A construção de um "sistema solar" de filmes que o universo Marvel construiu, mesmo com sua falhas e acertos, culmina em grande estilo. Ainda que pareça ter um desenvolvimento com muito blá blá blá, o cuidado em condensar e dar espaço para a história de cada personagem é notável e bem feito. O combate final é, de fato, o maior momento da franquia, que se confirma como uma das maiores da contemporaneidade com justiça e qualidade.
Noé viaja na maionese, viaja mais, viaja mais um pouquinho, mas Enter the Void não tem nada de bobo. Além do apuro visual, com uma Tóquio artificial e vista pelo submundo, o diretor guia um filme alucinógeno com uma estrutura toda desenhada: um curto prólogo, uma hora e meia de um flashback de ambientação e um epílogo praticamente sem diálogos e pautado nas sensações, criando uma obra onde a dilatação de tempo e espaço tonteia, bagunça e reorganiza a narrativa.
A manutenção de um personagem-câmera tal qual o espectador pode incomodar, assim como a duração extensa, mas não enxergo nada excessivo no filme igual alguns dizem, tudo que está colocado contribui para a 'experiência' de Enter the Void.
Árvore da vida + Bad Trip + LSD (dos mais fortes).
Respeito os comentários críticos que muitos têm sobre Juno, mas pessoalmente acho que poucos filmes são mais sinceramente estranhos do que esse. Diablo Cody não pesa a mão no roteiro, a direção sensível de Reitman e a fluidez do elenco (Ellen Page, Jennifer Garner e Jason Bateman em especial) transformam o que poderia ser afetado em ações coerentes e delicadas até nos momentos mais conflituosos.
A metade final do filme é uma explosão emocional tão grande que é difícil se manter alheio.
Filmes de amadurecimento são complicados se não tiver um mínimo de sinceridade e sensibilidade. Não falta nenhum dos dois aqui: Jonah Hill manda bem na direção, os atores jovens estão excelentes e os momentos mais duros são muito bem conduzidas. A sequência dos meninos esperando no hospital quebra as pernas de qualquer um.
Dava pra passar um dia inteiro assistindo a esse filme.
PS: Sunny Sunjic tá muito bem e nunca vi um ator mirim apanhar tanto nos primeiros filmes da carreira quanto ele, coitado.
Em um filme onde os silêncios e olhares dizem mais do que qualquer coisa, o principal trunfo é a direção de Granik, que apresenta, aproxima e afasta os tipos de fronteiras entre os dois protagonistas. A construção do relacionamento entre pai e filha é cuidadosa, tão quanto o uso das metáforas e simbolismos que adicionam verdadeiramente ao filme sem parecer só um ornamento forçado.
Junto com Lynne Ramsay e o seu "Você nunca esteve realmente aqui", é o melhor trabalho de direção que as grandes premiações fizeram o desfavor de ignorar no início desse ano.
Ideia de traduzir um atentado verídico de 72 minutos em tempo real no estilo one single shot é boa, mas as qualidades param por aí. O roteiro é fraco, os personagens também, dá mais agonia pelas situações serem mal desenvolvidas do que pelo conflito em si e os dois jovencitos cantando musiquinha a beira da morte é MEU DEUS DO CÉU O QUE ESTÁ ACONTESENO. Mas a atriz principal tá bem sim, tá.
Adoro o Fahradi e tudo que penso pra apontar sobre esse filme ser ruim tem justificativa: se passar na Espanha e parecer uma telenovela, os apontamentos à situação europeia atual mesmo se passando em um espaço que parece atemporal etc. Mas a verdade é que esse filme é artificial, parece uma novela das oito previsível e o personagem do Darín podia ser interpretado pelo padre Fábio de Mello.
Horroroso, roteiro estapafúrdio (quem inventou Gillian Flynn?), atuações ruins (Viola Davis no piloto automático, Lian Neeson, meu jesus), direção completamente perdida. A que ponto chegamos, steve mcqueen...
Vingadores: Ultimato
4.3 2,6K Assista AgoraA construção de um "sistema solar" de filmes que o universo Marvel construiu, mesmo com sua falhas e acertos, culmina em grande estilo. Ainda que pareça ter um desenvolvimento com muito blá blá blá, o cuidado em condensar e dar espaço para a história de cada personagem é notável e bem feito. O combate final é, de fato, o maior momento da franquia, que se confirma como uma das maiores da contemporaneidade com justiça e qualidade.
Josh Brolin brilha muito e é inevitável, mesmo.
Enter The Void: Viagem Alucinante
4.0 870Noé viaja na maionese, viaja mais, viaja mais um pouquinho, mas Enter the Void não tem nada de bobo. Além do apuro visual, com uma Tóquio artificial e vista pelo submundo, o diretor guia um filme alucinógeno com uma estrutura toda desenhada: um curto prólogo, uma hora e meia de um flashback de ambientação e um epílogo praticamente sem diálogos e pautado nas sensações, criando uma obra onde a dilatação de tempo e espaço tonteia, bagunça e reorganiza a narrativa.
A manutenção de um personagem-câmera tal qual o espectador pode incomodar, assim como a duração extensa, mas não enxergo nada excessivo no filme igual alguns dizem, tudo que está colocado contribui para a 'experiência' de Enter the Void.
Árvore da vida + Bad Trip + LSD (dos mais fortes).
Juno
3.7 2,3K Assista AgoraRespeito os comentários críticos que muitos têm sobre Juno, mas pessoalmente acho que poucos filmes são mais sinceramente estranhos do que esse. Diablo Cody não pesa a mão no roteiro, a direção sensível de Reitman e a fluidez do elenco (Ellen Page, Jennifer Garner e Jason Bateman em especial) transformam o que poderia ser afetado em ações coerentes e delicadas até nos momentos mais conflituosos.
A metade final do filme é uma explosão emocional tão grande que é difícil se manter alheio.
Anos 90
3.9 503Filmes de amadurecimento são complicados se não tiver um mínimo de sinceridade e sensibilidade. Não falta nenhum dos dois aqui: Jonah Hill manda bem na direção, os atores jovens estão excelentes e os momentos mais duros são muito bem conduzidas. A sequência dos meninos esperando no hospital quebra as pernas de qualquer um.
Dava pra passar um dia inteiro assistindo a esse filme.
PS: Sunny Sunjic tá muito bem e nunca vi um ator mirim apanhar tanto nos primeiros filmes da carreira quanto ele, coitado.
Sem Rastros
3.5 191 Assista AgoraEm um filme onde os silêncios e olhares dizem mais do que qualquer coisa, o principal trunfo é a direção de Granik, que apresenta, aproxima e afasta os tipos de fronteiras entre os dois protagonistas. A construção do relacionamento entre pai e filha é cuidadosa, tão quanto o uso das metáforas e simbolismos que adicionam verdadeiramente ao filme sem parecer só um ornamento forçado.
Junto com Lynne Ramsay e o seu "Você nunca esteve realmente aqui", é o melhor trabalho de direção que as grandes premiações fizeram o desfavor de ignorar no início desse ano.
Utøya - 22 de Julho
3.8 78Ideia de traduzir um atentado verídico de 72 minutos em tempo real no estilo one single shot é boa, mas as qualidades param por aí. O roteiro é fraco, os personagens também, dá mais agonia pelas situações serem mal desenvolvidas do que pelo conflito em si e os dois jovencitos cantando musiquinha a beira da morte é MEU DEUS DO CÉU O QUE ESTÁ ACONTESENO. Mas a atriz principal tá bem sim, tá.
Magnólia
4.1 1,3K Assista AgoraPAUL THOMAS ANDERSON ON FIRE
Todos Já Sabem
3.4 216 Assista AgoraAdoro o Fahradi e tudo que penso pra apontar sobre esse filme ser ruim tem justificativa: se passar na Espanha e parecer uma telenovela, os apontamentos à situação europeia atual mesmo se passando em um espaço que parece atemporal etc. Mas a verdade é que esse filme é artificial, parece uma novela das oito previsível e o personagem do Darín podia ser interpretado pelo padre Fábio de Mello.
As Viúvas
3.4 410Horroroso, roteiro estapafúrdio (quem inventou Gillian Flynn?), atuações ruins (Viola Davis no piloto automático, Lian Neeson, meu jesus), direção completamente perdida. A que ponto chegamos, steve mcqueen...