Ilan Mello

Eu não sou muito fã de comédias, mas me rendi a esta por causa da magnífica criação de figurinos e cenários, principalmente quando a protagonista se rende a uma vida luxuosa, uma pena que são cenas curtas pra cada figurino e cada cenário. Ainda esta na minha mente a cena em que Shirley cai em lágrimas usando o icônico figurino all pink, dentro de uma limousine rosa.

Concordo com a resenha abaixo deixada por Julia, alguns dos filmes das obras de Jorge Amado deixam de lado as críticas sociais abordadas pelo autor, com exceção de Capitães da Areia, Tenda dos Milagres e Jubiabá, isso se repetiu em Tieta e em Gabriela. Acredito que a ideia tenha sido pegar toda a parte do entretenimento dos livros e criar versões caricatas pra atrair ainda mais o público brasileiro da década de 90. Porém, pra quem conhece o trabalho grandioso de Jorge Amado (meu conterrâneo), sabe o quanto pode absorver de conteúdo, críticas sociais e uma visão tão a frente de seu tempo em questões problemáticas que vivem até hoje.

Esse filme conseguiu me prender durante as 2h, eu ficava me perguntando oq mais vai acontecer pra contornar isso se ainda falta tanto pra acabar? E todas as vezes eu me surpreendida com a reviravolta que dava.
Impecável, digno de clássico, atuações incríveis, Batte Davis IMPECÁVEL, ela entregou tudo que pode nesse papel e merecia ter ganhado o Oscar por ele. Pra quem sabe da história entre a Batte e a Joan nos bastidores de Hollywood vai admirar ainda mais a obra, pegar as referencias das próprias atrizes pros papéis.
01/08/2021