"Mas mesmo após admitir isso...não há catarse. Meu castigo continua a me iludir e não ganho nenhum conhecimento mais profundo de mim mesmo. Nenhum conhecimento novo pode ser extraído da minha narrativa. Essa confissão significou...nada" . Não há exposição melhor sobre a falácia do "bote pra fora que você vai se sentir melhor". Grande final!
Uma pena. Constrói uma atmosfera bem legal, o moleque carrega muito. Uma pena que o terceiro ato seja sofrível, cheio de conveniências de roteiro, vira uma lutinha triste com o vilão e é isso.
Longe do épico que seria "o novo Senhor dos Anéis" como foi prometido mas obra bem interessante. Fotografia bem trabalhada, trilha sonora absurda, e uma introdução muito bem feita do universo. Enquanto o worldbuilding é muito bem trabalhado, os personagens em suas dimensões particulares ficam meio rasos. Oscar Isaac carrega bastante mas começar o filme já tendo assistido ao do Lynch ou lido o livro, a gente já começa com uma raivinha pelo desperdício. Timothée Chalamet é completamente inexpressivo, a mesma carinha de sadboy em absolutamente tudo o que faz. Que os próximos consigam apresentar mais desse universo sem despejar o peso nas costas desse protagonista pq ele simplesmente não vai segurar.
Não há muito o que falar que já não tenha sido falado. É uma subversão muito bem feita do mito do cowboy. O herói machão intransigível é mostrado como apenas uma faceta, a persona escolhida para o público quando na realidade este herói é como qualquer outra pessoa com suas camadas, sutilezas, medos, vontades. Campion foi mestre da construção das personagens ao controle de câmera, aqueles frames dentro de frames que contam cenas particulares. A nota só não é maior pois há muito uso e sofrimento animal desnecessário, não falo de narrativa mas de animais no set mesmo.
O mérito é ainda todo de Shakespeare. Toda a tragédia, todas as nuances dos atos bons e maus, o peso da dúvida, o desejo, a traição. Tudo de melhor no filme ainda pertence ao Shakespeare e não ao filme. De qualquer forma uma boa apresentação da peça. Frances McDormand disparada a melhor e era de se esperar, Kathryn Hunter é outra monstra que carregou todas as suas cenas. Para aqueles que chamam de obra prima e comparam a Kurosawa e Bergman eu aconselharia assistir um pouco mais de Kurosawa e Bergman. Talvez impressione um pouco mais quem está tendo um primeiro contato com a história do regicida, mas quem já conhece sente um pouco pesado o Ctrl C + Ctrl V de tudo. O pouco de respiro que dá é em algumas cenas com Ross, seja tomando a posição do terceiro assassino, seja o final diferente com o Fleance. São grandes as chances da maioria terminar o filme e não saber os nomes dos personagens além de Macbeth e talvez (muito talvez) Macduff. Um ótimo trabalho de luz, e design de produção minimalista que combinam com a história. Longe de ser uma obra prima como estão aclamando mas uma versão decente de um dos maiores textos já escritos. Não podendo dar 3.8, ficarei com 3.5. Vale a pena assistir.
Íntimo. Uma história não apenas sobre luto mas sobre maturidade. 1h30min que passam voando. Apesar de certas dores com as quais muitos podem se identificar, consegue ser prazeroso de assistir. A trilha do Preisner é imersiva num nível absurdo.
O toque do Lynch é sempre um presente. O suspense, o mistério da atmosfera onírica de Twin Peaks é algo que só ele faz. Entretanto...mais de 2 horas com a péssima atuação da Sheryl Lee pesa um pouco. Arrisco dizer que uma das melhores coisas da série era que ela não estava tão presente. De resto, é sempre bom revisitar os outros personagens e essa linda cidade amaldiçoada.
Favoritado. Entende o que quer passar e simplesmente faz isso. Um prato cheio pra quem gostaria de um Power Rangers mais trash ainda e com mais violência e humor. A Mimi, o pai, PG e o Conselho foram o melhor entretenimento que tive nos últimos tempos. As músicas tão incríveis tbm. A gente fica cantando "psycho goreman, psycho! PG FOR SHORT" até o final dos créditos.
De uma sensibilidade ímpar. A realidade, principalmente envolvendo o futuro (e oq mais representa o futuro que as próprias crianças?), é caótica mas também tem beleza, é trabalhosa mas tbm há uma coleção de prazeres. Tá todo mundo tão bem. Elenco, direção, trilha...que não tem o que falar deles. Parece um pedacinho de realidade, que em outro momento poderíamos passar direto, se mostrando bela. Que não passemos mais direto por nada.
Esperava mais. Não há nada de bizarro. Algumas pessoas precisam dar uma olhada num Eraserhead pra saber o que a palavra significa. São quase 2 horas de um casal com a filha...vivendo e...é isso. Não há tensão, não há uma atmosfera pesada que citaram aqui. As cenas que mais incomodam são realmente os animais sofrendo mas isso desde a primeira cena. De resto é só uma família vivendo. A história da Maria com o Pétur causa mais curiosidade do que o rolê com a Ada. A trilha sonora peca um pouco tbm por ser praticamente inexistente. Não há problema nenhum numa narrativa lenta (temos aí Eggers, Yorgos Lanthimos, Bergman, Aster, de variados gêneros que fazem trabalhos primorosos), há problema quando não há narrativa. Lembrando que alegorias não configuram narrativa. Um filme não é bom por tocar em temas interessantes, mas por passá-los com autoralidade e criar situações interessantes que insiram o tema na vida dos personagens. "Ah mas o deus Pã..." e? "Ah mas uma alegoria bíblica..." e? Não sobra uma história além das alegorias.
Começa muito bom, o meio é interessante mas os 15 minutos finais são tristes. É compreensível querer dar o background dos personagens mas isso poderia ser feito em muito menos tempo. Minutos e mais minutos do casal na cama pra mostrar a vida antes da tragédia foi um desperdício, uns 3 minutos ali tava de bom tamanho. O minuto final volta a dar a força do filme. Vincent Cassel, um monstro da atuação. Monica Bellucci, nem se fala. Pela atuação dos dois e o filme todo até a festa vão as 4 estrelas.
Não pagou o hype criado. Um filme não é bom por ter um tema importante. Os personagens estão meio superficiais, tudo acontece muito rápido. De qualquer forma foi um passatempo interessante que deu uma nova roupagem e respiro à franquia. Que os próximos sejam mais trabalhados.
Tem identidade e um conceito original mas peca MUITO nas conveniências de roteiro e diálogos bregas. Um vilão que ora precisa fugir de um detetive ferido, ora faz uma chacina na delegacia. Certo momento faz questão de estraçalhar qualquer figurante, mas deixa os detetives protagonistas apenas feridos pq...pq sim. Uma delegacia onde não há um policial ouvindo 20 mulheres gritando desesperadas, e o que chega atrasado simplesmente nunca treinou ou pelo menos assistiu um filme e vai logo colocando a mão pelas grades enquanto o vilão claramente empurra algo em sua direção pq...pq sim. Nice. Um conceito muito bom, infelizmente desperdiçado.
Vazio. "What the fuck is that?" é o único momento que a Joey fala algo certo. Quase dei 3 estrelas pelas altas risadas que o filme proporciona nos 15 minutos finais mas...melhor não. Não se engole a desculpa de "é trash, não é pra levar a sério" se os dois primeiros da franquia são muito superiores. Aqui um Pinhead muito mais fraco, infantil e pastelão(até a voz está diferente). Todo mundo virando Cenobita do nada. O do Cdzinho não dá pra aguentar kkkkk Esqueça a atmosfera de terror dos anteriores, esqueça o Pain and Pleasure. Esse não passa de um genérico dos anos 90 usando um nome já consagrado enquanto todas as conveniências de roteiro (teve algum?) são baseadas no "pq sim". Nem o gore se mantém no mesmo nível de qualidade. Uma vergonha.
As pessoas precisam parar de achar que por um filme ter alegorias, e um TEMA interessante, logo é um bom filme. Existe algo chamado "execução". Sim, a mensagem sobre a desesperança dos jovens poloneses e a crítica ao poder daqueles que escolhem o que importa(ou será transmitido) ou não, é interessantíssima. Mas a execução do filme é horrível. O elenco não convence, as escolhas de roteiro beiram o cafona, e a montagem é fraquíssima, não há tensão, não há medo de consequências, tudo é muito reto. O erro monstruoso de tratar 2000 como o primeiro ano do milênio, quando ele na verdade é o último, é triste (mas passável por muita gente na época tratar como certo). Poderia ter sido muito bom mas premissas não sustentam filmes.
Muito superior ao primeiro! Assumidamente farofão. Sem aquela bipolaridade do primeiro ora fingindo ser pipoca, ora querendo ser levado a sério. O elenco muito mais carismático e profissional, e a trilha sonora contando com Kansas e The Runaways (muito mais memorável e empolgante). Tem momentos chatos com os discursos de "pena de mim mesmo"? Tem. Entretanto são passáveis. Um trabalho de direção e criação de suspense bem mais interessante. E no final conseguiu meter um plot twist organicamente envolvendo a falta de medo de consequência com a protagonista que tínhamos por "saber" como a história terminaria.
Tarkóvski é sentimental além do ponto pra mim, e ao mesmo tempo que coloca em suas obras os questionamentos, coloca também sua opinião como resposta, geralmente carregada com sua visão espiritual da existência, da necessidade (do diretor) do inexplicável. Dito isso, ficando com os questionamentos, Solaris traz bastante conteúdo pra debate. O que é ser? O que é o humano? Somos algo além de nossas memórias? Há algo em nós que não pode ser explicado apenas com os processos químicos e físicos de nosso corpo?
"-Quando o homem é feliz, o sentido da vida e outros temas eternos raramente o interessam. Esses questionamentos devem ser feitos no fim da vida. - Mas nós não sabemos quando a vida acaba. Por isso estamos sempre nessa pressa."
Um bom respiro em 2021 com muito terror fraco saindo e tomando conta do mainstream. Talvez o melhor do gênero no ano. Perde um pouco a (ótima) sensação de vulnerabilidade do primeiro ao apresentar a fraqueza do inimigo mas compensa isso criando situações onde essa fraqueza não tem como ser explorada ao separar os personagens. Chegando a contar com 3 narrativas, e todas muito bem dirigidas e com a carga de suspense e consequência necessária. Isso é uma boa sequel! (*cofcof aprendeu, Invocação do Mal?**). Se John Krasinski seguir nesse nível nos próximos anos, teremos um ótimo diretor de suspense/terror dinâmico. O meio caminho entre o contemplativo (como Eggers e Aster) e o super pipocão (James Wan).
Não tem como não se divertir com as frases de efeito e como os personagens as entregam da maneira mais brega possível! haha Efeitos práticos de nível superior a muita coisa que rola hoje em dia. Um clássico e divertidíssimo passatempo.
Sem identidade. Não decide se quer ser uma farofa com homenagens (como American Horror Story 1984 fez muito bem) ou um filme que se leva a sério. Nesse vai e vem de atmosfera, os personagens ficam perdidos. Algumas coisas são simplesmente imperdoáveis. A galera se pegando quando já está sendo perseguida? "Ah mas nos clássicos sempre tem sexo" ok, mas antes do pessoal descobrir o que tá rolando. Não em plena perseguição. Aquele plano também das camisas no supermercado...oq foi aquilo? Não poderiam usar um pano que segurassem com a mão e corressem por aí? Precisam vestir pq? Por último:
A primeira parte é muito mais imersiva e interessante, e termina justamente na invasão. Após isso perde a carga contemplativa e começa a se repetir. O nível do design de produção é muito bom. Ainda assim nada disso vale a pena levando em conta a violência animal. Cenas absurdas como a do cavalo e a dos cachorros, não tem arte que seja mais importante.
Como um longa de estreia se saiu bem. A montagem se perde um pouco às vezes e o primeiro ato é maçante, e não do tipo "filmes lentos são chatozzz" mas do tipo "ok, eu já entendi a ideia e a construção do mundo, siga em frente!". O final é bem divertido. Dá pra ver que a diretora curte os clássicos. Só precisa tomar cuidado pra não passar do ponto da homenagem e cair no clichê.
É fascinante a capacidade de Tarkovsky de trabalhar numa sequência (às vezes no mesmo plano) o movimento, a dinâmica dos personagens e ambiente. Tudo flui. A jogada com o chiaroscuro em muitas cenas é precisa. Muita coragem do diretor de quebrar com a estética e a estrutura narrativa linear preponderantes do realismo soviético da década. Além de tudo isso, a história é envolvente e Nikolai Burlyayev carrega o filme, como uma criança que já não vive, apenas existe para a guerra, sem perspectivas.
Previsível em cada cena. Os sustos são telegrafados e datados, com a sensação de "isso vai acontecer e quando virar vai ter aquilo" e em seguida é realmente o que acontece (Michael Chaves). Não há surpresas. O suspense também não se sustenta. O filme se perde divagando entre gêneros(terror, suspense, investigação, drama) e não entrega qualidade em nenhum deles. Sim, a química entre Patrick Wilson e Vera Farmiga segue muito boa e tê-los como foco é uma mudança interessante mas não o suficiente pra relevar o resto. TODOS os outros personagens são descartáveis, não nos importamos com quem vive ou morre. Conveniências de roteiro pra todo lado(policiais que não existem, acordar de um transe em frente ao objeto que você precisa destruir, Lorraine com qualquer super poder que o roteiro pedir, etc) A motivação da antagonista é que ela...é má. Pronto. Parou aí. Não peço uma resposta pra tudo, inclusive gosto de questões que ficam em aberto, o que é totalmente diferente de TER uma resposta mas ela ter a profundidade de um pires. A vilã é má, ela quer fazer maldades...e é isso. Pra elogiar temos a atuação dos dois únicos e a caracterização que tornam o filme pelo menos um passatempo rápido. A cena no necrotério tem sua dose de suspense e aflição. Que James Wan tome o controle novamente do universo que criou.
Psicopata Americano
3.7 1,9K Assista Agora"Mas mesmo após admitir isso...não há catarse. Meu castigo continua a me iludir e não ganho nenhum conhecimento mais profundo de mim mesmo. Nenhum conhecimento novo pode ser extraído da minha narrativa. Essa confissão significou...nada" . Não há exposição melhor sobre a falácia do "bote pra fora que você vai se sentir melhor". Grande final!
Espíritos Obscuros
2.7 185 Assista AgoraUma pena. Constrói uma atmosfera bem legal, o moleque carrega muito. Uma pena que o terceiro ato seja sofrível, cheio de conveniências de roteiro, vira uma lutinha triste com o vilão e é isso.
Duna: Parte 1
3.8 1,6K Assista AgoraLonge do épico que seria "o novo Senhor dos Anéis" como foi prometido mas obra bem interessante. Fotografia bem trabalhada, trilha sonora absurda, e uma introdução muito bem feita do universo. Enquanto o worldbuilding é muito bem trabalhado, os personagens em suas dimensões particulares ficam meio rasos. Oscar Isaac carrega bastante mas começar o filme já tendo assistido ao do Lynch ou lido o livro, a gente já começa com uma raivinha pelo desperdício. Timothée Chalamet é completamente inexpressivo, a mesma carinha de sadboy em absolutamente tudo o que faz. Que os próximos consigam apresentar mais desse universo sem despejar o peso nas costas desse protagonista pq ele simplesmente não vai segurar.
Ataque dos Cães
3.7 933Não há muito o que falar que já não tenha sido falado. É uma subversão muito bem feita do mito do cowboy. O herói machão intransigível é mostrado como apenas uma faceta, a persona escolhida para o público quando na realidade este herói é como qualquer outra pessoa com suas camadas, sutilezas, medos, vontades. Campion foi mestre da construção das personagens ao controle de câmera, aqueles frames dentro de frames que contam cenas particulares. A nota só não é maior pois há muito uso e sofrimento animal desnecessário, não falo de narrativa mas de animais no set mesmo.
A Tragédia de Macbeth
3.7 192 Assista AgoraO mérito é ainda todo de Shakespeare. Toda a tragédia, todas as nuances dos atos bons e maus, o peso da dúvida, o desejo, a traição. Tudo de melhor no filme ainda pertence ao Shakespeare e não ao filme. De qualquer forma uma boa apresentação da peça. Frances McDormand disparada a melhor e era de se esperar, Kathryn Hunter é outra monstra que carregou todas as suas cenas. Para aqueles que chamam de obra prima e comparam a Kurosawa e Bergman eu aconselharia assistir um pouco mais de Kurosawa e Bergman. Talvez impressione um pouco mais quem está tendo um primeiro contato com a história do regicida, mas quem já conhece sente um pouco pesado o Ctrl C + Ctrl V de tudo. O pouco de respiro que dá é em algumas cenas com Ross, seja tomando a posição do terceiro assassino, seja o final diferente com o Fleance. São grandes as chances da maioria terminar o filme e não saber os nomes dos personagens além de Macbeth e talvez (muito talvez) Macduff. Um ótimo trabalho de luz, e design de produção minimalista que combinam com a história. Longe de ser uma obra prima como estão aclamando mas uma versão decente de um dos maiores textos já escritos. Não podendo dar 3.8, ficarei com 3.5. Vale a pena assistir.
A Liberdade é Azul
4.1 650 Assista AgoraÍntimo. Uma história não apenas sobre luto mas sobre maturidade. 1h30min que passam voando. Apesar de certas dores com as quais muitos podem se identificar, consegue ser prazeroso de assistir. A trilha do Preisner é imersiva num nível absurdo.
Twin Peaks: Os Últimos Dias de Laura Palmer
3.9 273 Assista AgoraO toque do Lynch é sempre um presente. O suspense, o mistério da atmosfera onírica de Twin Peaks é algo que só ele faz. Entretanto...mais de 2 horas com a péssima atuação da Sheryl Lee pesa um pouco. Arrisco dizer que uma das melhores coisas da série era que ela não estava tão presente. De resto, é sempre bom revisitar os outros personagens e essa linda cidade amaldiçoada.
Psycho Goreman
3.2 56Favoritado. Entende o que quer passar e simplesmente faz isso. Um prato cheio pra quem gostaria de um Power Rangers mais trash ainda e com mais violência e humor. A Mimi, o pai, PG e o Conselho foram o melhor entretenimento que tive nos últimos tempos. As músicas tão incríveis tbm. A gente fica cantando "psycho goreman, psycho! PG FOR SHORT" até o final dos créditos.
Sempre em Frente
3.9 160De uma sensibilidade ímpar. A realidade, principalmente envolvendo o futuro (e oq mais representa o futuro que as próprias crianças?), é caótica mas também tem beleza, é trabalhosa mas tbm há uma coleção de prazeres. Tá todo mundo tão bem. Elenco, direção, trilha...que não tem o que falar deles. Parece um pedacinho de realidade, que em outro momento poderíamos passar direto, se mostrando bela. Que não passemos mais direto por nada.
Cordeiro
3.3 556 Assista AgoraEsperava mais. Não há nada de bizarro. Algumas pessoas precisam dar uma olhada num Eraserhead pra saber o que a palavra significa. São quase 2 horas de um casal com a filha...vivendo e...é isso. Não há tensão, não há uma atmosfera pesada que citaram aqui. As cenas que mais incomodam são realmente os animais sofrendo mas isso desde a primeira cena. De resto é só uma família vivendo. A história da Maria com o Pétur causa mais curiosidade do que o rolê com a Ada. A trilha sonora peca um pouco tbm por ser praticamente inexistente. Não há problema nenhum numa narrativa lenta (temos aí Eggers, Yorgos Lanthimos, Bergman, Aster, de variados gêneros que fazem trabalhos primorosos), há problema quando não há narrativa. Lembrando que alegorias não configuram narrativa. Um filme não é bom por tocar em temas interessantes, mas por passá-los com autoralidade e criar situações interessantes que insiram o tema na vida dos personagens.
"Ah mas o deus Pã..." e?
"Ah mas uma alegoria bíblica..." e?
Não sobra uma história além das alegorias.
Irreversível
4.0 1,8K Assista AgoraComeça muito bom, o meio é interessante mas os 15 minutos finais são tristes. É compreensível querer dar o background dos personagens mas isso poderia ser feito em muito menos tempo. Minutos e mais minutos do casal na cama pra mostrar a vida antes da tragédia foi um desperdício, uns 3 minutos ali tava de bom tamanho. O minuto final volta a dar a força do filme. Vincent Cassel, um monstro da atuação. Monica Bellucci, nem se fala. Pela atuação dos dois e o filme todo até a festa vão as 4 estrelas.
A Lenda de Candyman
3.3 506 Assista AgoraNão pagou o hype criado. Um filme não é bom por ter um tema importante. Os personagens estão meio superficiais, tudo acontece muito rápido. De qualquer forma foi um passatempo interessante que deu uma nova roupagem e respiro à franquia. Que os próximos sejam mais trabalhados.
Maligno
3.3 1,2KTem identidade e um conceito original mas peca MUITO nas conveniências de roteiro e diálogos bregas. Um vilão que ora precisa fugir de um detetive ferido, ora faz uma chacina na delegacia. Certo momento faz questão de estraçalhar qualquer figurante, mas deixa os detetives protagonistas apenas feridos pq...pq sim. Uma delegacia onde não há um policial ouvindo 20 mulheres gritando desesperadas, e o que chega atrasado simplesmente nunca treinou ou pelo menos assistiu um filme e vai logo colocando a mão pelas grades enquanto o vilão claramente empurra algo em sua direção pq...pq sim. Nice. Um conceito muito bom, infelizmente desperdiçado.
Hellraiser III: Inferno na Terra
3.1 226 Assista AgoraVazio. "What the fuck is that?" é o único momento que a Joey fala algo certo. Quase dei 3 estrelas pelas altas risadas que o filme proporciona nos 15 minutos finais mas...melhor não. Não se engole a desculpa de "é trash, não é pra levar a sério" se os dois primeiros da franquia são muito superiores. Aqui um Pinhead muito mais fraco, infantil e pastelão(até a voz está diferente). Todo mundo virando Cenobita do nada. O do Cdzinho não dá pra aguentar kkkkk Esqueça a atmosfera de terror dos anteriores, esqueça o Pain and Pleasure. Esse não passa de um genérico dos anos 90 usando um nome já consagrado enquanto todas as conveniências de roteiro (teve algum?) são baseadas no "pq sim". Nem o gore se mantém no mesmo nível de qualidade. Uma vergonha.
Interrompemos a Programação
2.0 46 Assista AgoraAs pessoas precisam parar de achar que por um filme ter alegorias, e um TEMA interessante, logo é um bom filme. Existe algo chamado "execução". Sim, a mensagem sobre a desesperança dos jovens poloneses e a crítica ao poder daqueles que escolhem o que importa(ou será transmitido) ou não, é interessantíssima. Mas a execução do filme é horrível. O elenco não convence, as escolhas de roteiro beiram o cafona, e a montagem é fraquíssima, não há tensão, não há medo de consequências, tudo é muito reto. O erro monstruoso de tratar 2000 como o primeiro ano do milênio, quando ele na verdade é o último, é triste (mas passável por muita gente na época tratar como certo). Poderia ter sido muito bom mas premissas não sustentam filmes.
Rua do Medo: 1978 - Parte 2
3.5 549 Assista AgoraMuito superior ao primeiro! Assumidamente farofão. Sem aquela bipolaridade do primeiro ora fingindo ser pipoca, ora querendo ser levado a sério. O elenco muito mais carismático e profissional, e a trilha sonora contando com Kansas e The Runaways (muito mais memorável e empolgante). Tem momentos chatos com os discursos de "pena de mim mesmo"? Tem. Entretanto são passáveis. Um trabalho de direção e criação de suspense bem mais interessante. E no final conseguiu meter um plot twist organicamente envolvendo a falta de medo de consequência com a protagonista que tínhamos por "saber" como a história terminaria.
Solaris
4.2 369 Assista AgoraTarkóvski é sentimental além do ponto pra mim, e ao mesmo tempo que coloca em suas obras os questionamentos, coloca também sua opinião como resposta, geralmente carregada com sua visão espiritual da existência, da necessidade (do diretor) do inexplicável. Dito isso, ficando com os questionamentos, Solaris traz bastante conteúdo pra debate. O que é ser? O que é o humano? Somos algo além de nossas memórias? Há algo em nós que não pode ser explicado apenas com os processos químicos e físicos de nosso corpo?
"-Quando o homem é feliz, o sentido da vida e outros temas eternos raramente o interessam. Esses questionamentos devem ser feitos no fim da vida.
- Mas nós não sabemos quando a vida acaba. Por isso estamos sempre nessa pressa."
Um Lugar Silencioso - Parte II
3.6 1,2K Assista AgoraUm bom respiro em 2021 com muito terror fraco saindo e tomando conta do mainstream. Talvez o melhor do gênero no ano. Perde um pouco a (ótima) sensação de vulnerabilidade do primeiro ao apresentar a fraqueza do inimigo mas compensa isso criando situações onde essa fraqueza não tem como ser explorada ao separar os personagens. Chegando a contar com 3 narrativas, e todas muito bem dirigidas e com a carga de suspense e consequência necessária. Isso é uma boa sequel! (*cofcof aprendeu, Invocação do Mal?**). Se John Krasinski seguir nesse nível nos próximos anos, teremos um ótimo diretor de suspense/terror dinâmico. O meio caminho entre o contemplativo (como Eggers e Aster) e o super pipocão (James Wan).
O Mestre dos Desejos
3.1 249 Assista AgoraNão tem como não se divertir com as frases de efeito e como os personagens as entregam da maneira mais brega possível! haha Efeitos práticos de nível superior a muita coisa que rola hoje em dia. Um clássico e divertidíssimo passatempo.
Rua do Medo: 1994 - Parte 1
3.1 773 Assista AgoraSem identidade. Não decide se quer ser uma farofa com homenagens (como American Horror Story 1984 fez muito bem) ou um filme que se leva a sério. Nesse vai e vem de atmosfera, os personagens ficam perdidos. Algumas coisas são simplesmente imperdoáveis. A galera se pegando quando já está sendo perseguida? "Ah mas nos clássicos sempre tem sexo" ok, mas antes do pessoal descobrir o que tá rolando. Não em plena perseguição. Aquele plano também das camisas no supermercado...oq foi aquilo? Não poderiam usar um pano que segurassem com a mão e corressem por aí? Precisam vestir pq?
Por último:
Matam os dois personagens mais interessantes pra deixar viva uma protagonista insossa que só se preocupava com a namorada.
Foi uma decepção mas pelo menos o design de produção se salva. Que os outros dois sejam mais firmes e sem personagens irreais.
Andrei Rublev
4.3 130A primeira parte é muito mais imersiva e interessante, e termina justamente na invasão. Após isso perde a carga contemplativa e começa a se repetir. O nível do design de produção é muito bom. Ainda assim nada disso vale a pena levando em conta a violência animal. Cenas absurdas como a do cavalo e a dos cachorros, não tem arte que seja mais importante.
Censor
3.1 123Como um longa de estreia se saiu bem. A montagem se perde um pouco às vezes e o primeiro ato é maçante, e não do tipo "filmes lentos são chatozzz" mas do tipo "ok, eu já entendi a ideia e a construção do mundo, siga em frente!". O final é bem divertido. Dá pra ver que a diretora curte os clássicos. Só precisa tomar cuidado pra não passar do ponto da homenagem e cair no clichê.
A Infância de Ivan
4.3 156 Assista AgoraÉ fascinante a capacidade de Tarkovsky de trabalhar numa sequência (às vezes no mesmo plano) o movimento, a dinâmica dos personagens e ambiente. Tudo flui. A jogada com o chiaroscuro em muitas cenas é precisa. Muita coragem do diretor de quebrar com a estética e a estrutura narrativa linear preponderantes do realismo soviético da década. Além de tudo isso, a história é envolvente e Nikolai Burlyayev carrega o filme, como uma criança que já não vive, apenas existe para a guerra, sem perspectivas.
Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio
3.2 961 Assista AgoraPrevisível em cada cena. Os sustos são telegrafados e datados, com a sensação de "isso vai acontecer e quando virar vai ter aquilo" e em seguida é realmente o que acontece (Michael Chaves). Não há surpresas. O suspense também não se sustenta. O filme se perde divagando entre gêneros(terror, suspense, investigação, drama) e não entrega qualidade em nenhum deles.
Sim, a química entre Patrick Wilson e Vera Farmiga segue muito boa e tê-los como foco é uma mudança interessante mas não o suficiente pra relevar o resto. TODOS os outros personagens são descartáveis, não nos importamos com quem vive ou morre.
Conveniências de roteiro pra todo lado(policiais que não existem, acordar de um transe em frente ao objeto que você precisa destruir, Lorraine com qualquer super poder que o roteiro pedir, etc)
A motivação da antagonista é que ela...é má. Pronto. Parou aí. Não peço uma resposta pra tudo, inclusive gosto de questões que ficam em aberto, o que é totalmente diferente de TER uma resposta mas ela ter a profundidade de um pires. A vilã é má, ela quer fazer maldades...e é isso.
Pra elogiar temos a atuação dos dois únicos e a caracterização que tornam o filme pelo menos um passatempo rápido. A cena no necrotério tem sua dose de suspense e aflição.
Que James Wan tome o controle novamente do universo que criou.