Uma bela tentativa, talvez seja tudo que temos. Apresentar o amor como uma maneira de ver, profundamente delicado, íntimo... e não um desejo que é atingido. Quem sabe nessa luneta eu também me veria como digno, belo, até próximo... O filme apresenta as interrogações certas, talvez um querer honesto, mas a luz que ilumina também queima. Espero ter chegado mais perto.
Primeiro filme do Terrence que eu vejo, e sei que é um dos últimos da sua filmografia, então sempre tive a sensação de que era tudo intencional e organizado especificamente. As duas horas de filme discorreram sobre uma vida inteira, é inútil tentar abordar todos os temas. Mas é maestralmente orquestrado nessa liquidez da identidade, as sensações de estar perdido, de estar procurando, de estar sozinho, de ser inútil, de ser determinante. Tudo isso leva a uma sensação agonizante de uma acumulação de perguntas, vontades e vazios sem respostas e conclusões, onde você sai como entra, em um movimento onde você sabendo mais ainda o quanto você não sabe. O uso de símbolos desse filmes não é nada original nem revolucionário, típicos símbolos adorados por homens brancos, carros, ternos, mansões, mulheres magras na juventude, mas ao invés de valorizar isso como "posses" de valor como é feito tradicionalmente pela indústria cultural, se discute o quanto o protagonista não realmente encontra esses em um sentido fenomenológico, sempre buscando egoistamente preencher algo dentro dele, seja resgatar uma lembrança, sentir uma sensação, idolatrar ou ser idolatrado, tudo isso se acumulando melancolicamente. Em suma é mais um filme sobre perceber que não percebe, com tantas metáforas e analogias e símbolos que rever definitivamente acrescenta na experiência.
Muito divertido, esperançoso e trágico como um bom romântico. Achei engraçado as semelhanças das músicas de corno dos chineses com as nossas musica de corno. Super vale a pena ver, e como um bom jovem esse filme traz a tona coisas interessantes e relevantes, mas acaba apresentando uma prepotência ingênua, que ao longo do filme se torna seu charme
Esse filme é um excelente exemplo de um nível de metalinguagem caótico que explicita a ausência de querer propor resposta, só perguntas, as consequências disso são um filme filme denso com um ritmo impossível de alcançar que gera confusão e a qualquer momento que você não processa algo fica perdido, mas acredito que há nisso uma intencionalidade de expressar uma condição muito agoniante da existência do homem em sua identidade de trabalho, sexual, espiritual, mas decisivamente sobre o aspecto cultural e como isso condiciona seu psicológico, o fluxo constante da relação de trabalho que exige sempre a produtividade e resposta pra tudo, sendo solucionada pela eterna procrastinação.
Esse filme é um ensaio critico, no modo em que ele não se preocupa em apresentar respostas, e mergulha em ambiguidades e conflitos, que apesar de verdadeiros, ou até reveladores, não tem nenhuma intenção de resolve-los, o que leva a um acúmulo de agonia ao longo do filme, e distanciamento do protagonista que se encontra perpetuado no movimento de analise e crítica o qual impede-o de relacionar verdadeiramente com o outro, principalmente com a mulher como um todo, referido no filme como a incapacidade de amar.
Compartilho do sentimento das pessoas que se sentiram com o tempo perdido, pois por um lado apresentar repetidamente algo de maneira critica sem sugerir uma síntese, ou solução traz um sentimento de desperdício, ou até incentivo ao que foi criticado, mas não posso negar que através da identificação e empatia com uma postura, ou sentimento, ou conflito apresentado - que acredito que são muito reais na cultura e psicológico do homem que existe no patriarcado judaico-cristão no modelo de produção capitalista - sinto que acredito que apesar de sem respostas, Fellini faz as perguntas certas.
Mas assim como no filme, quando deparado com as perguntas certas, o homem deflete, no entanto por mais que isso seja uma movimento que o homem faz não é o único que ele pode fazer, e para ele mudar isso ele precisa se atentar as perguntas certa, tais perguntas e criticas que são apresentadas nesse filme, por isso as vezes é necessário mesmo se produzir um ensaio para pelo menos registrar de certo o que incomoda ainda que ausente de respostas, e nesse quesito esse filme é uma obra prima.
Uma egotrip masculina cheia de revelações sobre uma existência específica (o homem do patriarcado judaico-cristão no modo de produção capitalista), mas vazias de respostas, ou seja, só me resta dormir com essa e me movimentar em busca da resposta.
Incrível tragédia! A masculinidade paga o pato pelas incoerências de existir querendo ser e ter mais que o outro, e o do outro para ser validado. Quase 3 horas para conseguir mostrar em grande modo como uma pessoa que sobreviveu e lutou para ser grande, existindo no absoluto egocentrismo de um patriarcado feudal, passa o processo de descer desse pedestal voluntariamente e assim criar empatia com tudo aquilo que precisou destruir para se constituir. Até o bobo da corte fica louco assim!
Fico pasmo só de lembrar que todas as vezes que o dialogo cortou e a música sensacional aumentava para o protagonista ponderar o revelado, estava eu também olhando fixamente para o infinito da minha parede, tendo que ser levado a realidade junto com o protagonista pelo evento seguinte que ocorria no filme. "Ele era melhor louco"
Fellini definitivamente consegue inverter sua perspectiva maestralmente, eu comecei estranhando essa moça que não conhecia e agia tão estranhamente, e ao final do filme todas suas dores e felicidades eram minhas também. Esse é um daqueles filme que você sai intimo do personagem, uma atuação icônica, parecido com a sensação que tive com la haine e seus personagens. Nas noites de cabíria, nada é dela, somente a experiência única a ela, que sobra somente ao espectador dividir o conhecimento dessas noites, e eu sei que vou guarda-las comigo.
Godard é inquieto, não saberia atuar para ele nesse filme, a atriz precisa falar com a boca e mentir com os olhos. Não posso tirar conclusões, como caberia a mim isso se nem as personagens deste o coube. Parece-me que godard mergulha na cisão apresentada no filme do mundo vivido e do mundo pensado, através do mundo e das personagens, das ações e das falas, dos olhs e da boca, silencio e linguagem. A beleza da atriz no filme, assim como na vida real para inúmeras pessoas dentro de um padrão exclusivo de beleza, funciona como uma parede pintada de desejo alheio, que para os que com ela interagem ficam admirados achando que é uma janela. Logo assim como no conto falado logo antes do final, é a fixação na sua beleza como algo do mundo pensado, assim sendo melhor que o vivido pois é perfeito, acaba fazendo fazendo com que a pessoa que nela habita morra por causa deste
Não Amarás
4.2 297 Assista AgoraUma bela tentativa, talvez seja tudo que temos. Apresentar o amor como uma maneira de ver, profundamente delicado, íntimo... e não um desejo que é atingido. Quem sabe nessa luneta eu também me veria como digno, belo, até próximo...
O filme apresenta as interrogações certas, talvez um querer honesto, mas a luz que ilumina também queima. Espero ter chegado mais perto.
Cavaleiro de Copas
3.2 413 Assista AgoraPrimeiro filme do Terrence que eu vejo, e sei que é um dos últimos da sua filmografia, então sempre tive a sensação de que era tudo intencional e organizado especificamente. As duas horas de filme discorreram sobre uma vida inteira, é inútil tentar abordar todos os temas. Mas é maestralmente orquestrado nessa liquidez da identidade, as sensações de estar perdido, de estar procurando, de estar sozinho, de ser inútil, de ser determinante. Tudo isso leva a uma sensação agonizante de uma acumulação de perguntas, vontades e vazios sem respostas e conclusões, onde você sai como entra, em um movimento onde você sabendo mais ainda o quanto você não sabe.
O uso de símbolos desse filmes não é nada original nem revolucionário, típicos símbolos adorados por homens brancos, carros, ternos, mansões, mulheres magras na juventude, mas ao invés de valorizar isso como "posses" de valor como é feito tradicionalmente pela indústria cultural, se discute o quanto o protagonista não realmente encontra esses em um sentido fenomenológico, sempre buscando egoistamente preencher algo dentro dele, seja resgatar uma lembrança, sentir uma sensação, idolatrar ou ser idolatrado, tudo isso se acumulando melancolicamente.
Em suma é mais um filme sobre perceber que não percebe, com tantas metáforas e analogias e símbolos que rever definitivamente acrescenta na experiência.
Anjos Caídos
4.0 259 Assista AgoraMuito divertido, esperançoso e trágico como um bom romântico. Achei engraçado as semelhanças das músicas de corno dos chineses com as nossas musica de corno. Super vale a pena ver, e como um bom jovem esse filme traz a tona coisas interessantes e relevantes, mas acaba apresentando uma prepotência ingênua, que ao longo do filme se torna seu charme
8½
4.3 409 Assista AgoraEsse filme é um excelente exemplo de um nível de metalinguagem caótico que explicita a ausência de querer propor resposta, só perguntas, as consequências disso são um filme filme denso com um ritmo impossível de alcançar que gera confusão e a qualquer momento que você não processa algo fica perdido, mas acredito que há nisso uma intencionalidade de expressar uma condição muito agoniante da existência do homem em sua identidade de trabalho, sexual, espiritual, mas decisivamente sobre o aspecto cultural e como isso condiciona seu psicológico, o fluxo constante da relação de trabalho que exige sempre a produtividade e resposta pra tudo, sendo solucionada pela eterna procrastinação.
Esse filme é um ensaio critico, no modo em que ele não se preocupa em apresentar respostas, e mergulha em ambiguidades e conflitos, que apesar de verdadeiros, ou até reveladores, não tem nenhuma intenção de resolve-los, o que leva a um acúmulo de agonia ao longo do filme, e distanciamento do protagonista que se encontra perpetuado no movimento de analise e crítica o qual impede-o de relacionar verdadeiramente com o outro, principalmente com a mulher como um todo, referido no filme como a incapacidade de amar.
Compartilho do sentimento das pessoas que se sentiram com o tempo perdido, pois por um lado apresentar repetidamente algo de maneira critica sem sugerir uma síntese, ou solução traz um sentimento de desperdício, ou até incentivo ao que foi criticado, mas não posso negar que através da identificação e empatia com uma postura, ou sentimento, ou conflito apresentado - que acredito que são muito reais na cultura e psicológico do homem que existe no patriarcado judaico-cristão no modelo de produção capitalista - sinto que acredito que apesar de sem respostas, Fellini faz as perguntas certas.
Mas assim como no filme, quando deparado com as perguntas certas, o homem deflete, no entanto por mais que isso seja uma movimento que o homem faz não é o único que ele pode fazer, e para ele mudar isso ele precisa se atentar as perguntas certa, tais perguntas e criticas que são apresentadas nesse filme, por isso as vezes é necessário mesmo se produzir um ensaio para pelo menos registrar de certo o que incomoda ainda que ausente de respostas, e nesse quesito esse filme é uma obra prima.
Uma egotrip masculina cheia de revelações sobre uma existência específica (o homem do patriarcado judaico-cristão no modo de produção capitalista), mas vazias de respostas, ou seja, só me resta dormir com essa e me movimentar em busca da resposta.
Ran
4.5 262 Assista AgoraIncrível tragédia! A masculinidade paga o pato pelas incoerências de existir querendo ser e ter mais que o outro, e o do outro para ser validado. Quase 3 horas para conseguir mostrar em grande modo como uma pessoa que sobreviveu e lutou para ser grande, existindo no absoluto egocentrismo de um patriarcado feudal, passa o processo de descer desse pedestal voluntariamente e assim criar empatia com tudo aquilo que precisou destruir para se constituir. Até o bobo da corte fica louco assim!
Fico pasmo só de lembrar que todas as vezes que o dialogo cortou e a música sensacional aumentava para o protagonista ponderar o revelado, estava eu também olhando fixamente para o infinito da minha parede, tendo que ser levado a realidade junto com o protagonista pelo evento seguinte que ocorria no filme.
"Ele era melhor louco"
A Gaia Ciência
3.8 30Não entendi nada!
Mas acho que esse era o ponto...
Noites de Cabíria
4.5 381 Assista AgoraFellini definitivamente consegue inverter sua perspectiva maestralmente, eu comecei estranhando essa moça que não conhecia e agia tão estranhamente, e ao final do filme todas suas dores e felicidades eram minhas também.
Esse é um daqueles filme que você sai intimo do personagem, uma atuação icônica, parecido com a sensação que tive com la haine e seus personagens.
Nas noites de cabíria, nada é dela, somente a experiência única a ela, que sobra somente ao espectador dividir o conhecimento dessas noites, e eu sei que vou guarda-las comigo.
Vá e Veja
4.5 754 Assista AgoraVá e veja irmão.
Viver a Vida
4.2 391Godard é inquieto, não saberia atuar para ele nesse filme, a atriz precisa falar com a boca e mentir com os olhos. Não posso tirar conclusões, como caberia a mim isso se nem as personagens deste o coube.
Parece-me que godard mergulha na cisão apresentada no filme do mundo vivido e do mundo pensado, através do mundo e das personagens, das ações e das falas, dos olhs e da boca, silencio e linguagem.
A beleza da atriz no filme, assim como na vida real para inúmeras pessoas dentro de um padrão exclusivo de beleza, funciona como uma parede pintada de desejo alheio, que para os que com ela interagem ficam admirados achando que é uma janela. Logo assim como no conto falado logo antes do final, é a fixação na sua beleza como algo do mundo pensado, assim sendo melhor que o vivido pois é perfeito, acaba fazendo fazendo com que a pessoa que nela habita morra por causa deste
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