Episódico e sem foco, o filme passa pelos pontos mais marcantes da vida de Margaret Thatcher sem dar tempo aos personagens (e ao espectador) de absorver absolutamente nada do que acontece, de modo que temos todos que depender da inquestionável ótima atuação de Meryl Streep para nortear as emoções e estágios da vida em que se encontra MT ao longo da projeção.
A falta de habilidade de Abi Morgan em conduzir um roteiro fica mais clara ainda quando dá muito mais espaço ao "fantasma/alucinação" do marido do que os eventos retratados, escolhendo dar a Denis diálogos expositivos e desnecessários acerca do que Thatcher pensou e fez ao invés de deixar a atuação de Streep falar por si só, como na cena em que o companheiro de campanha morre: ela tem três segundos pra reagir e a diretora incompetente imediatamente corta pra nomeação com alegria, música alta, cores vivas e tudo que tem direito.
O trunfo da produção é Streep mesmo, que tira leite de pedra e consegue ter presença em TODAS as cenas que participa, traduzindo as diversas emoções episódicas em olhares, gestos e postura, apesar de ser constantemente sabotada por Phyllida Loyd, Abi Morgan e suas ideias de que nenhum daqueles eventos merece uma visita maior que cinco minutos e uma narrativa mais desenvolvida.
Quando trata da descoberta do cinema por duas crianças, mostra vídeos de Méliès e as reações das pessoas diante da "imagem em movimento", o filme facilmente encanta, diverte e lembra (principalmente aos cinéfilos) por que amamos cinema tanto quanto seus idealizadores. Contudo, Scorsese não tem absoluto controle de sua obra quando o filme muda pras aventuras dos garotos órfãos fugindo da... hum... carrocinha?
Nestes momentos, o filme se torna óbvio, besta e clichê, com humor pastelão, atuações caricatas (de propósito, é claro) e personagens desnecessários. É, incrível, portanto, constatar que o mesmo filme que não se arrisca e entrega às crianças mais do mesmo, em dados momentos trata seu público alvo como adultos completamente crescidos (e fiquei pasmo porque foram nas cenas da ode ao cinema que as crianças da sessão ficaram mais quietas e prestaram mais atenção). Bipolaridade? Por que o Scorsese que dirigiu a metade boa do filme não dirigiu também a metade ruim?
Jay Baruchel é incapaz de segurar o longa, além de não saber o que fazer com as mãos e fazer uns alívios cômicos bem forçados (na primeira metade, principalmente) no filme, sua voz temida e esganiçada não transmite nem um pingo de confiança e seriedade, principalmente nos momentos mais sérios do filme. Sorte dele que tem Nicolas Cage super à vontade e nada forçado (e olha que eu nem gosto dele), exceto pela "químics" com Monica Bellucci. O filme é bastante dinâmico e divertido, com ótimos efeitos especiais e em tempos de Harry Potter e Narnia, surpreendentemente criativo - as situações envolvendo espelhos, Alfred Molina usando a poeira pra encontrar objetos mágicos e toda a sequência em Chinatown são ótimas e valem a locação. O que não passa despercebido, porém, são os clichês do roteiro. A sequência que mostra Dave quando criança só serve pra forçar um vínculo com Becky completamente desnecessário e, pior ainda, coloca o protagonista no meio da ação da forma mais inverossímil possível. E o que dizer do amigo grandão dele? Tem personagem mais desnecessário? A própria Becky é dispensável e ainda mal construída,
já que afirma ter medo de altura mas na hora da ação se coloca em uma posição onde muita gente que NÃO tem medo de altura hesitaria e ela nem pisca. Também é bastante clichê a revelação "bombástica" de que Dave era mesmo descendente de Merlin. Por que não estabelecer isso como fato no começo do filme e fazer com que a habilidade de Dave usar os poderes sem o anel não seja um plus, ou algo que ninguém esperava. Enfim. A cena pós-créditos é econômica e óbvia.
Começa como um Clube da Luta às avessas, mas achei legal que não colocou um grupo de skinheads violentos só pela violência - Derek Vinyard é um cara obviamente estudado e incita os colegas com o poder da palavra, exatamente o maior dom de Hitler. Apesar da história ser envolvente e, em muitos momentos, cru, me incomodou o fato de usar uma fórumla super batida pra contar a história: narração/lição de moral voice-over com o protagonista
que tem uma ideia sobre um certo povo/pessoa, convive com os seus objetos de ódio e vê que é tudo diferente do que pensava pra depois ser submetido ao mesmo sofimento que já submeteu outros.
A roteiro ou a montagem poderiam ser diferentes pra aguçar um pouco o espectador, mas parece que David McKenna e Tony Kaye escolheram o "caminho mais seguro" pra poder contar essa história com temática delicada, infelizmente.
Nem sempre o sujeito tem de ter a vida mudada e aprender uma lição que o faz mudar totalmente de vida. Quer nos desafiar, faça-nos odiar o cara do primeiro segundo ao fim do filme sem que ele aprenda nada, e se precisar que o público se relacione com algum personagem, que seja o irmão influenciável/confuso.
Também me incomodou a figura do pai, que surge muito forçada na "influência" de Derek, que já era um homem na faculdade e com alguma cabeça que um dia escuta o comentário do pai sobre negros e não tem nem 2% do poder de argumento que tinha algum tempo depois pra discordar do pai ou debater, como faz na cena na mesa com o namorado da mãe. Isso foi extremamente equivocado. Se fosse pra mostrar a má influência do pai, que mostrasse desde a infância ou adolescência, conforme ele fez com o irmão.
Mas ainda assim é um filmão, Norton está ótimo como sempre, o longa só não excede expectativas.
O título nacional é tão ruim quanto o filme. O roteirista Scot Armstrong não se decide sobre o que será o filme: sobre um cara que já teve música de sucesso, sobre o campeonato de basquete ou sobre a relação entre os amigos/ex-companheiros de banda. O resultado é que o filme não se passa nas partidas de basquete, e quando mostram alguma partida a falta de potencial para comédia é assustadora. A relação dos personagens também nunca fica muito clara: quem faz o que aonde, eles eram companheiros de banda, nada é julgado relevante. O único foco real é dado às tentativas de Jackie Moon de animar a plateia, mas a graça nesses momentos também é escassa. A briga com o urso podia render muito mais, mas Anderson se limita a fazer Will Ferrell gritar e
deixar o urso escapar pra fazer "ataques surpresa" inverossímeis dali pra frente
. O fato de que o filme é ruim e sem foco é a participação de Kristen Wiig, que geralmente rouba a cena sem esforço em bons filmes, e aqui surge como uma domadora de ursos/gatos e que faz um ótimo trabalho com o material paupérrimo que lhe é dado e é sem dúvida o melhor momento do longa.
Finge que vai criticar a religião mas fica só na promessa, com uns rápidos comentários óbvios que comediantes como Louie fariam melhor em menos de cinco minutos. Aí quando não está "criticando" a igreja católica e/ou similares, se contenta com uma trama besta e pouco desenvolvida que parece que foi escrita por dois garotos de 15 anos. Monstro de Merda? Seriously?!? Sem falar que é MUITO mais longo do que deveria ser. Alanis, coitada, é ruim até quieta, Jason Lee caricato e Ben Affleck e Matt Damon mais do mesmo. Só vale pelo Silent Bob.
Começando pelo que não prestou: Martin Campbell subestimando a memória do espectador - a PRIMEIRÍSSIMA sequência do filme mostra a relação do Hal Jordan com o pai até o fim de sua carreira e é até bonitinha, apesar de clichê (o garoto é carismático). Mas aí ele vem me repetir as cenas da sequência CINCO minutos depois dela ter acontecido? Eu lembro do que aconteceu, Campbell, não precisa ser ridiculamente óbvio com relação ao que move o personagem. Outra coisa: uniforme. Eu entendo as aplicações práticas de se ter um uniforme daquele todo em CGI para as cenas de ação, fica bonito e é bastante funcional, mas o que dizer das cenas em que Hal está simplesmente parado, conversando com alguém? Precisava mesmo daquela roupa ser digital? Ela tira toda a atenção dos diálogos.
Por último, me incomodou o fato de Hal Jordan ser muito conformado/acomodado. "Ih, caiu uma nave alien ali na esquina, ok, beleza. Ih, esse alien me deu um anel poderoso e falou pra eu usar. Tranquilo. Agora tenho que defender o planeta, é melhor treinar então." Achei meio forçado. Aí o Martin Campbell podia mostrar uns clipezinhos dizendo por que ele aceita tudo que acontece com ele sem relutância, porque a história com o pai não é motivo suficiente.
Dito, isso, o impressionante foi constatar que, apesar dos motivos citados acima... gostei do filme. Muito. O primeiro fator foi a expectativa: O longa teve recepção morna no ano passado, alguns poucos gostaram de verdade, sem falar que eu acho Ryan Reynolds medíocre (exceto em "Enterrado Vivo") e Blake Lively idem. Mas me surpreendi. O filme flui bem rapidinho (e assisti a versão estendida), Reynolds está supreendentemente OK e Lively também. Verdade seja dita, eles não formam o casal com melhor química nem de longe, mas acho que funcionam melhor do que Natalie Portman e Chris Hemswoth em Thor, por exemlo. Os efeitos especiais são muito bacanas e o visual do planeta Oa é simplesmente de tirar o fôlego. As cenas de ação empolgam e são bem dosadas e Peter Skarsgaard (fazendo pela milésima vez o nice guy que é vilão after all) até que funciona bem. Acho que o próximo filme, até se for nas mãos do mesmo diretor (que já nos entregou Cassino Royale, for god's sake!), dessa vez mais seguro de si e quem sabe menos restrições do estúdio, pode ser facilmente melhor e mais redondo.
Costumava achar que Noomi Rapace tinha nascido pra interpretar Lisbeth Salander, mas após ver esse aqui admito que Rooney Mara TAMBÉM nasceu para o papel. A vantagem de Noomi sobre Rooney, no entanto, é a de falar sueco na Suécia, e não inglês com sotaque,o que sempre me incomoda. Mas só isso. O elenco está afiadíssimo, ninguém decepciona. Eu não conseguia ver o problema que alguns tinham com o filme sueco, mas foi preciso David Fincher pegar no negócio pra eu perceber como o negócio podia ficar bem melhor... certas nuances (como quando Lisbeth compra uma jaqueta e tira de dentro dela uma foto de pessoas felizes) e cortes que só fazem bem ao longa
(O Mikael não ter sido preso poupou tempo e tramas desnecessárias)
. A fotografia é fria e a direção de arte minimalista, o que já se viu em "A Rede Social" mas agora de forma mais agressiva. O espectador está sempre sendo lembrado do frio cortante de Hedestad ou da frieza de toda a família Vanger e suas casas luxuosas, mas mortas. A trilha também segue os mesmos moldes da "Rede", mas dessa vez Trent Reznor parece ter ousado mais e brincado com os sentimentos do público -
a cena do estupro de Lisbeth, já tensa por si só, se torna mais terrível ainda de se assistir por causa da trilha angustiante.
No mais, a narrativa se prova eficiente por deixar seus protagonistas se formarem sozinhos por mais de uma hora de filme sem nem sugerir que vai juntá-los, e quando finalmente o faz a química é indescritível e instigante, assim como o mistério sendo resolvido. Um problema que era perceptível no livro e que se tornou ainda mais evidente aqui foi o fato de que, quando o mistério se resolve, muitas pontas soltas só são resolvidas páginas e páginas depois (e no caso do filme, minutos). Admito que achei que a conclusão e os diálogos expositivos seriam melhor dosados, de modo a deixar o fim depois do fim mais curto, o que não ocorreu e é geralmente quando as pessoas começam a consultar seus relógios e repararem que o filme está chegando perto das 2h30 de duração. Mas isso não ofusca o brilho da obra, já que tudo continua sendo feito e desenvolvido com a mesma competência do resto do filme. Só podia ser antes.
Clichê, maniqueísta e previsível, não tenta em nenhum momento ter um diferencial que o destaque dos milhões de filmes com o mesmo tema. Pelo contrário, se agarra aos clichês e reza pra que a atuação de Keke Palmer e os desafios do Spelling Bee sejam suficientes para comover o espectador. Não são. A menina é bastante boa, e a competição é empolgante, mas faltou antecipação e suspense, não dá pra ficar na ponta da cadeira quando não se explora os demais concorrentes e a única competição de verdade é um garotinho atormentado pelo pai clichê. Desnecessário dizer que a resolução de tudo que é apresentando é tão clichê quanto a trama. Dei três estrelas unicamente pela atuação um pouco melhor que "just ok" de Keke Palmer e também que, por mais que seja clichê, não se vêem muitos filmes de concursos de soletração por aí. Mas podia ser muito, MUITO melhor.
De que adianta um enorme elenco se ninguém faz nada pra ajudar um roteiro cujo maior "problema" é o Cordão do Bola Preta emperrado na torre em New York? Alguns dos casais formados simplesmente não têm química (Ashton Kutcher e Lea Michele que o digam), outros se contentam em fazer piadas ridiculamente sem graça sobre gravidez/concurso sem propósito algum. E é evidente que quase 100% do elenco só está ali pra pagar as compras de Natal mesmo: Sarah J. Parker, Lea Michele, Ashton Kutcher, Katherine Heigl, Seth Meyers, Zac Efron e Bon Jovi estão todos interpretando a si mesmos. A personagem de Sofia Vergara tinha que se chamar Gloria, pois é ABSOLUTAMENTE IGUAL ao que ela faz em Modern Family (ela até solta um "no meu país/lição de moral" em determinado momento!). Robert DeNiro obviamente só aceitou porque ia ficar deitado o filme todo sem precisar fazer grande coisa. Michelle Pfeiffer está extremamente equivocada como uma louca que devia servir de alívio cômico mas só é vergonha alheia. As mais inspiradinhas são Halle Berry e Abigail Breslin, mas como têm pouco tempo de tela não compensam o grande FAIL que é o resto do elenco. Os bloopers no final, marca registrada de diretor que não está seguro quanto ao material principal, não me deixam mentir. Tanto que só houve risadas na sala de cinema nesses últimos dois minutos. Ou seja. O longa só ganha pontos quando, um pouco antes de terminar, faz um pequeno suspense acerca de quem é par de quem e surpreende ao não juntar alguns casais mais óbvios, mas fora isso é só um amontoado de clichês e situações mal aproveitadas (quando o tiozinho fica preso na bola e podiam surgir algumas boas piadas, o diretor incompetente corta pra quando ele já está são e salvo no chão) que não valem as quase duas horas investidas.
Eu gosto do filme porque ele, muito como seus protagonistas, não se desculpa. Ninguém foi molestado, espancado na infância, vítima de conspiração governamental ou coisa do tipo. Eles são criminosos sangue-frio e ponto, e gostam disso. Difícil ter longas corajosos assim hoje em dia. A forma como eles se conhecem já ditam o tom do que virá a seguir e o que se pode esperar. Nada decepcionante.
Meio forçadinho em certos momentos, mas o ótimo timing de Robin Williams e Nathan Lane salvam o que, nas mãos de outros atores menos capazes, seria um total desastre.
Só me incomodou que quando a trama muda de foco os coadjuvantes simplesmente desaparecem. Sorte que a Tracey Ullman fica, ela garante risadas fáceis o tempo todo.
Gostei. Deborah Secco está ótima e confortabilíssima, assim como Drica Moraes. Sempre interessante descobrir como é o dia a dia de profissões não convencionais. Gostei também que o alívio cômico funciona (a cena no salão de beleza é ótima, entre outras) e não soa obrigatório como em alguns longas brasileiros que colocam piada pra disfarçar roteiro mal estruturado. Não que aqui isso não exista: faltou uma coerência na
ascensão e queda de Bruna, quando se mete com drogas e tal. Ela perde TODOS os clientes. Como assim? O vício não afasta clientela. Mas até aí tudo bem, o problema é que quando ela volta pro topo, os clientes todos voltam do nada. Como? Se ela tava dando (ou melhor, "distribuindo") numa espelunca de 20 real a trepada, onde ela conseguiu a credibilidade de volta? Outra coisa que me incomodou foi o Cassio Gabus Mendes. A não ser que me digam que ele é Deus na história, não dá pra engolir o personagem dele. A qual classe social ele pertence? Ele começa como cliente da espelunca da Drica Moraes e de repende ele me vem com jóias de presente em restaurante chique dizendo que pode bancar a vida da menina, como isso? E HOW THE HELL ele foi parar no hospital no fim, se ela teve overdose longe de tudo e de todos que conhecia?
Isso tudo quebra a lógica do roteiro e acaba jogando o filme na sessão "passatempo" ao invés da "coesa" e "relevante" que tanto almejava.
Esqueceram de avisar para Andy Fickman e Moe Jelline que para um filme se caracterizar como "comédia", ele tem que ser engraçado. Esse filme é um desperdício de talentos absurdo... Kriten Bell morreu junto com Veronica Mars e não sabe escolher um filme decente deste então. Jamie Lee Curtis super mal aproveitada se perdendo nos milhões de clichês do longa. O filme não tem salvação, mas, se tivesse, seria por causa de Sigourney Weaver, bastante confortável no papel, mas ainda assim ofuscada pela idiotice do roteiro. Betty White também serve como boa distração, mas também é mal aproveitada. Sobre o roteiro(?), o que me incomoda mais é que cerca de 85% das "comédias" atuais se resolveriam se os personagens simplesmente se sentassem e conversassem, mas essa cartilha que diz que eles só podem fazer isso no final pra ter momento de reconciliação e liçãozinha de moral besta atrapalha tudo. As piadas são pastelão non-stop: briga que acaba com personagens caindo na piscina, guerra de comida, pancadas em lugares "imprevisíveis" e algumas quedas de casa na árvore que não não nada além de constrangedoras. E eu nunca odiei tanto "We Are the Champions", que toca tipo umas cinco vezes. Dei uma estrela porque tudo não acabou descambando para a escatologia, e isso sim foi uma surpresa.
Fui com muita boa vontade assistir, mas a montagem desastrosa me tirou os ânimos nos primeiros minutos (ou fui só eu que percebi que tem uma cena que ele tá subindo uns degrauzinhos de carro e na continuação da cena o carro aparece saindo do beco DE RÉ?), isso sem falar nas atuações pífias e a trama cheia de buracos (o detetive decide acreditar no Frank sem motivo aparente e
no final ele sai como herói da parada e amigo da polícia, sendo que o "trabalho" dele é carregar contrabando? Por favor né?
. O mais legal são as lutas e perseguições, mas mesmo assim nem tão legais assim, vez ou outra beiram o inverossímil (a luta no óleo é risível) num filme que em nenhum momento dá um tom pra o espectador acreditar que é uma sátira ou algo parecido.
Dei uma olhada nos comentários e vi que a maior reclamação das pessoas é que o filme é "muita enrolação" e "só fica bom no final". Ora, eu acho que o maior mérito desse filme/franquia é fazer o que a maioria esmagadora dos terrores atuais não têm coragem de fazer: esperar. Como nada nunca acontece, o espectador SEMPRE fica antecipando o momento do susto, e como é imprevisível quando o susto virá, a carga de suspense de quem assiste só aumenta e isso é ótimo, porque nos mantêm vidrados na tela, sem piscar e na beira da cadeira. Será que o povo ainda não percebeu que quantos menos sustos óbvios, melhor o filme? Ou todo mundo queria mais do mesmo: uma porrada de sustos gratuitos com a trilha dando aquela nota aguda irritante pra parecer que o susto foi maior? Se você prefere mais do mesmo, está assistindo a franquia errada. Vai ver 'Evocando Espíritos' ou alguma coisa do tipo que você vai "se assustar" mais. Enfim. Melhor que o primeiro. Só acho que perde pontos no final justamente por dar corpo e voz para o que na imaginação funciona muito melhor. É até legal ver como os filmes se relacionam e que deram uma espécie de closure pra história (me pergunto pra onde vai o terceiro), mas quando tudo fica mais invisível que físico a coisa funciona bem melhor.
Bem, assisti na época errada, evidentemente. Se tivesse visto em 2000-2002 eu não saberia que Jack Black está interpretando ele mesmo e isso não me irritaria. Anos atrás a "quebra da quarta parede" também não me irritava tanto - custava colocar o John Cusack desabafando com algum amiguinho? De qualquer forma, a trilha sonora é indiscutivelmente boa e as listas de 5 me fizeram criar várias outras na minha cabeça. Mas o gostinho amargo ficou, pelos motivos já citados e também pela longa duração.
Surpreendentemente bom. O argumento é ÓTIMO, e o mais difícil o roteirista/diretor fez, que é criar uma mitologia empolgante e diferente do que costuma-se ver ultimamente em se tratando de vampiros. O problema é que ele parece nunca querer se levar a sério demais, o que resulta numa história que nunca envolve o espectador de verdade. Uma pena. O baixo orçamento fica evidente em algumas cenas de efeitos especiais meio risíveis, mas se o diretor tivesse mais cojones e investisse na ótima história que criou, teria feito um dos melhores longas de 2010.
O que me surpreende nem são as atuações mornas de Pattinson e Witherspoon, nem Christoph Waltz com trejeitos de Hans Landa, mas o fato de Francis Lawrence, Alexandra Patsavas e James Newton Howard estarem todos envolvidos num filme e não conseguirem entregar nada mais que um longa morno de ritmo tedioso. A fotografia é OK, mas ninguém pensou em aproveitar o tema circense pra fazer uma coisa mais exótica e/ou suja? Isso sem falar nas dezenas de personagens que podiam render tramas paralelas interessantes, mas só ficam de figurantes. Cejura que um circo em meio a circos decadentes no início da década de 30 com um elefante que entende polonês só tem aquela historinha de "amor quase impossível" pra contar? Por favor. E a narrativa estilo 'Titanic' já está mais que batida.
Fica claro que o excesso de personagens e participações especiais comprometem o que no papel devia parecer um ótimo roteiro. É um bom script, sim, mas perde tempo com bobagens (aquele apresentador bêbado aparece BEM mais do que deveria) que poderiam dar lugar a mais situações interessantes, tipo o Home for Purim ter se tornado um hype era storyline pro filme inteiro. Ao invés disso, Christopher Guest se contenta em encher os olhos com as loucuras que se passam nos bastidores de Hollywood mas sem nunca ir mais fundo do que realmente pode, deixando que os atores se virem pra ter seus 'quinze minutos de fama' nos 80 minutos disponíveis. Desnecessário dizer que só Cathetine O'Hara e Jennifer Coolidge conseguem, e elas realmente valem a locação.
Surpreendentemente agradável. Embora siga a mesmíssima fórmula do original, gostei que esse difere do primeiro no sentido de que as crianças são menos bobas e começam a tentar dar explicações para os feitos de McPhee ou dar um jeito de não ser pego por ela ("Vou usar essa máscara de gás pra não ser contaminado pela substância que ela libera!"). [spoiler] E verdade seja dita, aquelas crianças foram conquistadas na primeira lição, a babá nem foi muito necessária depois disso. O filme também podia ser melhor apreciado se a diretora Susanna White usasse de mão mais firme e não deixasse que Maggie Gyllenhaal se perdesse na linha entre o infantil e caricato (coisa que Emma Thompson e Maggie Smith, por exemplo, não deixam acontecer) e se livrasse de três personagens completamente inúteis e bestas, o cunhado e as duas caricatíssimas mulheres que cobram dinheiro dele. Contudo, com situações divertidíssimas e cenas que "denunciam" a natureza fantástica do longa de forma agradável, como a fuga dos porcos e a queda da bomba no campo (que é engraçada, mas foi mais pra dar relevância ao título original do que qualquer outra coisa, né?). Com ótimas participações especiais e um elenco infantil afiado (os primos ricos sendo o destaque absoluto) as ótimas fotografia e direção de arte e o ritmo ágil (a babá chega rápido e as lições acontecem a curtos intervalos) ajudam o filme a passar voando e serve ao seu propósito sem se limitar a divertir apenas o público-alvo.
Eu sei que a ideia era gerar um clima de nostalgia e fazer parecer que os caras tinham 12-14 anos novamente, mas esqueceram de avisar pro Adam Sandler que não era pra ESCREVER o filme como se ele tivesse 12-15 anos. O filme tem as piadas mais batidas do mundo que são vistas na sessão da Tarde e podem ser antecipadas com quilômetros de distância. Está tudo lá: as gostosas com uma feinha no meio pra ser sacaneada, humor pastelão, escatologia, os inimigos de escola (olha como eles são losers, carecas, magricelas e com uma família que se odeia) e ainda me "fecham com chave de ouro" colocando a ENGRAÇADÍSSIMA cena de uma gorda correndo, tropeçando e caindo de cara numa torta. Por favor, né? Aí de resto tem Adam Sandler e sua galerinha intepretando os mesmos papéis de sempre (Chris Rock faz piadas de negros, Rob Schneider é o esquisitinho, David Spade faz vergonha alheia e Kevin James tem um familiar awkward. Achei sinceramente que as mulheres fariam o filme valer a pena, mas ledo engano: Salma Hayek caricata ao extremo, Maria Bello (que diabos ela está fazendo aqui?) no piloto automático e Maya Rudolph que até tenta, mas o roteiro definitivamente não está a altura, chegando até a criar um possível interesse romântico para Chris Rock aos 45 do segundo tempo só para o casal fazer parte do 'momento reconciliação' do qual todos participam 5 minutos depois. A surpresa agradável se encontra no elenco mirim, bastante inspirado e com ótima química, que dão ótimas tiradas no curto espaço de tempo que têm em cena. Filmes como "Conta Comigo" e "Ponte para Terabítia" evocam os prazeres da infância e amizades antigas com muito mais conteúdo e eficiência que essa coisa aqui.
Esperei ver um filme nota 2 e achei nota 5. Erros? Sim, milhões. Ausência de tramas paralelas, atuações ruins, roteiro tão mal escrito quanto o livro (mas sem o excesso de "gordura" desnecessária gerada por Stephenie Meyer), o fato do filme ser um veículo para difundir a crenças dos autores pseudo-puritanos (aborto? NEM PENSAR! pfff) direção nada criativa... contudo, gostei do clima de antecipação antes do casamento, da Anna Kendrick fazendo o que pode com seu talento desperdiçado, efeitos especiais de emagrecimento de Kristen Stewart (que está mais expressiva que nos filmes anteriores, embora ainda ruim) e o final que gera uma expectativa que não será cumprida no próximo filme.
A Dama de Ferro
3.6 1,7KEpisódico e sem foco, o filme passa pelos pontos mais marcantes da vida de Margaret Thatcher sem dar tempo aos personagens (e ao espectador) de absorver absolutamente nada do que acontece, de modo que temos todos que depender da inquestionável ótima atuação de Meryl Streep para nortear as emoções e estágios da vida em que se encontra MT ao longo da projeção.
A falta de habilidade de Abi Morgan em conduzir um roteiro fica mais clara ainda quando dá muito mais espaço ao "fantasma/alucinação" do marido do que os eventos retratados, escolhendo dar a Denis diálogos expositivos e desnecessários acerca do que Thatcher pensou e fez ao invés de deixar a atuação de Streep falar por si só, como na cena em que o companheiro de campanha morre: ela tem três segundos pra reagir e a diretora incompetente imediatamente corta pra nomeação com alegria, música alta, cores vivas e tudo que tem direito.
O trunfo da produção é Streep mesmo, que tira leite de pedra e consegue ter presença em TODAS as cenas que participa, traduzindo as diversas emoções episódicas em olhares, gestos e postura, apesar de ser constantemente sabotada por Phyllida Loyd, Abi Morgan e suas ideias de que nenhum daqueles eventos merece uma visita maior que cinco minutos e uma narrativa mais desenvolvida.
A Invenção de Hugo Cabret
4.0 3,6K Assista AgoraQuando trata da descoberta do cinema por duas crianças, mostra vídeos de Méliès e as reações das pessoas diante da "imagem em movimento", o filme facilmente encanta, diverte e lembra (principalmente aos cinéfilos) por que amamos cinema tanto quanto seus idealizadores. Contudo, Scorsese não tem absoluto controle de sua obra quando o filme muda pras aventuras dos garotos órfãos fugindo da... hum... carrocinha?
Nestes momentos, o filme se torna óbvio, besta e clichê, com humor pastelão, atuações caricatas (de propósito, é claro) e personagens desnecessários. É, incrível, portanto, constatar que o mesmo filme que não se arrisca e entrega às crianças mais do mesmo, em dados momentos trata seu público alvo como adultos completamente crescidos (e fiquei pasmo porque foram nas cenas da ode ao cinema que as crianças da sessão ficaram mais quietas e prestaram mais atenção). Bipolaridade? Por que o Scorsese que dirigiu a metade boa do filme não dirigiu também a metade ruim?
O Aprendiz de Feiticeiro
3.0 1,4K Assista AgoraJay Baruchel é incapaz de segurar o longa, além de não saber o que fazer com as mãos e fazer uns alívios cômicos bem forçados (na primeira metade, principalmente) no filme, sua voz temida e esganiçada não transmite nem um pingo de confiança e seriedade, principalmente nos momentos mais sérios do filme. Sorte dele que tem Nicolas Cage super à vontade e nada forçado (e olha que eu nem gosto dele), exceto pela "químics" com Monica Bellucci. O filme é bastante dinâmico e divertido, com ótimos efeitos especiais e em tempos de Harry Potter e Narnia, surpreendentemente criativo - as situações envolvendo espelhos, Alfred Molina usando a poeira pra encontrar objetos mágicos e toda a sequência em Chinatown são ótimas e valem a locação. O que não passa despercebido, porém, são os clichês do roteiro. A sequência que mostra Dave quando criança só serve pra forçar um vínculo com Becky completamente desnecessário e, pior ainda, coloca o protagonista no meio da ação da forma mais inverossímil possível. E o que dizer do amigo grandão dele? Tem personagem mais desnecessário? A própria Becky é dispensável e ainda mal construída,
já que afirma ter medo de altura mas na hora da ação se coloca em uma posição onde muita gente que NÃO tem medo de altura hesitaria e ela nem pisca. Também é bastante clichê a revelação "bombástica" de que Dave era mesmo descendente de Merlin. Por que não estabelecer isso como fato no começo do filme e fazer com que a habilidade de Dave usar os poderes sem o anel não seja um plus, ou algo que ninguém esperava. Enfim. A cena pós-créditos é econômica e óbvia.
A Outra História Americana
4.4 2,2K Assista AgoraComeça como um Clube da Luta às avessas, mas achei legal que não colocou um grupo de skinheads violentos só pela violência - Derek Vinyard é um cara obviamente estudado e incita os colegas com o poder da palavra, exatamente o maior dom de Hitler. Apesar da história ser envolvente e, em muitos momentos, cru, me incomodou o fato de usar uma fórumla super batida pra contar a história: narração/lição de moral voice-over com o protagonista
que tem uma ideia sobre um certo povo/pessoa, convive com os seus objetos de ódio e vê que é tudo diferente do que pensava pra depois ser submetido ao mesmo sofimento que já submeteu outros.
A roteiro ou a montagem poderiam ser diferentes pra aguçar um pouco o espectador, mas parece que David McKenna e Tony Kaye escolheram o "caminho mais seguro" pra poder contar essa história com temática delicada, infelizmente.
Nem sempre o sujeito tem de ter a vida mudada e aprender uma lição que o faz mudar totalmente de vida. Quer nos desafiar, faça-nos odiar o cara do primeiro segundo ao fim do filme sem que ele aprenda nada, e se precisar que o público se relacione com algum personagem, que seja o irmão influenciável/confuso.
Também me incomodou a figura do pai, que surge muito forçada na "influência" de Derek, que já era um homem na faculdade e com alguma cabeça que um dia escuta o comentário do pai sobre negros e não tem nem 2% do poder de argumento que tinha algum tempo depois pra discordar do pai ou debater, como faz na cena na mesa com o namorado da mãe. Isso foi extremamente equivocado. Se fosse pra mostrar a má influência do pai, que mostrasse desde a infância ou adolescência, conforme ele fez com o irmão.
Mas ainda assim é um filmão, Norton está ótimo como sempre, o longa só não excede expectativas.
Os Aloprados
2.8 49 Assista AgoraO título nacional é tão ruim quanto o filme. O roteirista Scot Armstrong não se decide sobre o que será o filme: sobre um cara que já teve música de sucesso, sobre o campeonato de basquete ou sobre a relação entre os amigos/ex-companheiros de banda. O resultado é que o filme não se passa nas partidas de basquete, e quando mostram alguma partida a falta de potencial para comédia é assustadora. A relação dos personagens também nunca fica muito clara: quem faz o que aonde, eles eram companheiros de banda, nada é julgado relevante. O único foco real é dado às tentativas de Jackie Moon de animar a plateia, mas a graça nesses momentos também é escassa. A briga com o urso podia render muito mais, mas Anderson se limita a fazer Will Ferrell gritar e
deixar o urso escapar pra fazer "ataques surpresa" inverossímeis dali pra frente
Dogma
3.5 324Finge que vai criticar a religião mas fica só na promessa, com uns rápidos comentários óbvios que comediantes como Louie fariam melhor em menos de cinco minutos. Aí quando não está "criticando" a igreja católica e/ou similares, se contenta com uma trama besta e pouco desenvolvida que parece que foi escrita por dois garotos de 15 anos. Monstro de Merda? Seriously?!? Sem falar que é MUITO mais longo do que deveria ser. Alanis, coitada, é ruim até quieta, Jason Lee caricato e Ben Affleck e Matt Damon mais do mesmo. Só vale pelo Silent Bob.
Lanterna Verde
2.4 2,4K Assista AgoraComeçando pelo que não prestou: Martin Campbell subestimando a memória do espectador - a PRIMEIRÍSSIMA sequência do filme mostra a relação do Hal Jordan com o pai até o fim de sua carreira e é até bonitinha, apesar de clichê (o garoto é carismático). Mas aí ele vem me repetir as cenas da sequência CINCO minutos depois dela ter acontecido? Eu lembro do que aconteceu, Campbell, não precisa ser ridiculamente óbvio com relação ao que move o personagem. Outra coisa: uniforme. Eu entendo as aplicações práticas de se ter um uniforme daquele todo em CGI para as cenas de ação, fica bonito e é bastante funcional, mas o que dizer das cenas em que Hal está simplesmente parado,
conversando com alguém? Precisava mesmo daquela roupa ser digital? Ela tira toda a atenção dos diálogos.
Por último, me incomodou o fato de Hal Jordan ser muito conformado/acomodado. "Ih, caiu uma nave alien ali na esquina, ok, beleza. Ih, esse alien me deu um anel poderoso e falou pra eu usar. Tranquilo. Agora tenho que defender o planeta,
é melhor treinar então." Achei meio forçado. Aí o Martin Campbell podia mostrar uns clipezinhos dizendo por que ele aceita tudo que acontece com ele sem relutância, porque a história com o pai não é motivo suficiente.
Dito, isso, o impressionante foi constatar que, apesar dos motivos citados acima... gostei do filme. Muito. O primeiro fator foi a expectativa: O longa teve recepção morna no ano passado, alguns poucos gostaram de verdade, sem falar que eu acho Ryan Reynolds medíocre (exceto em "Enterrado Vivo") e Blake Lively idem. Mas me surpreendi. O filme flui bem rapidinho (e assisti a versão estendida), Reynolds está supreendentemente OK e Lively também. Verdade seja dita, eles não formam o casal com melhor química nem de longe, mas acho que funcionam melhor do que Natalie Portman e Chris Hemswoth em Thor, por exemlo. Os efeitos especiais são muito bacanas e o visual do planeta Oa é simplesmente de tirar o fôlego. As cenas de ação empolgam e são bem dosadas e Peter Skarsgaard (fazendo pela milésima vez o nice guy que é vilão after all) até que funciona bem. Acho que o próximo filme, até se for nas mãos do mesmo diretor (que já nos entregou Cassino Royale, for god's sake!), dessa vez mais seguro de si e quem sabe menos restrições do estúdio, pode ser facilmente melhor e mais redondo.
Millennium: Os Homens que Não Amavam as Mulheres
4.2 3,1K Assista AgoraCostumava achar que Noomi Rapace tinha nascido pra interpretar Lisbeth Salander, mas após ver esse aqui admito que Rooney Mara TAMBÉM nasceu para o papel. A vantagem de Noomi sobre Rooney, no entanto, é a de falar sueco na Suécia, e não inglês com sotaque,o que sempre me incomoda. Mas só isso. O elenco está afiadíssimo, ninguém decepciona.
Eu não conseguia ver o problema que alguns tinham com o filme sueco, mas foi preciso David Fincher pegar no negócio pra eu perceber como o negócio podia ficar bem melhor... certas nuances (como quando Lisbeth compra uma jaqueta e tira de dentro dela uma foto de pessoas felizes) e cortes que só fazem bem ao longa
(O Mikael não ter sido preso poupou tempo e tramas desnecessárias)
. A fotografia é fria e a direção de arte minimalista, o que já se viu em "A Rede Social" mas agora de forma mais agressiva. O espectador está sempre sendo lembrado do frio cortante de Hedestad ou da frieza de toda a família Vanger e suas casas luxuosas, mas mortas. A trilha também segue os mesmos moldes da "Rede", mas dessa vez Trent Reznor parece ter ousado mais e brincado com os sentimentos do público -
a cena do estupro de Lisbeth, já tensa por si só, se torna mais terrível ainda de se assistir por causa da trilha angustiante.
No mais, a narrativa se prova eficiente por deixar seus protagonistas se formarem sozinhos por mais de uma hora de filme sem nem sugerir que vai juntá-los, e quando finalmente o faz a química é indescritível e instigante, assim como o mistério sendo resolvido.
Um problema que era perceptível no livro e que se tornou ainda mais evidente aqui foi o fato de que, quando o mistério se resolve, muitas pontas soltas só são resolvidas páginas e páginas depois (e no caso do filme, minutos). Admito que achei que a conclusão e os diálogos expositivos seriam melhor dosados, de modo a deixar o fim depois do fim mais curto, o que não ocorreu e é geralmente quando as pessoas começam a consultar seus relógios e repararem que o filme está chegando perto das 2h30 de duração. Mas isso não ofusca o brilho da obra, já que tudo continua sendo feito e desenvolvido com a mesma competência do resto do filme. Só podia ser antes.
Prova de Fogo
3.7 101Clichê, maniqueísta e previsível, não tenta em nenhum momento ter um diferencial que o destaque dos milhões de filmes com o mesmo tema. Pelo contrário, se agarra aos clichês e reza pra que a atuação de Keke Palmer e os desafios do Spelling Bee sejam suficientes para comover o espectador. Não são. A menina é bastante boa, e a competição é empolgante, mas faltou antecipação e suspense, não dá pra ficar na ponta da cadeira quando não se explora os demais concorrentes e a única competição de verdade é um garotinho atormentado pelo pai clichê. Desnecessário dizer que a resolução de tudo que é apresentando é tão clichê quanto a trama. Dei três estrelas unicamente pela atuação um pouco melhor que "just ok" de Keke Palmer e também que, por mais que seja clichê, não se vêem muitos filmes de concursos de soletração por aí. Mas podia ser muito, MUITO melhor.
Noite de Ano Novo
3.1 1,2K Assista AgoraDe que adianta um enorme elenco se ninguém faz nada pra ajudar um roteiro cujo maior "problema" é o Cordão do Bola Preta emperrado na torre em New York? Alguns dos casais formados simplesmente não têm química (Ashton Kutcher e Lea Michele que o digam), outros se contentam em fazer piadas ridiculamente sem graça sobre gravidez/concurso sem propósito algum. E é evidente que quase 100% do elenco só está ali pra pagar as compras de Natal mesmo: Sarah J. Parker, Lea Michele, Ashton Kutcher, Katherine Heigl, Seth Meyers, Zac Efron e Bon Jovi estão todos interpretando a si mesmos. A personagem de Sofia Vergara tinha que se chamar Gloria, pois é ABSOLUTAMENTE IGUAL ao que ela faz em Modern Family (ela até solta um "no meu país/lição de moral" em determinado momento!). Robert DeNiro obviamente só aceitou porque ia ficar deitado o filme todo sem precisar fazer grande coisa. Michelle Pfeiffer está extremamente equivocada como uma louca que devia servir de alívio cômico mas só é vergonha alheia. As mais inspiradinhas são Halle Berry e Abigail Breslin, mas como têm pouco tempo de tela não compensam o grande FAIL que é o resto do elenco. Os bloopers no final, marca registrada de diretor que não está seguro quanto ao material principal, não me deixam mentir. Tanto que só houve risadas na sala de cinema nesses últimos dois minutos. Ou seja. O longa só ganha pontos quando, um pouco antes de terminar, faz um pequeno suspense acerca de quem é par de quem e surpreende ao não juntar alguns casais mais óbvios, mas fora isso é só um amontoado de clichês e situações mal aproveitadas (quando o tiozinho fica preso na bola e podiam surgir algumas boas piadas, o diretor incompetente corta pra quando ele já está são e salvo no chão) que não valem as quase duas horas investidas.
Bonnie e Clyde - Uma Rajada de Balas
4.0 399 Assista AgoraEu gosto do filme porque ele, muito como seus protagonistas, não se desculpa. Ninguém foi molestado, espancado na infância, vítima de conspiração governamental ou coisa do tipo. Eles são criminosos sangue-frio e ponto, e gostam disso. Difícil ter longas corajosos assim hoje em dia. A forma como eles se conhecem já ditam o tom do que virá a seguir e o que se pode esperar. Nada decepcionante.
A Gaiola das Loucas
3.6 224 Assista AgoraMeio forçadinho em certos momentos, mas o ótimo timing de Robin Williams e Nathan Lane salvam o que, nas mãos de outros atores menos capazes, seria um total desastre.
Trapaceiros
3.5 142 Assista AgoraSó me incomodou que quando a trama muda de foco os coadjuvantes simplesmente desaparecem. Sorte que a Tracey Ullman fica, ela garante risadas fáceis o tempo todo.
Bruna Surfistinha
2.9 3,0K Assista AgoraGostei. Deborah Secco está ótima e confortabilíssima, assim como Drica Moraes. Sempre interessante descobrir como é o dia a dia de profissões não convencionais. Gostei também que o alívio cômico funciona (a cena no salão de beleza é ótima, entre outras) e não soa obrigatório como em alguns longas brasileiros que colocam piada pra disfarçar roteiro mal estruturado. Não que aqui isso não exista: faltou uma coerência na
ascensão e queda de Bruna, quando se mete com drogas e tal. Ela perde TODOS os clientes. Como assim? O vício não afasta clientela. Mas até aí tudo bem, o problema é que quando ela volta pro topo, os clientes todos voltam do nada. Como? Se ela tava dando (ou melhor, "distribuindo") numa espelunca de 20 real a trepada, onde ela conseguiu a credibilidade de volta? Outra coisa que me incomodou foi o Cassio Gabus Mendes. A não ser que me digam que ele é Deus na história, não dá pra engolir o personagem dele. A qual classe social ele pertence? Ele começa como cliente da espelunca da Drica Moraes e de repende ele me vem com jóias de presente em restaurante chique dizendo que pode bancar a vida da menina, como isso? E HOW THE HELL ele foi parar no hospital no fim, se ela teve overdose longe de tudo e de todos que conhecia?
Você de Novo
3.2 724 Assista AgoraEsqueceram de avisar para Andy Fickman e Moe Jelline que para um filme se caracterizar como "comédia", ele tem que ser engraçado. Esse filme é um desperdício de talentos absurdo... Kriten Bell morreu junto com Veronica Mars e não sabe escolher um filme decente deste então. Jamie Lee Curtis super mal aproveitada se perdendo nos milhões de clichês do longa. O filme não tem salvação, mas, se tivesse, seria por causa de Sigourney Weaver, bastante confortável no papel, mas ainda assim ofuscada pela idiotice do roteiro. Betty White também serve como boa distração, mas também é mal aproveitada. Sobre o roteiro(?), o que me incomoda mais é que cerca de 85% das "comédias" atuais se resolveriam se os personagens simplesmente se sentassem e conversassem, mas essa cartilha que diz que eles só podem fazer isso no final pra ter momento de reconciliação e liçãozinha de moral besta atrapalha tudo. As piadas são pastelão non-stop: briga que acaba com personagens caindo na piscina, guerra de comida, pancadas em lugares "imprevisíveis" e algumas quedas de casa na árvore que não não nada além de constrangedoras. E eu nunca odiei tanto "We Are the Champions", que toca tipo umas cinco vezes. Dei uma estrela porque tudo não acabou descambando para a escatologia, e isso sim foi uma surpresa.
Carga Explosiva
3.3 341 Assista AgoraFui com muita boa vontade assistir, mas a montagem desastrosa me tirou os ânimos nos primeiros minutos (ou fui só eu que percebi que tem uma cena que ele tá subindo uns degrauzinhos de carro e na continuação da cena o carro aparece saindo do beco DE RÉ?), isso sem falar nas atuações pífias e a trama cheia de buracos (o detetive decide acreditar no Frank sem motivo aparente e
no final ele sai como herói da parada e amigo da polícia, sendo que o "trabalho" dele é carregar contrabando? Por favor né?
Atividade Paranormal 2
2.7 1,8K Assista AgoraDei uma olhada nos comentários e vi que a maior reclamação das pessoas é que o filme é "muita enrolação" e "só fica bom no final". Ora, eu acho que o maior mérito desse filme/franquia é fazer o que a maioria esmagadora dos terrores atuais não têm coragem de fazer: esperar. Como nada nunca acontece, o espectador SEMPRE fica antecipando o momento do susto, e como é imprevisível quando o susto virá, a carga de suspense de quem assiste só aumenta e isso é ótimo, porque nos mantêm vidrados na tela, sem piscar e na beira da cadeira. Será que o povo ainda não percebeu que quantos menos sustos óbvios, melhor o filme? Ou todo mundo queria mais do mesmo: uma porrada de sustos gratuitos com a trilha dando aquela nota aguda irritante pra parecer que o susto foi maior? Se você prefere mais do mesmo, está assistindo a franquia errada. Vai ver 'Evocando Espíritos' ou alguma coisa do tipo que você vai "se assustar" mais. Enfim. Melhor que o primeiro. Só acho que perde pontos no final justamente por dar corpo e voz para o que na imaginação funciona muito melhor. É até legal ver como os filmes se relacionam e que deram uma espécie de closure pra história (me pergunto pra onde vai o terceiro), mas quando tudo fica mais invisível que físico a coisa funciona bem melhor.
Alta Fidelidade
3.8 691 Assista AgoraBem, assisti na época errada, evidentemente. Se tivesse visto em 2000-2002 eu não saberia que Jack Black está interpretando ele mesmo e isso não me irritaria. Anos atrás a "quebra da quarta parede" também não me irritava tanto - custava colocar o John Cusack desabafando com algum amiguinho? De qualquer forma, a trilha sonora é indiscutivelmente boa e as listas de 5 me fizeram criar várias outras na minha cabeça. Mas o gostinho amargo ficou, pelos motivos já citados e também pela longa duração.
2019: O Ano da Extinção
3.0 808Surpreendentemente bom. O argumento é ÓTIMO, e o mais difícil o roteirista/diretor fez, que é criar uma mitologia empolgante e diferente do que costuma-se ver ultimamente em se tratando de vampiros. O problema é que ele parece nunca querer se levar a sério demais, o que resulta numa história que nunca envolve o espectador de verdade. Uma pena. O baixo orçamento fica evidente em algumas cenas de efeitos especiais meio risíveis, mas se o diretor tivesse mais cojones e investisse na ótima história que criou, teria feito um dos melhores longas de 2010.
Água para Elefantes
3.5 2,0K Assista AgoraO que me surpreende nem são as atuações mornas de Pattinson e Witherspoon, nem Christoph Waltz com trejeitos de Hans Landa, mas o fato de Francis Lawrence, Alexandra Patsavas e James Newton Howard estarem todos envolvidos num filme e não conseguirem entregar nada mais que um longa morno de ritmo tedioso. A fotografia é OK, mas ninguém pensou em aproveitar o tema circense pra fazer uma coisa mais exótica e/ou suja? Isso sem falar nas dezenas de personagens que podiam render tramas paralelas interessantes, mas só ficam de figurantes. Cejura que um circo em meio a circos decadentes no início da década de 30 com um elefante que entende polonês só tem aquela historinha de "amor quase impossível" pra contar? Por favor. E a narrativa estilo 'Titanic' já está mais que batida.
Por Trás das Câmeras
2.9 6Fica claro que o excesso de personagens e participações especiais comprometem o que no papel devia parecer um ótimo roteiro. É um bom script, sim, mas perde tempo com bobagens (aquele apresentador bêbado aparece BEM mais do que deveria) que poderiam dar lugar a mais situações interessantes, tipo o Home for Purim ter se tornado um hype era storyline pro filme inteiro. Ao invés disso, Christopher Guest se contenta em encher os olhos com as loucuras que se passam nos bastidores de Hollywood mas sem nunca ir mais fundo do que realmente pode, deixando que os atores se virem pra ter seus 'quinze minutos de fama' nos 80 minutos disponíveis. Desnecessário dizer que só Cathetine O'Hara e Jennifer Coolidge conseguem, e elas realmente valem a locação.
Nanny McPhee e as Lições Mágicas
3.3 365 Assista AgoraSurpreendentemente agradável. Embora siga a mesmíssima fórmula do original, gostei que esse difere do primeiro no sentido de que as crianças são menos bobas e começam a tentar dar explicações para os feitos de McPhee ou dar um jeito de não ser pego por ela ("Vou usar essa máscara de gás pra não ser contaminado pela substância que ela libera!"). [spoiler] E verdade seja dita, aquelas crianças foram conquistadas na primeira lição, a babá nem foi muito necessária depois disso. O filme também podia ser melhor apreciado se a diretora Susanna White usasse de mão mais firme e não deixasse que Maggie Gyllenhaal se perdesse na linha entre o infantil e caricato (coisa que Emma Thompson e Maggie Smith, por exemplo, não deixam acontecer) e se livrasse de três personagens completamente inúteis e bestas, o cunhado e as duas caricatíssimas mulheres que cobram dinheiro dele. Contudo, com situações divertidíssimas e cenas que "denunciam" a natureza fantástica do longa de forma agradável, como a fuga dos porcos e a queda da bomba no campo (que é engraçada, mas foi mais pra dar relevância ao título original do que qualquer outra coisa, né?). Com ótimas participações especiais e um elenco infantil afiado (os primos ricos sendo o destaque absoluto) as ótimas fotografia e direção de arte e o ritmo ágil (a babá chega rápido e as lições acontecem a curtos intervalos) ajudam o filme a passar voando e serve ao seu propósito sem se limitar a divertir apenas o público-alvo.
Gente Grande
3.3 1,6K Assista AgoraEu sei que a ideia era gerar um clima de nostalgia e fazer parecer que os caras tinham 12-14 anos novamente, mas esqueceram de avisar pro Adam Sandler que não era pra ESCREVER o filme como se ele tivesse 12-15 anos. O filme tem as piadas mais batidas do mundo que são vistas na sessão da Tarde e podem ser antecipadas com quilômetros de distância. Está tudo lá: as gostosas com uma feinha no meio pra ser sacaneada, humor pastelão, escatologia, os inimigos de escola (olha como eles são losers, carecas, magricelas e com uma família que se odeia) e ainda me "fecham com chave de ouro" colocando a ENGRAÇADÍSSIMA cena de uma gorda correndo, tropeçando e caindo de cara numa torta. Por favor, né? Aí de resto tem Adam Sandler e sua galerinha intepretando os mesmos papéis de sempre (Chris Rock faz piadas de negros, Rob Schneider é o esquisitinho, David Spade faz vergonha alheia e Kevin James tem um familiar awkward. Achei sinceramente que as mulheres fariam o filme valer a pena, mas ledo engano: Salma Hayek caricata ao extremo, Maria Bello (que diabos ela está fazendo aqui?) no piloto automático e Maya Rudolph que até tenta, mas o roteiro definitivamente não está a altura, chegando até a criar um possível interesse romântico para Chris Rock aos 45 do segundo tempo só para o casal fazer parte do 'momento reconciliação' do qual todos participam 5 minutos depois. A surpresa agradável se encontra no elenco mirim, bastante inspirado e com ótima química, que dão ótimas tiradas no curto espaço de tempo que têm em cena. Filmes como "Conta Comigo" e "Ponte para Terabítia" evocam os prazeres da infância e amizades antigas com muito mais conteúdo e eficiência que essa coisa aqui.
A Saga Crepúsculo: Amanhecer - Parte 1
2.8 2,8K Assista AgoraEsperei ver um filme nota 2 e achei nota 5. Erros? Sim, milhões. Ausência de tramas paralelas, atuações ruins, roteiro tão mal escrito quanto o livro (mas sem o excesso de "gordura" desnecessária gerada por Stephenie Meyer), o fato do filme ser um veículo para difundir a crenças dos autores pseudo-puritanos (aborto? NEM PENSAR! pfff) direção nada criativa... contudo, gostei do clima de antecipação antes do casamento, da Anna Kendrick fazendo o que pode com seu talento desperdiçado, efeitos especiais de emagrecimento de Kristen Stewart (que está mais expressiva que nos filmes anteriores, embora ainda ruim) e o final que gera uma expectativa que não será cumprida no próximo filme.