punhado de parceiros... Filmaço que começa mediano mas fica muito foda do meio pro final, e ver dois mestres como Chuck Norris e David Carradine se enfrentando mano a mano não tem preço!
Ótimo! As vezes é tão bom quando o protagonista não é um policial incorruptível bad ass e sim um corno totalmente fudido, e quando na hora decisiva, ele não resolve fazer a coisa certa e sim o que nosso lado mais obscuro realmente espera... Triste só esse título nacional, acho q já foram lançados uns 15 filmes no Brasil com esse título, A Lei de Murphy teria ficado legal, ou os caras não achavam que nós saberíamos o que significa isso?
Excelente filme! Esperava tão menos... Esse filme foi o remake oficial de Drácula de 1931, que a Universal fez provavelmente devido ao sucesso das muitas adaptações de Drácula feitas pela Hammer! O roteiro novamente é baseado na peça de teatro, e tem pouca coisa do livro, principalmente a mistureba que faz com as relações familiares dos personagens principais... Mas convenhamos, o grande Frank Langella está demais como Drácula, Donald Pleasance foda como sempre e o então veterano Laurence Olivier mandando bem, mas quem me surpreendeu de verdade foi a intérprete de Lucy, mandou muito bem. Outro grande destaque é a trilha sonora, se eu não tivesse lido o nome dos créditos, eu diria que se parece muito com John Willians... trilha excelente, daquelas que mesmo que o filme não esteja tão bom, ela te conduz aos sentimentos desejados pelo diretor. Merece ser revisto mais vezes!
O Cinema Falado
3.7 22Inusitado... o filme me pareceu um desafio que, de propósito, utiliza longas tomadas dos mais fúteis e tediosos diálogos, sendo necessário o uso do avançar do controle remoto, mas que ao se persistir, o conteúdo do texto vai se transformando e vc ganha um prêmio, um meio para o final que paga o início e que me prendeu em cada diálogo, me fazendo usar o retroceder do controle, para ouvir algumas vezes diálogos tão incríveis, ora retirado de grandes obras, ora refletindo sobre questões existencialistas, mostrando que as mesmas questões podem ser discutidas e tratadas de formas completamente diferente, com genialidade ou com futilidade, mas a diferença é clara...
Onde a Terra Acaba
4.0 15Fantástico e extremamente tocante, melhor ainda se visto logo em seguida à uma exibição de Limite... o erro fica pelo curto tempo e por vários momentos e circunstâncias da vida de Mário Peixoto não abordados no documentário.
Limite
4.0 167 Assista AgoraIncrível, não sabia que existia uma narrativa tão genial feita antes dos anos 50, ainda mais aqui no Brasil, o país dos excelentes filmes que não são assistidos pelo povo que sempre faz cara feia quando pergunta: "mas é filme nacional? Ahh..."
Uma pérola adorada por grandes cineastas brasileiros e internacionais, refugado pelo público quando do seu lançamento, e provavelmente refugado pelo público "geral" atual, pois o tema é complexo, e a narrativa não linear confunde os menos atentos... eu mesmo devo confessar que preciso rever pelo menos umas duas vezes pra ter certeza de todos os detalhes, pra ficar por dentro destas três incríveis histórias contadas fora do tempo, por três pessoas com vidas tão diferentes uma das outras que simplesmente desistem de remar, desistem de viver, enquanto lembram suas existências miseráveis.
Essa questão da passagem do tempo sempre atormentou o próprio Mário Peixoto, que jamais conseguiu finalizar outro filme, nem a maioria dos seus sonhos durante sua existência... o complexo foi tão grande que quando teve a oportunidade de filmar de novo nos anos 70, ele mesmo criava obstáculos para não ir em frente.
E a fotografia? De todos os filmes hollywoodianos pré-cinema falado que vi, nenhum chegou tão perto das tomadas tão belas e tão bem fotografadas de Limite.
É totalmente recomendado ver em sequencia o tocante documentário "Onde a Terra Acaba", de 2001.
Ah, precisei ver no dicionário o significado de "morfética"... pesado...
Zatoichi
3.8 93Ótimo... com exceção do péssimo sangue digital, me lembrou bastante os grandes clássicos de exploitations samurais, especialmente do Lobo Solitário, já que ainda não tive o prazer de ver os clássicos do Zatoichi...
Só fiquei com saudade do "sangue falso de verdade", do cara dos efeitos que ficava no chão e jogava pra cima um balde com membros humanos a cada luta... mas deu pra entender a admiração por Takeshi Kitano, soube fazer um filme divertido e com um grande roteiro, e utilizando totalmente de lutas mais realistas em vez das tradicionais lutas mais elaboradas e demoradas utilizadas no cinema.
Duelo de Campeões
3.3 23Apesar da capa e título de filme gospel, foi legal ver um filme sobre um episódio tão conhecido da história das Copas do Mundo. Mesmo já esperando pouco, essa trilha sonora mal chupada de A Lista de Schindler tentando melodramar qualquer cena, e a música africana tocando quando Gaetjens entrava em cena foram bem difíceis de aguentar.
Mas o mais estranho mesmo foi eles terem mostrado o jogo contra a Inglaterra como o primeiro deles, sendo que eles tinham perdido pra Espanha quatro dias antes em Curitiba, e perderam pro Chile três dias depois em Recife. Por já terem mostrado aqueles treinos desastrosos, terem mostrado essa primeira derrota só contribuiria para o momento "redenção" do filme.
Assassinato
3.9 9É preciso estar preparado psicologicamente para acompanhar este filme incrível de um modo particular. Se você não se ater a cada detalhe da narração, ou estiver com alguém que o interrompa o tempo todo, pode muito bem sair reclamando da "chatice" do filme.
Décadas antes de filmes como Amnésia e A Origem serem chamados de originais, vemos aqui flashbacks dentro de flashbacks em diversos níveis, e as transições são feitas sem muito alarde, mas se vc se localizar em cada período da história, vai ver o quão incrível é. Talvez até um pecado do filme foi experimentar estilos narrativos demais, como a imagem em primeira pessoa utilizada apenas no final no ponto de vista do personagem Tadasaburo Sasaki.
Outro fatori interessante foi que, lendo a sinopse, vc fica esperando uma eventual aparição dos estrangeiros, americanos imperialistas colonizadores filhos-da-puta, mais especificamente, mas em nenhum momento vemos sequer os tais navios. Nunca vi nos filmes japoneses que já assisti ocidentais na história, diferente de quando americanos fazem filmes sobre samurais, Japão feudal em geral, quando, de alguma forma sempre absurda, fazem com que o protagonista sempre seja um americano.
O Cão dos Baskervilles
3.6 53 Assista AgoraA Hammer realmente se aventurou com muitos personagens, e como fã da produtora e fã de adaptações de Sherlock Holmes, digo que o filme não traz nada muito superior a outras boas adaptações, mas ver Peter Cushing como Holmes e Cristopher Lee não fazendo o vilão é, no mínimo, inusitado e digno de se ver. A nota foi maior por esses fatores.
Rebobine Isso!
4.0 18Muito foda... e eu vivi o final dessa época... relembrar quando meu pai chegou de viagem às 4 da manhã, com nosso primeiro video-cassete, não consegui mais dormir...
Tinha ficha nas locadoras, via e revia dezenas de vezes os mesmos filmes, pois só tinha eles, vivi a febre do Titanic, em poucas horas todas as cópias do VHS duplo já tinham sumido da locadora, mas um primo nosso tinha conseguido e nos fez uma cópia, vista e revista por todos milhares de vezes...
Meu pai locava as fitas do Mazzaropi, eu as da Turma da Mônica. Aí consegui minhas primeiras fitas, compradas na locadora mesmo, ou que vinham nos jornais... assisti centenas de vezes Mestres do Universo, Capitão América e Steel, o Homem de Aço.
Uma pena quando tudo começou a ruir, logo que eu tinha conseguido, já adolescente, a comprar com meu dinheiro um vídeo cassete de sete cabeças, top de linha. Ainda tenho a última fita original que comprei, X-Men.
São muito mais histórias, e ver esses caras tão apaixonados no filme me trouxe tudo isso a tona. Hoje em dia coleciono DVD's e Blu-rays, e aí tenho que discordar da parte que eles falam que a mídia física vai morrer logo, por mais que tudo esteja disponível na net, a uma sensação fantástica que não se pode explicar em tê-las, e convivendo com tantos colecionadores, posso garantir que esse mercado ainda vai durar um bom tempo.
Ah, e encantado de ver a grande Elvira, a Rainha das Trevas em pessoa, ainda tá bem gata. E mais alguém notou aquela capa do filme dela em português?
Trono Manchado de Sangue
4.4 121 Assista AgoraCaramba, muito foda... a cada chambara que vejo, especialmente os do mestre Kurosawa, me surpreendo mais, mesmo que pareça impossível.
E vai Toshiro Mifune fazendo o vilão foi intenso demais, o cara merece todas as honras, com certeza. E tb tive o prazer de ver um grande filme japonês explorando um pouco de seu folclore, pois até hoje só tinha visto isto em filmes estrangeiros...
A Maldição do Lobisomem
3.3 33 Assista AgoraMuito foda, acho que já considero o melhor filme de lobisomens que já vi, e um dos melhores da Hammer... ignorou algumas das convenções estabelecidas por Curt Siodmak em The Wolf Man, mantendo apenas a lua cheia e a bala de prata, fatos que todo mundo já passou a acreditar fazerem parte da lenda...
A maquiagem tb ficou legal, temos talvez o único lobisomem albino do cinema... pena a Hammer não ter explorado mais o personagem como fez com Drácula e Frankenstein.
A Margem
4.0 28Acho que o título precisava de uma crase no "A", faria mais sentido, pois não está mostrando a margem do Tietê e dando um relance nas pessoas e acontecimentos ali envolta, e sim focando nas pessoas à margem do Tietê...
Minha atenção foi conquistada, comecei a ver o filme com a mente meio dispersa, e a primeira meta mais surreal não me inspirou, até pensei em abandonar e ver outra hora, mas aí, num estalo, as coisas engrenaram pra mim, nem sei mais afirmar em qual ponto, mas terminei deslumbrado, mais do que esperava.
Remediei o erro de não ter visto essa obra máxima do Candeias, pois já vi muita coisa do cinema que surgiu a partir dela e já tinha virado fã desse cineasta fantástico, mas tão relegado à memória de poucos fãs, como nós, que precisam vasculhar nos cantos obscuros da internet pra encontrar informações e filmes dele e dos demais, e assim, não deixá-los se perder pra sempre na falta de amor as origens da mídia de cinema brasileiro atuais.
A Vingança dos 47 Ronin
4.2 11 Assista AgoraPode conter alguns pequenos spoilers não marcados.
Interessante adaptação e primeiro filme que vejo do tão bem falado Mizoguchi. Associado as já tradições nos filmes de Mizoguchi, e por ter sido feito numa época que o cinema japonês ainda era controlado pelo estado, o filme prefere valorizar os diálogos à ação, e podemos ficar desapontados pelo simples pulo em toda parte da preparação e execução da vingança, algo que é tão fundamental na lenda é simplesmente citado, mas talvez para um bem maior. Gosto de citar o contraste do início e do fim, onde Lorde Asano é julgado, condenado e executado no mesmo dia, enquanto os 47 ronins precisam esperar quase dois meses para serem julgados, mostrando a incrível contradição envolvendo jogos políticos, onde o favorecimento de aliados e a corrupção estavam envolvidos na cultura tão disseminada como "honrada e justa".
Os enquadramentos e a fotografia, assim como a trilha sonora são fantásticas, e concordando com o comentário abaixo, não achei nada hermético no filme, mesmo sendo novato nesse gênero, tudo que aprendi vendo meia-dúzia de outros filmes, foi suficiente pra não me perder em nenhum momento em relação a nomes e situações.
Só preciso recomendar aos novatos que essa com certeza não é a melhor opção pra ser o primeiro filme (entre as mais de 80 adaptações) que você veja para conhecer a história dos 47 ronins.
Os Sete Rebeldes
4.2 9O filme já começa com uma trilha sonora que me deixou em dúvidas se estava vendo um chambara ou um faroeste mesmo... já vi vários filmes de samurais emularem muito dos westerns, principalmente os italianos, mas aqui foi escancarado... senti falta da música japonesa mesmo, mas foi divertido, apesar do filme demorar um pouquinho pra engrenar mesmo!
Uma história sobre dois caras que se encontram no meio do fogo cruzado, um aspirante a samurai e um ex-samurai, e a desmitificação do clássico samurai é defendida do início ao fim do filme.
Smoke and Mirrors: The Story of Tom Savini
4.0 1Caramba... finalmente, o grande mestre está recebendo um documentário a sua altura...
E se essa capa for verdadeira, adorei a homenagem, pois remete ao grande filme que conta a história da primeira grande lenda do cinema de horror, o grande Lon Chaney, que atuava e fazia a própria maquiagem... recomendo o filme: http://filmow.com/o-homem-das-mil-caras-t45494/
Lobo Solitário: A Espada da Vingança
4.0 35 Assista AgoraCaramba, o filme já começa com uma execução por sepukku de um lorde de uns 4 anos de idade, e peitos a vontade, até a cena de uma amamentação é erotizada, ainda não tinha visto isto nos filmes de samurai que já vi...
Mas a violência e o gore extremo me encheram os olhos, muito parecido com os melhores blaxploitations norte-americanos sem interferência de Hollywood.
Como o Ramon disse abaixo, o DVD lançado pela Versátil está com imagem espetacular demais, pena não ter saído em Blu-ray (nos EUA já tem), mas foi uma grande aquisição com certeza.
Os 47 Ronins
3.8 7Mais uma adaptação fantástica desse incrível momento da história japonesa... ainda fico meio sem palavras pra discutir essas grandes obras, mas resolvi comentar pra avisar sobre o lançamento desse clássico em DVD no Brasil, já que tem muita gente o procurando... o filme vem num incrível box com outras duas versões de Chushingura: A Vingança dos 47 Ronins de Mizoguchi, e Os Vingadores, de 1962 com Toshiro Mifune...
Garanto a todos que realmente vale a compra...
Três Samurais Fora da Lei
4.4 18Ainda sou novato na arte do chambara, já vi alguns clássicos de Kurosawa e Eiichi Kudo, mas tenho que confessar que esse foi o mais foda que vi até agora... a eterna luta entre opressores e oprimidos no contexto do Japão feudal com um elenco fantástico, guiados por um roteiro primoroso e uma trilha sonora incrível...
Alice no País das Maravilhas Eróticas
3.0 17Definitivamente entrou na lista dos filmes mais divertidos que já vi. É legal demais a forma de mostrar o crescimento e as descobertas sexuais da protagonista pela ótica de um clássico da literatura e dos musicais da Disney...
Pq, convenhamos, esses pornôs mecânicos e falsos que são lançados aos montes não são excitantes, pra mim, então irreal por irreal, vamos ver o mais divertido mesmo!
A Última Casa
3.5 1,2K Assista AgoraBem violento e um bom pra regular remake, mesmo assim é soft perto do original! Este é melhor com certeza nos aspectos técnicos, mas todo o restante é inferior (menos os policiais do original, admito)!
Eu tava até curtindo,
mas quando saquei que a mina ia sobreviver,
A Bela da Tarde
4.1 340 Assista AgoraSexualmente reprimida, casada a um ano e ainda virgem, abusada na infância... Séverine é um abismo de problemas psicológicos, mas que ainda deu sorte de encontrar um marido tão paciente! A distância que mantém dele ao mesmo tempo em que se perde em seus delírios diurnos a transformam em uma pedra em relação a sentimentos. Com tudo isso e um endereço de um puteiro em mãos, Séverine se transforma e vira Belle de Jour, se encontra, sente prazer sexual pela primeira vez na vida e não quer mais abandonar isso...
Um retrato que não poderia ser pintado pelas mãos de outro artista senão o grande Buñuel, vc espera pelo seu próximo sonho, pelos acontecimentos com uma ansiedade maior que a da protagonista! E o final... puxa, não tinha como não ser melhor, quem não pegou a ideia, provavelmente se perdeu no meio do filme, pois ele é evidente, esperado! Sem mais...
O Discreto Charme da Burguesia
4.1 282 Assista AgoraSonhos dentro de sonhos... onde começa a realidade? Filme totalmente fantástico que explora num pequeno grupo de amigos tantos temas diferentes!
A república de Miranda mostra de um jeito cruel, mas real, a visão que ainda se tem da América Latina de quem sequer esteve aqui, mas que ao mesmo tempo tem um pé de realidade em tudo que se mostra... os políticos daqui são mais inclinados a corrupção que nos países mais desenvolvidos? Imagina...
E claro, se tratando de Buñuel, tinha que ter a presença do bispo, pra dar aquela cutucada na igreja, você pode até ser contra o ultra-radical Buñuel ateu, mas não tem como não concordar com a coisa do jeito que ele mostra... a cena da extrema-unção é a mais foda pra mim, junto com os múltiplos jantares na casa do general.
McQuade, o Lobo Solitário
3.4 80 Assista AgoraAté que pra um "lobo solitário", McQuade tem um punhado de parceiros...
Filmaço que começa mediano mas fica muito foda do meio pro final, e ver dois mestres como Chuck Norris e David Carradine se enfrentando mano a mano não tem preço!
O Vingador
3.3 28 Assista AgoraÓtimo! As vezes é tão bom quando o protagonista não é um policial incorruptível bad ass e sim um corno totalmente fudido, e quando na hora decisiva, ele não resolve fazer a coisa certa e sim o que nosso lado mais obscuro realmente espera...
Triste só esse título nacional, acho q já foram lançados uns 15 filmes no Brasil com esse título, A Lei de Murphy teria ficado legal, ou os caras não achavam que nós saberíamos o que significa isso?
Drácula
3.4 49 Assista AgoraExcelente filme! Esperava tão menos...
Esse filme foi o remake oficial de Drácula de 1931, que a Universal fez provavelmente devido ao sucesso das muitas adaptações de Drácula feitas pela Hammer! O roteiro novamente é baseado na peça de teatro, e tem pouca coisa do livro, principalmente a mistureba que faz com as relações familiares dos personagens principais...
Mas convenhamos, o grande Frank Langella está demais como Drácula, Donald Pleasance foda como sempre e o então veterano Laurence Olivier mandando bem, mas quem me surpreendeu de verdade foi a intérprete de Lucy, mandou muito bem.
Outro grande destaque é a trilha sonora, se eu não tivesse lido o nome dos créditos, eu diria que se parece muito com John Willians... trilha excelente, daquelas que mesmo que o filme não esteja tão bom, ela te conduz aos sentimentos desejados pelo diretor.
Merece ser revisto mais vezes!