Adorei o filme. Um retrato social bastante irônico. Classe média brasileira muito bem representada pelo trio Jorge Dória (o que é ele nesse filme? maravilhoso!), Zé Wilker e Agildo Ribeiro, com diálogos bem contundentes sobre violência, machismo e racismo. Mais um ótimo filme nacional, infelizmente pouco conhecido (como parece ser a sina da maioria dos filmes que foge da globo filmes...)
O filme é, de fato, uma pequena jóia. Poderia ter sido melhor dilapidada, mas mesmo assim o resultado foi condizente com a proposta do filme. Além disso, achei o roteiro muito bom, especialmente os monólogos do Matheus, que pra mim foi o grande destaque do filme, mesmo não sendo um personagem principal (ou talvez por isso mesmo). Os simbolismos presentes na tela e suas sutilezas me fizeram lembrar de Terra Estrangeira, também da dupla Walter e Daniela.
Lindeza de filme. Nem tava botando muita fé nele, mas me conquistou rapidinho (conseguiu até arrancar algumas lágrimas, embora isso não seja lá muito difícil rs). Mas acho que não é páreo para os seus concorrentes nas categorias a que foi indicado, embora a Saoirse Ronan faça por merecer a sua indicação de melhor atriz. Ela já tinha chamado a minha atenção em Desejo e Reparação e parece que está construindo uma carreira sólida, com boas escolhas no currículo. Espero que continue nos agraciando com sua beleza e talento. :D
Como já falaram, é um filme que começa despretensioso, meio confuso - principalmente em relação às duas histórias contadas paralelamente, mas quando se relacionam o filme começa a fazer mais sentido e a interessar mais o espectador. Achei que o roteiro foi bem trabalhado nesse sentido. Gostei também do tempo que o filme leva para "acontecer", digamos assim. Foi necessário para o desenvolvimento e aprofundamento psicológico dos personagens, algo que particularmente eu prezo mais do que a própria ação. Por fim, a fotografia em preto-e-branco estabelece sutilmente a relação com a saudade/nostalgia que os personagens sentem.
Um típico thriller tropical, dentro da designação dada por Sérgio Augusto, a respeito dos "filmes com elementos do universo do gênero policial que incorporam signos culturais brasileiros" - nesse caso, a umbanda, que se sobrepõe ao próprio gênero policial, o qual acaba servindo mais como pano de fundo;
Em termos de retrato da sociedade brasileira através da ficção, se assemelha ao Assalto ao trem pagador;
Também tem uma influência clara do surreal o que serviu ao propósito do filme em si que, do contrário, teria pouco mais de 20 minutos de história;
A violência retratada nesse filme é mais sangrenta que nos anteriores do gênero aos quais assisti (Assalto ao trem pagador e Amei um bicheiro).
Frequentemente tem cenas de troca de tiros, assassinatos e tal, mas fiquei realmente chocada com as cenas de tortura dos meninos. Os diálogos que se referem à vioência em si (quando o Severino encomenda os assassinatos, por exemplo) também soam despretensiosos, quase banais.
Enfim, esses foram alguns elementos de destaque que percebi do filme. Mas, em termos de experiência, não me agradou muito. Achei-o de modo geral muito confuso, com muitas cenas aleatórias que não acrescentam nada à história que está sendo contada; cortes muito secos e não sei se foi erro da montagem ou sei lá, mas achei as sequências muito mal feitas; por várias vezes me vi perdida durante o filme, sem saber o que estava acontecendo, o que acabou por me fazer perder o interesse nele.
Tem bons aspectos técnicos (fotografia meio estilo "noir", trilha sonora), principalmente considerando a época e a nossa falta de experiência, e até mesmo de referenciais. Mas deixa a desejar e muito no roteiro. Os diálogos são ruins, as atuações são piores.. mas há ressalvas. Grande Otelo é definitivamente uma exceção aqui. É a segunda vez que o vejo em cena e ele tinha uma presença e tanto, nesse filme em especial ele melhorava as cenas consideravelmente.
Visto na faculdade, fui surpreendida positivamente por este filme, do qual nunca tinha ouvido falar antes. Destaco a trilha sonora, muito bem colocada; o ótimo trabalho de desenvolvimento de personagens
- especialmente em relação aos bandidos, aqui apresentados como moradores da favela, em sua maioria, querendo mudar de vida, com sonhos e desejos de consumo e a preocupação do líder com o futuro dos filhos (ou "eu sou bandido, mas meus filhos não o serão"
(como por exemplo, quando Tião aperta o dinheiro ao fazer sexo com a mulher, como se fosse o corpo dela e Grilo apertando o dinheiro no bolso ao querer comprar o carro, expressando desejo de consumo)
Enfim, ainda caberia muitos aspectos a serem destacados e comentados, com pano pra muita manga. Um filme de fato altamente recomendável.
Os relatos e críticas entusiasmadas que eu li e ouvi fazem jus a O Clã. Que filme! Os hermanos com certeza já tem a minha torcida no Oscar 2016. Como disseram abaixo, a realidade da história é tão absurda que torna a experiência de assistir a esse filme ainda mais intensa. Gostei muito da trilha sonora nesse sentido, que utilizada numa montagem de cenas paradoxais entre si, dá uma suavizada em alguns momentos, quebrando um pouco o clima tenso que paira sobre todo o filme. E o que dizer do ator que faz o pai? Só as expressões do cara já são o suficiente pra sentir todo o medo que a família sentia dele. De fato, parece inimaginável ver esse cara fazendo comédia! o.O Durante o filme, minha cabeça borbulhava de teorias e suposições sobre o pai e a família, e depois da sessão, eu e meu namorado (que é formado em psicologia) viemos discutindo todo o caminho de volta, adoro quando filmes proporcionam esse tipo de coisa! enfim, vale muito a pena, e acho que, pelo fato de terem me sugerido ver o filme sem pesquisar nada antes sobre o caso, ajudou a experiência a ser ainda mais chocante, por isso repasso a dica que me foi dada a quem ainda por acaso não tenha assistido ao filme!
Penso que o principal atributo da Norma Jean que abriu as portas para Marilyn Monroe, a sua estonteante beleza, foi também o causador da maioria das suas desgraças. De fato, por mais documentários que assista o mistério sobre ela permanece, mas creio que o fato de não conseguir ser levada à sério tenha a ver com a possibilidade de os executivos não acharem que uma mulher tão incrivelmente bonita e sexy fosse capaz de ser mais alguma outra coisa do que isso - vide o comentário cruel que o Lawrence Olivier fez a ela: "seja sexy Marilyn, não é isso o que você sabe fazer de melhor?". Por que outro motivo atrizes da época, como Elizabeth Taylor e Jane Russell, recebiam tratamentos tão diferentes? Por outro lado, apesar da vida breve - que definitivamente NÃO foi interrompida por um ato de suicídio - acho que ela foi muito forte e soube se defender muito bem.
Enfrentou a 20th Century Fox, peitou os executivos, abriu sua própria produtora para fazer acontecer o que ela queria, ao invés de esperar pelo papel que nunca vinha e soube usar a sua popularidade perante à mídia a seu favor.
Admiro-a ainda mais depois de assisitir à esse documentário e ver o tanto que ela lutou pelo que queria, ver o quanto ela era esforçada e mesmo depois de conseguir um contrato continuou se aperfeiçoando, mesmo depois de já ser Marilyn Monroe, continuou fazendo aulas de teatro, tudo para ser uma grande atriz. Pra mim, e acredito que pra muitos fãs, ela conseguiu ser não somente isso, como também uma grande mulher.
"Lembram-se da questão que levantamos no início da semana? se seria possível uma ditadura na Alemanha hoje?" caramba, quando você para pra pensar, acha que esses regimes que aconteceram no passado não seriam possíveis hoje, que as pessoas pensam diferente e tal... mas esse acontecimento retratado no filme ta aí pra provar que tudo que se precisa é de uma oportunidade, e a merda está feita. A maneira que a maioria dos integrantes d'A Onda se sentiam em relação ao movimento me fez pensar que talvez nem todos os nazistas e fascistas da época fossem pessoas ruins; talvez gostassem do sentimento de pertencimento e de união proporcionados. Um pensamento que nunca tinha me ocorrido antes, porque sempre que penso no nazismo e afins penso nas verdadeiras vítimas, mas a verdade é que somos mais complexos do que bem x mal.
Enfim, ótimo filme, mais um do cinema alemão. E que surpresa ver a dupla Max Mauff e Max Riemelt contracenando desde antes de Sense 8!!
a visão sobre as pessoas que cometem suicídio. Não compartilho desta ideia, tenho uma opinião muito ferrenha sobre o direito que todos tem de fazer o que quiserem com a própria vida sem serem julgados por isso.
é um pouco assustador (pra dizer o mínimo) assistir a um filme de 1960 e perceber que o comportamento social nele evidenciado pouco mudou num intervalo de 55 anos! pelo contrário, a "sociedade do espetáculo" é hoje ainda mais exagerada e patética, assim como o culto às celebridades e wannabee (s), a desumanização dos paparazzi (termo inclusive batizado por este filme) sobre as estrelas literalmente como um bando de abutres e os jornalistas que se aproximam do povo para se aproveitar de sua ignorância e miséria em busca de matérias sensacionalistas, relações cada vez mais rasas e pessoas cada vez mais distantes umas das outras; fica claro entender por que esta é considerada a obra-prima do Fellini.
Adorei! É exatamente o tipo de suspense que eu gosto: MUITA tensão, filme que prende o espectador do início ao fim. E o melhor é que os mistérios propostos tem uma solução no final - e não é qualquer solução. Eu realmente gostei de como solucionaram o mistério. Sem falar na direção que foi muito boa,
Que filme maravilhoso! Eu gostei muito mais de 12 homens do que de Anatomia de um crime, por exemplo, pois enquanto no Anatomia nós temos as performances dos advogados para convencer o júri -
e neste filme temos também a sugestão de que nem sempre o lado que apresenta a melhor performance é necessariamente o lado da verdade -,
em 12 homens o foco é somente o júri, e o que eu mais gostei no filme é que ele mostra, através do personagem do Henry Fonda, como seria a forma mais justa de o júri chegar à uma solução, ou seja: debatendo sobre o que foi apresentado no tribunal, questionando os fatos, ao invés de simplesmente aceitá-los como verdadeiros, como foi o comportamento dos 11 restantes. (Na verdade, o questionamento e o debate são as melhores formas de se interpretar as histórias que chegam até nós, seja qual for a instância. São exercícios que deveríamos praticar sempre, pois não é somente num tribunal que os fatos podem ser manipulados.)
Conforme o personagem do Henry Fonda ia derrubando os principais fatos apresentados como pilares para a condenação do acusado e conquistando os membros do júri, um a um,
eu ia me tornando mais interessada e empolgada com o filme. Para além do personagem do Henry Fonda, destaco que os demais membros do júri me deram o que pensar:
o velhinho falando sobre o outro velhinho que depôs no julgamento ("imaginem um homem chegar até aquela idade sem ter sido ninguém importante"), além da sacada fenomenal que ele teve sobre a velhinha usar óculos; o imigrante, que fez o fã de futebol revelar seus preconceitos contra os imigrantes, que até aquele momento ele tinha conseguido guardar tão bem; o outro jurado que também revelou um preconceito sobre as pessoas que moravam em gueto, até que outro jurado revelou que tinha morado em gueto e fez o outro proferir a infame frase "não é nada pessoal"; o jurado que foi justo o suficiente para permanecer irredutível e só mudou de opinião quando teve seu mais fiel argumento quebrado; até mesmo o último jurado a mudar de opinião, que se manteve irredutível até o final porque queria punir o próprio filho através da execução do condenado.
Ao fim da sessão, ainda tive uma discussão saudável com meu namorado até o caminho de casa sobre assuntos de hoje, então de fato, como muitos disseram, é um filme bastante atual - o que não deixa de assustar, por um lado, devido ao brilhante talento de seu roteirista e, por outro, por vermos que após quase 60 anos, praticamente pouquíssima coisa mudou. Se colocarmos 12 pessoas para discutir sobre a redução da maioridade penal, por exemplo, teremos um quadro bem parecido, afinal, ainda hoje, "é sempre difícil deixar os preconceitos fora de uma questão dessas." Por fim, não teve como não se tornar um favorito.
Palmas pra Jennifer por finalmente ter saído da zona de conforto e se arriscado nesse desafio de um papel mais dramático. Se saiu muito bem, muito melhor do que eu esperava. Foi difícil reconhecer a Rachel na Claire. Mas não acho que o filme se resume a isso. Fica atrás de filmes como Rabbit Hole (cuja temática é parecida) e o Dois dias, Uma noite, mas no geral é um bom drama.
Lindo filme. Fiquei bem satisfeita comigo mesma por ter decidido assisti-lo (que sempre tinha passado batido por mim) nessa nova temporada do Clássicos Cinemark. O que é Al Pacino nesse filme?? você ri com os trejeitos do personagem (mesmo lá pela milionésima vez que ele soltava os "Há!" e os "Hu-ha!" eu ainda ria), seu jeito sarcástico e debochado, mas também se emociona (e muito!) em cenas como a do jantar na casa do irmão - como eu queria um parente como ele, sério! não ia perder uma reunião de família! - a do carro e a no quarto de hotel, perto do final. Merecidíssimo o Oscar por essa maravilhosa atuação!
"Que cara escroto" foi a frase que eu mais dizia ao longo do filme, rs. Uma pena o filme ter passado despercebido. Tem um roteiro bem original, Jake Gyllenhaal em ótima performance; merece ser visto. Thriller dos bons.
Que entrega maravilhosa da Marion Cottilard no papel da Sandra. Não tive como não simpatizar com a personagem e sentir as garras da depressão ameaçando comprimi-la, toda vez em que ela pensava em desistir; não tive como não me colocar em seu lugar. Frase, aliás, muito repetida ao longo do filme: coloque-se em meu lugar. Em algumas das personagens que usavam isso como justificativa para não votar a favor da Sandra, me soou apenas como uma desculpa pronta. Muito fácil exigir isso do outro, mas e quanto a fazer o mesmo exercício? Foram poucas as personagens que abraçaram o desafio ao invés de usar uma desculpa pronta para tentar calar a própria consciência. Poucas foram as personagens que se colocaram no lugar de uma mulher enfraquecida pelo peso de uma doença silenciosa como a depressão, lutando contra os pensamentos negativos que não paravam de forçar entrada em sua mente e por pouco não pôr tudo a perder.
Uma coisa que eu pude captar desse filme foi o fato de que as pessoas realmente não tem a mínima noção de que a depressão é uma doença, e do quão grave ela pode ser, e que por isso mesmo merece a mesma atenção e preocupação que o câncer, por exemplo. Apenas o marido da Sandra e a amiga Juliette pareciam ter esse entendimento, e fica clara a importância de se ter alguém como eles ao lado, pois sozinhas muitas vezes as pessoas com depressão não conseguem, por mais fortes que possam ser a princípio. E acho que por isso o caminho escolhido pelo filme foi bem feliz, ao mostrar personagens egoístas, preocupados apenas com eles mesmos (alguns que até se recusaram a ver a Sandra, como a Nadine), mas também personagens divididos, que hesitaram, alguns antes mesmo da visita da Sandra. Tem muita gente por aí que se deixa endurecer pela vida automática que levam, mas também tem muita gente que pratica o exercício de pensar, refletir, se colocar (mesmo) no lugar de alguém que está precisando mais do que ela. Por fim queria dizer que, além da Sandra, esse filme tem um conjunto de personagens muito bons, humanos mesmo. Que cena linda quando a Sandra visita o Timo, por exemplo. O sim dele faz toda a diferença pra Sandra naquele momento, que estava precisando de uma injeção de ânimo, assim como a presença dela também serve para deixá-lo em paz consigo mesmo. O momento com a Anne também é muito bacana, as duas se ajudaram mutuamente. Talvez se a Sandra não tivesse batido na porta da Anne, ela ainda estaria aguentando o marido abusivo. E quer coisa mais linda quando a Sandra recusou a volta ao emprego porque percebeu que o Alphonse seria demitido? Se ele se arriscou por ela, o mínimo que ela poderia fazer era retribuir a solidariedade. Outro em seu lugar poderia muito bem se fazer de idiota e aceitar o emprego. Até os personagens que não apoiam a Sandra são interessantes, pois dá pra se fazer um estudo da índole nesse caos de sociedade em que vivemos.
LIAM NEESON (Michael) + KIM BASINGER (Elaine) – Casal "real" do filme (visto que o próprio filme não é real, rs), com um relacionamento bastante fragilizado devido, principalmente, à morte do filho, que teria se afogado na piscina ao pedir a atenção do pai (dizendo “WATCH ME”) enquanto (provavelmente) ia pro fundo, mas nesse momento o Michael teria atendido uma ligação, dando as costas pro filho, que acabou se afogando. O episódio deixou sequelas eternas em ambos: a culpa, em Michael, e o trauma de entrar na água para Elaine.
MILA KUNIS (Julia) + JAMES FRANCO (Rick) – Personagens criados por Michael, cujo relacionamento chegou ao fim por dois principais motivos: Julia teria traído Rick (Michael também tem um histórico de infidelidade) e, principalmente, ela foi negligente com o filho, deixando que o mesmo sofresse um acidente que quase o matou, na tentativa de “ensiná-lo” uma lição. Ao mesmo tempo em que ela faz de tudo para provar que não teve culpa no acidente, ela luta consigo mesma, pois no fundo ela foi culpada sim, exatamente como no caso ocorrido na própria vida do Michael. A “desculpa” usada por Julia para ter deixado o acidente ocorrer com o filho é uma tentativa de convencer a si mesma de que ela não teria culpa direta, assim como a desculpa de Michael ao dizer que tinha se afastado do filho para atender uma ligação de negócios. O próprio fato de, nessa história, a culpada ser a mãe e não o pai, pode também ter sido mais uma tentativa do Michael de tentar se livrar da sua própria culpa. Mas há uma cena em que o James Franco ouve o filho dizer “WATCH ME”, e ele não entende o que o filho quer dizer com isso, o que pode querer dizer que, mesmo o Michael transferindo a culpa para uma personagem feminina, o sentimento não some mesmo enquanto parte da história, porque o filho continua a pedir a atenção do pai, assim como pediu para o próprio Michael.
ADRIEN BRODY (Scott) + MONIKA + MARIA BELLO (Theresa) – Também seriam personagens criados pelo Michael. Scott e Theresa eram um casal e tinham uma filha, que morreu afogada. Pelo diálogo ao telefone entre ambos, fica evidente que a os dois culpam Scott pelo acidente: Scott diz: “estou tentando me perdoar” e Theresa responde: “continue tentando, mas eu sei que eu nunca irei te perdoar”. A relação com a história pessoal de Michael é bastante óbvia, visto que o motivo pelo qual Scott não prestou atenção na sua filha foi para atender uma ligação de negócios, informação evidenciada na conversa entre ele e Theresa, quando esta diz “eu nunca perguntei se você conseguiu fechar aquele contrato”. Além disso, mais de uma vez no filme vemos a personagem Theresa de maiô num conflito interno diante de uma piscina e, mais perto do final, vemos a personagem Elaine molhada, e a própria afirma numa conversa com Michael no telefone que tinha acabado de dar um mergulho, ao que ele responde: “que bom que você superou o trauma de entrar na piscina”. Assim, vê-se claramente que a personagem Theresa foi inspirada na esposa de Michael, Elaine. A subtrama entre Scott e Monika aborda o tema da confiança; ela confia no simpático americano para recuperar a sua filha, através de um jogo em que um tenta enganar o outro para conseguir seus objetivos e fazer parecer que foi obra do destino. A única subtrama da história escrita por Michael a ter, ao mesmo tempo, um desenvolvimento pouco crível (quem daria praticamente toda sua grana para ajudar uma desconhecida, por mais bonita que fosse, e que poderia perfeitamente fazer parte de uma quadrilha?) e um “final feliz”, pode encontrar respostas, mais uma vez, no consciente de Michael: Scott é um personagem consumido pela culpa na morte da filha (talvez uma das cenas que mais evidencie isso seja aquela em que ele perde as mensagens deixadas pela filha no seu celular e ele perde o controle) e vê na tentativa de Monika de resgatar a sua filha da mão de bandidos, uma forma de encontrar sua redenção: já que ele não pôde “recuperar” a sua filha (seja através das mensagens perdidas, seja porque ela está morta), ele pode ajudar Monika a recuperar a dela e, além disso, ter uma nova vida ao lado delas.
Sobre Anna: eu ainda tenho minhas dúvidas se ela seria real ou mais uma personagem criada por Michael. Essa dúvida surgiu principalmente devido ao final, em que Michael corre atrás dela, e ela se transforma nas outras personagens femininas, como Julia e Monika. A favor de que ela seria real temos o fato de que Elaine sabia da sua existência, mas poder-se-ia contra argumentar que, salvo engano, em nenhum momento ela fala o nome de Anna. Ela se refere à amante de Michael apenas como “ela”, nas vezes em que pergunta: “ela está aí com você?”, “ela sabe que era ela ao telefone” etc. Além disso, há uma cena em que Julia e Anna atravessam o mesmo corredor, quando Julia vai limpar o quarto. Ainda há uma interação entre elas, quando Anna lhe dá um “bom dia” em francês. Como isso seria possível, se Julia era uma personagem de Michael, cuja história se situava em NY, enquanto Anna estava em Paris com Michael? Assim, Anna poderia muito bem ser mais uma personagem criada por Michael (o que não excluiria a possibilidade de ele ter outra amante, no entanto), ou ela era mesmo real e o final em que ela se mistura com as outras personagens pode ter sido uma representação do fato de que Michael a tinha usado para escrever seu livro, assim como fez não só com as demais personagens, mas também com todos com quem tinha uma interação social (vide o fato de ele sempre anotar frases de diálogos que tem com outras pessoas, para servir de inspiração para seu livro).
Enfim, é isso, rs. Pode ser que o filme tenha algumas falhas quanto ao ritmo lento e algumas opções de montagem e até que o recurso utilizado para contar a história não seja tão original assim, mas só pelo fato de deixar os espectadores pensando sobre ele, criando teorias etc. prova o quanto ele é relevante.
Pela sinopse, eu achei que não fosse curtir muito por não ser meu tipo de filme, mas os comentários eram muito bons por aqui, daí vi o filme e o resultado é que não gostei muito mesmo da história. Não me envolvi, achei muito lento e deu vontade de dormir. :P Mas de fato é um filme visualmente impressionante, mas pra mim foi só. Gostei mesmo foi do replicante Roy, que foi mais do que um simples antagonista, indo além do maniqueísmo mocinho x vilão. O monólogo dele no final é simplesmente sensacional.
Fui ver Still Alice por causa da Julianne Moore, mas fui recompensada com mais do que a sua belíssima atuação. Ela é o principal alicerce do filme sem dúvidas, mas o roteiro também merece reconhecimento. Não encontrei neste filme o didatismo chato que achei que fosse encontrar, por exemplo. Ele é informativo sim, alguns diálogos são mais formais, mas também tem o fato de que a protagonista e seu cônjuge são um casal de intelectuais. Mas, pra mim, o filme me tocou mais do que eu podia imaginar, me fazendo abrir os olhos pra doença. Até então, eu sabia do que se tratava, mas nem fazia ideia de como uma pessoa com Alzheimer se sentia, ou exatamente de que forma essa doença acontecia (muito menos que existia a possibilidade de alguém com 50 anos ter um diagnóstico precoce). Mas, além disso, me vi pensando, durante e após o filme, sobre a importância que a memória e as lembranças tem na nossa vida, e do quanto pode significar fazer o máximo que pudermos com a saúde e o tempo que nos resta.
Duas cenas que me fizeram chorar igual criancinha:
- O discurso de Alice falando sobre como a doença a estava afetando; - Alice e o marido tomando o sorvete.
- Alice, você sabe que prédio é aquele? - Eu acho que não sei. - É o Columbia, onde você costumava dar aulas. - Dizem que eu fui uma boa professora. Que eu era inteligente. - Você foi a pessoa mais inteligente que eu já conheci. [...] Ali, você ainda quer continuar aqui? - Mas... eu ainda não terminei. Temos que ir agora? </3
Sobre o J.K. Simmons nesse filme, é como falam na internet: estou teclando com os pés, pois com as mãos estou aplaudindo! Xinguei o Fletcher de filho da puta e escroto umas 100x, haha. Mas a fala dele sobre o quanto o ensino está medíocre por falta de cobrança da parte dos professores ficou na minha cabeça depois do filme, pois de fato é verdade mesmo. Mas, por outro lado, o método dele é bem medieval, né? Até porque acontece casos como o do menino que se suicidou, por exemplo. Não faz muito tempo, li uma história de um estudante que tinha morrido por ter ficado não sei quantas horas sem dormir, comer e tal, só estudando. Pressão por causa do TCC ou algo assim. Então realmente algo precisa ser feito quanto à cultura da mediocrização, mas definitivamente não é o método adotado por Fletcher. Ele era tão doente que o que ele mais queria era alguém tão ou mais obcecado pela perfeição quanto ele para enfrentá-lo... foi mais ou menos assim que interpretei o final. A partir da conversa que o Fletcher tem com o Andrew quando eles se encontram no bar, que ele fala do Charlie Parker, que se tornou fodão porque jogaram o prato na cabeça dele, o que fez com que ele praticasse até fazer o melhor show da vida dele; se não tivesse sido assim, talvez ele jamais tivesse se tornado o Bird. Daí, quando o Fletcher humilha o Andrew no show - por vingança, mas também porque no fundo ele estava desafiando-o - ele inicialmente vai embora, mas muda de ideia e volta pro palco e dá todo o sangue dele, exatamente o que o professor queria.
O Homem do Ano
3.5 255 Assista AgoraAdorei o filme. Um retrato social bastante irônico. Classe média brasileira muito bem representada pelo trio Jorge Dória (o que é ele nesse filme? maravilhoso!), Zé Wilker e Agildo Ribeiro, com diálogos bem contundentes sobre violência, machismo e racismo. Mais um ótimo filme nacional, infelizmente pouco conhecido (como parece ser a sina da maioria dos filmes que foge da globo filmes...)
O Primeiro Dia
3.3 33O filme é, de fato, uma pequena jóia. Poderia ter sido melhor dilapidada, mas mesmo assim o resultado foi condizente com a proposta do filme. Além disso, achei o roteiro muito bom, especialmente os monólogos do Matheus, que pra mim foi o grande destaque do filme, mesmo não sendo um personagem principal (ou talvez por isso mesmo). Os simbolismos presentes na tela e suas sutilezas me fizeram lembrar de Terra Estrangeira, também da dupla Walter e Daniela.
Brooklin
3.8 1,1KLindeza de filme. Nem tava botando muita fé nele, mas me conquistou rapidinho (conseguiu até arrancar algumas lágrimas, embora isso não seja lá muito difícil rs). Mas acho que não é páreo para os seus concorrentes nas categorias a que foi indicado, embora a Saoirse Ronan faça por merecer a sua indicação de melhor atriz. Ela já tinha chamado a minha atenção em Desejo e Reparação e parece que está construindo uma carreira sólida, com boas escolhas no currículo. Espero que continue nos agraciando com sua beleza e talento. :D
Terra Estrangeira
4.1 183 Assista AgoraComo já falaram, é um filme que começa despretensioso, meio confuso - principalmente em relação às duas histórias contadas paralelamente, mas quando se relacionam o filme começa a fazer mais sentido e a interessar mais o espectador. Achei que o roteiro foi bem trabalhado nesse sentido. Gostei também do tempo que o filme leva para "acontecer", digamos assim. Foi necessário para o desenvolvimento e aprofundamento psicológico dos personagens, algo que particularmente eu prezo mais do que a própria ação. Por fim, a fotografia em preto-e-branco estabelece sutilmente a relação com a saudade/nostalgia que os personagens sentem.
O Amuleto de Ogum
3.7 24 Assista AgoraUm típico thriller tropical, dentro da designação dada por Sérgio Augusto, a respeito dos "filmes com elementos do universo do gênero policial que incorporam signos culturais brasileiros" - nesse caso, a umbanda, que se sobrepõe ao próprio gênero policial, o qual acaba servindo mais como pano de fundo;
Em termos de retrato da sociedade brasileira através da ficção, se assemelha ao Assalto ao trem pagador;
Também tem uma influência clara do surreal o que serviu ao propósito do filme em si que, do contrário, teria pouco mais de 20 minutos de história;
A violência retratada nesse filme é mais sangrenta que nos anteriores do gênero aos quais assisti (Assalto ao trem pagador e Amei um bicheiro).
Frequentemente tem cenas de troca de tiros, assassinatos e tal, mas fiquei realmente chocada com as cenas de tortura dos meninos. Os diálogos que se referem à vioência em si (quando o Severino encomenda os assassinatos, por exemplo) também soam despretensiosos, quase banais.
Enfim, esses foram alguns elementos de destaque que percebi do filme. Mas, em termos de experiência, não me agradou muito. Achei-o de modo geral muito confuso, com muitas cenas aleatórias que não acrescentam nada à história que está sendo contada; cortes muito secos e não sei se foi erro da montagem ou sei lá, mas achei as sequências muito mal feitas; por várias vezes me vi perdida durante o filme, sem saber o que estava acontecendo, o que acabou por me fazer perder o interesse nele.
Amei um Bicheiro
3.5 8Tem bons aspectos técnicos (fotografia meio estilo "noir", trilha sonora), principalmente considerando a época e a nossa falta de experiência, e até mesmo de referenciais. Mas deixa a desejar e muito no roteiro. Os diálogos são ruins, as atuações são piores.. mas há ressalvas. Grande Otelo é definitivamente uma exceção aqui. É a segunda vez que o vejo em cena e ele tinha uma presença e tanto, nesse filme em especial ele melhorava as cenas consideravelmente.
O Assalto ao Trem Pagador
4.1 91Visto na faculdade, fui surpreendida positivamente por este filme, do qual nunca tinha ouvido falar antes. Destaco a trilha sonora, muito bem colocada; o ótimo trabalho de desenvolvimento de personagens
- especialmente em relação aos bandidos, aqui apresentados como moradores da favela, em sua maioria, querendo mudar de vida, com sonhos e desejos de consumo e a preocupação do líder com o futuro dos filhos (ou "eu sou bandido, mas meus filhos não o serão"
(como por exemplo, quando Tião aperta o dinheiro ao fazer sexo com a mulher, como se fosse o corpo dela e Grilo apertando o dinheiro no bolso ao querer comprar o carro, expressando desejo de consumo)
O Clã
3.7 198 Assista AgoraOs relatos e críticas entusiasmadas que eu li e ouvi fazem jus a O Clã. Que filme! Os hermanos com certeza já tem a minha torcida no Oscar 2016. Como disseram abaixo, a realidade da história é tão absurda que torna a experiência de assistir a esse filme ainda mais intensa. Gostei muito da trilha sonora nesse sentido, que utilizada numa montagem de cenas paradoxais entre si, dá uma suavizada em alguns momentos, quebrando um pouco o clima tenso que paira sobre todo o filme. E o que dizer do ator que faz o pai? Só as expressões do cara já são o suficiente pra sentir todo o medo que a família sentia dele. De fato, parece inimaginável ver esse cara fazendo comédia! o.O Durante o filme, minha cabeça borbulhava de teorias e suposições sobre o pai e a família, e depois da sessão, eu e meu namorado (que é formado em psicologia) viemos discutindo todo o caminho de volta, adoro quando filmes proporcionam esse tipo de coisa! enfim, vale muito a pena, e acho que, pelo fato de terem me sugerido ver o filme sem pesquisar nada antes sobre o caso, ajudou a experiência a ser ainda mais chocante, por isso repasso a dica que me foi dada a quem ainda por acaso não tenha assistido ao filme!
Com Amor, Marilyn
4.2 106 Assista AgoraPenso que o principal atributo da Norma Jean que abriu as portas para Marilyn Monroe, a sua estonteante beleza, foi também o causador da maioria das suas desgraças. De fato, por mais documentários que assista o mistério sobre ela permanece, mas creio que o fato de não conseguir ser levada à sério tenha a ver com a possibilidade de os executivos não acharem que uma mulher tão incrivelmente bonita e sexy fosse capaz de ser mais alguma outra coisa do que isso - vide o comentário cruel que o Lawrence Olivier fez a ela: "seja sexy Marilyn, não é isso o que você sabe fazer de melhor?". Por que outro motivo atrizes da época, como Elizabeth Taylor e Jane Russell, recebiam tratamentos tão diferentes? Por outro lado, apesar da vida breve - que definitivamente NÃO foi interrompida por um ato de suicídio - acho que ela foi muito forte e soube se defender muito bem.
Enfrentou a 20th Century Fox, peitou os executivos, abriu sua própria produtora para fazer acontecer o que ela queria, ao invés de esperar pelo papel que nunca vinha e soube usar a sua popularidade perante à mídia a seu favor.
A Onda
4.2 1,9K"Lembram-se da questão que levantamos no início da semana? se seria possível uma ditadura na Alemanha hoje?" caramba, quando você para pra pensar, acha que esses regimes que aconteceram no passado não seriam possíveis hoje, que as pessoas pensam diferente e tal... mas esse acontecimento retratado no filme ta aí pra provar que tudo que se precisa é de uma oportunidade, e a merda está feita. A maneira que a maioria dos integrantes d'A Onda se sentiam em relação ao movimento me fez pensar que talvez nem todos os nazistas e fascistas da época fossem pessoas ruins; talvez gostassem do sentimento de pertencimento e de união proporcionados. Um pensamento que nunca tinha me ocorrido antes, porque sempre que penso no nazismo e afins penso nas verdadeiras vítimas, mas a verdade é que somos mais complexos do que bem x mal.
Enfim, ótimo filme, mais um do cinema alemão. E que surpresa ver a dupla Max Mauff e Max Riemelt contracenando desde antes de Sense 8!!
Amor Além da Vida
3.8 847 Assista AgoraÉ muito bonita a mensagem que passa sobre o amor, mas me incomodou um pouco
a visão sobre as pessoas que cometem suicídio. Não compartilho desta ideia, tenho uma opinião muito ferrenha sobre o direito que todos tem de fazer o que quiserem com a própria vida sem serem julgados por isso.
principalmente os momentos em que o Chris reconhece os filhos.
A Doce Vida
4.2 316 Assista Agoraé um pouco assustador (pra dizer o mínimo) assistir a um filme de 1960 e perceber que o comportamento social nele evidenciado pouco mudou num intervalo de 55 anos! pelo contrário, a "sociedade do espetáculo" é hoje ainda mais exagerada e patética, assim como o culto às celebridades e wannabee (s), a desumanização dos paparazzi (termo inclusive batizado por este filme) sobre as estrelas literalmente como um bando de abutres e os jornalistas que se aproximam do povo para se aproveitar de sua ignorância e miséria em busca de matérias sensacionalistas, relações cada vez mais rasas e pessoas cada vez mais distantes umas das outras; fica claro entender por que esta é considerada a obra-prima do Fellini.
Os Olhos de Júlia
3.7 825 Assista AgoraAdorei! É exatamente o tipo de suspense que eu gosto: MUITA tensão, filme que prende o espectador do início ao fim. E o melhor é que os mistérios propostos tem uma solução no final - e não é qualquer solução. Eu realmente gostei de como solucionaram o mistério. Sem falar na direção que foi muito boa,
como por exemplo nas cenas em que a Julia fica cega, os novos personagens que aparecem não tem os rostos mostrados.
12 Homens e Uma Sentença
4.6 1,2K Assista AgoraQue filme maravilhoso! Eu gostei muito mais de 12 homens do que de Anatomia de um crime, por exemplo, pois enquanto no Anatomia nós temos as performances dos advogados para convencer o júri -
e neste filme temos também a sugestão de que nem sempre o lado que apresenta a melhor performance é necessariamente o lado da verdade -,
Conforme o personagem do Henry Fonda ia derrubando os principais fatos apresentados como pilares para a condenação do acusado e conquistando os membros do júri, um a um,
o velhinho falando sobre o outro velhinho que depôs no julgamento ("imaginem um homem chegar até aquela idade sem ter sido ninguém importante"), além da sacada fenomenal que ele teve sobre a velhinha usar óculos; o imigrante, que fez o fã de futebol revelar seus preconceitos contra os imigrantes, que até aquele momento ele tinha conseguido guardar tão bem; o outro jurado que também revelou um preconceito sobre as pessoas que moravam em gueto, até que outro jurado revelou que tinha morado em gueto e fez o outro proferir a infame frase "não é nada pessoal"; o jurado que foi justo o suficiente para permanecer irredutível e só mudou de opinião quando teve seu mais fiel argumento quebrado; até mesmo o último jurado a mudar de opinião, que se manteve irredutível até o final porque queria punir o próprio filho através da execução do condenado.
Cake - Uma Razão Para Viver
3.4 699 Assista AgoraPalmas pra Jennifer por finalmente ter saído da zona de conforto e se arriscado nesse desafio de um papel mais dramático. Se saiu muito bem, muito melhor do que eu esperava. Foi difícil reconhecer a Rachel na Claire. Mas não acho que o filme se resume a isso. Fica atrás de filmes como Rabbit Hole (cuja temática é parecida) e o Dois dias, Uma noite, mas no geral é um bom drama.
Perfume de Mulher
4.3 1,3K Assista AgoraLindo filme. Fiquei bem satisfeita comigo mesma por ter decidido assisti-lo (que sempre tinha passado batido por mim) nessa nova temporada do Clássicos Cinemark. O que é Al Pacino nesse filme?? você ri com os trejeitos do personagem (mesmo lá pela milionésima vez que ele soltava os "Há!" e os "Hu-ha!" eu ainda ria), seu jeito sarcástico e debochado, mas também se emociona (e muito!) em cenas como a do jantar na casa do irmão - como eu queria um parente como ele, sério! não ia perder uma reunião de família! - a do carro e a no quarto de hotel, perto do final. Merecidíssimo o Oscar por essa maravilhosa atuação!
O Abutre
4.0 2,5K Assista Agora"Que cara escroto" foi a frase que eu mais dizia ao longo do filme, rs. Uma pena o filme ter passado despercebido. Tem um roteiro bem original, Jake Gyllenhaal em ótima performance; merece ser visto. Thriller dos bons.
Dois Dias, Uma Noite
3.8 543Que entrega maravilhosa da Marion Cottilard no papel da Sandra. Não tive como não simpatizar com a personagem e sentir as garras da depressão ameaçando comprimi-la, toda vez em que ela pensava em desistir; não tive como não me colocar em seu lugar. Frase, aliás, muito repetida ao longo do filme: coloque-se em meu lugar. Em algumas das personagens que usavam isso como justificativa para não votar a favor da Sandra, me soou apenas como uma desculpa pronta. Muito fácil exigir isso do outro, mas e quanto a fazer o mesmo exercício? Foram poucas as personagens que abraçaram o desafio ao invés de usar uma desculpa pronta para tentar calar a própria consciência. Poucas foram as personagens que se colocaram no lugar de uma mulher enfraquecida pelo peso de uma doença silenciosa como a depressão, lutando contra os pensamentos negativos que não paravam de forçar entrada em sua mente e por pouco não pôr tudo a perder.
Uma coisa que eu pude captar desse filme foi o fato de que as pessoas realmente não tem a mínima noção de que a depressão é uma doença, e do quão grave ela pode ser, e que por isso mesmo merece a mesma atenção e preocupação que o câncer, por exemplo. Apenas o marido da Sandra e a amiga Juliette pareciam ter esse entendimento, e fica clara a importância de se ter alguém como eles ao lado, pois sozinhas muitas vezes as pessoas com depressão não conseguem, por mais fortes que possam ser a princípio. E acho que por isso o caminho escolhido pelo filme foi bem feliz, ao mostrar personagens egoístas, preocupados apenas com eles mesmos (alguns que até se recusaram a ver a Sandra, como a Nadine), mas também personagens divididos, que hesitaram, alguns antes mesmo da visita da Sandra. Tem muita gente por aí que se deixa endurecer pela vida automática que levam, mas também tem muita gente que pratica o exercício de pensar, refletir, se colocar (mesmo) no lugar de alguém que está precisando mais do que ela.
Por fim queria dizer que, além da Sandra, esse filme tem um conjunto de personagens muito bons, humanos mesmo. Que cena linda quando a Sandra visita o Timo, por exemplo. O sim dele faz toda a diferença pra Sandra naquele momento, que estava precisando de uma injeção de ânimo, assim como a presença dela também serve para deixá-lo em paz consigo mesmo. O momento com a Anne também é muito bacana, as duas se ajudaram mutuamente. Talvez se a Sandra não tivesse batido na porta da Anne, ela ainda estaria aguentando o marido abusivo. E quer coisa mais linda quando a Sandra recusou a volta ao emprego porque percebeu que o Alphonse seria demitido? Se ele se arriscou por ela, o mínimo que ela poderia fazer era retribuir a solidariedade. Outro em seu lugar poderia muito bem se fazer de idiota e aceitar o emprego. Até os personagens que não apoiam a Sandra são interessantes, pois dá pra se fazer um estudo da índole nesse caos de sociedade em que vivemos.
Terceira Pessoa
3.3 202 Assista AgoraO que eu entendi foi (precisei ir relacionando os fatos para montar o quadro, rs):
LIAM NEESON (Michael) + KIM BASINGER (Elaine) – Casal "real" do filme (visto que o próprio filme não é real, rs), com um relacionamento bastante fragilizado devido, principalmente, à morte do filho, que teria se afogado na piscina ao pedir a atenção do pai (dizendo “WATCH ME”) enquanto (provavelmente) ia pro fundo, mas nesse momento o Michael teria atendido uma ligação, dando as costas pro filho, que acabou se afogando. O episódio deixou sequelas eternas em ambos: a culpa, em Michael, e o trauma de entrar na água para Elaine.
MILA KUNIS (Julia) + JAMES FRANCO (Rick) – Personagens criados por Michael, cujo relacionamento chegou ao fim por dois principais motivos: Julia teria traído Rick (Michael também tem um histórico de infidelidade) e, principalmente, ela foi negligente com o filho, deixando que o mesmo sofresse um acidente que quase o matou, na tentativa de “ensiná-lo” uma lição. Ao mesmo tempo em que ela faz de tudo para provar que não teve culpa no acidente, ela luta consigo mesma, pois no fundo ela foi culpada sim, exatamente como no caso ocorrido na própria vida do Michael. A “desculpa” usada por Julia para ter deixado o acidente ocorrer com o filho é uma tentativa de convencer a si mesma de que ela não teria culpa direta, assim como a desculpa de Michael ao dizer que tinha se afastado do filho para atender uma ligação de negócios. O próprio fato de, nessa história, a culpada ser a mãe e não o pai, pode também ter sido mais uma tentativa do Michael de tentar se livrar da sua própria culpa. Mas há uma cena em que o James Franco ouve o filho dizer “WATCH ME”, e ele não entende o que o filho quer dizer com isso, o que pode querer dizer que, mesmo o Michael transferindo a culpa para uma personagem feminina, o sentimento não some mesmo enquanto parte da história, porque o filho continua a pedir a atenção do pai, assim como pediu para o próprio Michael.
ADRIEN BRODY (Scott) + MONIKA + MARIA BELLO (Theresa) – Também seriam personagens criados pelo Michael. Scott e Theresa eram um casal e tinham uma filha, que morreu afogada. Pelo diálogo ao telefone entre ambos, fica evidente que a os dois culpam Scott pelo acidente: Scott diz: “estou tentando me perdoar” e Theresa responde: “continue tentando, mas eu sei que eu nunca irei te perdoar”. A relação com a história pessoal de Michael é bastante óbvia, visto que o motivo pelo qual Scott não prestou atenção na sua filha foi para atender uma ligação de negócios, informação evidenciada na conversa entre ele e Theresa, quando esta diz “eu nunca perguntei se você conseguiu fechar aquele contrato”. Além disso, mais de uma vez no filme vemos a personagem Theresa de maiô num conflito interno diante de uma piscina e, mais perto do final, vemos a personagem Elaine molhada, e a própria afirma numa conversa com Michael no telefone que tinha acabado de dar um mergulho, ao que ele responde: “que bom que você superou o trauma de entrar na piscina”. Assim, vê-se claramente que a personagem Theresa foi inspirada na esposa de Michael, Elaine. A subtrama entre Scott e Monika aborda o tema da confiança; ela confia no simpático americano para recuperar a sua filha, através de um jogo em que um tenta enganar o outro para conseguir seus objetivos e fazer parecer que foi obra do destino. A única subtrama da história escrita por Michael a ter, ao mesmo tempo, um desenvolvimento pouco crível (quem daria praticamente toda sua grana para ajudar uma desconhecida, por mais bonita que fosse, e que poderia perfeitamente fazer parte de uma quadrilha?) e um “final feliz”, pode encontrar respostas, mais uma vez, no consciente de Michael: Scott é um personagem consumido pela culpa na morte da filha (talvez uma das cenas que mais evidencie isso seja aquela em que ele perde as mensagens deixadas pela filha no seu celular e ele perde o controle) e vê na tentativa de Monika de resgatar a sua filha da mão de bandidos, uma forma de encontrar sua redenção: já que ele não pôde “recuperar” a sua filha (seja através das mensagens perdidas, seja porque ela está morta), ele pode ajudar Monika a recuperar a dela e, além disso, ter uma nova vida ao lado delas.
Sobre Anna: eu ainda tenho minhas dúvidas se ela seria real ou mais uma personagem criada por Michael. Essa dúvida surgiu principalmente devido ao final, em que Michael corre atrás dela, e ela se transforma nas outras personagens femininas, como Julia e Monika. A favor de que ela seria real temos o fato de que Elaine sabia da sua existência, mas poder-se-ia contra argumentar que, salvo engano, em nenhum momento ela fala o nome de Anna. Ela se refere à amante de Michael apenas como “ela”, nas vezes em que pergunta: “ela está aí com você?”, “ela sabe que era ela ao telefone” etc. Além disso, há uma cena em que Julia e Anna atravessam o mesmo corredor, quando Julia vai limpar o quarto. Ainda há uma interação entre elas, quando Anna lhe dá um “bom dia” em francês. Como isso seria possível, se Julia era uma personagem de Michael, cuja história se situava em NY, enquanto Anna estava em Paris com Michael? Assim, Anna poderia muito bem ser mais uma personagem criada por Michael (o que não excluiria a possibilidade de ele ter outra amante, no entanto), ou ela era mesmo real e o final em que ela se mistura com as outras personagens pode ter sido uma representação do fato de que Michael a tinha usado para escrever seu livro, assim como fez não só com as demais personagens, mas também com todos com quem tinha uma interação social (vide o fato de ele sempre anotar frases de diálogos que tem com outras pessoas, para servir de inspiração para seu livro).
Enfim, é isso, rs. Pode ser que o filme tenha algumas falhas quanto ao ritmo lento e algumas opções de montagem e até que o recurso utilizado para contar a história não seja tão original assim, mas só pelo fato de deixar os espectadores pensando sobre ele, criando teorias etc. prova o quanto ele é relevante.
Blade Runner: O Caçador de Andróides
4.1 1,6K Assista AgoraPela sinopse, eu achei que não fosse curtir muito por não ser meu tipo de filme, mas os comentários eram muito bons por aqui, daí vi o filme e o resultado é que não gostei muito mesmo da história. Não me envolvi, achei muito lento e deu vontade de dormir. :P Mas de fato é um filme visualmente impressionante, mas pra mim foi só. Gostei mesmo foi do replicante Roy, que foi mais do que um simples antagonista, indo além do maniqueísmo mocinho x vilão. O monólogo dele no final é simplesmente sensacional.
"Quite an experience to live in fear, isn't it? That's what is it to be a slave"
"All those moments will be lost in time. Like tears... in the rain".
Para Sempre Alice
4.1 2,3K Assista AgoraFui ver Still Alice por causa da Julianne Moore, mas fui recompensada com mais do que a sua belíssima atuação. Ela é o principal alicerce do filme sem dúvidas, mas o roteiro também merece reconhecimento. Não encontrei neste filme o didatismo chato que achei que fosse encontrar, por exemplo. Ele é informativo sim, alguns diálogos são mais formais, mas também tem o fato de que a protagonista e seu cônjuge são um casal de intelectuais. Mas, pra mim, o filme me tocou mais do que eu podia imaginar, me fazendo abrir os olhos pra doença. Até então, eu sabia do que se tratava, mas nem fazia ideia de como uma pessoa com Alzheimer se sentia, ou exatamente de que forma essa doença acontecia (muito menos que existia a possibilidade de alguém com 50 anos ter um diagnóstico precoce). Mas, além disso, me vi pensando, durante e após o filme, sobre a importância que a memória e as lembranças tem na nossa vida, e do quanto pode significar fazer o máximo que pudermos com a saúde e o tempo que nos resta.
Duas cenas que me fizeram chorar igual criancinha:
- O discurso de Alice falando sobre como a doença a estava afetando;
- Alice e o marido tomando o sorvete.
- Alice, você sabe que prédio é aquele?
- Eu acho que não sei.
- É o Columbia, onde você costumava dar aulas.
- Dizem que eu fui uma boa professora. Que eu era inteligente.
- Você foi a pessoa mais inteligente que eu já conheci. [...] Ali, você ainda quer continuar aqui?
- Mas... eu ainda não terminei. Temos que ir agora? </3
Pânico
3.6 1,6K Assista AgoraVou assistir mais uma vez hoje, aproveitando que é sexta-feira 13! <3
Whiplash: Em Busca da Perfeição
4.4 4,1K Assista AgoraMeio que inevitável não lembrar de Black Swan, já tava até esperando o Andrew falar no final "I was perfect", haha.
Sobre o J.K. Simmons nesse filme, é como falam na internet: estou teclando com os pés, pois com as mãos estou aplaudindo! Xinguei o Fletcher de filho da puta e escroto umas 100x, haha. Mas a fala dele sobre o quanto o ensino está medíocre por falta de cobrança da parte dos professores ficou na minha cabeça depois do filme, pois de fato é verdade mesmo. Mas, por outro lado, o método dele é bem medieval, né? Até porque acontece casos como o do menino que se suicidou, por exemplo. Não faz muito tempo, li uma história de um estudante que tinha morrido por ter ficado não sei quantas horas sem dormir, comer e tal, só estudando. Pressão por causa do TCC ou algo assim. Então realmente algo precisa ser feito quanto à cultura da mediocrização, mas definitivamente não é o método adotado por Fletcher. Ele era tão doente que o que ele mais queria era alguém tão ou mais obcecado pela perfeição quanto ele para enfrentá-lo... foi mais ou menos assim que interpretei o final. A partir da conversa que o Fletcher tem com o Andrew quando eles se encontram no bar, que ele fala do Charlie Parker, que se tornou fodão porque jogaram o prato na cabeça dele, o que fez com que ele praticasse até fazer o melhor show da vida dele; se não tivesse sido assim, talvez ele jamais tivesse se tornado o Bird. Daí, quando o Fletcher humilha o Andrew no show - por vingança, mas também porque no fundo ele estava desafiando-o - ele inicialmente vai embora, mas muda de ideia e volta pro palco e dá todo o sangue dele, exatamente o que o professor queria.
Scarface
4.4 1,8K Assista Agora"All the world is ours", like they say in Scarface kid.