É tão besta que fica bom kkkkk. Não dá pra julgar da mesma forma que um filme "normal". É só uma parada que você assiste pra se divertir um pouco vendo os caras do Foo Fighters. A atuação péssima do Pat é uma das melhores-piores-maisfofas coisas que eu já vi.
3.9 é a nota certa mesmo. Todos sabemos que plot não é o lance do Eggers. Ele sempre diz isso, mas podemos ver aqui mais do que em seus outros 2 longas. O enredo é bem raso, nada de novo, e algumas coisas acontecem rápido demais, de maneira a perder o realismo da situação. Por outro lado, sabemos que ele é um mestre da ambientação, composição e detalhes históricos. Ele quer nos levar numa viagem por outro tempo, outra realidade... e isso (exceto por aquele inglês com sotaque desnecessário e forçado) ele faz! Se faz sentido dizer isso...não é uma grande história, mas é um grande filme. Provavelmente seria melhor se ele ainda tivesse a mesma liberdade criativa que ele tinha na A24.
Narrador, desgraça, tu dá spoiler do final na PRIMEIRA CENA tsc tsc. Ainda bem que de qualquer forma o filme é ruim já mesmo. Decisões estúpidas dos personagens (poderiam simplesmente continuar com o plano da arma, poderiam não sair correndo por aí ou "descuidadamente" derrubando as coisas pra fazer barulho). Eu tinha me esquecido que existiam filmes com jumpscares tão BARATOS assim. A trilha sobe e estoura pq...sim. Pq um personagem tocou no ombro do outro, ou pq abriu os olhos ou pq...SIM. Nunca é diegético, só sobem o clássico PAAAM quando querem te assustar com a trilha. Isso pq provavelmente a única cena que daria um pouco de tensão é logo no início quando vemos o mascarado lá atrás parado enquanto a protagonista anda desatenta. A partir daí vira um filme de ação muito fraco.
*3,8**** Contras: um romance ridículo vindo do nada, muita exposição nos diálogos, personagens supostamente inteligentes fazendo escolhas estúpidas, todo mundo agindo como um moleque edgy. Se "The Batman" fosse uma pessoa, seria aquele garoto do ensino médio que se acha o foda e zoa os outros que tão lendo Crepúsculo. Você pergunta a ele o que ele está lendo e ele responde... Bukowski (e pra ele isso é o top da literatura mundial)
Prós: a cinematografia, ótimo controle de câmera, cena delicinha de perseguição com o batmóvel, ambientação muito bem trabalhada, a vibe de suspense neo-noir. FINALMENTE um vilão de óculos para eu poder fazer cosplay!
Um 3,5 disfarçado. Meio fraco se tratando da história. A decisão de levar em conta as ramificações que emergem da linha principal é sempre bem-vinda. Poderia ser mais um filme sobre um cara passando por tudo e enfrentado todos tentando salvar sua namorada, mas não é. Infelizmente no final tudo acontece de uma maneira MUITO conveniente. Seria um 3,5 por isso, mas entretém bastante e com uma edição e direção muito gostosas, vamo deixar 4 estrelas.
Eu não sei qual o problema que algumas (muitas e grandes) produções brasileiras tem para criar diálogos minimamente críveis, naturais, realistas. Não. Eles precisam forçar a teatralidade. Os personagens não conversam, mas recitam. E nem falo tanto do personagem do Diabo, um que a gente poderia aceitar com toda essa pompa shakespeariana. Falo dos outros, gente comum conversando. Às vezes é de maneira sutil como um "Nós iremos" no lugar de um "a gente vai", mas está lá, presente em todas as frases irritantemente. Sem contar os momentos nos quais o protagonista apela pras suas filosofadas rasas. Até tem um trabalho legal de cinematografia e uma montagem decente. Mas não dá pra perdoar os diálogos, e toda a moral cristã forçada, todo o conservadorismo cuspido na criação e funções dos personagens... (a ponto de chegar no nível de: A garota pintou o cabelo de preto e fez uma tatuagem? Obviamente é obra do Diabo ou da depressão, certo?) Só vi um filme no Fantaspoa esse ano. Infelizmente foi esse.
Mais um trabalho de Lanthimos acerca do vazio e fragilidade dos nossos costumes e interações sociais. Um embate entre a possessividade disfarçada de proteção e a rebeldia necessária pelo conhecimento.
Se seu namorado fala "MacGuffin" numa conversa normal eu sinceramente espero que você transe com outras pessoas. Dito isso, o filme tá muito gostosinho. A direção tá praticamente impecável, e consegue explorar certa autoralidade numa ambientação que PARECE ser mais do mesmo. (só parece).
Aos 1h17min47s Geena Davis manda um: "Não sei o que você tá tentando dizer." Eu também, Geena. Eu também. É como sempre fico depois dessa delicinha. Mas...que clássico! Cronenberg é deus em sua própria realidade nojenta.
É impossível não comparar desde o início com Winter Light (1963), traçando paralelos entre o personagem de Ethan Hawke e o que Gunnar Björnstrand viveu há 60 anos atrás. Até a dinâmica do casal com o marido em crise, e a fiel apaixonada estão presentes. Mas vamos às diferenças. Aqui não há uma guerra específica que seja o estopim do questionamento e sim o descaso geral para com toda a vida, e nosso mundo. Enquanto Bergman tem uma abordagem mais ousada, fazendo com que o pastor Tomas encare o conceito de um deus como reflexo de sua suposta criação, chegando assim a questionar sua própria fé e a existência de um divindade (o silêncio de Deus que ele sempre debatia), aqui Paul Schrader traz um personagem que em nenhum momento questiona sua crença, mas sim a hipocrisia de sua Instituição, que se tornou uma empresa não apenas com a sede capitalista mas também a de expansão pelo orgulho, que acha melhor expandir do que proteger a Criação. Não deixa de ser uma visão menos pessimista, aceitando aí a abordagem que ele traz sobre “se há desespero, há esperança.” O personagem ir além do questionamento e tomar uma decisão, ainda que momentânea e duvidosa, é louvável e mostra caráter. Não podemos ficar inertes enquanto tudo é destruído. Atuação impecável do Hawke, montagem excelente, sentimos o vazio e o sufoco. Se houver um Deus, pq ele nos perdoaria?
O que é mais assustador do que pessoas privilegiadas fingindo entender seus privilégios enquanto esperam uma nota de agradecimento por serem pessoas tão boas e iluminadas?
A nostalgia pedia um 4 mas vai assim mesmo. Toda a dinâmica Parker-MJ-Ned-May-Flash é triste de tão caricata, os primeiros 25 minutos são difíceis de assistir. Mas quando engrena vai bem como um pipocão blockbuster. Algumas sequências bem enérgicas, e o elenco dos outros universos (+Benedict Cumberbatch) deixam o filme divertido apesar de umas escolhas duvidosas que alguns personagens tomam. Não há como não sentir um quentinho no coração vendo Tobey, Molina, e (o gigante) Dafoe juntos. Precisaram de 6 filmes com o Holland pra finalmente entregar um Aranha essencial que eu espero que mantenham. O Aranha que precisa pagar aluguel e fazer seus próprios trajes, aquele com quem o bairro (aqui fora) pode sentir uma identificação. Ninguém merecia um Aranha patrocinado pelo Stark. Deram um ótimo primeiro passo. Espero que se mantenham nesse caminho.
Lynch é o rei de trazer à vida sonhos e pesadelos. Não é simplesmente como assistir a um filme mas toda uma outra realidade. Uma realidade que não faz muito sentido se a enxergarmos com os parâmetros da nossa, mas que, de certa forma, nós percebemos que faz dentro do seu próprio mundo. Há a sensação de acompanharmos uma época "esquisita" justamente pq não faz parte do nosso plano.
"Parentes descobrindo o sobrinho ateu" OU "É Tarkovski, é pessoal pra cada um, é questionador, é lindo e longe de melancólico. Se há algo presente é sentimento. Personagens divergentes discutindo suas posturas, e origem de motivação. E como O Professor disse, é da discussão que nasce a verdade."
Se tirar toda a violência e abuso contra animais (no qual o filme tenta por um bom tempo se apoiar, sim), não sobra muita coisa. Por mais que queira trabalhar qualquer narrativa de um predatismo social, faz de uma forma bem superficial. Se quer ser terror, falta tensão nas cenas que precisam e coragem pra deixar o body horror mais tempo em tela. Se quer puxar um drama mais crítico, falta qualquer tipo de aprofundamento.
A estupidez da protagonista chega a ser desrespeitosa com quem assiste. Todos os problemas do filme estão nas conveniências de roteiro. De resto é bem decente. A direção, as atuações, design de produção...tudo certinho. Um clichêzinho rápido que dá pra assistir apesar de algumas frustrações no último ato.
Apesar de umas frases como "a vítima nunca é a culpada" que, ainda que totalmente corretas, soam copiadas de uma legenda no Instagram e coladas de qualquer forma no roteiro permeando todos os diálogos, o filme se mantém bem decente. Ainda mais para a estreia da Mimi Cave. Com algumas claras inspirações em Get Out e Psicopata Americano, ela consegue dar seu toque tbm, principalmente nos planos detalhes na parte da "conquista". Sebastian Stan e Daisy Edgar Jones estão ótimos. Não é um grande filme mas vale a pena dar uma sacada.
Há uma variação de tom não apenas desnecessária mas que acaba tornando-se um ruído durante o filme. Temos obras de olhares infantis que conseguiram passar a urgência, dor e pequenez necessários e Belfast não é uma delas. Os absurdos dos conflitos da década de 60, The Troubles, mereciam um pouco mais de peso. Dito isso, a cinematografia é impecável. É curto, conta o que pretende, e acaba sendo uma obra interessante que vale a pena assistir. Não, não é um Roma.
As conveniências de roteiro para sustentar o found footage às vezes ficam um pouco forçadas mas a gente releva tamanha a tensão e um trabalho muito bom de representatividade cultural. Todas as cenas de rituais são magníficas. Há muito que se pensar envolvendo as possíveis mentiras "Esse carro é vermelho" de cada personagem ou o simples erro na crença. Interessante ver a conexão e companheirismo na vibe "apesar dos pesares" que as três mulheres tem aqui. Elas tem que se ajudar pois só elas entendem o que as outras passam. Uma deusa orgulhosa e possessiva, uma legião de espíritos vingativos, decisões narrativas inesperadas, e um ótimo filme pra se assistir numa madrugada sozinho.
Faltou o momento catártico prometido desde o início. Pq resolveram cortar a cena? Não sei. Alguns momentos são exageradamente lentos e não um "Yasujiro-Ozu-lento" (o melhor) mas um "vamos forçar um moody...pq sim, pq é cool" quando (várias) cenas anteriores já tinham consolidado a atmosfera, e eles continuavam a chover no molhado. Dito isso...não deixa de ser uma boa história de um culto odioso que pode estar acontecendo agora mesmo, acompanhada de ótima cinematografia e trilha sonora. A sensação é que foi uma prequel ok de uma história muito mais interessante que estaria por vir.
Sofrível. E não de um jeito bom. O charme do Original (e até do remake de 2003) é o pé no chão. Apenas um psicopata numa família esquisita matando uns jovens que colaram pelas suas bandas. Aqui foram megalomaníacos, quiseram aumentar a escala das coisas mas não tiveram força pra segurar esse aumento. A trama de um bando de adolescentes playboys ricos revivendo uma cidade só pra ter a desculpa de voltar pra uma cidadezinha do Texas é fraca demais. Faltou Texas nesse filme. Até o que poderia resultar em algo bom pra dar um novo ar, eles esquecem. Confederados? Uma cena minúscula passável. Algum debate sobre a utilização de armas? A profundidade de um píres. A relação entre as duas irmãs? Descartável, nós não nos importamos com nenhuma personagem. Personagens com atitudes que vão destruir qualquer suspensão de descrença. Armas ao seu lado? Pra que usá-las, não é mesmo? Posso fugir agora...mas pq se posso brincar de atropelar o Hulk? Um Leatherface transformado forçadamente num Jason. Leva todo tipo de ataque e continua vivo, sem problemas, mais rápido que as personagens (beirando o teletransporte). O Leatherface golfinho dando aquele pulo na água foi triste. Enfim...tentaram reviver pra tentar uma franquia, espero que não consigam ou poderemos ver no próximo "Leatherface vai para o Inferno", "Freddy vs Leatherface".
Terror no Estúdio 666
2.9 112 Assista AgoraÉ tão besta que fica bom kkkkk. Não dá pra julgar da mesma forma que um filme "normal". É só uma parada que você assiste pra se divertir um pouco vendo os caras do Foo Fighters. A atuação péssima do Pat é uma das melhores-piores-maisfofas coisas que eu já vi.
O Homem do Norte
3.7 945 Assista Agora3.9 é a nota certa mesmo.
Todos sabemos que plot não é o lance do Eggers. Ele sempre diz isso, mas podemos ver aqui mais do que em seus outros 2 longas. O enredo é bem raso, nada de novo, e algumas coisas acontecem rápido demais, de maneira a perder o realismo da situação. Por outro lado, sabemos que ele é um mestre da ambientação, composição e detalhes históricos. Ele quer nos levar numa viagem por outro tempo, outra realidade... e isso (exceto por aquele inglês com sotaque desnecessário e forçado) ele faz! Se faz sentido dizer isso...não é uma grande história, mas é um grande filme. Provavelmente seria melhor se ele ainda tivesse a mesma liberdade criativa que ele tinha na A24.
Os Estranhos
3.1 1,3K Assista AgoraNarrador, desgraça, tu dá spoiler do final na PRIMEIRA CENA tsc tsc. Ainda bem que de qualquer forma o filme é ruim já mesmo.
Decisões estúpidas dos personagens (poderiam simplesmente continuar com o plano da arma, poderiam não sair correndo por aí ou "descuidadamente" derrubando as coisas pra fazer barulho). Eu tinha me esquecido que existiam filmes com jumpscares tão BARATOS assim. A trilha sobe e estoura pq...sim. Pq um personagem tocou no ombro do outro, ou pq abriu os olhos ou pq...SIM. Nunca é diegético, só sobem o clássico PAAAM quando querem te assustar com a trilha. Isso pq provavelmente a única cena que daria um pouco de tensão é logo no início quando vemos o mascarado lá atrás parado enquanto a protagonista anda desatenta. A partir daí vira um filme de ação muito fraco.
Quero Ser John Malkovich
4.0 1,4K Assista AgoraPodia ter sido melhor se não fossem as cenas absurdamente desnecessárias com os animais.
Malkovich: — Malkovich?
Malkovich: — Malkovich Malkovich! Malkovich...Ma-Malkovich.
Malkovich: — hmmm Malkovich.
Batman
4.0 1,9K Assista Agora*3,8****
Contras: um romance ridículo vindo do nada, muita exposição nos diálogos, personagens supostamente inteligentes fazendo escolhas estúpidas, todo mundo agindo como um moleque edgy. Se "The Batman" fosse uma pessoa, seria aquele garoto do ensino médio que se acha o foda e zoa os outros que tão lendo Crepúsculo. Você pergunta a ele o que ele está lendo e ele responde... Bukowski (e pra ele isso é o top da literatura mundial)
Prós: a cinematografia, ótimo controle de câmera, cena delicinha de perseguição com o batmóvel, ambientação muito bem trabalhada, a vibe de suspense neo-noir.
FINALMENTE um vilão de óculos para eu poder fazer cosplay!
A Tristeza
3.4 230Um 3,5 disfarçado.
Meio fraco se tratando da história. A decisão de levar em conta as ramificações que emergem da linha principal é sempre bem-vinda. Poderia ser mais um filme sobre um cara passando por tudo e enfrentado todos tentando salvar sua namorada, mas não é. Infelizmente no final tudo acontece de uma maneira MUITO conveniente. Seria um 3,5 por isso, mas entretém bastante e com uma edição e direção muito gostosas, vamo deixar 4 estrelas.
Escolha ou Morra
2.1 242 Assista AgoraDurante a maior parte é só meh, mas não foi o suficiente pra eles então resolveram deixar o final MUITO meh.
As Almas que Dançam no Escuro
2.6 13Eu não sei qual o problema que algumas (muitas e grandes) produções brasileiras tem para criar diálogos minimamente críveis, naturais, realistas. Não. Eles precisam forçar a teatralidade. Os personagens não conversam, mas recitam. E nem falo tanto do personagem do Diabo, um que a gente poderia aceitar com toda essa pompa shakespeariana. Falo dos outros, gente comum conversando. Às vezes é de maneira sutil como um "Nós iremos" no lugar de um "a gente vai", mas está lá, presente em todas as frases irritantemente. Sem contar os momentos nos quais o protagonista apela pras suas filosofadas rasas.
Até tem um trabalho legal de cinematografia e uma montagem decente. Mas não dá pra perdoar os diálogos, e toda a moral cristã forçada, todo o conservadorismo cuspido na criação e funções dos personagens... (a ponto de chegar no nível de: A garota pintou o cabelo de preto e fez uma tatuagem? Obviamente é obra do Diabo ou da depressão, certo?)
Só vi um filme no Fantaspoa esse ano. Infelizmente foi esse.
Dente Canino
3.8 1,2K Assista AgoraMais um trabalho de Lanthimos acerca do vazio e fragilidade dos nossos costumes e interações sociais. Um embate entre a possessividade disfarçada de proteção e a rebeldia necessária pelo conhecimento.
X: A Marca da Morte
3.4 1,2K Assista AgoraSe seu namorado fala "MacGuffin" numa conversa normal eu sinceramente espero que você transe com outras pessoas.
Dito isso, o filme tá muito gostosinho. A direção tá praticamente impecável, e consegue explorar certa autoralidade numa ambientação que PARECE ser mais do mesmo. (só parece).
A Mosca
3.7 1,1KAos 1h17min47s Geena Davis manda um: "Não sei o que você tá tentando dizer."
Eu também, Geena. Eu também. É como sempre fico depois dessa delicinha.
Mas...que clássico! Cronenberg é deus em sua própria realidade nojenta.
Coração Selvagem
3.7 340 Assista AgoraMeu casal! Completamente apaixonado pela Laura Dern. Um dos mais "leves" do Lynch e talvez o mais "feliz".
Fé Corrompida
3.7 376 Assista AgoraÉ impossível não comparar desde o início com Winter Light (1963), traçando paralelos entre o personagem de Ethan Hawke e o que Gunnar Björnstrand viveu há 60 anos atrás. Até a dinâmica do casal com o marido em crise, e a fiel apaixonada estão presentes. Mas vamos às diferenças. Aqui não há uma guerra específica que seja o estopim do questionamento e sim o descaso geral para com toda a vida, e nosso mundo. Enquanto Bergman tem uma abordagem mais ousada, fazendo com que o pastor Tomas encare o conceito de um deus como reflexo de sua suposta criação, chegando assim a questionar sua própria fé e a existência de um divindade (o silêncio de Deus que ele sempre debatia), aqui Paul Schrader traz um personagem que em nenhum momento questiona sua crença, mas sim a hipocrisia de sua Instituição, que se tornou uma empresa não apenas com a sede capitalista mas também a de expansão pelo orgulho, que acha melhor expandir do que proteger a Criação. Não deixa de ser uma visão menos pessimista, aceitando aí a abordagem que ele traz sobre “se há desespero, há esperança.” O personagem ir além do questionamento e tomar uma decisão, ainda que momentânea e duvidosa, é louvável e mostra caráter. Não podemos ficar inertes enquanto tudo é destruído. Atuação impecável do Hawke, montagem excelente, sentimos o vazio e o sufoco. Se houver um Deus, pq ele nos perdoaria?
Fantasmas do Passado
2.8 37 Assista AgoraO que é mais assustador do que pessoas privilegiadas fingindo entender seus privilégios enquanto esperam uma nota de agradecimento por serem pessoas tão boas e iluminadas?
Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa
4.2 1,8K Assista AgoraA nostalgia pedia um 4 mas vai assim mesmo. Toda a dinâmica Parker-MJ-Ned-May-Flash é triste de tão caricata, os primeiros 25 minutos são difíceis de assistir. Mas quando engrena vai bem como um pipocão blockbuster. Algumas sequências bem enérgicas, e o elenco dos outros universos (+Benedict Cumberbatch) deixam o filme divertido apesar de umas escolhas duvidosas que alguns personagens tomam. Não há como não sentir um quentinho no coração vendo Tobey, Molina, e (o gigante) Dafoe juntos.
Precisaram de 6 filmes com o Holland pra finalmente entregar um Aranha essencial que eu espero que mantenham. O Aranha que precisa pagar aluguel e fazer seus próprios trajes, aquele com quem o bairro (aqui fora) pode sentir uma identificação. Ninguém merecia um Aranha patrocinado pelo Stark. Deram um ótimo primeiro passo. Espero que se mantenham nesse caminho.
Veludo Azul
3.9 776 Assista AgoraLynch é o rei de trazer à vida sonhos e pesadelos. Não é simplesmente como assistir a um filme mas toda uma outra realidade. Uma realidade que não faz muito sentido se a enxergarmos com os parâmetros da nossa, mas que, de certa forma, nós percebemos que faz dentro do seu próprio mundo. Há a sensação de acompanharmos uma época "esquisita" justamente pq não faz parte do nosso plano.
Stalker
4.3 503 Assista Agora"Parentes descobrindo o sobrinho ateu" OU
"É Tarkovski, é pessoal pra cada um, é questionador, é lindo e longe de melancólico. Se há algo presente é sentimento. Personagens divergentes discutindo suas posturas, e origem de motivação. E como O Professor disse, é da discussão que nasce a verdade."
Grave
3.4 1,1KSe tirar toda a violência e abuso contra animais (no qual o filme tenta por um bom tempo se apoiar, sim), não sobra muita coisa. Por mais que queira trabalhar qualquer narrativa de um predatismo social, faz de uma forma bem superficial. Se quer ser terror, falta tensão nas cenas que precisam e coragem pra deixar o body horror mais tempo em tela. Se quer puxar um drama mais crítico, falta qualquer tipo de aprofundamento.
Sem Saída
3.2 234 Assista AgoraA estupidez da protagonista chega a ser desrespeitosa com quem assiste. Todos os problemas do filme estão nas conveniências de roteiro. De resto é bem decente. A direção, as atuações, design de produção...tudo certinho. Um clichêzinho rápido que dá pra assistir apesar de algumas frustrações no último ato.
Fresh
3.5 524 Assista AgoraApesar de umas frases como "a vítima nunca é a culpada" que, ainda que totalmente corretas, soam copiadas de uma legenda no Instagram e coladas de qualquer forma no roteiro permeando todos os diálogos, o filme se mantém bem decente. Ainda mais para a estreia da Mimi Cave. Com algumas claras inspirações em Get Out e Psicopata Americano, ela consegue dar seu toque tbm, principalmente nos planos detalhes na parte da "conquista". Sebastian Stan e Daisy Edgar Jones estão ótimos. Não é um grande filme mas vale a pena dar uma sacada.
Belfast
3.5 291 Assista AgoraHá uma variação de tom não apenas desnecessária mas que acaba tornando-se um ruído durante o filme. Temos obras de olhares infantis que conseguiram passar a urgência, dor e pequenez necessários e Belfast não é uma delas. Os absurdos dos conflitos da década de 60, The Troubles, mereciam um pouco mais de peso. Dito isso, a cinematografia é impecável. É curto, conta o que pretende, e acaba sendo uma obra interessante que vale a pena assistir. Não, não é um Roma.
A Médium
3.4 344 Assista AgoraAs conveniências de roteiro para sustentar o found footage às vezes ficam um pouco forçadas mas a gente releva tamanha a tensão e um trabalho muito bom de representatividade cultural. Todas as cenas de rituais são magníficas. Há muito que se pensar envolvendo as possíveis mentiras "Esse carro é vermelho" de cada personagem ou o simples erro na crença. Interessante ver a conexão e companheirismo na vibe "apesar dos pesares" que as três mulheres tem aqui. Elas tem que se ajudar pois só elas entendem o que as outras passam. Uma deusa orgulhosa e possessiva, uma legião de espíritos vingativos, decisões narrativas inesperadas, e um ótimo filme pra se assistir numa madrugada sozinho.
O Rebanho
2.9 77 Assista AgoraFaltou o momento catártico prometido desde o início. Pq resolveram cortar a cena? Não sei. Alguns momentos são exageradamente lentos e não um "Yasujiro-Ozu-lento" (o melhor) mas um "vamos forçar um moody...pq sim, pq é cool" quando (várias) cenas anteriores já tinham consolidado a atmosfera, e eles continuavam a chover no molhado. Dito isso...não deixa de ser uma boa história de um culto odioso que pode estar acontecendo agora mesmo, acompanhada de ótima cinematografia e trilha sonora. A sensação é que foi uma prequel ok de uma história muito mais interessante que estaria por vir.
O Massacre da Serra Elétrica: O Retorno de Leatherface
2.2 697 Assista AgoraSofrível. E não de um jeito bom. O charme do Original (e até do remake de 2003) é o pé no chão. Apenas um psicopata numa família esquisita matando uns jovens que colaram pelas suas bandas. Aqui foram megalomaníacos, quiseram aumentar a escala das coisas mas não tiveram força pra segurar esse aumento. A trama de um bando de adolescentes playboys ricos revivendo uma cidade só pra ter a desculpa de voltar pra uma cidadezinha do Texas é fraca demais. Faltou Texas nesse filme. Até o que poderia resultar em algo bom pra dar um novo ar, eles esquecem. Confederados? Uma cena minúscula passável. Algum debate sobre a utilização de armas? A profundidade de um píres. A relação entre as duas irmãs? Descartável, nós não nos importamos com nenhuma personagem. Personagens com atitudes que vão destruir qualquer suspensão de descrença. Armas ao seu lado? Pra que usá-las, não é mesmo? Posso fugir agora...mas pq se posso brincar de atropelar o Hulk? Um Leatherface transformado forçadamente num Jason. Leva todo tipo de ataque e continua vivo, sem problemas, mais rápido que as personagens (beirando o teletransporte). O Leatherface golfinho dando aquele pulo na água foi triste. Enfim...tentaram reviver pra tentar uma franquia, espero que não consigam ou poderemos ver no próximo "Leatherface vai para o Inferno", "Freddy vs Leatherface".