"Vocês eram tão bonitos. Quantos anos tinham? Dezessete? Dezoito? Lembro que na primeira vez que Sofía o levou até a Vidt eu pensei: 'São tão bonitos que seria preciso desfigurá-los'. Que idiota. Por que não fiz isso? Hoje continuariam juntos. Sangrar o justo no momento justo: esse é o segredo da imortalidade. Fiquei com pena. Sempre fui sensível à beleza: esse é o meu carma. Mas vocês, criminosos, o que fizeram? Decidiram ser... normais. Normais! Decidiram romper a célula, sair para respirar, apaixonar-se por outros... Medíocres. Não tinham esse direito. Eram patrimônio do mundo"
Alan Pauls em O passado (Cosac Naify, 2007, p. 236).
"Vocês eram tão bonitos. Quantos anos tinham? Dezessete? Dezoito? Lembro que na primeira vez que Sofía o levou até a Vidt eu pensei: 'São tão bonitos que seria preciso desfigurá-los'. Que idiota. Por que não fiz isso? Hoje continuariam juntos. Sangrar o justo no momento justo: esse é o segredo da imortalidade. Fiquei com pena. Sempre fui sensível à beleza: esse é o meu carma. Mas vocês, criminosos, o que fizeram? Decidiram ser... normais. Normais! Decidiram romper a célula, sair para respirar, apaixonar-se por outros... Medíocres. Não tinham esse direito. Eram patrimônio do mundo"
Alan Pauls em O passado (Cosac Naify, 2007, p. 236).