Ari Aster tem méritos em buscar fazer algo diferente e com estrutura distante da convencional em seus filmes, mas é uma pena que não consiga trazer muito além disso. A duração excessiva deixa o filme parecendo uma colagem com 4 esquetes coladas e pouco orgânico no todo, a metralhadora de metáforas reitera diversas coisas várias e várias vezes repetitivamente e muitos momentos de comédia são apenas constrangedores pra mim. Até mesmo a ideia de que "o filme tem muitas camadas" não me convence muito, já que muito que deveria ser subtexto está explícito nas imagens e em recorrentes momentos do roteiro.
A pretensão em fazer um filme diferentão e autoral joga uma série de símbolos em cima do público e obviamente alguns deles atingem diferentes pessoas, tal como acontece em outros filmes com Mother! ou Bacurau, por exemplo, o que faz o filme parecer mais impactante do que realmente é, mas o que Aster realiza definitivamente não me agrada.
Quase todos os filmes de Wheatley tangenciam de alguma forma o terror, com Kill List e esse aqui chegando mais próximos do gênero (apesar de que, pra mim, aqui a ficção científica alucinógena é mais marcante do que o horror). Boas utilizações de imagens estroboscópicas e bom trabalho sonoro, mas muitas interações entre os atores são ruins (a cientista sósia da Katie Holmes é terrível) e algumas decisões do roteiro são bobas e diluem um pouco a doideira da soma de misticismo + ciência + natureza + humanidade + cogumelos que o diretor mistura no liquidificador.
difícil tomar muitas conclusões de um filme que - de propósito ou não, se auto-sabota o tempo todo, sendo tão superficial, manipulador e emocionalmente estranho.
de início parece que vai ser mais um experimento contemporâneo do que qualquer outra coisa, mas no final é só meio algo que não faz muita diferença mesmo.
É um bom conto sobre descobertas e religião, mas Trier se sai melhor nos seus outros filmes mais cotidianos do que nesse aqui. É bem dirigido e tal, mas é esquecível depois de pouco tempo.
Esteticamente é o filme mais bonito do ano, como de praxe nos filmes de Anderson, com direção de arte, fotografia, figurinos e direção impecáveis. Porém narrativamente é um pouco desequilibrado, com a primeira história tendo ritmo e personagens muito mais cativantes que as demais - ainda que as outras também sejam boas. Benicio del Toro e Adrien Brody estão absurdos em cena e a personagem da Lea Seydoux é quase hipnotizante.
No mais é aquilo de sempre: perfeição estética, roteiro esperto e um desfile tão enorme de grandes atores que deve ter sido difícil de não extrapolar os limites do tapete vermelho nas premieres do filme.
A verdade é que fora o roteiro ser baseado em uma série de tweets e o filme ser bem razoavelmente bem realizado, a história não tem nada de muito espetacular e original se comparado a outros filmes de strippers ou comédia ao estilo hangover.
Bobo pra um filme de zumbi, clichê pra um filme sobre familia, chato pra um filme de ação/aventura e feio pra um filme caro. O roteiro e a direção são péssimos e a duração é enorme a troco de nada: uma aberração.
Uma espécie de encontro do cinema da Sofia Coppola com o Harmony Korine, com estranheza, incomunicabilidade e clima depressivo suficientes pra fazer um filme bastante desconfortável na maioria do tempo. Ainda que com bons momentos e atuações boas dos dois protagonistas, parece que o roteiro se autossabota demais, diluindo a força de determinadas ações e personagens (Fred) e a direção carece de maior equilíbrio entre a ambientação adolescente e seu olhar analítico sobre eles.
PS: Val Kilmer foi levar o filho no set e ganhou um personagem.
Por mais que tenha problemas, como o excesso de narração em off e a falta de unidade entre as diferentes tramas e personagens na primeira metade, é um filme competente em diferentes frentes narrativas e estéticas.
É bastante bem sucedido em pintar um painel do período entre a II Guerra e o Vietnã, variando entre duas diferentes gerações de personagens que vivem soterrados pela incerteza, o peso desmedido da religião e traumas passados, onde a violência está sempre na fronteira para explodir de diferentes formas. Por mais que seja uma visão talvez um pouco miserável demais (lembra bastante Killer Joe) e a subtrama do xerife não flua tão bem, na hora final o cruzamento entre os núcleos é bem construído e sustentado pelas belas fotografia, direção de arte e atuações (Holland, Skargard, Keough e especialmente Pattinson).
Se os problemas de adaptação do roteiro são percebidos no início, o filme consegue se concluir com o peso necessário para uma narrativa tão carregada e pessimista.
Há de se admirar a coragem em querer fazer algo completamente anticomercial, experimental e basicamente sem diálogos (seria melhor nem ter pq quando os personagens falam é só derrota), mas floreia muito até chegar a ser ok. A primeira hora de filme dá pra ver em velocidade 1,5x sem perder nada e a parte estética na maior parte do tempo não quer dizer absolutamente nada - ainda que seja bem fotografado e bonito.
Funciona melhor quando abraça a doideira de vez e foca nos duelos do Nicolas Cage (que tá no mínimo bizarro) com os antagonistas, mas isso é já para o final e acaba sendo mais corrido que outros momentos menos importantes do filme. Muito estilo para pouco conteúdo.
É ao mesmo tempo um filme policial, de amadurecimento, desejo e sobre amores que ficam e vão, tudo isso num liquidificador onde estética e narrativa surtam simultaneamente. Filme mais louco de Kar Wai e ainda assim com uma coerência impressionante.
Uma espécie de anti-filme de roubo sobre a década de 1960, com o universo de criminalidade e submundo sendo construído pela claustrofobia da imagem em contraste com toda a violência que está sempre rondando e fora da tela.
O protagonismo aqui é dos geralmente coajuvantes (esposas, o ex criminoso que saiu das ruas para ter uma vida normal, avôs, filhos), praticamente forçados a sair da inércia para a ação que os circunda.
Filme bem dirigido, atuado e esteticamente bonito - e bem melhor que a média dos que estão nas premiações desse ano.
Tá longe dos melhores trabalhos do diretor, parecendo muitas vezes um telefilme e com algumas atuações e sequências dignas de pena (todas as cenas com a Sarah, por exemplo). A própria direção do Preminger parece no piloto automático e desleixada com certos enquadramentos, além da previsibilidade e falta de peso do roteiro, principalmente em sua conclusão.
Não é necessariamente um filme ruim, mas está abaixo da média do diretor e de outros filmes sobre espionagem tanto de antes (A conversação, Intriga internacional, etc), quanto contemporâneos (O espião que sabia demais, O homem mais procurado).
O filme poderia ser todo sobre a relação entre os protagonistas, dois párias que encontram um complemento ideal para as suas sobrevivências sociais e amadurecimento. Porém, por outro lado, a temática principal sobre o bullying é tratada de forma bastante superficial, sempre com estereótipos e maniqueísmo. Aliás, muitas vezes parece mais gerar gatilhos do que reflexões sobre um tema extremamente espinhoso e, narrativamente, fica entre Malhação e 13 reasons why e longe de obras mais bem sucedidos nessa temática.
Além disso, alguns personagens são apresentados, inicialmente desenvolvidos e depois esquecidos até reaparecerem em sua conclusão - como a mãe da protagonista e o policial - e com trilha sonora bastante intrusiva, pesando a mão em todos os instantes. Sobre essa última parte do filme, parece excessivamente alongada e com reviravoltas que parecem descoladas do tom anterior que vinha sendo desenvolvido, como se fosse um episódio diferente dentro da mesma série.
Enfim, o filme reserva bons momentos e emoções bem sustentadas e críveis entre os dois protagonistas, mas é uma adaptação irregular tanto em questões de roteiro quanto em direção.
Não sei o quanto o falecimento do Chadwick Boseman influenciou no corte final do filme, mas o filme me pareceu uma colagem pouco orgânica de monólogos e sequências musicais. Mesmo sendo um filme curto, o texto e direção não fogem da leitura teatral e não potencializam as boas atuações dele e da Viola Davis.
Serve como registro de homenagem a Boseman e tem uma bela fotografia, mas o filme tem ritmo e edição irregulares e dura pouco na cabeça mesmo com temas importantes sendo demonstrados (e um ator igual ao Eduardo Cunha).
Mais do que qualquer defeito que o filme tenha, como o roteiro mal escrito e direção caótica e que não dá vida a nenhum personagem, o pior problema de Tenet é justamente o maior pecado a um blockbuster dito "inteligente" (a classe onde os fãs do diretor o classificam): é chato de doer. Deu uma hora e meia e larguei mão do filme, só tava torcendo para acabar.
Até pouco além da sua metade, Wheatley consegue transpor bem seu estilo de transformar tudo em atmosfera de terror e equilibra bem o classicismo da história com uma ambientação rica, que parece se encontrar em diferentes épocas. A "ausência" fantasmagórica de Rebecca se combina com boas sequências onde a mansão Manderlay praticamente ganha vida e os funcionários da casa parecem extensões sem vida da própria casa.
Pena que após sua reviravolta tudo fica muito mal desenvolvido e artificial, com toda essa atmosfera sendo resumida em correria e diluindo tudo de bom que foi montado nos dois primeiros atos do filme.
Sei lá, acho que dessa vez o roteiro do Kaufman chamou tanta atenção pra si próprio e para a metalinguagem que as vezes pareceu meio verborrágico. Para um cinema que necessita de uma certa imersão (mesmo que uma série de recursos vão no sentido contrário, como quebra de 4ª parede etc), aqui a duração é bastante sentida e enfraquece um pouco a narrativa proposta. Se excede em certas sequências na estrada, principalmente após a saída da fazenda e ainda tenho a sensação que com um Spike Jonze na direção seria um filme melhor. Está longe de ser ruim, mas é bem inferior ao Sinédoque, que ainda é o melhor dele.
Estetica e conceitualmente bem feito, mas até os últimos vinte minutos o roteiro cabe em um guardanapo de tão pouca coisa desenvolvida e de tão raso. Depois abraça o nonsense de vez, mas ainda sem ter profundidade suficiente pra não ser esquecível. Só apuro visual, ideias despirocadas e crítica social rasteira não necessariamente fazem um bom filme.
Os filmes do John Carney carregam uma sinceridade tão grande na relação entre pessoas - sejam familiares, amores ou amigos - e a música que é difícil não se envolver ou se emocionar. Aqui tem o adicional de fazer uma leitura musical e emocional de uma época tão registrada quanto os anos 1980 e, ao mesmo tempo que conta sua história, homenagear não só o período em si, mas toda uma cinematografia da época junto.
Talvez fosse menos preciso se as músicas do filme não fossem suficientemente inspiradas, mas como acontece em Once e Begin Again as composições são ótimas e só dão mais base para o filme. Sinceramente, nem liguei se o filme tem uns problemas de roteiro, algum excesso de frases prontas ou se o protagonista nem é tão bom ator quanto os coadjuvantes, achei mó legal.
Beau Tem Medo
3.2 406 Assista AgoraAri Aster tem méritos em buscar fazer algo diferente e com estrutura distante da convencional em seus filmes, mas é uma pena que não consiga trazer muito além disso. A duração excessiva deixa o filme parecendo uma colagem com 4 esquetes coladas e pouco orgânico no todo, a metralhadora de metáforas reitera diversas coisas várias e várias vezes repetitivamente e muitos momentos de comédia são apenas constrangedores pra mim. Até mesmo a ideia de que "o filme tem muitas camadas" não me convence muito, já que muito que deveria ser subtexto está explícito nas imagens e em recorrentes momentos do roteiro.
A pretensão em fazer um filme diferentão e autoral joga uma série de símbolos em cima do público e obviamente alguns deles atingem diferentes pessoas, tal como acontece em outros filmes com Mother! ou Bacurau, por exemplo, o que faz o filme parecer mais impactante do que realmente é, mas o que Aster realiza definitivamente não me agrada.
Maldição da Floresta
2.1 61Quase todos os filmes de Wheatley tangenciam de alguma forma o terror, com Kill List e esse aqui chegando mais próximos do gênero (apesar de que, pra mim, aqui a ficção científica alucinógena é mais marcante do que o horror). Boas utilizações de imagens estroboscópicas e bom trabalho sonoro, mas muitas interações entre os atores são ruins (a cientista sósia da Katie Holmes é terrível) e algumas decisões do roteiro são bobas e diluem um pouco a doideira da soma de misticismo + ciência + natureza + humanidade + cogumelos que o diretor mistura no liquidificador.
Mainstream
2.7 51difícil tomar muitas conclusões de um filme que - de propósito ou não, se auto-sabota o tempo todo, sendo tão superficial, manipulador e emocionalmente estranho.
de início parece que vai ser mais um experimento contemporâneo do que qualquer outra coisa, mas no final é só meio algo que não faz muita diferença mesmo.
Thelma
3.5 342 Assista AgoraÉ um bom conto sobre descobertas e religião, mas Trier se sai melhor nos seus outros filmes mais cotidianos do que nesse aqui. É bem dirigido e tal, mas é esquecível depois de pouco tempo.
A Pior Pessoa do Mundo
4.0 601 Assista AgoraFilmes de conflitos geracionais e personagens tentando se encontrar no mundo dificilmente foram mais sinceros do que esse aqui.
A Crônica Francesa
3.5 287 Assista AgoraEsteticamente é o filme mais bonito do ano, como de praxe nos filmes de Anderson, com direção de arte, fotografia, figurinos e direção impecáveis. Porém narrativamente é um pouco desequilibrado, com a primeira história tendo ritmo e personagens muito mais cativantes que as demais - ainda que as outras também sejam boas. Benicio del Toro e Adrien Brody estão absurdos em cena e a personagem da Lea Seydoux é quase hipnotizante.
No mais é aquilo de sempre: perfeição estética, roteiro esperto e um desfile tão enorme de grandes atores que deve ter sido difícil de não extrapolar os limites do tapete vermelho nas premieres do filme.
Zola
3.2 52 Assista AgoraA verdade é que fora o roteiro ser baseado em uma série de tweets e o filme ser bem razoavelmente bem realizado, a história não tem nada de muito espetacular e original se comparado a outros filmes de strippers ou comédia ao estilo hangover.
Kaboom
2.8 386 Assista Agoraexcelente adaptação de kubanacan
Army of the Dead: Invasão em Las Vegas
2.8 955Bobo pra um filme de zumbi, clichê pra um filme sobre familia, chato pra um filme de ação/aventura e feio pra um filme caro. O roteiro e a direção são péssimos e a duração é enorme a troco de nada: uma aberração.
Palo Alto
3.2 429Uma espécie de encontro do cinema da Sofia Coppola com o Harmony Korine, com estranheza, incomunicabilidade e clima depressivo suficientes pra fazer um filme bastante desconfortável na maioria do tempo. Ainda que com bons momentos e atuações boas dos dois protagonistas, parece que o roteiro se autossabota demais, diluindo a força de determinadas ações e personagens (Fred) e a direção carece de maior equilíbrio entre a ambientação adolescente e seu olhar analítico sobre eles.
PS: Val Kilmer foi levar o filho no set e ganhou um personagem.
O Diabo de Cada Dia
3.8 1,0K Assista AgoraPor mais que tenha problemas, como o excesso de narração em off e a falta de unidade entre as diferentes tramas e personagens na primeira metade, é um filme competente em diferentes frentes narrativas e estéticas.
É bastante bem sucedido em pintar um painel do período entre a II Guerra e o Vietnã, variando entre duas diferentes gerações de personagens que vivem soterrados pela incerteza, o peso desmedido da religião e traumas passados, onde a violência está sempre na fronteira para explodir de diferentes formas. Por mais que seja uma visão talvez um pouco miserável demais (lembra bastante Killer Joe) e a subtrama do xerife não flua tão bem, na hora final o cruzamento entre os núcleos é bem construído e sustentado pelas belas fotografia, direção de arte e atuações (Holland, Skargard, Keough e especialmente Pattinson).
Se os problemas de adaptação do roteiro são percebidos no início, o filme consegue se concluir com o peso necessário para uma narrativa tão carregada e pessimista.
Mandy: Sede de Vingança
3.3 537 Assista AgoraHá de se admirar a coragem em querer fazer algo completamente anticomercial, experimental e basicamente sem diálogos (seria melhor nem ter pq quando os personagens falam é só derrota), mas floreia muito até chegar a ser ok. A primeira hora de filme dá pra ver em velocidade 1,5x sem perder nada e a parte estética na maior parte do tempo não quer dizer absolutamente nada - ainda que seja bem fotografado e bonito.
Funciona melhor quando abraça a doideira de vez e foca nos duelos do Nicolas Cage (que tá no mínimo bizarro) com os antagonistas, mas isso é já para o final e acaba sendo mais corrido que outros momentos menos importantes do filme. Muito estilo para pouco conteúdo.
PS: A cena das motosserras é épica.
Anjos Caídos
4.0 260 Assista AgoraÉ ao mesmo tempo um filme policial, de amadurecimento, desejo e sobre amores que ficam e vão, tudo isso num liquidificador onde estética e narrativa surtam simultaneamente. Filme mais louco de Kar Wai e ainda assim com uma coerência impressionante.
Eu Sou um Cyborg, e Daí?
3.9 186pane no sistema, alguém me desconfigurou
Sou Sua Mulher
3.2 58Uma espécie de anti-filme de roubo sobre a década de 1960, com o universo de criminalidade e submundo sendo construído pela claustrofobia da imagem em contraste com toda a violência que está sempre rondando e fora da tela.
O protagonismo aqui é dos geralmente coajuvantes (esposas, o ex criminoso que saiu das ruas para ter uma vida normal, avôs, filhos), praticamente forçados a sair da inércia para a ação que os circunda.
Filme bem dirigido, atuado e esteticamente bonito - e bem melhor que a média dos que estão nas premiações desse ano.
O Fator Humano
3.6 10Tá longe dos melhores trabalhos do diretor, parecendo muitas vezes um telefilme e com algumas atuações e sequências dignas de pena (todas as cenas com a Sarah, por exemplo). A própria direção do Preminger parece no piloto automático e desleixada com certos enquadramentos, além da previsibilidade e falta de peso do roteiro, principalmente em sua conclusão.
Não é necessariamente um filme ruim, mas está abaixo da média do diretor e de outros filmes sobre espionagem tanto de antes (A conversação, Intriga internacional, etc), quanto contemporâneos (O espião que sabia demais, O homem mais procurado).
Dias Melhores
3.9 139 Assista AgoraO filme poderia ser todo sobre a relação entre os protagonistas, dois párias que encontram um complemento ideal para as suas sobrevivências sociais e amadurecimento. Porém, por outro lado, a temática principal sobre o bullying é tratada de forma bastante superficial, sempre com estereótipos e maniqueísmo. Aliás, muitas vezes parece mais gerar gatilhos do que reflexões sobre um tema extremamente espinhoso e, narrativamente, fica entre Malhação e 13 reasons why e longe de obras mais bem sucedidos nessa temática.
Além disso, alguns personagens são apresentados, inicialmente desenvolvidos e depois esquecidos até reaparecerem em sua conclusão - como a mãe da protagonista e o policial - e com trilha sonora bastante intrusiva, pesando a mão em todos os instantes. Sobre essa última parte do filme, parece excessivamente alongada e com reviravoltas que parecem descoladas do tom anterior que vinha sendo desenvolvido, como se fosse um episódio diferente dentro da mesma série.
Enfim, o filme reserva bons momentos e emoções bem sustentadas e críveis entre os dois protagonistas, mas é uma adaptação irregular tanto em questões de roteiro quanto em direção.
Dias Selvagens
3.8 72Wong Kar Wai e seus segundos que duram pra sempre
A Voz Suprema do Blues
3.5 540 Assista AgoraNão sei o quanto o falecimento do Chadwick Boseman influenciou no corte final do filme, mas o filme me pareceu uma colagem pouco orgânica de monólogos e sequências musicais. Mesmo sendo um filme curto, o texto e direção não fogem da leitura teatral e não potencializam as boas atuações dele e da Viola Davis.
Serve como registro de homenagem a Boseman e tem uma bela fotografia, mas o filme tem ritmo e edição irregulares e dura pouco na cabeça mesmo com temas importantes sendo demonstrados (e um ator igual ao Eduardo Cunha).
Tenet
3.4 1,3K Assista AgoraMais do que qualquer defeito que o filme tenha, como o roteiro mal escrito e direção caótica e que não dá vida a nenhum personagem, o pior problema de Tenet é justamente o maior pecado a um blockbuster dito "inteligente" (a classe onde os fãs do diretor o classificam): é chato de doer. Deu uma hora e meia e larguei mão do filme, só tava torcendo para acabar.
Fácil o pior filme do cineasta, com sobras.
Rebecca: A Mulher Inesquecível
2.9 333 Assista AgoraAté pouco além da sua metade, Wheatley consegue transpor bem seu estilo de transformar tudo em atmosfera de terror e equilibra bem o classicismo da história com uma ambientação rica, que parece se encontrar em diferentes épocas. A "ausência" fantasmagórica de Rebecca se combina com boas sequências onde a mansão Manderlay praticamente ganha vida e os funcionários da casa parecem extensões sem vida da própria casa.
Pena que após sua reviravolta tudo fica muito mal desenvolvido e artificial, com toda essa atmosfera sendo resumida em correria e diluindo tudo de bom que foi montado nos dois primeiros atos do filme.
Estou Pensando em Acabar com Tudo
3.1 1,0K Assista AgoraSei lá, acho que dessa vez o roteiro do Kaufman chamou tanta atenção pra si próprio e para a metalinguagem que as vezes pareceu meio verborrágico. Para um cinema que necessita de uma certa imersão (mesmo que uma série de recursos vão no sentido contrário, como quebra de 4ª parede etc), aqui a duração é bastante sentida e enfraquece um pouco a narrativa proposta. Se excede em certas sequências na estrada, principalmente após a saída da fazenda e ainda tenho a sensação que com um Spike Jonze na direção seria um filme melhor. Está longe de ser ruim, mas é bem inferior ao Sinédoque, que ainda é o melhor dele.
Desculpe Te Incomodar
3.8 275Estetica e conceitualmente bem feito, mas até os últimos vinte minutos o roteiro cabe em um guardanapo de tão pouca coisa desenvolvida e de tão raso. Depois abraça o nonsense de vez, mas ainda sem ter profundidade suficiente pra não ser esquecível. Só apuro visual, ideias despirocadas e crítica social rasteira não necessariamente fazem um bom filme.
Sing Street - Música e Sonho
4.1 714 Assista AgoraOs filmes do John Carney carregam uma sinceridade tão grande na relação entre pessoas - sejam familiares, amores ou amigos - e a música que é difícil não se envolver ou se emocionar. Aqui tem o adicional de fazer uma leitura musical e emocional de uma época tão registrada quanto os anos 1980 e, ao mesmo tempo que conta sua história, homenagear não só o período em si, mas toda uma cinematografia da época junto.
Talvez fosse menos preciso se as músicas do filme não fossem suficientemente inspiradas, mas como acontece em Once e Begin Again as composições são ótimas e só dão mais base para o filme. Sinceramente, nem liguei se o filme tem uns problemas de roteiro, algum excesso de frases prontas ou se o protagonista nem é tão bom ator quanto os coadjuvantes, achei mó legal.