Assisti Jean Charles (2009) de Henrique Goldman no TV Brasil. Eu não desejava muito ver esse filme, mas me surpreendi. É um filme sobre imigrantes, no final que passam a morte do Jean Charles. Quase todo o filme mostra a quantidade de brasileiros que vive em Londres, muitos em situação irregular, fazendo todo o tipo de trabalho, na maioria das vezes trabalhos pesados. O diretor vive na Inglaterra. Jean Charles era um rapaz simples, que acreditava que era possível ter uma vida melhor vivendo em Londres, tanto que ele estimulava a família a ir pra lá. No apartamento que ele vivia ele acolhia um amigo e duas primas, uma inclusive é interpretada pela própria prima do Jean Charles. Outros do elenco interpretam eles mesmos.Gostei que não idealizaram o Jean Charles, ele era um rapaz trabalhador, não tinha medo de trabalho pesado, comunicativo, ajudava as pessoas, mas também cometia erros, dava alguns jeitinhos pra permanecer no país ou ajudar algumas pessoas a permanecer no país. Selton Mello está excelente. O filme começa com a chegada da prima interpretada pela Vanessa Giácomo. O amigo é interpretado brilhantemente por Luís Miranda. O Daniel Oliveira faz uma pequena participação como o namorado da prima que fica no Brasil. O filme também mostra a tensão que ocorre quando começam os atentados terroristas no metrô. O próprio grupo se assusta e fica preocupado. Jean Charles é confundido com um rapaz que tinha largado uma mochila que depois explodiu. Que eles tivessem preso por engano o Jean Charles pra interrogá-lo seria compreensível, mas vários policiais atiram no metrô a queima roupa sem nem ao menos checar nada, nem documentos. Quando viram a besteira que fizeram tentaram abafar como puderam. Tentaram impedir os amigos de vê-lo, alegaram que ele correu, quando ele na verdade ficou sentado e foi alvejado na maioria pelas costas, ajudaram e indenizaram pouco a família. Infelizmente até hoje eles tentam encobertar o caso e os policiais estão impunes, mas impunidade no Brasil e culpados soltos é o que não falta.
Assisti Mãe! (2017) de Darren Aronofsky no TelecineCult. Eu tinha uma certa resistência em ver esse filme pelas inúmeras críticas negativas, mas principalmente por ouvir falar que tinha religião, mas Mãe! é muito mais que isso, é absurdamente complexo, um filme que me deixou impactada e que devo ficar assim por muito tempo. Mãe! permite inúmeras interpretações e li uma entrevista com o diretor onde ele se divertia com as inúmeras visões que os jornalistas da coletiva tinham tido com o seu filme, mas há uma questão, a que acho mais impactante, que passa a ser fundamental para debatermos nos dias de hoje. Na entrevista o diretor fala da indiferença há duas questões ambientais no Canadá e Estados Unidos, mas que você traz a questão para dentro de sua casa, quando pessoas entram na sua casa sem você convidar e queimam o seu tapete, as pessoas ficam indignadas. E é esse o grande trunfo de Mãe! Colocar a terra como uma mulher constantemente violentada, desrespeitada, invadida, dentro de sua intimidade, dentro de sua própria casa. A terra é a casa e nós invadimos sem a menor cerimônia, mudando como bem entendemos a casa do outro. No finalzinho que eu achei que a protagonista era a terra e tudo se encaixou junto com a perplexidade. As relações bíblicas são alegorias para contar a história. Um casal está arrumando a casa que já tinha sido totalmente destruída por um incêndio. A protagonista cuida de cada detalhe, enquanto um marido narcisista, egoísta e egocêntrico a ignora por completo. Talvez aí o ódio de muitos para esse filme já que esse homem pode ser deus. Até que o diretor não errou muito com essa imagem de deus que tudo vê e nada faz, um verdadeiro omisso que adora ser idolatrado e pouco se importa com o resto, inclusive pouco se importa com a terra. E se existe não é mais ou menos assim? As crianças continuam morrendo de fome no mundo, na Etiópia, nas travessias de fugas de imigrantes e se existe alguém que "olha por nós", porque continuam morrendo? O homem tem a mesma arrogância quando a terra cobra dele alguma proteção, alguma posição. Ele sempre a menospreza, maltrata e a violenta, mas ele vai muito mais longe, um verdadeiro monstro. As pessoas vão entrando nessa casa sem pedir autorização ou dizem que o marido convidou e vão usando tudo, quebrando tudo e pasmem, até pintando a casa porque viram a tinta... Ela fica indignada, mas todos riem, ou reclamam dela e continuam. Ela diz que a casa é dela e todos riem. E não é como fazemos com a terra? Compram uma fazenda e a primeira coisa que fazem é derrubar todas as árvores, inúmeras raras e centenárias. Constroem uma casa e aí plantam umas poucas árvores onde poucas vão sobreviver como "reposição". Mas se enjoam da casa naquele lugar, destroem tudo de novo, tiram as árvores de novo e plantam outras de novo depois em outro lugar. Mas fora esses exageros monstruosos, o que cada um de nós faz por essa casa de outra pessoa? Realmente simbolizar a terra na casa de alguém fica tudo mais claro. A convidada deixa inúmeras cascas de limão espalhadas pela cozinha com inúmeras outras sujeiras e a "terra" que limpe. E a pia que não estava soldada? Ela avisa várias vezes para não sentarem nela e riem dela. E o quanto rimos de quem fala para cuidarmos melhor do planeta, quantos já vi rirem quando você fala pra não jogar lixo no chão. E voltamos de novo para nossas pequenas ações, o quanto consumimos lixo e jogamos "lá fora", no próprio planeta. As referências bíblicas foram as que menos interessaram. Elas permitiram a história ter um roteiro, Adão e Eva, Caim e Abel, e no final o apocalipse. O diretor falou ainda que tinha o sacrifício de Jesus e outras referências, mas é o de menos. Servem para mostrar como o homem tudo invade, como cada um de nós não respeita a nossa casa que é a terra que de forma tão generosa nos acolhe. A terra é a Mãe que tenta a todo custo preservar a casa, cuida, cozinha, ama e nós só usamos, destruímos. No "apocalipse" os homens matam uns aos outros sem explicações claras. E o parto? É insuportável. Ela está em trabalho de parto e continua sofrendo violências, não é protegida, a empurram, a agridem. O filme é contundente demais, insuportável demais, como somos desumanos. Qual a parcela de culpa de cada um de nós para a destruição da terra? No filme há os monstros, os radicais, mas eu fiquei desconfortável várias vezes e me perguntava o que eu fazia para proteger a terra? Nunca vou esquecer esse filme. odo o elenco está impressionante. Que incrível a atuação da Jennifer Lawrence. Como Javier Bardem está insuportável como esse homem omisso, agressivo e assassino. Os personagens do Ed Harris e da Michelle Pfeiffer também dão vontade de esganar. Ela pede que não fumem na casa, ele finge que aceita, mas continua fumando, até mesmo na cara dela. E a esposa ridiculariza o tempo todo a anfitriã. Fala mal de tudo, o quanto não reclamamos do que ganhamos de graça da terra?
Assisti Além da Ilusão (2022) de AlessandraPoggi na TV Globo. Que novela! Fiquei muito feliz que o cineasta Jeferson De integrava a equipe de direção. Eu participo de um grupo de novela no Whatsapp e eram só elogios, bom, nem tanto, porque um dos prazeres do noveleiro é dar palpite e principalmente dizer como queria que tivesse sido, tanto que o bom de uma novela é ser uma obra aberta. Aguardo ansiosamente a nova novela dessa autora. Começa com a história de Elisa, será o début dela. A mãe precisa ir embora porque o pai (Lima Duarte) está doente. Elisa se apaixona pelo mágico de sua festa, seu pai, um juiz, fica possesso e passa a fazer um inferno da vida da filha. Até ir armado pagar o mágico pra largar a filha dele, encontrar ela lá, atirar e matá-la por engano porque ia acertar o mágico. Ele coloca então a culpa no mágico, manobra tudo pra sumir com as provas que inocentam o rapaz que vai preso. Todos estão ótimos Larissa Manoela, Rafael Vitti, Antonio Calloni e Sofia Budke. É linda demais a cena de avô e filha na vida real, Paloma e Lima Duarte. Eles são pai e filha na trama. Ele revela que sabe onde está a filha dela, mas morre antes de conseguir contar. Que cena difícil e imagino que mais difícil ainda ela esbravejar sob o próprio pai. Ela teve a menina que ninguém queria, uma bebê arrancada de seus braços e nunca mais soube de seu paradeiro. Ela também não conta quem é o pai. Tramas e tanto pra engatar a novela. Dez anos se passam e aumenta o destaque da vila operária. Os protagonistas criam a tecelagem, alguns que trabalhavam na fazenda migram pra fábrica. Eu amei que cada personagem tinha o seu momento de história. Uma mais bem construída que a outra. Onofre (Guilherme Silva) era um homem rude, amava a esposa e as filhas, mas apronta um bocado na trama. Felicidade (Carla Cristina Cardoso) sofre um bocado. Que personagens! Até a pequena Madalena (Vivi Sabino) ganha o seu destaque. por saber escrever muito bem, ela passa a ganhar trocados escrevendo cartas de amor pra Arminda e consegue comprar sua bicicleta. Eu amo os atores Olívia Araújo e Luciano Quirino, que emoção que eu fiquei quando a novela juntou os dois. Ela trabalhava na casa grande, era braço direito do Davi. Augusta era a amiga que todo mundo queria ter. O casamento dos dois foi lindo, mas eu amava um vestido marrom dela com bordados na manga. Os figurinos eram maravilhosos, alguns eram de Paula Carneiro, a direção de arte impecável. Abílio era viúvo, pai do Bento (Matheus Dias), personagem que eu e as minhas amigas odiamos, não queríamos de jeito nenhum que ele ficasse com a Letícia (Larissa Nunes). Achei que ela também iria concorrer a rainha do rádio já que a atriz canta maravilhosamente, mas focaram nela ser professora e tentar vaga em um colégio que foi muito bonita a trama, com bons questionamentos. Gaby Amarantos que foi a rainha do rádio. Emilía, a personagem, teve uma trama bem tortuosa. Ela era empregada do casarão, mas sonhava em no futuro ter uma casa daquela. Infelizmente ela se une a um patife (Marcos Veras) e passa a fazer golpes no casino. Na época casinos ainda eram permitidos. Achei muito bonito mostrar que ela pagou pelos seus erros, foi presa e depois foi cantar na rua. Por uma sorte do destino, principalmente de novela, ela volta a ser rainha do rádio e aí sim tem seu sonho realizado. Muito lindo! O marido de Emília (Cláudio Gabriel) não se conformava com o sonho de riqueza da esposa. Ele acaba se apaixonando pela viúva Giovanna, dona da venda na vila. Adoro a Roberta Gualda em um lindo personagem. Mãe do Lorenzo (Guilherme Prates). Eu amava o casal Heloísa e Leôncio (Eriberto Leão). E com ele e com o Mathias, falou-se muito da luta antimanicomial que eu sou devota e que acabou coincidindo com as discussões em voltar com os manicômios hediondos do passado. E o assunto foi discutido sem ser didático. Até Nise da Silveira aparece na trama. Chamaram a Glória Pires que viveu a personagem no cinema, foi emocionante. A autora foi muito corajosa em abordar temas tão complexos na novela. Achamos muito coerente o desfecho do Mathias. Quantas pessoas que perdem a sanidade e vão viver com seus objetos nas ruas. Foram tantas tramas que vou acabar sendo injusta com alguns personagens. Amava a família do Xuxu, quer dizer, do Constantino (Paulo Betti). Ele dono de casino, casada com uma viciada em jogos (Alexandra Richter), uma combinação que não dá certo. O amor deles era contagiante. Como gosto da Caroline Dallarosa e que personagem encantador, outra que queria como amiga. Arlette Salles era a matriarca da família e aparecia de vez em quando. Viúva, ela vivia intensamente e nunca desistia do amor. Juntam-se a esse núcleo a divertida e alucinada Mariana (Carol Romano) e o crupier Geraldo (Marcello Escorel). Malu Galli tinha uma linda e forte personagem. Leal ao marido que enlouqueceu, ela sofre muito por se apaixonar por seu sócio Eugênio (Marcello Novaes). A novela fala muito da época onde mulheres só podiam trabalhar com permissão do marido, relações trabalhistas da época, mulheres não poderem votar. Gostei muito que a autora investiu em cultura na novela. Começou e terminou com shows de ilusionismo. Teve show de vedetes com as ótimas Marisa Orth e Duda Brack. Inclusive no final encenaram Vestido de Noiva, mas só vimos os aplausos. Teve uma outra peça também de texto brasileiro encenado. Sempre nas festas da vila tinha grupo de músicos, alguns entre os próprios do elenco como o Claudio Jaborandy, e canto. Criaram um cinema na vila operária que estreou com o Mágico de Oz. Teve a rádio, a Novela de Rádio. Momento tão fundamental em falarmos de cultura. Comigo não tem lorota". Que personagem maravilhoso da Mariah da Penha. Amei que a Manuela virou celebridade. Cozinheira de mão cheia passa a ter programa na rádio e ter uma legião de fãs. Li que a autora estudou as expressões da época, tem até matéria no Gshow sobre isso, usaram quiprocó, sabão, gabiru, pombas, gastar os tubos, papagaio e muitas outras. Como eu torci pela Olívia e pelo Tenório. Débora Ozório e Jayme Matarazzo estavam ótimos. Ele padre e ela se apaixona, foi muito linda a história deles. Ele inclusive funda um jornal na vila e passa a falar de política, mesmo com a censura e opressão de Getúlio. Foi lindo o amor de Leopoldo (Michel Bois) e Plínio (Nikolas Antunes). Um filho de um rico empresário conservador (Shimon Namias) e o outro o galã de novelas de rádio. O público ficou indignado com o corte do beijo gay que acabou acontecendo no final da novela. Os atores emocionaram! Foi muito bom ver uma diversidade de atores no elenco, nem sempre tão conhecidos do público, abrindo espaço para outros talentos, alguns outros são Patricia Pinho, Ricky Tavares, Luciana de Rezende, Jorge Lucas, Alex Brasil, Thayla Luz, Patrick Sampaio, Fabrício Belsoff, Nicolas Parente, Andrea Dantas, Maria Luiza Galhano, Pia Manfroni, Pablo Moraes, Clara Duarte e Maria Manoela. Bárbara Paz e Danilo Mesquita estavam excelentes como os vilões. Achei cansativas as idas e vindas das armações, que encolheram outras tramas como a competição da rainha do rádio, a peça Vestido de Noiva, mas eles estavam ótimos e a complexidade dos seus personagens eram muito interessante. Luciano Quirino escreveu um lindo texto no instagram dele que foi reproduzir aqui e finalizar essa postagem: "Álbum de Família - Família aumentou Hoje vai ao ar o ultimo capítulo de Além da Ilusão , uma História que alegrou e emocionou Milhões de Brasileiros. Fomos lindamente representados por personagens que fazem parte da história e da cultura desse país. Foi uma responsabilidade e um presente . Término esse trabalho feliz com a sensação de missão dada é missão cumprida. Muito grato a toda equipe produção, elenco , direção e técnicos, levo um pouquinho de cada um de vocês comigo. Foi SENSACIONAL estar com vocês nessa jornada . Até a próxima ❤️😉🙌🏾🍀🌻💥💔 E em nome da Família Nogueira MUITO OBRIGADO ☺️😉
Assisti a série The First Lady (2022) de Aaron Cooley no Paramount+. A direção é de Susanne Bier. Eu só via elogios das minhas amigas a série. Corri pra ver e que grata surpresa. Uma das melhores séries que já vi na vida. Tudo brilhante, a começar pela abertura. The First Lady conta a história de três primeiras damas dos Estados Unidos, Eleannor Roosevelt (1929-1932), Betty Ford (1973-1974) e Michelle Obama (2009-2017). Três primeiras damas revolucionárias e a frente do seu tempo. Todas as três atrizes estão impressionantes: Gillian Anderson, Michelle Pfeiffer e Viola Davis. Só a história da Michelle eu conhecia mais antes e depois de ler o livro dela. A edição e os fatos escolhidos são impecáveis. As três histórias são contadas ao mesmo tempo, estranhamente tiveram fatos parecidos. No começo mais óbvio, o casamento, ser primeira dama. Mas tem os menos óbvios como os engajamentos, as tragédias. Todas as três igualmente foram desacreditadas em suas funções de primeira dama. Os assessores dos presidentes faziam de tudo para neutralizá-las e deixá-las restrita a ala doméstica da casa branca. Cada uma desacreditada por um preconceito diferente. Eu não conhecia nada de Eleannor Roosevelt. Ela era muito estudiosa e diferente das jovens da sua idade, não queria casar. Acabou conhecendo Franklin e se tornando grandes parceiros intelectuais de vida. Ela sempre auxiliava ele nos discursos, nos posicionamentos, sempre que algo muito complexo acontecia, ele a procurava. Ela se uniu as sufragistas pelo direito ao voto. Peitou o marido ferrenhamente quando ele impediu que refugiados judeus desembarcassem nos Estados Unidos. Após a morte de Roosevelt, ela elaborou a Declaração Universal de Direitos Humanos e presidiu a ONU de 1946 a 1952. Quando Eleanor é traída pelo marido, a sogra impede ela do divórcio, mas eles se afastam como marido e mulher. Ela então tem um romance bastante longo com uma jornalista sufragista. Os detetives da casa branca descobrem, avisam o marido que continuava tendo casos, só as mulheres são vigiadas. O marido, altamente compreensível, emprega a jornalista, ela passa a viajar muito, mas ter um quarto ao lado do da Primeira Dama que se acessava por uma porta secreta. Ford assumiu quando Nixon foi acusado de corrupção. O casamento com Ford foi o segundo de Betty. Ela era divorciada, tanto que ficou afastada dele até assumi-la depois quando concorreu a cargos políticos. Antes de ser primeira dama ela já tinha sido dependente química. Nessa época tinha-se remédio pra tudo, pra ficar desperta, pra dormir, receitava-se sem o menor cuidado, que Betty misturava compulsivamente com bebida. Mas na casa branca, mesmo bebendo bastante, as atividades a mantiveram focada. Ela teve câncer de mama quando era primeira dama e apesar de todas as pressões pra esconder, ela falou abertamente com os americanos, impulsionou inúmeras mamografias. Que mulher forte. Quando Ford perdeu a eleição eles se aposentaram em uma casa no campo, mas Ford a largava o tempo todo em conferências, viagens, ela se afundou novamente nas pílulas e bebida. Orgulhosa, forte e determinada, recusou muito tempo que precisava de ajuda, mas quando aceitou, se tornou uma grande porta voz na causa. Criou e construiu na região onde morava uma clínica para dependentes. Interessante que na série o pensamento das filhas de Michelle aparecem muito. O quanto a família sempre promovia novos olhares, cobranças e posicionamentos. Michelle corretamente poupou as filhas no livro, mas gostei muito de conhecer o pensamento delas pela série. Fiquei admirada. Sim, filhas de dois grandes estudiosos, advogados e estadistas, não poderiam ser diferente, mas foi lindo de ver.São dez episódios e os dois últimos muito tristes. Há a Segunda Guerra no primeiro, a dependência química da Betty e a eleição de Trump. Mostraram claramente a luta de Michelle e Obama para que Hillary vencesse, mesmo que eles não gostassem dela, mas o atraso veio mesmo assim. O elenco enorme e incrível. Franklin (Kiefer Sutherland), Ford (Aaron Eckhart) e Obama (O-T Fagebenle). Alguns outros são: Dakota Fanning, Regina Taylor, Lily Rabe, Clea Duvall, Lexi Underwood, Jayme Lawson, Michael Potts e Ellen Burstyn. E sim, Betty Ford dançou na mesa oficial da casa branca. Foto no álbum!!!
Assisti A Família Bélier (2014) de Eric Lartigau no TelecineTouch. Foi a minha irmã Bete que me falou desse filme e comentou alguns pontos. E o mesmo roteiro recebeu um remake que ganhou Oscar de melhor filme esse ano. Vi a sinopse e levei um tempo para ver, mas como é comédia, resolvi ver. É muito bonitinho. O mais bonito é a união familiar. Três são surdos, só a menina ouve. Eles vivem dos produtos da fazenda que é bem produtiva. A menina auxilia no contato com os outros, na venda dos produtos e na compra do que precisam para a produção. A menina vai participar no coral da escola e se destaca. O professor sugere ela participar de um concurso em Paris. Ela participa escondida da preparação e mente ao professor. As regras da menina aparecem, então calculei que ela teria no máximo 14 anos, apesar da atriz parecer ter bem mais. Hoje em dia as regras costumam surgir entre 11 e 12 anos, no máximo 14. O professor é bem revoltado pelo trabalho, desejaria uma colocação melhor, mas com o repertório popular que trabalha é compreensível o ostracismo. Por sorte no canto há a possibilidade de aos 14 anos conseguir ingressar em uma escola formal e seguir se tiver talento. Se fosse para um instrumento seria tarde demais, 14 anos é muito tarde. Por sorte também a banca autoriza uma canção popular. Estranho só terem duas candidatas a vaga, em geral são filas e filas de candidatos. Mas o mais bonito do filme é a linda relação de amor e compreensão da família. A mãe é um pouco controladora, mas sabe respeitar as diferenças, reluta um pouco, mas é muito amorosa. O prefeito da cidade é um oportunista, tenta se aproveitar da deficiência auditiva da família para faturar. O pai da menina fica muito bravo e também com as propostas do prefeito, resolve se candidatar. Todos estão ótimos. A menina é interpretada pela Louane Emera, ela inclusive ganhou César de Melhor Atriz Promissora. A atriz está com 25 anos, devia ter uns 17 quando atuou no filme. O pai está ótimo e é interpretado por François Damiens. A mãe é muito engraçada e interpretada por Karin Viard. O professor por Eric Elmosnino. Alguns outros do elenco são: Roxane Duran, Luca Gelberg, Stéphan Wojtowicz e Ilian Bergala.
Assisti Dreamgirls (2006) de Bill Condon no TelecineTouch. Eu acho que esse filme é da série "todo mundo viu menos eu". Eu sempre quis ver, há um tempo cheguei a procurar e não achei. Agora está lá naquele acervo mais completo recente do Telecine. O texto é de um musical de Tom Eyen. Gostei muito! É a estreia da maravilhosa Jennifer Hudson. Linda e talentosa, como canta. Ela é a voz líder do trio, todas cantam demais, mas ela é a voz mais potente. Elas são convidadas pra ser backing vocal de um grande cantor, isso mesmo, Eddie Murphy, com a promessa que com o tempo elas teriam um show só delas, mas 7 anos se passam e nada. Quando chega o momento, é a época de vozes mais intimistas, e novamente ela é preterida. Cruel demais o que fazem com ela. Depois muito esquisito quando ela tenta retomar e o filme fala que ela sempre foi temperamental. Não é verdade, ela sempre aceitou e baixou a cabeça. Achei esses momentos bem machistas, claramente escritos por um homem. Do período mais intimista, as cantoras seguem para os ritmos de Discoteca. Beyoncé faz a cantora que ganha o lugar de destaque, o empresário por Jamie Foxx. Só tem feras no elenco. O outro agente por Danny Glover. O compositor por Keith D. Robinson e as outras cantoras por Anika Non Rose e Jennifer Hudson. O filme mostra muito como funcionam os bastidores, embora meio estranho a principal ficar anos sem ter nada. Em geral músico vai dar aulas, canta em bares caindo aos pedaços, mas não fica parado. E elas fizeram tanto sucesso, conseguiria um local mesmo que fosse pra ganhar pouco. A ótima trilha está no Spotify.
Assisti As Panteras - Detonando (2003) de McG no Cine Maior Record. Nem lembrava que fazia tanto tempo que assisitr esse filme. Reassistir na casa da minha mãe, com a família toda reunida. É bem divertido e bem ruinzinho. Furos e mais furos. Além das lindíssimas: Cameron Diaz, Luci Liu e Drew Barrymore, aparece no elenco a Demi Moore. Rodrigo Santoro aparece de novo, como sempre ele entra mudo e sai calado. Há cenas inclusive que acho que usaram a mesma da outra vez. Eu vi na casa da minha mãe e minha irmã reparou que o sapato que a Demi Moore salta chega outro no chão. O mais divertido dessa versão são os disfarces. Como o roteiro é bem fraquinho, elas aparecem incansavelmente com outros cabelos, outros figurinos e inúmeros personagens, muito divertido. Há vários momentos que esse filme se parece bem com histórias em quadrinhos. É engraçado quando uma das panteras originais, interpretada pela Jaclyn Smith, aparece de fantasminha pra falar com a da Drew Barrymore. O filme As Panteras - Detonando ganhou 2 Framboesas de Ouro de Pior Atriz Coadjuvante (Demi Moore) e Pior Sequência ou Refilmagem. A trilha sonora é muito bacana, Natalie Cole, Bon Jovi, David Bowie, Donna Summer e The Beach Boys.
Assisti Trama Internacional (2009) de Tom Tykwer no Band Domingo no Cinema. Há um tempo vi na programação esse filme e tinha curiosidade de ver pelo elenco, adoro o Clive Owen e a Naomi Watts. Gostei muito, é um bom filme de ação com um roteiro muito atual. Eu imagino que a expectativa da produção em repercussão deveria ser bem maior, é um ótimo filme de ação, mas não é tão impactante quanto o custo de realização. Acredito que eles desejassem a repercussão da trilogia Bourne, por isso os altos custos em locações em tantos países. Trama Internacional é filmado em Istambul, Berlim, Milão e Nova York. O personagem de Clive Owen está em uma investigação das negociações de um banco alemão. Muitos assassinatos começam a acontecer e ele percebe que não há interesse das grandes instituições em desvendar o caso. Além da trama de ação, há a trama atual dos interesses levianos capitalistas em relações financeiras vantajosas com países de terceiro mundo, mesmo que seja financiar os conflitos, não importam de que lado. As locações são belíssimas. Alguns outros do elenco são: Remy Auberjonois, Armin Mueller-Stahl, Ulrich Thomsen, Patrick Baladi, Luca Calvani e Alessandro Fabrizi
Assisti À Beira do Caminho (2012) de Breno Silveira. Lembrei, em uma entrevista com o diretor no Canal Brasil. Ele contou que fez o filme primeiro e depois mostrou ao Roberto Carlos para ver se ele autorizava as músicas. O Roberto Carlos liberou quatro. Eu e minha mãe nos emocionamos muito, que filme lindo, bem realizado, roteiro inteligente. Lembrei também de uma entrevista na época que o diretor precisou parar o filme um tempo para cuidar da esposa que faleceu e que foi muito difícil finalizar depois já que o filme fala muito de perdas. O post no blog dele está aqui. Nosso protagonista é interpretado pelo incrível João Miguel. Ele é um homem solitário, caminhoneiro, amargurado, não gosta de falar com ninguém, até que aparece escondido no caminhão dele um garoto. Ele faz de tudo para deixar o garoto nas delegacias que passa, mas a precariedade do Brasil não permite. O menino fugiu de um abrigo, a mãe dele morreu. Ele só tem uma foto do pai e um endereço, quer ir atrás dele. A história do protagonista vem em flashes, pouco conhecemos. O garoto também está impressionante, Vinícius Nascimento estreia na atuação nesse filme. O filme é focado nos dois. Aparecem ainda Dira Paes, Ludmila Rosa, Ângelo Antonio e Denise Weinberg.À Beira do Caminho ganhou Melhor Filme, Melhor Ator (João Miguel), Melhor Roteiro e Melhor Ator Coadjuvante (Vinícius Nascimento) no Cine PE. Boa parte do filme utilizou o Pólo Cinematográfico de Paulínia que foi desativado por desinteresse político. Nesse pólo tinham muitos cursos profissionalizantes para os segmentos da produção de um filme.
Assisti 007 - Sem Tempo para Morrer (2021) de Cary Joji Fukunaga no Telecine Premium. Eu estava ansiosa por ver esse 007. Daniel Craig é o meu 007 favorito, vai ser muito difícil seguir com a franquia sem ele. É um filme para ver na telona, mesmo minha TV sendo grande, não tanto quanto eu gostaria, é um filme para ver nos cinemas. As cenas iniciais são deslumbrantes. E eu amo a Léa Seydoux. Escolheram uma atriz à altura da anterior que o 007 se apaixona antes e morre no primeiro episódio com o Craig. Esse 007 é muito triste e a trama da personagem da Léa também. Linda demais a Lisa-Dorah Sonnet que faz a filha dela. Confesso que fiquei bem angustiada com a menininha. Mesmo que tenham tido todo o cuidado, ela é realmente exposta a cenas pesadas, palavras pesadas, e é muito pequena, achei puxado. Esse está longe de ser o meu filme de 007 preferido. O que eu menos gosto nos 007 são os filmes mirabolantes, e esse tem muito exagero, sem falar no tempo, desnecessariamente longo. Não sou adepta de filmes curtos, amo filmes longos, mas eles precisam ser interessantes, esse não justifica tanto tempo. Ana de Armas aparece em uma cena, é até engraçadinho. O 007 está aposentado e há outra 007 no lugar. Nada carismática. Linda a Lashana Lynch, mas a personagem é uma antipatia só. Primeiro ela fica competindo com o 007. Atrapalhando a missão dele, mesmo que os dois tenham que agir no mesmo caso. Aí ela vê que ele vale alguma coisa e fica legal com ele, mas continua antipática. Personagem desnecessária. A dela e a da Ana de Armas são muito caricatas, o que pouco acontecia nos filmes com o Craig. O vilão é o Rami Malek, outro personagem caricato. Os cientistas criam vírus que são espalhados por DNA. Até é possível, mas aí vão extrapolando. Há vírus para os DNA de quase toda a humanidade, eles vão ser espalhados e acabar com o mundo. Pra salvar o mundo eles explodem tudo, mas é vírus, não espalharam do mesmo jeito? Teve uns 007 parecidos com esse que nunca gostei muito por ser muito pouco crível. Ótimos atores no elenco, aparecem ainda: Ralph Fiennes, Ben Whishaw, Naomi Harris, Jeffrey Wright, Rory Kinnear, Christoph Waltz, Billy Magnussen e David Dencik. O 007 do Craig sempre foi mais realista. Até tinha ele contra o mundo, mais inteligente que qualquer outra pessoa. Mas o lado mais humano sempre me agradou muito. Inclusive o 007 não ser um pegador como os outros. Ser alguém que ama profundamente. Ele amou muito uma Bond Girl no primeiro episódio e muito essa desse. E a construção para nos afeiçoarmos por essa foi muito bonita. E não jovens indefesas. As duas eram fortes e lutadoras também. Pena que esse filme se arraste tanto. Eu amo a música tema e a dessa está deslumbrante, já ouço faz tempo.
Assisti ao documentário Esse Viver Ninguém Me Tira (2014) de Caco Ciocler no Arte 1. Eu soube sobre esse documentário no facebook. Meus amigos comentavam que logo mais começaria e quis ver, só que esse logo mais não aconteceu. O próprio Arte 1 noticiava em sua página, mas o documentário não começava. Por sorte mais de uma hora depois começou e consegui assistir. O canal se desculpou na página deles e disse que avisará quando vai passar novamente. O documentário conta um pouco a história de Aracy de Carvalho Guimarães Rosa, principalmente antes de ser a segunda esposa de Guimarães Rosa. Mais uma dessas mulheres "anônimas" que tanto fizeram pela humanidade. Ela vivia no Nordeste, quando seu filho tinha 5 anos, se separou e resolveu ir para a Alemanha. Inicialmente ficou na casa de uma tia e foi procurar emprego. Acabou indo trabalhar no período da Segunda Guerra no Consulado e lá conseguiu silenciosamente ter assinaturas de vários vistos brasileiros a judeus para que saíssem do país. Só era mais fácil um mês do ano, quando Guimarães Rosa substituía o Consul, mas nos outros meses do ano ela e seu filho corriam sérios riscos de vida se fossem descobertos na manobra. Caco Ciocler faz um belo documentário e um grande trabalho de pesquisa. Há em um instituto os diários de Aracy, algumas pessoas conheceram, não foi uma pesquisa fácil. Depois de um ano ele descobre que sua família a conhecia. Uma entrevistada conta que Aracy se arriscava pelas pessoas, que na ditadura, de volta ao Brasil, escondeu em sua casa Geraldo Vandré. Era uma mulher sem medo. Uma entrevistada disse que ouviu na praia umas pessoas dizendo que não tinham conseguido agradecer suficiente a Aracy. Ela foi então pesquisar, visitou duas vezes Israel para ver se Aracy fosse reconhecida. Conseguiu 7 depoimentos de pessoas que ela ajudou e o reconhecimento surgiu. Vale assistir o documentário e uma série que está disponível na Globo Play. E no álbum tem uma foto da Aracy de Carvalho Guimarães Rosa,
Assisti O Jogo da Imitação (2014) de Mortem Tyldum no Amazon Prime. Eu vi uma matéria no jornal impresso elogiando esse filme, lembrei que tinha visto o poster no Prime e fui procurar. Gostei demais! Jovens que não entendem a função da matemática deveriam ver. Lembro de um professor que me fisgou na matéria usando o quadro todo com tudo o que aprendemos que 2 + 2 não era 4. Fascinada passei a amar a matéria. O filme é baseado no livro do matemático Andrew Hodgers sobre o matemático inglês Alan Turing. Estamos na Segunda Guerra Mundial. Alan Turing se candidata a um emprego para decifrar a máquina alemã de códigos Enigma. Antissocial, ultra inteligente, acaba tendo problemas com a equipe. Mas ele começa a desenvolver uma máquina que decifre os códigos da Enigma, considerada indecifrável. Diariamente os alemães mudavam os códigos e o trabalho zerava, com uma máquina tudo se revolveria. Ele passa anos na construção e sofrendo todo o tipo de pressão. Sem falar que há um espião no grupo e o exército está de olho em todos eles. Essa máquina ficou conhecida como o início do computador. É fascinante o raciocínio. Alan Turing diz que quem tentar ajudar no processo precisa ser bom em palavras cruzadas. O ator está incrível, Benedict Cumberbatch, porque ele precisa colocar no personagem todo o retraimento do Turing, o andar estranho, a dificuldade de falar, de se relacionar. Turing após construir a máquina é condenado por ser homossexual e para não ser preso aceita fazer a castração química. Um ano após a castração química e todos os efeitos colaterais do remédio ele se suicida. Ainda no elenco estão: Mark Strong, Matthew Goode, Rory Kinnear, Allen Leech, Matthew Beard, Jack Bannon, Alex Lawther e Charles Dance. O Jogo da Imitação ganhou Oscar de Melhor Adaptação
Assisti Ataque dos Cães (2021) de Jane Campion na Netflix. O filme é baseado no livro de Thomas Savage. Eu tinha receio de ver esse filme pelos animais. Perguntei a amigas sobre os animais no filme, mas elas disseram que não era sobre isso. Eu sofro demais com filmes de ficção com animais, evito vê-los. O que mais me chocou em Ataque dos Cães é que há maus tratos aos animais nas filmagens. Hoje em dia há cenas difíceis com animais na ficção, mas forjadas na gravação, onde os animais não sofrem. Em Ataque dos Cães os animais sofrem. Eu tive muita dificuldade de ver. Parei e voltei várias vezes. Foi muito sofrimento e revolta. Dois irmãos cuidam de uma fazenda. Eles são interpretados por Benedict Cumberbatch e Jesse Plemons. Um deles resolve se casar. Ela é interpretada por Kirsten Dunst. O outro se incomoda. É tudo muito silencioso, sem brigas, mas o irmão faz um inferno da vida da cunhada silenciosamente. A mãe tem um filho que é muito maltratado por ser aparentemente um rapaz delicado. Ele é interpretado por Kodi Smith-McPhee. Sim, o filme é lindo visualmente. Com um roteiro forte. Com uma certa surpresa. Mas eu tenho dificuldade de gostar o quanto gostam por vários motivos, mas principalmente pelos maus tratos aos animais.
Assisti Blue Jasmine (2013) de Woody Allen no DVD. Sempre quis ver esse filme, minha expectativa era alta demais. Tentei ver nos cinemas, mas não consegui. A minha irmã comprou do DVD, quando fomos a Juiz de Fora MG e comentou que ia ver assistir, acabei assistindo também. Eu adoro a Cate Blanchett e ela está magnífica, com uma interpretação maravilhosa, com uma personagem dificílima. Por esse papel ela ganhou vários prêmios: Oscar, Globo de Ouro, Bafta, entre vários outros. Eu esperava muito do filme, não está entre os meus preferidos do Woody Allen. Gosto muito mais do diretor nessa fase atual, mais denso, mas esse não me identifiquei. Vamos sabendo a trama aos poucos. Jasmine não se chamava assim, mudou de nome. Era uma mulher fútil e egoísta. A vida muda, ela pira e passa o filme tentando se equilibrar entre a loucura e a sanidade. Tentando viver como vivia, quando não dá mais pra voltar atrás. No elenco estão: Alec Baldwin, Sally Hawkins, Andrew Dice Clay, Bobby Cannavale, Kathy Tong, Max Casella, Alden Ehrenreich e Michael Stuhlbarg.
Assisti Judas e o Messias Negro (2020) de Shaka King na HBO Max. Tecnicamente não chega a ser um grande filme, tem problemas de edição, mas é histórico e por isso torna-se fundamental. Conta a história de um líder do Panteras Negras, Fred Hampton e um infiltrado do FBI, Bill O´Neal. Os dois atores estão incríveis, Daniel Kaluuya e Lakeith Stanfield. Kaluuya ganhou Oscar, Globo de Ouro e Bafta de Melhor Ator Coadjuvante pelo filme. Como acontece muito hoje em dia, não só nos Estados Unidos, mas no Brasil, a violenta polícia mata, praticando pena de morte sem direito a julgamento. Se pena de morte é abominável e não diminui a criminalidade, imagine morrer só por existir ou pela cor da pele. Fred Hampton foi assassinado dormindo em sua casa. A polícia podia atirar sem saber quem era, invadir propriedades sem saber quem vivia lá, mas só os Panteras Negras é que eram acusados de violentos. No final o filme fala de um documentário. Antes de ir ao ar entrevistaram Bill O´Neal sobre sua participação no Panteras Negras. Ele disse que seu filho teria orgulho de ver o pai braço direito do líder. Quando o documentário foi ao ar contando a história dele como infiltrado, ele matou-se logo em seguida. No álbum um foto de Bill O’Neal no documentário.
Assisti A Lavanderia (2019) de Steven Soderbergh na Netflix. Amo os atores e o diretor, quis ver junto com a minha irmã. É baseado no livro homônimo de Jack Bernstein, jornalista investigativo americano. Apesar de uma empresa brasileira ser citada no final, o livro não tem tradução no Brasil. Os personagens do Gary Oldman e Antonio Banderas, em paraísos fiscais, contam a história. O filme é muito bem realizado, entrecortado, muito inteligente as cenas, com metalinguagem. Os dois estão em um paraíso fiscal e contam as artimanhas pra ganhar muito, mas muito dinheiro com empresas fantasmas. O filme conta a história dos Panamas Papers, quando uma empresa de advogados, a Mossack Fonseca criou mais de 214 mil empresas em paraísos fiscais, as off shores, beneficiando milionários de mais de 200 países, inclusive o Brasil. A personagem da Meryl Streep que mostra na prática algumas das consequências desses crimes. Ela vai fazer um passeio turístico com o marido em um barco que vira, muitos morrem inclusive o marido dela. Os donos da empresa do barco descobrem que a empresa de seguros que era muito, mas muito mais barata que as outras, não existiam de fato. A empresa tenta honrar como pode com algumas indenizações, mas não consegue muito. Essa personagem começa a investigar a empresa de seguros que oficialmente não existe e vai puxando o fio de novelo desses esquemas. Mas há vários outros núcleos que mostram as trambicagens. Gente que ganhava muito, mas muito dinheiro não fazendo nada, só gastando. No final, quando o esquema explode e todos os "investidores" querem satisfações, Odebrecht aparece em cena querendo explicações do dinheiro. Achei na internet que a Odebrecht pagou 30 milhões de dólares de subornos. Aparecem ainda no esquema profissionais da Fifa e da Petrobras. Mas o livro não tem tradução no Brasil, por que será?
Assisti O País do Cinema (2020) de Mardello Ludwig Maia sobre o filme O Auto da Compadecida (2000) com Matheus Nachtergaele e Virgínia Cavendish. A apresentação é da Andréia Horta. Nessa nova temporada, o programa vai entrevistar participantes de filmes icônicos do cinema brasileiro. 20 anos se passaram depois da estreia desse filme. Ouvir as histórias foi fascinante. Matheus fala que encontrou com Ariano Suassuna em um evento e que o autor não falava nada com ele e a agonia que ele passou. No final, o escritor entregou um carta, queria muito ver essa carta. São muitas histórias, foi uma delícia de programa. No final, sempre pedem que os entrevistados escolham uma cena que mais gostam. O segundo programa falou do filme Carandiru (2003) com Caio Blat e Luiz Carlos Vasconcelos. Eu adoro esses atores que contaram bastante sobre o processo do filme. Luiz Carlos disse que chegou a acompanhar o Drauzio Varella nas consultas no Carandiru, que foi como um assistente. Esses episódios foram gravados antes da pandemia. Agora O País do Cinema passa toda quinta-feira, após a exibição do filme. Gostei bem mais desse formato. Deixei de ver muitos episódios porque ainda não tinha visto os filmes.
Assisti Vou Nadar Até Você (2019) de Klaus Mitteldorf no Canal Brasil. Eu queria muito ver esse filme que tinha ouvido falar. É o primeiro filme de Bruna Marquezine. Pelo diretor ser um grande fotógrafo, o filme é muito poético e contemplativo! Bruna Marquezine interpreta Ophelia, nome dado aquele belo quadro Ofélia de John Everett Millais. Ela descobre por um jornal que seu pai alemão, que ela não conhece, está em Ubatuba para uma exposição. Ela vive em Santos, envia uma carta pra ele e diz que vai nadar até ele. Fiquei apavorada que ela passasse o filme nadando, mas não, ela vai viajando ora nadando, ora de carona de barco, moto ou carro. Não dá pra dizer que é um road movie, talvez um sea movie. O pai dela está com a perna engessada, então pede a um amigo, também fotógrafo, que acompanhe a trajetória da jovem, embora não explique o motivo. Como a jovem e o amigo são fotógrafos, o tempo todo vemos lindas imagens e tomadas. A trilha sonora também é lindíssima! O pai é interpretado pelo lindíssimo alemão Peter Ketnath, aquele ator do incrível Cinema, Aspirinas e Urubus. O amigo pelo ótimo Fernando Alves Pinto. A mãe por Ondina Clais. Aparecem ainda no filme: Marcelo Spektor, Fabio Audi, Dan Stulbach, Eliseu Paranhos e Cristina Prochaska.
Assisti Z: A Cidade Perdida (2016) de James Gray no TV Brasil. Não conhecia o filme, está em aventura, não deixa de ser, mas é drama também. É a história do explorador Percy Fawcett que desapareceu no Mato Grosso com seu filho na última expedição. Fawcett fez várias expedições a Amazônia a pedido do governo britânico. O filme é baseado no livro do jornalista David Grann. Charlie Hunnam interpreta Percy Fawcett. O filme começa com o explorador casado (Sienna Miller) e sendo convocado para ir mapear a região amazônica. Ele tem um filho pequeno e sua esposa está grávida. Acaba aceitando e segue com um grupo expedicionário. Interpretam o grupo que o acompanha em algumas das expedições: Robert Pattinson, Angus Macfadyen, Edward Ashley e Tom Holland. Os sofrimentos são muitos, alguns morrem, mas eles chegam ao final do rio. Como exploradores acharam que eram os primeiros a chegar lá, ignorando os povos que já viviam no local há séculos. O filme foi gravado na Colômbia. Nesse lugar Fawcett acha cerâmicas e decide procurar a cidade que teriam moradores que tivessem feito os artefatos. Para a sociedade, indígenas eram selvagens. Fawcett fica muito surpreso que pudessem ser mais evoluídos do que imaginava. Se até hoje acham que indígenas "precisam evoluir", imagine naquela época. Também era a época que achava-se que uma mata devia ser explorada, como se ela não fosse evoluída o suficiente e como se não pudesse simplesmente existir com os seus povos, floras e faunas e suas regras próprias. Apesar do caráter explorador, Fawcett via a evolução dos indígenas, suas práticas, culturais, habilidades de caça, pesca e plantações. Fawcett volta para a Inglaterra, acaba sendo recrutado para a Primeira Guerra Mundial e é condecorado por bravura. Fawcett viajou três vezes para a região amazônica, até ir na última com seu filho mais velho e desaparecer. A cada viagem ele ficava ausente por anos. Obs.: No álbum uma foto de Percy Fawcett.
Assisti A Vida da Gente (2011) de Lícia Manzo na TV Globo. Eu quis ver de tanto que as minhas amigas elogiam essa novela. Realmente os diálogos são incríveis. A autora tem uma compreensão bastante profunda das relações. Essa versão foi condensada, mais pra quem já tinha visto, então ficou muito corrido e vários momentos cortados. A novela tinha muitas doenças e eu não costumo ver na arte produtos com doenças. Vocês já repararam que raramente vejo filme com doenças. Em A Vida da Gente o recurso era usado para criar conflitos, tanto que algumas doenças a mais da principal só descobri nessa reprise. A trama central tem um triângulo amoroso que começou na infância. Os pais dos protagonistas casaram. Rodrigo (Rafael Cardoso) e Ana (Fernanda Vasconcellos) se apaixonam. Um grave acidente coloca Ana de coma por anos. Manu (Marjorie Estiano) assume a filha de Ana com Rodrigo, eles se apaixonam e se casam. Ana acorda e os conflitos estão gerados. Surge o médico (Thiago Lacerda) apaixonado por Ana. Outras doenças da trama são: o câncer de próstata em Laudelino (Stênio Garcia), ele opera e fica bem. E por último a Júlia (Jesuela Moro), uma criança, tem hepatite grave e precisa de transplante. Nicette Bruno era a avó das meninas, que personagem rico e lindo. A Vida da Gente falou muito de pessoas imaturas com excelentes diálogos. Marcos (Ângelo Antonio), primeiro casado com a insuportável Vitória (Gisele Fróes), parecia não se aprumar profissionalmente, mas nesse caso não me incomodava tanto. Ele tinha um acordo com a esposa, ele cuidava da casa e das filhas e ela das finanças. Quando ele se separa é que complica, porque qualquer relacionamento é complexo com um homem sonhador, que nunca divide as despesas. Até dá se a nova esposa (Malu Galli) combinasse de sustentar todos, inclusive as filhas dele e do homem ser o dono de casa, mas quando o dinheiro é muito curto e esse não é o acordo, é muita deslealdade não dividir as despesas. Amava as personagens que faziam as filhas deles: Alice Wegmann, Ana Rita Cerqueira, Pietra Pan e Nathália Costa. Tinham vários tipos de imaturos. Nanda (Maria Eduarda de Carvalho) tinha dificuldade de amadurecer. Vivia em baladas, do dinheiro do pai (Paulo Betti), mesmo sem viver com ele. Até que se apaixona e vai logo viver com o namorado (Marat Descartes), mas ele tem um filho adolescente (Victor Navega Motta), o oposto dela, muito responsável e organizado. O companheiro morre uns meses depois, traço da novela ir sempre a extremos. Nanda e o enteado tem que se virar. O enteado vai para a casa do avô até se reconciliarem. O casal Celina (Lorena Cavalli) e Lourenço (Leonardo Medeiros) também foi muito bem construído. Ele amava demasiadamente a esposa, então a enrola, talvez até sem ter muita consciência, na questão da maternidade. Ela está prestes a fazer 40 anos e ele continua enrolando-a sobre a maternidade, nunca é a hora. Bastante desonesto, já que um homem pode mudar de ideia até na velhice se deseja ter filhos e a mulher tem o tempo biológico, mesmo que o mercado queira iludir com procedimentos, sendo que só uma minoria consegue, ainda mais quando se está mais velha. Ele tem uma atitude sem caráter e o casal se separa. Ele se arrepende e vai lutar pelo filho (Kaic Crescente). É uma bela trama. Amei a história da Moema (Cláudia Melo). Ela passa a novela cuidando do marido doente, com uma dedicação invejável. Raramente ela conseguia colocar alguém pra cuidar dele e ir ao baile. Quando ela fica viúva ela resolve cursar a faculdade. O namorado (Luiz Serra) tem dificuldade de compreender Muito lindo como ela luta por sua liberdade. Com a mesma delicadeza e firmeza que sempre teve em sua vida. Os núcleos dos personagens do baile eram muito bem construídos. E amava ver Zéu Britto na banda. Infelizmente a novela parece que contratou negros para atingir cotas. Personagens inconsistentes que só apareciam para dar enredo aos outros. Maria (Neusa Borges) chama Manu para que elas montem um bufê. Maria era cozinheira da casa principal, quando é mandada embora ela chama Manu para abrir o bufê. Manu fica muito bem de vida e consegue sustentar muitos personagens da novela: Ana em coma no hospital, a mãe (Ana Beatriz Nogueira) que vivia de aluguel em um apartamento bem confortável, o companheiro que vai investir na faculdade e a filha da Ana, compra um terreno enorme e constrói uma casa luxuosa. Mas Maria nem conseguia pagar a faculdade do Matias (Marcello Melo Jr.) que continuava sendo explorado como jardineiro na casa que trabalhava. Maria podia ter empregado o filho no bufê e pago a faculdade dele já que ele passa a novela estudando porque tinha um salário baixo e não conseguia fazer muitas matérias. Mas Maria podia pagar a faculdade. Matias é ressuscitado na novela para fazer o clichê patroa (Regiane Alves) usa empregado para o prazer. Wilson vivia atrás de arranjar uma namorada, mas nunca pensou em Maria. Tiveram que arrumar uma personagem de fora pra fazer o triângulo com Moema.
Assisti Tenet (2020) de Christopher Nolan na HBO. Até hoje, uma semana depois da estreia no canal, o filme não entrou no Now. Tive que colocar pra gravar. Quem hoje em dia vê filme ainda no horário que passa? Muito atrasados. Tenet é absurdamente confuso e interessante. Um exercício de lógica! Demoramos para entender a mecânica, os personagens também e essa é toda a maravilha de Tenet. Bom, sem falar no elenco primoroso. O lindíssimo John David Washington é o protagonista. Seu parceiro de ações é interpretado por Robert Pattinson. Outra grande parceira de cena é interpretada por Elisabeth Debicki. Keneth Branagh é o grande vilão. Michael Caine faz uma participação. A trama é toda rocambólica. Há risco da terceira guerra mundial. Um mecanismo promove a inversão do tempo. Os fatos podem acontecer de trás pra frente. É difícil entender essa dinâmica e é fascinante quando vamos percebendo. Dimpla Kapadia está no elenco. O começo é esquisito. E dois furos desnecessários. Um grupo invade uma ópera, logo vemos que foi milimetricamente planejada toda a ação, então por que perderam tempo vandalizando os instrumentos? Infiltrados colocaram símbolos da polícia na roupa, nós e eles sabíamos, mas os que foram proteger a ópera não, então não tinha como perceber que o adesivo era falso. Tenet é uma mega produção com locações em inúmeros países: Estônia, Índia, Noruega, Dinamarca, Itália, Estados Unidos e Inglaterra. O final é absolutamente surpreendente! Amei!
Assisti a segunda temporada de Coisa Mais Linda (2020) de Giuliano Cedrone e Heather Roth na Netflix. Eu tinha gostado muito da primeira que comentei aqui e que acaba de modo catártico. No Ano Novo, na praia, o marido (Gustavo Vaz) de Lígia (Fernanda Vasconcellos) atira nela e na amiga. Começa a segunda temporada com Maria Luíza (Maria Casadevall) acordando depois de quase ter morrido e descobrindo que sua melhor amiga não resistiu ao tiro. A série fala muito de questões femininas, mais difíceis ainda na época que é ambientada. A mulher que se separa, mas na verdade o homem que desapareceu a que canta na noite, a mãe que é dona de um clube noturno, enfim, são muitos temas delicados e profundos. Thereza acaba indo trabalhar em uma rádio dirigida pelo personagem do Eduardo Semerjian. O outro radialista é interpretado por Alejandro Claveaux. Aparecem nessa temporada os personagens de Kiko Bertholoni e Ângelo Paes Leme. Continuam no elenco Alexandre Cioletti, Esther Góes, Ondina Clais, Gustavo Machado, Sarah Vitória e Leandro Lima. Surge uma nova cantora, Ivone, irmã de Adélia (Pathy de Jesus). Como Larissa Nunes canta. Nesse núcleo aparece o pai delas interpretado por outro ator que adoro Val Perré. Nesse núcleo tem ainda Ícaro Silva e Eliana Pittman. Eu amo essa série que novamente acaba catártica. Tinham confirmado a terceira temporada, mas agora, só depois da pandemia é que vamos conseguir saber quais projetos vão resistir a esse tsunami, mas espero sinceramente que volte.
Assisti A 5ª Onda (2016) de J Blakeson no FX. Eu fiquei curiosa quando vi uma chamada do filme no canal. E gosto muito da Chloë Grace Moretz. É um misto de filmes do gênero Guerra dos Mundos, filmes de catástrofes, The Walking Dead. Até a terceira onda é interessante, mas é bem no comecinho do filme. Primeiro uma nave estaciona em cima da cidade. Na primeira onda nada funciona, celular, carros, luz, avião despenca. Na segunda a água invade as ruas, destrói cidades. A terceira é uma epidemia. É meio forçada a justificativa para só sobrar adolescentes. Aí fica claro que o filme é voltado para adolescentes. A irmã se separa do irmão pequeno e quer ir atrás dele. O filme fica então arrastado, romantiquinho, infantil mesmo. E forçadinho. Tudo inho mesmo. Os pares românticos são interpretados por Mathew Zuk e Alex Roe. Uma graça o garoto interpretado por Zackary Arthur. Liev Schreiber também está no elenco. Claro que a 5ª Onda deixou a ideia que teria uma continuação. Não sei se vai ter porque já é fraquinho, imagine o resto.
Assisti Os Órfãos (2020) de Floria Sigismundi no TelecinePlay. Mais um filme baseado no livro The Turn of Screw (A Volta do Parafuso no Brasil) de Henry James. Esse livro tem inúmeras adaptações até mesmo para o teatro e para a ópera. Esse é só uma sugestão do livro, o filme é bem diferente. É um bom filme do gênero! Absurdamente assustador, o que não acontece no livro que é bem sutil. A diretora é italiana, o filme é uma co-produção entre Canadá, Irlanda, Inglaterra, Índia e Estados Unidos. Uma jovem (Mackenzie Davis) é chamada as pressas pra ser preceptora de uma menina (Brooklynn Prince), a babá anterior foi embora. A atriz mirim é uma fofa, mas a personagem nem tanto. Nesse as crianças são insuportáveis, cruéis mesmo, indisciplinadas, mimadas. Na verdade o rapaz (Finn Wolfhard) é insuportável e já é adolescente. As crueldades que ele faz com a babá são muito, mas muito irritantes. A empregada (Barbara Marten) que cuida deles é uma verdadeira fantasma, assustadora, e como mima as crianças, igualmente irritante. A casa é deslumbrante! E muito, mas muito bem feitas às cenas na parte da casa abandonada, tudo muito assustador. Os cenários são incríveis! Eu confesso que fiquei meio na dúvida quanto ao final. Mas eu sou dessas espectadoras inseguras que sempre tem receio de ter entendido errado. Mas eu gostei demais do desfecho.
Jean Charles
3.0 427 Assista AgoraAssisti Jean Charles (2009) de Henrique Goldman no TV Brasil. Eu não desejava muito ver esse filme, mas me surpreendi. É um filme sobre imigrantes, no final que passam a morte do Jean Charles. Quase todo o filme mostra a quantidade de brasileiros que vive em Londres, muitos em situação irregular, fazendo todo o tipo de trabalho, na maioria das vezes trabalhos pesados. O diretor vive na Inglaterra. Jean Charles era um rapaz simples, que acreditava que era possível ter uma vida melhor vivendo em Londres, tanto que ele estimulava a família a ir pra lá. No apartamento que ele vivia ele acolhia um amigo e duas primas, uma inclusive é interpretada pela própria prima do Jean Charles. Outros do elenco interpretam eles mesmos.Gostei que não idealizaram o Jean Charles, ele era um rapaz trabalhador, não tinha medo de trabalho pesado, comunicativo, ajudava as pessoas, mas também cometia erros, dava alguns jeitinhos pra permanecer no país ou ajudar algumas pessoas a permanecer no país. Selton Mello está excelente. O filme começa com a chegada da prima interpretada pela Vanessa Giácomo. O amigo é interpretado brilhantemente por Luís Miranda. O Daniel Oliveira faz uma pequena participação como o namorado da prima que fica no Brasil. O filme também mostra a tensão que ocorre quando começam os atentados terroristas no metrô. O próprio grupo se assusta e fica preocupado. Jean Charles é confundido com um rapaz que tinha largado uma mochila que depois explodiu. Que eles tivessem preso por engano o Jean Charles pra interrogá-lo seria compreensível, mas vários policiais atiram no metrô a queima roupa sem nem ao menos checar nada, nem documentos. Quando viram a besteira que fizeram tentaram abafar como puderam. Tentaram impedir os amigos de vê-lo, alegaram que ele correu, quando ele na verdade ficou sentado e foi alvejado na maioria pelas costas, ajudaram e indenizaram pouco a família. Infelizmente até hoje eles tentam encobertar o caso e os policiais estão impunes, mas impunidade no Brasil e culpados soltos é o que não falta.
Mãe!
4.0 3,9K Assista AgoraAssisti Mãe! (2017) de Darren Aronofsky no TelecineCult. Eu tinha uma certa resistência em ver esse filme pelas inúmeras críticas negativas, mas principalmente por ouvir falar que tinha religião, mas Mãe! é muito mais que isso, é absurdamente complexo, um filme que me deixou impactada e que devo ficar assim por muito tempo. Mãe! permite inúmeras interpretações e li uma entrevista com o diretor onde ele se divertia com as inúmeras visões que os jornalistas da coletiva tinham tido com o seu filme, mas há uma questão, a que acho mais impactante, que passa a ser fundamental para debatermos nos dias de hoje. Na entrevista o diretor fala da indiferença há duas questões ambientais no Canadá e Estados Unidos, mas que você traz a questão para dentro de sua casa, quando pessoas entram na sua casa sem você convidar e queimam o seu tapete, as pessoas ficam indignadas. E é esse o grande trunfo de Mãe! Colocar a terra como uma mulher constantemente violentada, desrespeitada, invadida, dentro de sua intimidade, dentro de sua própria casa. A terra é a casa e nós invadimos sem a menor cerimônia, mudando como bem entendemos a casa do outro. No finalzinho que eu achei que a protagonista era a terra e tudo se encaixou junto com a perplexidade. As relações bíblicas são alegorias para contar a história. Um casal está arrumando a casa que já tinha sido totalmente destruída por um incêndio. A protagonista cuida de cada detalhe, enquanto um marido narcisista, egoísta e egocêntrico a ignora por completo. Talvez aí o ódio de muitos para esse filme já que esse homem pode ser deus. Até que o diretor não errou muito com essa imagem de deus que tudo vê e nada faz, um verdadeiro omisso que adora ser idolatrado e pouco se importa com o resto, inclusive pouco se importa com a terra. E se existe não é mais ou menos assim? As crianças continuam morrendo de fome no mundo, na Etiópia, nas travessias de fugas de imigrantes e se existe alguém que "olha por nós", porque continuam morrendo? O homem tem a mesma arrogância quando a terra cobra dele alguma proteção, alguma posição. Ele sempre a menospreza, maltrata e a violenta, mas ele vai muito mais longe, um verdadeiro monstro. As pessoas vão entrando nessa casa sem pedir autorização ou dizem que o marido convidou e vão usando tudo, quebrando tudo e pasmem, até pintando a casa porque viram a tinta... Ela fica indignada, mas todos riem, ou reclamam dela e continuam. Ela diz que a casa é dela e todos riem. E não é como fazemos com a terra? Compram uma fazenda e a primeira coisa que fazem é derrubar todas as árvores, inúmeras raras e centenárias. Constroem uma casa e aí plantam umas poucas árvores onde poucas vão sobreviver como "reposição". Mas se enjoam da casa naquele lugar, destroem tudo de novo, tiram as árvores de novo e plantam outras de novo depois em outro lugar. Mas fora esses exageros monstruosos, o que cada um de nós faz por essa casa de outra pessoa? Realmente simbolizar a terra na casa de alguém fica tudo mais claro. A convidada deixa inúmeras cascas de limão espalhadas pela cozinha com inúmeras outras sujeiras e a "terra" que limpe. E a pia que não estava soldada? Ela avisa várias vezes para não sentarem nela e riem dela. E o quanto rimos de quem fala para cuidarmos melhor do planeta, quantos já vi rirem quando você fala pra não jogar lixo no chão. E voltamos de novo para nossas pequenas ações, o quanto consumimos lixo e jogamos "lá fora", no próprio planeta. As referências bíblicas foram as que menos interessaram. Elas permitiram a história ter um roteiro, Adão e Eva, Caim e Abel, e no final o apocalipse. O diretor falou ainda que tinha o sacrifício de Jesus e outras referências, mas é o de menos. Servem para mostrar como o homem tudo invade, como cada um de nós não respeita a nossa casa que é a terra que de forma tão generosa nos acolhe. A terra é a Mãe que tenta a todo custo preservar a casa, cuida, cozinha, ama e nós só usamos, destruímos. No "apocalipse" os homens matam uns aos outros sem explicações claras. E o parto? É insuportável. Ela está em trabalho de parto e continua sofrendo violências, não é protegida, a empurram, a agridem. O filme é contundente demais, insuportável demais, como somos desumanos. Qual a parcela de culpa de cada um de nós para a destruição da terra? No filme há os monstros, os radicais, mas eu fiquei desconfortável várias vezes e me perguntava o que eu fazia para proteger a terra? Nunca vou esquecer esse filme. odo o elenco está impressionante. Que incrível a atuação da Jennifer Lawrence. Como Javier Bardem está insuportável como esse homem omisso, agressivo e assassino. Os personagens do Ed Harris e da Michelle Pfeiffer também dão vontade de esganar. Ela pede que não fumem na casa, ele finge que aceita, mas continua fumando, até mesmo na cara dela. E a esposa ridiculariza o tempo todo a anfitriã. Fala mal de tudo, o quanto não reclamamos do que ganhamos de graça da terra?
Além da Ilusão
3.7 9 Assista AgoraAssisti Além da Ilusão (2022) de AlessandraPoggi na TV Globo. Que novela! Fiquei muito feliz que o cineasta Jeferson De integrava a equipe de direção. Eu participo de um grupo de novela no Whatsapp e eram só elogios, bom, nem tanto, porque um dos prazeres do noveleiro é dar palpite e principalmente dizer como queria que tivesse sido, tanto que o bom de uma novela é ser uma obra aberta. Aguardo ansiosamente a nova novela dessa autora. Começa com a história de Elisa, será o début dela. A mãe precisa ir embora porque o pai (Lima Duarte) está doente. Elisa se apaixona pelo mágico de sua festa, seu pai, um juiz, fica possesso e passa a fazer um inferno da vida da filha. Até ir armado pagar o mágico pra largar a filha dele, encontrar ela lá, atirar e matá-la por engano porque ia acertar o mágico. Ele coloca então a culpa no mágico, manobra tudo pra sumir com as provas que inocentam o rapaz que vai preso. Todos estão ótimos Larissa Manoela, Rafael Vitti, Antonio Calloni e Sofia Budke. É linda demais a cena de avô e filha na vida real, Paloma e Lima Duarte. Eles são pai e filha na trama. Ele revela que sabe onde está a filha dela, mas morre antes de conseguir contar. Que cena difícil e imagino que mais difícil ainda ela esbravejar sob o próprio pai. Ela teve a menina que ninguém queria, uma bebê arrancada de seus braços e nunca mais soube de seu paradeiro. Ela também não conta quem é o pai. Tramas e tanto pra engatar a novela. Dez anos se passam e aumenta o destaque da vila operária. Os protagonistas criam a tecelagem, alguns que trabalhavam na fazenda migram pra fábrica. Eu amei que cada personagem tinha o seu momento de história. Uma mais bem construída que a outra. Onofre (Guilherme Silva) era um homem rude, amava a esposa e as filhas, mas apronta um bocado na trama. Felicidade (Carla Cristina Cardoso) sofre um bocado. Que personagens! Até a pequena Madalena (Vivi Sabino) ganha o seu destaque. por saber escrever muito bem, ela passa a ganhar trocados escrevendo cartas de amor pra Arminda e consegue comprar sua bicicleta. Eu amo os atores Olívia Araújo e Luciano Quirino, que emoção que eu fiquei quando a novela juntou os dois. Ela trabalhava na casa grande, era braço direito do Davi. Augusta era a amiga que todo mundo queria ter. O casamento dos dois foi lindo, mas eu amava um vestido marrom dela com bordados na manga. Os figurinos eram maravilhosos, alguns eram de Paula Carneiro, a direção de arte impecável. Abílio era viúvo, pai do Bento (Matheus Dias), personagem que eu e as minhas amigas odiamos, não queríamos de jeito nenhum que ele ficasse com a Letícia (Larissa Nunes). Achei que ela também iria concorrer a rainha do rádio já que a atriz canta maravilhosamente, mas focaram nela ser professora e tentar vaga em um colégio que foi muito bonita a trama, com bons questionamentos. Gaby Amarantos que foi a rainha do rádio. Emilía, a personagem, teve uma trama bem tortuosa. Ela era empregada do casarão, mas sonhava em no futuro ter uma casa daquela. Infelizmente ela se une a um patife (Marcos Veras) e passa a fazer golpes no casino. Na época casinos ainda eram permitidos. Achei muito bonito mostrar que ela pagou pelos seus erros, foi presa e depois foi cantar na rua. Por uma sorte do destino, principalmente de novela, ela volta a ser rainha do rádio e aí sim tem seu sonho realizado. Muito lindo! O marido de Emília (Cláudio Gabriel) não se conformava com o sonho de riqueza da esposa. Ele acaba se apaixonando pela viúva Giovanna, dona da venda na vila. Adoro a Roberta Gualda em um lindo personagem. Mãe do Lorenzo (Guilherme Prates).
Eu amava o casal Heloísa e Leôncio (Eriberto Leão). E com ele e com o Mathias, falou-se muito da luta antimanicomial que eu sou devota e que acabou coincidindo com as discussões em voltar com os manicômios hediondos do passado. E o assunto foi discutido sem ser didático. Até Nise da Silveira aparece na trama. Chamaram a Glória Pires que viveu a personagem no cinema, foi emocionante. A autora foi muito corajosa em abordar temas tão complexos na novela. Achamos muito coerente o desfecho do Mathias. Quantas pessoas que perdem a sanidade e vão viver com seus objetos nas ruas.
Foram tantas tramas que vou acabar sendo injusta com alguns personagens. Amava a família do Xuxu, quer dizer, do Constantino (Paulo Betti). Ele dono de casino, casada com uma viciada em jogos (Alexandra Richter), uma combinação que não dá certo. O amor deles era contagiante. Como gosto da Caroline Dallarosa e que personagem encantador, outra que queria como amiga. Arlette Salles era a matriarca da família e aparecia de vez em quando. Viúva, ela vivia intensamente e nunca desistia do amor. Juntam-se a esse núcleo a divertida e alucinada Mariana (Carol Romano) e o crupier Geraldo (Marcello Escorel). Malu Galli tinha uma linda e forte personagem. Leal ao marido que enlouqueceu, ela sofre muito por se apaixonar por seu sócio Eugênio (Marcello Novaes). A novela fala muito da época onde mulheres só podiam trabalhar com permissão do marido, relações trabalhistas da época, mulheres não poderem votar. Gostei muito que a autora investiu em cultura na novela. Começou e terminou com shows de ilusionismo. Teve show de vedetes com as ótimas Marisa Orth e Duda Brack. Inclusive no final encenaram Vestido de Noiva, mas só vimos os aplausos. Teve uma outra peça também de texto brasileiro encenado. Sempre nas festas da vila tinha grupo de músicos, alguns entre os próprios do elenco como o Claudio Jaborandy, e canto. Criaram um cinema na vila operária que estreou com o Mágico de Oz. Teve a rádio, a Novela de Rádio. Momento tão fundamental em falarmos de cultura. Comigo não tem lorota". Que personagem maravilhoso da Mariah da Penha. Amei que a Manuela virou celebridade. Cozinheira de mão cheia passa a ter programa na rádio e ter uma legião de fãs. Li que a autora estudou as expressões da época, tem até matéria no Gshow sobre isso, usaram quiprocó, sabão, gabiru, pombas, gastar os tubos, papagaio e muitas outras. Como eu torci pela Olívia e pelo Tenório. Débora Ozório e Jayme Matarazzo estavam ótimos. Ele padre e ela se apaixona, foi muito linda a história deles. Ele inclusive funda um jornal na vila e passa a falar de política, mesmo com a censura e opressão de Getúlio. Foi lindo o amor de Leopoldo (Michel Bois) e Plínio (Nikolas Antunes). Um filho de um rico empresário conservador (Shimon Namias) e o outro o galã de novelas de rádio. O público ficou indignado com o corte do beijo gay que acabou acontecendo no final da novela. Os atores emocionaram! Foi muito bom ver uma diversidade de atores no elenco, nem sempre tão conhecidos do público, abrindo espaço para outros talentos, alguns outros são Patricia Pinho, Ricky Tavares, Luciana de Rezende, Jorge Lucas, Alex Brasil, Thayla Luz, Patrick Sampaio, Fabrício Belsoff, Nicolas Parente, Andrea Dantas, Maria Luiza Galhano, Pia Manfroni, Pablo Moraes, Clara Duarte e Maria Manoela. Bárbara Paz e Danilo Mesquita estavam excelentes como os vilões. Achei cansativas as idas e vindas das armações, que encolheram outras tramas como a competição da rainha do rádio, a peça Vestido de Noiva, mas eles estavam ótimos e a complexidade dos seus personagens eram muito interessante.
Luciano Quirino escreveu um lindo texto no instagram dele que foi reproduzir aqui e finalizar essa postagem:
"Álbum de Família - Família aumentou
Hoje vai ao ar o ultimo capítulo de Além da Ilusão , uma História que alegrou e emocionou Milhões de Brasileiros. Fomos lindamente representados por personagens que fazem parte da história e da cultura desse país. Foi uma responsabilidade e um presente . Término esse trabalho feliz com a sensação de missão dada é missão cumprida. Muito grato a toda equipe produção, elenco , direção e técnicos, levo um pouquinho de cada um de vocês comigo. Foi SENSACIONAL estar com vocês nessa jornada . Até a próxima ❤️😉🙌🏾🍀🌻💥💔
E em nome da
Família Nogueira
MUITO OBRIGADO ☺️😉
The First Lady
3.8 15 Assista AgoraAssisti a série The First Lady (2022) de Aaron Cooley no Paramount+. A direção é de Susanne Bier. Eu só via elogios das minhas amigas a série. Corri pra ver e que grata surpresa. Uma das melhores séries que já vi na vida. Tudo brilhante, a começar pela abertura. The First Lady conta a história de três primeiras damas dos Estados Unidos, Eleannor Roosevelt (1929-1932), Betty Ford (1973-1974) e Michelle Obama (2009-2017). Três primeiras damas revolucionárias e a frente do seu tempo. Todas as três atrizes estão impressionantes: Gillian Anderson, Michelle Pfeiffer e Viola Davis. Só a história da Michelle eu conhecia mais antes e depois de ler o livro dela. A edição e os fatos escolhidos são impecáveis. As três histórias são contadas ao mesmo tempo, estranhamente tiveram fatos parecidos. No começo mais óbvio, o casamento, ser primeira dama. Mas tem os menos óbvios como os engajamentos, as tragédias. Todas as três igualmente foram desacreditadas em suas funções de primeira dama. Os assessores dos presidentes faziam de tudo para neutralizá-las e deixá-las restrita a ala doméstica da casa branca. Cada uma desacreditada por um preconceito diferente. Eu não conhecia nada de Eleannor Roosevelt. Ela era muito estudiosa e diferente das jovens da sua idade, não queria casar. Acabou conhecendo Franklin e se tornando grandes parceiros intelectuais de vida. Ela sempre auxiliava ele nos discursos, nos posicionamentos, sempre que algo muito complexo acontecia, ele a procurava. Ela se uniu as sufragistas pelo direito ao voto. Peitou o marido ferrenhamente quando ele impediu que refugiados judeus desembarcassem nos Estados Unidos. Após a morte de Roosevelt, ela elaborou a Declaração Universal de Direitos Humanos e presidiu a ONU de 1946 a 1952. Quando Eleanor é traída pelo marido, a sogra impede ela do divórcio, mas eles se afastam como marido e mulher. Ela então tem um romance bastante longo com uma jornalista sufragista. Os detetives da casa branca descobrem, avisam o marido que continuava tendo casos, só as mulheres são vigiadas. O marido, altamente compreensível, emprega a jornalista, ela passa a viajar muito, mas ter um quarto ao lado do da Primeira Dama que se acessava por uma porta secreta. Ford assumiu quando Nixon foi acusado de corrupção. O casamento com Ford foi o segundo de Betty. Ela era divorciada, tanto que ficou afastada dele até assumi-la depois quando concorreu a cargos políticos. Antes de ser primeira dama ela já tinha sido dependente química. Nessa época tinha-se remédio pra tudo, pra ficar desperta, pra dormir, receitava-se sem o menor cuidado, que Betty misturava compulsivamente com bebida. Mas na casa branca, mesmo bebendo bastante, as atividades a mantiveram focada. Ela teve câncer de mama quando era primeira dama e apesar de todas as pressões pra esconder, ela falou abertamente com os americanos, impulsionou inúmeras mamografias. Que mulher forte. Quando Ford perdeu a eleição eles se aposentaram em uma casa no campo, mas Ford a largava o tempo todo em conferências, viagens, ela se afundou novamente nas pílulas e bebida. Orgulhosa, forte e determinada, recusou muito tempo que precisava de ajuda, mas quando aceitou, se tornou uma grande porta voz na causa. Criou e construiu na região onde morava uma clínica para dependentes. Interessante que na série o pensamento das filhas de Michelle aparecem muito. O quanto a família sempre promovia novos olhares, cobranças e posicionamentos. Michelle corretamente poupou as filhas no livro, mas gostei muito de conhecer o pensamento delas pela série. Fiquei admirada. Sim, filhas de dois grandes estudiosos, advogados e estadistas, não poderiam ser diferente, mas foi lindo de ver.São dez episódios e os dois últimos muito tristes. Há a Segunda Guerra no primeiro, a dependência química da Betty e a eleição de Trump. Mostraram claramente a luta de Michelle e Obama para que Hillary vencesse, mesmo que eles não gostassem dela, mas o atraso veio mesmo assim. O elenco enorme e incrível. Franklin (Kiefer Sutherland), Ford (Aaron Eckhart) e Obama (O-T Fagebenle). Alguns outros são: Dakota Fanning, Regina Taylor, Lily Rabe, Clea Duvall, Lexi Underwood, Jayme Lawson, Michael Potts e Ellen Burstyn. E sim, Betty Ford dançou na mesa oficial da casa branca. Foto no álbum!!!
A Família Bélier
4.2 437Assisti A Família Bélier (2014) de Eric Lartigau no TelecineTouch. Foi a minha irmã Bete que me falou desse filme e comentou alguns pontos. E o mesmo roteiro recebeu um remake que ganhou Oscar de melhor filme esse ano. Vi a sinopse e levei um tempo para ver, mas como é comédia, resolvi ver. É muito bonitinho. O mais bonito é a união familiar. Três são surdos, só a menina ouve. Eles vivem dos produtos da fazenda que é bem produtiva. A menina auxilia no contato com os outros, na venda dos produtos e na compra do que precisam para a produção.
A menina vai participar no coral da escola e se destaca. O professor sugere ela participar de um concurso em Paris. Ela participa escondida da preparação e mente ao professor. As regras da menina aparecem, então calculei que ela teria no máximo 14 anos, apesar da atriz parecer ter bem mais. Hoje em dia as regras costumam surgir entre 11 e 12 anos, no máximo 14. O professor é bem revoltado pelo trabalho, desejaria uma colocação melhor, mas com o repertório popular que trabalha é compreensível o ostracismo. Por sorte no canto há a possibilidade de aos 14 anos conseguir ingressar em uma escola formal e seguir se tiver talento. Se fosse para um instrumento seria tarde demais, 14 anos é muito tarde. Por sorte também a banca autoriza uma canção popular. Estranho só terem duas candidatas a vaga, em geral são filas e filas de candidatos.
Mas o mais bonito do filme é a linda relação de amor e compreensão da família. A mãe é um pouco controladora, mas sabe respeitar as diferenças, reluta um pouco, mas é muito amorosa. O prefeito da cidade é um oportunista, tenta se aproveitar da deficiência auditiva da família para faturar. O pai da menina fica muito bravo e também com as propostas do prefeito, resolve se candidatar. Todos estão ótimos. A menina é interpretada pela Louane Emera, ela inclusive ganhou César de Melhor Atriz Promissora. A atriz está com 25 anos, devia ter uns 17 quando atuou no filme. O pai está ótimo e é interpretado por François Damiens. A mãe é muito engraçada e interpretada por Karin Viard. O professor por Eric Elmosnino. Alguns outros do elenco são: Roxane Duran, Luca Gelberg, Stéphan Wojtowicz e Ilian Bergala.
Dreamgirls - Em Busca de um Sonho
3.6 456 Assista AgoraAssisti Dreamgirls (2006) de Bill Condon no TelecineTouch. Eu acho que esse filme é da série "todo mundo viu menos eu". Eu sempre quis ver, há um tempo cheguei a procurar e não achei. Agora está lá naquele acervo mais completo recente do Telecine. O texto é de um musical de Tom Eyen. Gostei muito!
É a estreia da maravilhosa Jennifer Hudson. Linda e talentosa, como canta.
Ela é a voz líder do trio, todas cantam demais, mas ela é a voz mais potente. Elas são convidadas pra ser backing vocal de um grande cantor, isso mesmo, Eddie Murphy, com a promessa que com o tempo elas teriam um show só delas, mas 7 anos se passam e nada.
Quando chega o momento, é a época de vozes mais intimistas, e novamente ela é preterida. Cruel demais o que fazem com ela. Depois muito esquisito quando ela tenta retomar e o filme fala que ela sempre foi temperamental. Não é verdade, ela sempre aceitou e baixou a cabeça. Achei esses momentos bem machistas, claramente escritos por um homem. Do período mais intimista, as cantoras seguem para os ritmos de Discoteca. Beyoncé faz a cantora que ganha o lugar de destaque, o empresário por Jamie Foxx. Só tem feras no elenco. O outro agente por Danny Glover. O compositor por Keith D. Robinson e as outras cantoras por Anika Non Rose e Jennifer Hudson. O filme mostra muito como funcionam os bastidores, embora meio estranho a principal ficar anos sem ter nada. Em geral músico vai dar aulas, canta em bares caindo aos pedaços, mas não fica parado. E elas fizeram tanto sucesso, conseguiria um local mesmo que fosse pra ganhar pouco.
A ótima trilha está no Spotify.
As Panteras: Detonando
2.7 676 Assista AgoraAssisti As Panteras - Detonando (2003) de McG no Cine Maior Record. Nem lembrava que fazia tanto tempo que assisitr esse filme. Reassistir na casa da minha mãe, com a família toda reunida. É bem divertido e bem ruinzinho. Furos e mais furos. Além das lindíssimas: Cameron Diaz, Luci Liu e Drew Barrymore, aparece no elenco a Demi Moore. Rodrigo Santoro aparece de novo, como sempre ele entra mudo e sai calado. Há cenas inclusive que acho que usaram a mesma da outra vez. Eu vi na casa da minha mãe e minha irmã reparou que o sapato que a Demi Moore salta chega outro no chão. O mais divertido dessa versão são os disfarces. Como o roteiro é bem fraquinho, elas aparecem incansavelmente com outros cabelos, outros figurinos e inúmeros personagens, muito divertido. Há vários momentos que esse filme se parece bem com histórias em quadrinhos. É engraçado quando uma das panteras originais, interpretada pela Jaclyn Smith, aparece de fantasminha pra falar com a da Drew Barrymore. O filme As Panteras - Detonando ganhou 2 Framboesas de Ouro de Pior Atriz Coadjuvante (Demi Moore) e Pior Sequência ou Refilmagem. A trilha sonora é muito bacana, Natalie Cole, Bon Jovi, David Bowie, Donna Summer e The Beach Boys.
Trama Internacional
3.2 200 Assista AgoraAssisti Trama Internacional (2009) de Tom Tykwer no Band Domingo no Cinema. Há um tempo vi na programação esse filme e tinha curiosidade de ver pelo elenco, adoro o Clive Owen e a Naomi Watts. Gostei muito, é um bom filme de ação com um roteiro muito atual. Eu imagino que a expectativa da produção em repercussão deveria ser bem maior, é um ótimo filme de ação, mas não é tão impactante quanto o custo de realização. Acredito que eles desejassem a repercussão da trilogia Bourne, por isso os altos custos em locações em tantos países. Trama Internacional é filmado em Istambul, Berlim, Milão e Nova York. O personagem de Clive Owen está em uma investigação das negociações de um banco alemão. Muitos assassinatos começam a acontecer e ele percebe que não há interesse das grandes instituições em desvendar o caso. Além da trama de ação, há a trama atual dos interesses levianos capitalistas em relações financeiras vantajosas com países de terceiro mundo, mesmo que seja financiar os conflitos, não importam de que lado. As locações são belíssimas. Alguns outros do elenco são: Remy Auberjonois, Armin Mueller-Stahl, Ulrich Thomsen, Patrick Baladi, Luca Calvani e Alessandro Fabrizi
À Beira do Caminho
3.8 311Assisti À Beira do Caminho (2012) de Breno Silveira. Lembrei, em uma entrevista com o diretor no Canal Brasil. Ele contou que fez o filme primeiro e depois mostrou ao Roberto Carlos para ver se ele autorizava as músicas. O Roberto Carlos liberou quatro. Eu e minha mãe nos emocionamos muito, que filme lindo, bem realizado, roteiro inteligente. Lembrei também de uma entrevista na época que o diretor precisou parar o filme um tempo para cuidar da esposa que faleceu e que foi muito difícil finalizar depois já que o filme fala muito de perdas. O post no blog dele está aqui. Nosso protagonista é interpretado pelo incrível João Miguel. Ele é um homem solitário, caminhoneiro, amargurado, não gosta de falar com ninguém, até que aparece escondido no caminhão dele um garoto. Ele faz de tudo para deixar o garoto nas delegacias que passa, mas a precariedade do Brasil não permite. O menino fugiu de um abrigo, a mãe dele morreu. Ele só tem uma foto do pai e um endereço, quer ir atrás dele. A história do protagonista vem em flashes, pouco conhecemos. O garoto também está impressionante, Vinícius Nascimento estreia na atuação nesse filme. O filme é focado nos dois. Aparecem ainda Dira Paes, Ludmila Rosa, Ângelo Antonio e Denise Weinberg.À Beira do Caminho ganhou Melhor Filme, Melhor Ator (João Miguel), Melhor Roteiro e Melhor Ator Coadjuvante (Vinícius Nascimento) no Cine PE. Boa parte do filme utilizou o Pólo Cinematográfico de Paulínia que foi desativado por desinteresse político. Nesse pólo tinham muitos cursos profissionalizantes para os segmentos da produção de um filme.
007: Sem Tempo para Morrer
3.6 566 Assista AgoraAssisti 007 - Sem Tempo para Morrer (2021) de Cary Joji Fukunaga no Telecine Premium. Eu estava ansiosa por ver esse 007. Daniel Craig é o meu 007 favorito, vai ser muito difícil seguir com a franquia sem ele. É um filme para ver na telona, mesmo minha TV sendo grande, não tanto quanto eu gostaria, é um filme para ver nos cinemas. As cenas iniciais são deslumbrantes. E eu amo a Léa Seydoux. Escolheram uma atriz à altura da anterior que o 007 se apaixona antes e morre no primeiro episódio com o Craig. Esse 007 é muito triste e a trama da personagem da Léa também. Linda demais a Lisa-Dorah Sonnet que faz a filha dela. Confesso que fiquei bem angustiada com a menininha. Mesmo que tenham tido todo o cuidado, ela é realmente exposta a cenas pesadas, palavras pesadas, e é muito pequena, achei puxado. Esse está longe de ser o meu filme de 007 preferido. O que eu menos gosto nos 007 são os filmes mirabolantes, e esse tem muito exagero, sem falar no tempo, desnecessariamente longo. Não sou adepta de filmes curtos, amo filmes longos, mas eles precisam ser interessantes, esse não justifica tanto tempo. Ana de Armas aparece em uma cena, é até engraçadinho. O 007 está aposentado e há outra 007 no lugar. Nada carismática. Linda a Lashana Lynch, mas a personagem é uma antipatia só. Primeiro ela fica competindo com o 007. Atrapalhando a missão dele, mesmo que os dois tenham que agir no mesmo caso. Aí ela vê que ele vale alguma coisa e fica legal com ele, mas continua antipática. Personagem desnecessária. A dela e a da Ana de Armas são muito caricatas, o que pouco acontecia nos filmes com o Craig. O vilão é o Rami Malek, outro personagem caricato. Os cientistas criam vírus que são espalhados por DNA. Até é possível, mas aí vão extrapolando. Há vírus para os DNA de quase toda a humanidade, eles vão ser espalhados e acabar com o mundo. Pra salvar o mundo eles explodem tudo, mas é vírus, não espalharam do mesmo jeito? Teve uns 007 parecidos com esse que nunca gostei muito por ser muito pouco crível. Ótimos atores no elenco, aparecem ainda: Ralph Fiennes, Ben Whishaw, Naomi Harris, Jeffrey Wright, Rory Kinnear, Christoph Waltz, Billy Magnussen e David Dencik. O 007 do Craig sempre foi mais realista. Até tinha ele contra o mundo, mais inteligente que qualquer outra pessoa. Mas o lado mais humano sempre me agradou muito. Inclusive o 007 não ser um pegador como os outros. Ser alguém que ama profundamente. Ele amou muito uma Bond Girl no primeiro episódio e muito essa desse. E a construção para nos afeiçoarmos por essa foi muito bonita. E não jovens indefesas. As duas eram fortes e lutadoras também. Pena que esse filme se arraste tanto. Eu amo a música tema e a dessa está deslumbrante, já ouço faz tempo.
Esse Viver Ninguém Me Tira
4.0 8Assisti ao documentário Esse Viver Ninguém Me Tira (2014) de Caco Ciocler no Arte 1. Eu soube sobre esse documentário no facebook. Meus amigos comentavam que logo mais começaria e quis ver, só que esse logo mais não aconteceu. O próprio Arte 1 noticiava em sua página, mas o documentário não começava. Por sorte mais de uma hora depois começou e consegui assistir. O canal se desculpou na página deles e disse que avisará quando vai passar novamente.
O documentário conta um pouco a história de Aracy de Carvalho Guimarães Rosa, principalmente antes de ser a segunda esposa de Guimarães Rosa. Mais uma dessas mulheres "anônimas" que tanto fizeram pela humanidade. Ela vivia no Nordeste, quando seu filho tinha 5 anos, se separou e resolveu ir para a Alemanha. Inicialmente ficou na casa de uma tia e foi procurar emprego. Acabou indo trabalhar no período da Segunda Guerra no Consulado e lá conseguiu silenciosamente ter assinaturas de vários vistos brasileiros a judeus para que saíssem do país. Só era mais fácil um mês do ano, quando Guimarães Rosa substituía o Consul, mas nos outros meses do ano ela e seu filho corriam sérios riscos de vida se fossem descobertos na manobra.
Caco Ciocler faz um belo documentário e um grande trabalho de pesquisa. Há em um instituto os diários de Aracy, algumas pessoas conheceram, não foi uma pesquisa fácil. Depois de um ano ele descobre que sua família a conhecia. Uma entrevistada conta que Aracy se arriscava pelas pessoas, que na ditadura, de volta ao Brasil, escondeu em sua casa Geraldo Vandré. Era uma mulher sem medo. Uma entrevistada disse que ouviu na praia umas pessoas dizendo que não tinham conseguido agradecer suficiente a Aracy. Ela foi então pesquisar, visitou duas vezes Israel para ver se Aracy fosse reconhecida. Conseguiu 7 depoimentos de pessoas que ela ajudou e o reconhecimento surgiu. Vale assistir o documentário e uma série que está disponível na Globo Play. E no álbum tem uma foto da Aracy de Carvalho Guimarães Rosa,
O Jogo da Imitação
4.3 3,0K Assista AgoraAssisti O Jogo da Imitação (2014) de Mortem Tyldum no Amazon Prime. Eu vi uma matéria no jornal impresso elogiando esse filme, lembrei que tinha visto o poster no Prime e fui procurar. Gostei demais! Jovens que não entendem a função da matemática deveriam ver. Lembro de um professor que me fisgou na matéria usando o quadro todo com tudo o que aprendemos que 2 + 2 não era 4. Fascinada passei a amar a matéria. O filme é baseado no livro do matemático Andrew Hodgers sobre o matemático inglês Alan Turing. Estamos na Segunda Guerra Mundial. Alan Turing se candidata a um emprego para decifrar a máquina alemã de códigos Enigma. Antissocial, ultra inteligente, acaba tendo problemas com a equipe. Mas ele começa a desenvolver uma máquina que decifre os códigos da Enigma, considerada indecifrável. Diariamente os alemães mudavam os códigos e o trabalho zerava, com uma máquina tudo se revolveria. Ele passa anos na construção e sofrendo todo o tipo de pressão. Sem falar que há um espião no grupo e o exército está de olho em todos eles. Essa máquina ficou conhecida como o início do computador. É fascinante o raciocínio. Alan Turing diz que quem tentar ajudar no processo precisa ser bom em palavras cruzadas. O ator está incrível, Benedict Cumberbatch, porque ele precisa colocar no personagem todo o retraimento do Turing, o andar estranho, a dificuldade de falar, de se relacionar. Turing após construir a máquina é condenado por ser homossexual e para não ser preso aceita fazer a castração química. Um ano após a castração química e todos os efeitos colaterais do remédio ele se suicida. Ainda no elenco estão: Mark Strong, Matthew Goode, Rory Kinnear, Allen Leech, Matthew Beard, Jack Bannon, Alex Lawther e Charles Dance. O Jogo da Imitação ganhou Oscar de Melhor Adaptação
Ataque dos Cães
3.7 933Assisti Ataque dos Cães (2021) de Jane Campion na Netflix. O filme é baseado no livro de Thomas Savage. Eu tinha receio de ver esse filme pelos animais. Perguntei a amigas sobre os animais no filme, mas elas disseram que não era sobre isso. Eu sofro demais com filmes de ficção com animais, evito vê-los. O que mais me chocou em Ataque dos Cães é que há maus tratos aos animais nas filmagens. Hoje em dia há cenas difíceis com animais na ficção, mas forjadas na gravação, onde os animais não sofrem. Em Ataque dos Cães os animais sofrem. Eu tive muita dificuldade de ver. Parei e voltei várias vezes. Foi muito sofrimento e revolta. Dois irmãos cuidam de uma fazenda. Eles são interpretados por Benedict Cumberbatch e Jesse Plemons. Um deles resolve se casar. Ela é interpretada por Kirsten Dunst. O outro se incomoda. É tudo muito silencioso, sem brigas, mas o irmão faz um inferno da vida da cunhada silenciosamente. A mãe tem um filho que é muito maltratado por ser aparentemente um rapaz delicado. Ele é interpretado por Kodi Smith-McPhee. Sim, o filme é lindo visualmente. Com um roteiro forte. Com uma certa surpresa. Mas eu tenho dificuldade de gostar o quanto gostam por vários motivos, mas principalmente pelos maus tratos aos animais.
Blue Jasmine
3.7 1,7K Assista AgoraAssisti Blue Jasmine (2013) de Woody Allen no DVD. Sempre quis ver esse filme, minha expectativa era alta demais. Tentei ver nos cinemas, mas não consegui. A minha irmã comprou do DVD, quando fomos a Juiz de Fora MG e comentou que ia ver assistir, acabei assistindo também. Eu adoro a Cate Blanchett e ela está magnífica, com uma interpretação maravilhosa, com uma personagem dificílima. Por esse papel ela ganhou vários prêmios: Oscar, Globo de Ouro, Bafta, entre vários outros. Eu esperava muito do filme, não está entre os meus preferidos do Woody Allen. Gosto muito mais do diretor nessa fase atual, mais denso, mas esse não me identifiquei. Vamos sabendo a trama aos poucos. Jasmine não se chamava assim, mudou de nome. Era uma mulher fútil e egoísta. A vida muda, ela pira e passa o filme tentando se equilibrar entre a loucura e a sanidade. Tentando viver como vivia, quando não dá mais pra voltar atrás. No elenco estão: Alec Baldwin, Sally Hawkins, Andrew Dice Clay, Bobby Cannavale, Kathy Tong, Max Casella, Alden Ehrenreich e Michael Stuhlbarg.
Judas e o Messias Negro
4.1 516 Assista AgoraAssisti Judas e o Messias Negro (2020) de Shaka King na HBO Max. Tecnicamente não chega a ser um grande filme, tem problemas de edição, mas é histórico e por isso torna-se fundamental. Conta a história de um líder do Panteras Negras, Fred Hampton e um infiltrado do FBI, Bill O´Neal. Os dois atores estão incríveis, Daniel Kaluuya e Lakeith Stanfield. Kaluuya ganhou Oscar, Globo de Ouro e Bafta de Melhor Ator Coadjuvante pelo filme. Como acontece muito hoje em dia, não só nos Estados Unidos, mas no Brasil, a violenta polícia mata, praticando pena de morte sem direito a julgamento. Se pena de morte é abominável e não diminui a criminalidade, imagine morrer só por existir ou pela cor da pele. Fred Hampton foi assassinado dormindo em sua casa. A polícia podia atirar sem saber quem era, invadir propriedades sem saber quem vivia lá, mas só os Panteras Negras é que eram acusados de violentos. No final o filme fala de um documentário. Antes de ir ao ar entrevistaram Bill O´Neal sobre sua participação no Panteras Negras. Ele disse que seu filho teria orgulho de ver o pai braço direito do líder. Quando o documentário foi ao ar contando a história dele como infiltrado, ele matou-se logo em seguida. No álbum um foto de Bill O’Neal no documentário.
A Lavanderia
3.3 246Assisti A Lavanderia (2019) de Steven Soderbergh na Netflix. Amo os atores e o diretor, quis ver junto com a minha irmã. É baseado no livro homônimo de Jack Bernstein, jornalista investigativo americano. Apesar de uma empresa brasileira ser citada no final, o livro não tem tradução no Brasil. Os personagens do Gary Oldman e Antonio Banderas, em paraísos fiscais, contam a história. O filme é muito bem realizado, entrecortado, muito inteligente as cenas, com metalinguagem. Os dois estão em um paraíso fiscal e contam as artimanhas pra ganhar muito, mas muito dinheiro com empresas fantasmas. O filme conta a história dos Panamas Papers, quando uma empresa de advogados, a Mossack Fonseca criou mais de 214 mil empresas em paraísos fiscais, as off shores, beneficiando milionários de mais de 200 países, inclusive o Brasil. A personagem da Meryl Streep que mostra na prática algumas das consequências desses crimes. Ela vai fazer um passeio turístico com o marido em um barco que vira, muitos morrem inclusive o marido dela. Os donos da empresa do barco descobrem que a empresa de seguros que era muito, mas muito mais barata que as outras, não existiam de fato. A empresa tenta honrar como pode com algumas indenizações, mas não consegue muito. Essa personagem começa a investigar a empresa de seguros que oficialmente não existe e vai puxando o fio de novelo desses esquemas. Mas há vários outros núcleos que mostram as trambicagens. Gente que ganhava muito, mas muito dinheiro não fazendo nada, só gastando. No final, quando o esquema explode e todos os "investidores" querem satisfações, Odebrecht aparece em cena querendo explicações do dinheiro. Achei na internet que a Odebrecht pagou 30 milhões de dólares de subornos. Aparecem ainda no esquema profissionais da Fifa e da Petrobras. Mas o livro não tem tradução no Brasil, por que será?
O País do Cinema
3.9 2Assisti O País do Cinema (2020) de Mardello Ludwig Maia sobre o filme O Auto da Compadecida (2000) com Matheus Nachtergaele e Virgínia Cavendish. A apresentação é da Andréia Horta. Nessa nova temporada, o programa vai entrevistar participantes de filmes icônicos do cinema brasileiro. 20 anos se passaram depois da estreia desse filme. Ouvir as histórias foi fascinante. Matheus fala que encontrou com Ariano Suassuna em um evento e que o autor não falava nada com ele e a agonia que ele passou. No final, o escritor entregou um carta, queria muito ver essa carta. São muitas histórias, foi uma delícia de programa. No final, sempre pedem que os entrevistados escolham uma cena que mais gostam. O segundo programa falou do filme Carandiru (2003) com Caio Blat e Luiz Carlos Vasconcelos. Eu adoro esses atores que contaram bastante sobre o processo do filme. Luiz Carlos disse que chegou a acompanhar o Drauzio Varella nas consultas no Carandiru, que foi como um assistente. Esses episódios foram gravados antes da pandemia. Agora O País do Cinema passa toda quinta-feira, após a exibição do filme. Gostei bem mais desse formato. Deixei de ver muitos episódios porque ainda não tinha visto os filmes.
Vou Nadar Até Você
2.1 23Assisti Vou Nadar Até Você (2019) de Klaus Mitteldorf no Canal Brasil. Eu queria muito ver esse filme que tinha ouvido falar. É o primeiro filme de Bruna Marquezine. Pelo diretor ser um grande fotógrafo, o filme é muito poético e contemplativo! Bruna Marquezine interpreta Ophelia, nome dado aquele belo quadro Ofélia de John Everett Millais. Ela descobre por um jornal que seu pai alemão, que ela não conhece, está em Ubatuba para uma exposição. Ela vive em Santos, envia uma carta pra ele e diz que vai nadar até ele. Fiquei apavorada que ela passasse o filme nadando, mas não, ela vai viajando ora nadando, ora de carona de barco, moto ou carro. Não dá pra dizer que é um road movie, talvez um sea movie. O pai dela está com a perna engessada, então pede a um amigo, também fotógrafo, que acompanhe a trajetória da jovem, embora não explique o motivo. Como a jovem e o amigo são fotógrafos, o tempo todo vemos lindas imagens e tomadas. A trilha sonora também é lindíssima! O pai é interpretado pelo lindíssimo alemão Peter Ketnath, aquele ator do incrível Cinema, Aspirinas e Urubus. O amigo pelo ótimo Fernando Alves Pinto. A mãe por Ondina Clais. Aparecem ainda no filme: Marcelo Spektor, Fabio Audi, Dan Stulbach, Eliseu Paranhos e Cristina Prochaska.
Z: A Cidade Perdida
3.4 320 Assista AgoraAssisti Z: A Cidade Perdida (2016) de James Gray no TV Brasil. Não conhecia o filme, está em aventura, não deixa de ser, mas é drama também. É a história do explorador Percy Fawcett que desapareceu no Mato Grosso com seu filho na última expedição. Fawcett fez várias expedições a Amazônia a pedido do governo britânico. O filme é baseado no livro do jornalista David Grann. Charlie Hunnam interpreta Percy Fawcett. O filme começa com o explorador casado (Sienna Miller) e sendo convocado para ir mapear a região amazônica. Ele tem um filho pequeno e sua esposa está grávida. Acaba aceitando e segue com um grupo expedicionário. Interpretam o grupo que o acompanha em algumas das expedições: Robert Pattinson, Angus Macfadyen, Edward Ashley e Tom Holland. Os sofrimentos são muitos, alguns morrem, mas eles chegam ao final do rio. Como exploradores acharam que eram os primeiros a chegar lá, ignorando os povos que já viviam no local há séculos. O filme foi gravado na Colômbia. Nesse lugar Fawcett acha cerâmicas e decide procurar a cidade que teriam moradores que tivessem feito os artefatos. Para a sociedade, indígenas eram selvagens. Fawcett fica muito surpreso que pudessem ser mais evoluídos do que imaginava. Se até hoje acham que indígenas "precisam evoluir", imagine naquela época. Também era a época que achava-se que uma mata devia ser explorada, como se ela não fosse evoluída o suficiente e como se não pudesse simplesmente existir com os seus povos, floras e faunas e suas regras próprias. Apesar do caráter explorador, Fawcett via a evolução dos indígenas, suas práticas, culturais, habilidades de caça, pesca e plantações. Fawcett volta para a Inglaterra, acaba sendo recrutado para a Primeira Guerra Mundial e é condecorado por bravura. Fawcett viajou três vezes para a região amazônica, até ir na última com seu filho mais velho e desaparecer. A cada viagem ele ficava ausente por anos. Obs.: No álbum uma foto de Percy Fawcett.
A Vida da Gente
3.9 194Assisti A Vida da Gente (2011) de Lícia Manzo na TV Globo. Eu quis ver de tanto que as minhas amigas elogiam essa novela. Realmente os diálogos são incríveis. A autora tem uma compreensão bastante profunda das relações. Essa versão foi condensada, mais pra quem já tinha visto, então ficou muito corrido e vários momentos cortados. A novela tinha muitas doenças e eu não costumo ver na arte produtos com doenças. Vocês já repararam que raramente vejo filme com doenças. Em A Vida da Gente o recurso era usado para criar conflitos, tanto que algumas doenças a mais da principal só descobri nessa reprise. A trama central tem um triângulo amoroso que começou na infância. Os pais dos protagonistas casaram. Rodrigo (Rafael Cardoso) e Ana (Fernanda Vasconcellos) se apaixonam. Um grave acidente coloca Ana de coma por anos. Manu (Marjorie Estiano) assume a filha de Ana com Rodrigo, eles se apaixonam e se casam. Ana acorda e os conflitos estão gerados. Surge o médico (Thiago Lacerda) apaixonado por Ana. Outras doenças da trama são: o câncer de próstata em Laudelino (Stênio Garcia), ele opera e fica bem. E por último a Júlia (Jesuela Moro), uma criança, tem hepatite grave e precisa de transplante. Nicette Bruno era a avó das meninas, que personagem rico e lindo. A Vida da Gente falou muito de pessoas imaturas com excelentes diálogos. Marcos (Ângelo Antonio), primeiro casado com a insuportável Vitória (Gisele Fróes), parecia não se aprumar profissionalmente, mas nesse caso não me incomodava tanto. Ele tinha um acordo com a esposa, ele cuidava da casa e das filhas e ela das finanças. Quando ele se separa é que complica, porque qualquer relacionamento é complexo com um homem sonhador, que nunca divide as despesas. Até dá se a nova esposa (Malu Galli) combinasse de sustentar todos, inclusive as filhas dele e do homem ser o dono de casa, mas quando o dinheiro é muito curto e esse não é o acordo, é muita deslealdade não dividir as despesas. Amava as personagens que faziam as filhas deles: Alice Wegmann, Ana Rita Cerqueira, Pietra Pan e Nathália Costa. Tinham vários tipos de imaturos. Nanda (Maria Eduarda de Carvalho) tinha dificuldade de amadurecer. Vivia em baladas, do dinheiro do pai (Paulo Betti), mesmo sem viver com ele. Até que se apaixona e vai logo viver com o namorado (Marat Descartes), mas ele tem um filho adolescente (Victor Navega Motta), o oposto dela, muito responsável e organizado. O companheiro morre uns meses depois, traço da novela ir sempre a extremos. Nanda e o enteado tem que se virar. O enteado vai para a casa do avô até se reconciliarem. O casal Celina (Lorena Cavalli) e Lourenço (Leonardo Medeiros) também foi muito bem construído. Ele amava demasiadamente a esposa, então a enrola, talvez até sem ter muita consciência, na questão da maternidade. Ela está prestes a fazer 40 anos e ele continua enrolando-a sobre a maternidade, nunca é a hora. Bastante desonesto, já que um homem pode mudar de ideia até na velhice se deseja ter filhos e a mulher tem o tempo biológico, mesmo que o mercado queira iludir com procedimentos, sendo que só uma minoria consegue, ainda mais quando se está mais velha. Ele tem uma atitude sem caráter e o casal se separa. Ele se arrepende e vai lutar pelo filho (Kaic Crescente). É uma bela trama. Amei a história da Moema (Cláudia Melo). Ela passa a novela cuidando do marido doente, com uma dedicação invejável. Raramente ela conseguia colocar alguém pra cuidar dele e ir ao baile. Quando ela fica viúva ela resolve cursar a faculdade. O namorado (Luiz Serra) tem dificuldade de compreender Muito lindo como ela luta por sua liberdade. Com a mesma delicadeza e firmeza que sempre teve em sua vida. Os núcleos dos personagens do baile eram muito bem construídos. E amava ver Zéu Britto na banda. Infelizmente a novela parece que contratou negros para atingir cotas. Personagens inconsistentes que só apareciam para dar enredo aos outros. Maria (Neusa Borges) chama Manu para que elas montem um bufê. Maria era cozinheira da casa principal, quando é mandada embora ela chama Manu para abrir o bufê. Manu fica muito bem de vida e consegue sustentar muitos personagens da novela: Ana em coma no hospital, a mãe (Ana Beatriz Nogueira) que vivia de aluguel em um apartamento bem confortável, o companheiro que vai investir na faculdade e a filha da Ana, compra um terreno enorme e constrói uma casa luxuosa. Mas Maria nem conseguia pagar a faculdade do Matias (Marcello Melo Jr.) que continuava sendo explorado como jardineiro na casa que trabalhava. Maria podia ter empregado o filho no bufê e pago a faculdade dele já que ele passa a novela estudando porque tinha um salário baixo e não conseguia fazer muitas matérias. Mas Maria podia pagar a faculdade. Matias é ressuscitado na novela para fazer o clichê patroa (Regiane Alves) usa empregado para o prazer. Wilson vivia atrás de arranjar uma namorada, mas nunca pensou em Maria. Tiveram que arrumar uma personagem de fora pra fazer o triângulo com Moema.
Tenet
3.4 1,3K Assista AgoraAssisti Tenet (2020) de Christopher Nolan na HBO. Até hoje, uma semana depois da estreia no canal, o filme não entrou no Now. Tive que colocar pra gravar. Quem hoje em dia vê filme ainda no horário que passa? Muito atrasados. Tenet é absurdamente confuso e interessante. Um exercício de lógica! Demoramos para entender a mecânica, os personagens também e essa é toda a maravilha de Tenet. Bom, sem falar no elenco primoroso. O lindíssimo John David Washington é o protagonista. Seu parceiro de ações é interpretado por Robert Pattinson. Outra grande parceira de cena é interpretada por Elisabeth Debicki. Keneth Branagh é o grande vilão. Michael Caine faz uma participação. A trama é toda rocambólica. Há risco da terceira guerra mundial. Um mecanismo promove a inversão do tempo. Os fatos podem acontecer de trás pra frente. É difícil entender essa dinâmica e é fascinante quando vamos percebendo. Dimpla Kapadia está no elenco.
O começo é esquisito. E dois furos desnecessários. Um grupo invade uma ópera, logo vemos que foi milimetricamente planejada toda a ação, então por que perderam tempo vandalizando os instrumentos? Infiltrados colocaram símbolos da polícia na roupa, nós e eles sabíamos, mas os que foram proteger a ópera não, então não tinha como perceber que o adesivo era falso. Tenet é uma mega produção com locações em inúmeros países: Estônia, Índia, Noruega, Dinamarca, Itália, Estados Unidos e Inglaterra. O final é absolutamente surpreendente! Amei!
Coisa Mais Linda (2ª Temporada)
4.1 225Assisti a segunda temporada de Coisa Mais Linda (2020) de Giuliano Cedrone e Heather Roth na Netflix. Eu tinha gostado muito da primeira que comentei aqui e que acaba de modo catártico. No Ano Novo, na praia, o marido (Gustavo Vaz) de Lígia (Fernanda Vasconcellos) atira nela e na amiga. Começa a segunda temporada com Maria Luíza (Maria Casadevall) acordando depois de quase ter morrido e descobrindo que sua melhor amiga não resistiu ao tiro. A série fala muito de questões femininas, mais difíceis ainda na época que é ambientada. A mulher que se separa, mas na verdade o homem que desapareceu a que canta na noite, a mãe que é dona de um clube noturno, enfim, são muitos temas delicados e profundos. Thereza acaba indo trabalhar em uma rádio dirigida pelo personagem do Eduardo Semerjian. O outro radialista é interpretado por Alejandro Claveaux. Aparecem nessa temporada os personagens de Kiko Bertholoni e Ângelo Paes Leme. Continuam no elenco Alexandre Cioletti, Esther Góes, Ondina Clais, Gustavo Machado, Sarah Vitória e Leandro Lima. Surge uma nova cantora, Ivone, irmã de Adélia (Pathy de Jesus). Como Larissa Nunes canta. Nesse núcleo aparece o pai delas interpretado por outro ator que adoro Val Perré. Nesse núcleo tem ainda Ícaro Silva e Eliana Pittman. Eu amo essa série que novamente acaba catártica. Tinham confirmado a terceira temporada, mas agora, só depois da pandemia é que vamos conseguir saber quais projetos vão resistir a esse tsunami, mas espero sinceramente que volte.
A 5ª Onda
2.6 1,4K Assista AgoraAssisti A 5ª Onda (2016) de J Blakeson no FX. Eu fiquei curiosa quando vi uma chamada do filme no canal. E gosto muito da Chloë Grace Moretz. É um misto de filmes do gênero Guerra dos Mundos, filmes de catástrofes, The Walking Dead. Até a terceira onda é interessante, mas é bem no comecinho do filme. Primeiro uma nave estaciona em cima da cidade. Na primeira onda nada funciona, celular, carros, luz, avião despenca. Na segunda a água invade as ruas, destrói cidades. A terceira é uma epidemia. É meio forçada a justificativa para só sobrar adolescentes. Aí fica claro que o filme é voltado para adolescentes. A irmã se separa do irmão pequeno e quer ir atrás dele. O filme fica então arrastado, romantiquinho, infantil mesmo. E forçadinho. Tudo inho mesmo. Os pares românticos são interpretados por Mathew Zuk e Alex Roe. Uma graça o garoto interpretado por Zackary Arthur. Liev Schreiber também está no elenco. Claro que a 5ª Onda deixou a ideia que teria uma continuação. Não sei se vai ter porque já é fraquinho, imagine o resto.
Os Órfãos
1.8 366Assisti Os Órfãos (2020) de Floria Sigismundi no TelecinePlay. Mais um filme baseado no livro The Turn of Screw (A Volta do Parafuso no Brasil) de Henry James. Esse livro tem inúmeras adaptações até mesmo para o teatro e para a ópera. Esse é só uma sugestão do livro, o filme é bem diferente. É um bom filme do gênero! Absurdamente assustador, o que não acontece no livro que é bem sutil. A diretora é italiana, o filme é uma co-produção entre Canadá, Irlanda, Inglaterra, Índia e Estados Unidos. Uma jovem (Mackenzie Davis) é chamada as pressas pra ser preceptora de uma menina (Brooklynn Prince), a babá anterior foi embora. A atriz mirim é uma fofa, mas a personagem nem tanto. Nesse as crianças são insuportáveis, cruéis mesmo, indisciplinadas, mimadas. Na verdade o rapaz (Finn Wolfhard) é insuportável e já é adolescente. As crueldades que ele faz com a babá são muito, mas muito irritantes. A empregada (Barbara Marten) que cuida deles é uma verdadeira fantasma, assustadora, e como mima as crianças, igualmente irritante. A casa é deslumbrante! E muito, mas muito bem feitas às cenas na parte da casa abandonada, tudo muito assustador. Os cenários são incríveis! Eu confesso que fiquei meio na dúvida quanto ao final. Mas eu sou dessas espectadoras inseguras que sempre tem receio de ter entendido errado. Mas eu gostei demais do desfecho.