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Roteirista e Diretora Audiovisual enquanto me disfarço de Crítica de Filmes e Séries nas Horas Vagas

Últimas opiniões enviadas

  • Julia

    O Novo Esquadrão Suicida de James Gunn deixou algumas pessoas confusas sobre ser um reboot ou uma sequência. O criador explicou ser uma sequência que não é uma sequência, onde foi recriada uma história com os elementos dos quais gostava da versão de David Ayer. Os dois filmes são volumes distintos da Hq, com equipe criativa diferente, mas que não necessitam ser continuação das histórias anteriores apresentadas nesse universo.

    A nova formação do Esquadrão Suicida é enviada a uma fictícia ilha na América do Sul que sofreu, recentemente, golpe de um ditador que tem realizado experimentos científicos podendo colocar a vida da população em risco. James Gunn ressuscitou a franquia ao desenvolver uma narrativa que subverte expectativas, deixando em segundo plano os anti-heróis já conhecidos para dar mais atenção aos novatos que carregam o enredo para se apresentar ao público.
    O roteiro é expositivo na apresentação dos personagens que contam suas histórias, de forma breve, ilustrada, com viés cômico, às vezes sério e violento. No entanto o fato de serem contados em movimento, ameniza sua expositividade. Se diferencia do primeiro por não haver a longa apresentação, há uma breve introdução da premissa e os personagens já são colocados em ação, sendo assim, não se perde o ritmo, o impacto da narrativa e o tom que Esquadrão Suicida pede. Os letreiros colocados como indicação dos atos, capítulos como muitos estão mais familiarizados nos da pistas acerca do destino, diegeticamente, trazendo a nossa atenção para o próximo passo.

    Os desafios mudam, constantemente, de cenário e configuração crescendo em escala e risco. E por falar em cenário, é interessante ver que ele não foi todo gravado em estúdio e nos EUA, as cenas de Corto Maltese foram gravadas em Colon no Panamá e as memórias da infância de Ratcatcher com seu pai, em Portugal.
    Inspirado em Os 12 Condenados e Os Guerreiros Pilantras o novo longa da DC mantem o humor no micro e macrocenário construídos sem cair no exagero. O roteiro foca numa crítica aos governos totalitários e os seus seguidores cegos permeando o real e o atual contexto mundial, indo além do quadrinho. O Pacificador é um retrato do cinismo social além da América, mostrando que para pacificar pode-se matar sem escrúpulos , como a cena da vila de nativos onde poderia ser evitado se perguntado quem eram eles, aliados ou oposição ao governo.
    No final, o vilão é o governo local e dos EUA e o Esquadrão se torna herói enquanto o povo sofre consequências por conta da briga política.

    Houve uma transição de tom entre os filmes. Com mais liberdade para criar, James Gunn não poupou na agressividade e violência insana se destacando diante do primeiro que teve uma boa base, mas que se desperdiçou por conta da baixa classificação indicativa visando a bilheteria. A transição do sangue para ilustrações gráficas como forma de contextualização da psicodelia da Arlequina foi repetida, de forma magistral.
    A fotografia de Henry Braham foi muito bem trabalhada modulando esteticamente do sombrio ao extremo colorido, do urbano à natureza. Não da para deixar passar o quão rico os planos foram realizados, principalmente no primeiro ato onde há forte presença de cenas de reflexo, como a abertura do filme onde vemos através de uma poça de água no pátio da prisão.
    Há uma forte presença de animais, como a cena inicial onde um passarinho é morto, ao longo da trama presenciamos mais passarinhos, animais aquáticos e o Tubarão Rei e os ratos que acompanham a Caça Ratos. O elenco foi muito bem escolhido, vemos uma dinâmica crescente neles. O Sanguinário e a Caça Ratos possuem uma dinâmica que permite que eles cresçam como personagens ao longo dos arcos.

    Além do forte destaque feminino com Arlequina e Caça Ratos que roubam a cena, há um forte destaque para a representatividade global ao termos um elenco tão diversificado com Alice Braga (Brasil), Daniela Melchior (Portugal), Margot Robbie (Australia) dentre outros que são da Inglaterra, Alemanha, Argentina e Austrália, se expandindo além dos Estados Unidos.
    Representatividade que vai além da imagem e chega a sonorização ao termos Gloria Groove e Karol Conka na trilha sonora. Não sabemos se vai haver um novo Esquadrão Suicida, mas sabemos que o Pacificador não morreu porque retornará em uma série especial da HBO em 2022. Resta a nós torcer para que um dia seja criada a série da Arlequina e da Caça Ratos que nos deixou com um gostinho de querer mais além dos quadrinhos.

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  • Julia

    Dirigido por Brandon Trost e Dylan Meyer, o filme apresenta uma rica abordagem de temáticas sérias. A melhor parte dos elementos cômicos combinados a situações do cotidiano é a falta de necessidade em se reafirmar como um longa engraçado. Suas críticas são realizadas de forma moderada e rápida, mas nada é superficial.
    Baseado numa história original publicada na revista The New Yorker, o novo longa com selo da HBO Max foi produzido e financiado pela Sony, mas acabou vendido para a Warner devido ao agravamento da pandemia. Seth Rogen comprou os direitos de Sell Out de Simon Rich ainda em 2013, e lutou muitos anos para desenvolver a adaptação onde assina como um dos produtores.
    An American Pickle acompanha Herschel Greenbaum, um trabalhador que emigrou para os EUA em 1919 em busca do famoso sonho americano. Certo dia, enquanto trabalhava matando ratos numa fábrica, ele cai em uma cuba de picles e é preservado por 100 anos. Ao surgir no Brooklyn em dias atuais, descobre que não envelheceu e que seu único parente vivo é seu bisneto, Ben Greenbaum (também interpretado por Seth Rogen), um desenvolvedor de aplicativos para celulares.
    Em 1919 Herschel vivia em uma vila de Schlupsk no leste europeu que foi destruída por cossacos. Embora seja uma cidade fictícia, poderia ser qualquer Shtetl da área conhecida como The Pale of Settlement, região na Rússia onde judeus foram forçados a viver, tendo origem em 1791 como parte de uma onda de sentimento anti-semita. Shtetls eram aldeias judaicas encontradas na Europa Oriental antes da Segunda Guerra Mundial. Essas pequenas cidades eram autossuficientes com pelo menos uma sinagoga, escolas, mercados e um açougueiro Kosher.
    Desde as condições de sua imigração, Herschel aborda amplamente a cultura judaica e até mesmo o preconceito presente sobre. Aqui, a religião aparece como exemplo de pertencimento, cultura e ancestralidade, sendo o elemento que consegue realizar a conexão entre duas pessoas tão distintas.
    O filme estabelece algumas referências à realidade como Herschel, realizando afirmações preconceituosas e retrógradas, mas sendo apoiado por diversas pessoas por ser visto como autêntico. O ápice da narrativa sobre o personagem ter preservado costumes e opiniões de cem anos atrás é o apoio que possui das pessoas sobre ideias arcaicas, cogitado até a concorrer a cargos políticos.
    Seth Rogen pode não ter desenvolvido da melhor forma a adaptação, mas ele da um show de atuação ao interpretar dois personagens tão contrastantes; visualmente, expressivamente e de ideias com um século de diferença.

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  • Julia

    Mare of Easttown, além de uma história de crime

    A narrativa gira em torno da investigação dos assassinatos de uma pequena cidade, no entanto há reflexões e temas importantes permeando a nova minissérie da HBO. O luto e a saúde mental são questões centrais, principalmente para Mare (Kate Winslet), que precisa aprender a lidar com a morte do próprio filho, enquanto suporta o ex-marido morando na casa ao lado após o anúncio de que se casará em breve.
    Mare of Easttown é a mais nova queridinha minissérie da HBO. Com 7 episódios de aproximadamente 55" mergulhamos numa história nua e crua que possui presença de personagens reais com camadas muito bem trabalhadas. Kate Winslet, além de produtora executiva também protagoniza esse drama policial que não foca só em investigações, mas em seus personagens. Nos surpreende com uma atuação marcada por sutilezas que vão desde uma personagem forte a uma prestes a desmoronar por conta de uma sobrecarga gerada por um luto não abraçado no passado. Essa é Mare, uma detetive de Easttown; pequena cidade na Pensilvânia onde todos se conhecem e se cuidam.
    Mare investiga um recente assassinato de uma mãe adolescente enquanto busca resolver um caso de desaparecimento que ocorreu há cerca de um ano, levando muitos na comunidade a ter uma visão confusa de suas habilidades de detetive. Ela é considerada uma heroína local, tendo sido a estrela de um jogo de campeonato de basquete há 25 anos.
    Divorciada e traumatizada com a morte do filho há dois anos, ela não consegue lidar com o luto e acaba se agarrando nas dores dos outros. No primeiro episódio acompanhamos as questões locais e só no fim sabemos que houve de fato um crime. O roteiro assinado por Brad Ingelsby nos surpreende, ele vai deixando pistas que vão ser conectadas a acontecimentos futuros; nada que ocorre aparece a toa. A estrutura possui duração perfeita, novas pistas surgem com novos acontecimentos. Toda a construção da história dos personagens possui a sua resolução ao longo da investigação, estando todos relacionados em algum aspecto. Há uma dinâmica aprofundada com alívios cômicos que quebram o peso, trazendo leveza diante de temáticas densas.
    Mare mora com sua mãe, filha e neto; cuja guarda corre risco de ser transferida para a mãe que luta contra o vício em drogas que a levam constantemente a tratamentos de reabilitação. Nesse núcleo familiar acompanhamos os padrões refletidos de geração para geração, marcados por traumas e um silêncio. Silêncio esse que preenche as três gerações de mulheres sob o mesmo teto.
    Nós acompanhamos o crescimento de Mare do primeiro ao sétimo episódio conforme ela vai enfrentando problemas humanos e os mistérios por trás das investigações. Com os flashbacks e as conversas com a psicóloga descobrimos numa linha narrativa desconstruída, como era a relação com o filho e como isso é refletido nas pessoas a sua volta. Ela está sempre cuidando dos outros, mas nunca cuida de si.
    Kate Winslet e Julianne Nicholson possuem uma forte relação por trás das telas, sendo amigas próximas e esse histórico de proximidade e apoio ajudou diretamente na construção da relação das personagens; principalmente para o aprofundamento da atuação nas cenas finais da minissérie, que nos tira o fôlego com tamanha sutileza e realismo. Lore e Mare perderam, de certa forma, os seus filhos e esse padrão e apoio final ajuda Mare a dar um passo em sentido a aceitação e subir pela primeira vez após a morte de seu filho no sótão de casa; uma forma de dizer que ela se perdoou e abraçou o luto que vinha postergando.
    O episódio final nos mostra que o assassinato investigado ao longo da série foi fruto de um acidente e não uma intensão e que poderia ocorrer com qualquer criança, ou até adulto.
    Me surpreendi ao descobrir que a cena do diálogo de Mare e Ryan, dentro da viatura da polícia não havia sido ensaiada, pois foi escrita em um maço de cigarro cinco minutos antes da gravação. Essa cena tão emocionante e profunda nos revela a potência de atuação de Kate e do pequeno Cameron Mann que nos arranca lágrimas com tamanha compaixão e humildade entre os personagens.
    Por fim, achei sábia a escolha de Mare não permanecer fisicamente junto de Richard, deixando o fim ambiguo. Com a ida de Richard, foi possível explorar a grandiosidade da relação de Mare e Lore, tornando tão forte e significativa a cena da cozinha.

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  • Filmow
    Filmow

    Julia,

    Como o filme Venom: Tempo de Carnificina (http://filmow.com/venom-tempo-de-carnificina-t263199/) ainda não está sendo exibido comercialmente, o sistema removeu a sua indicação “já vi”. Caso você tenha assistido à obra em alguma mostra ou festival, por favor, confirme data e local no formulário abaixo para reabilitar a sua marcação.

    Esta medida está sendo tomada para zelar pela veracidade e credibilidade do conteúdo publicado no Filmow, reforçando a relação de confiança entre o site e seus usuários.

    Obrigado pela colaboração.
    Equipe Filmow

  • Filmow
    Filmow

    O Oscar 2017 está logo aí e teremos o nosso tradicional BOLÃO DO OSCAR FILMOW!

    Serão 3 vencedores no Bolão com prêmios da loja Chico Rei para os três participantes que mais acertarem nas categorias da premiação. (O 1º lugar vai ganhar um kit da Chico Rei com 01 camiseta + 01 caneca + 01 almofada; o 2º lugar 01 camiseta da Chico Rei; e o 3º lugar 01 almofada da Chico Rei.)

    Vem participar da brincadeira com a gente, acesse https://filmow.com/bolao-do-oscar/ para votar.
    Boa sorte! :)

    * Lembrando que faremos uma transmissão ao vivo via Facebook e Youtube da Casa Filmow na noite da cerimônia, dia 26 de fevereiro. Confirme presença no evento https://www.facebook.com/events/250416102068445/

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