Como escreveu Umberto Eco, a sátira não deve jamais temer o exagero, e aí se encontra a importância de uma sátira como essa, construída pra constranger o espectador com as assustadoras possibilidades de rumos da política mexicana. Só acho que seria mais eficaz se fosse pelo menos um pouco menor, e a trilha sonora é repetitiva. O principal paralelo com o Brasil é com o crescimento da audiência e da quantidade de programas do tipo Datena que ocupam praticamente a tarde toda da maioria das emissoras daqui.
Esse filme tem luz própria, discordo de quem disse que é apenas mais um do gênero ou um genérico de algum outro diretor. Tudo bem que fui assistir com a menor das pretensões, mas durante um bom tempo depois do filme ter terminado eu continuei naquele estado de "pausa". Não sobrecarregou no sensacionalismo emotivo, como, talvez, fosse de se esperar; é visualmente riquíssimo, a trilha sonora é criativa, original, e encaixa extremamente bem com a narrativa e, principalmente, o filme consegue ser divertido do começo até o final; e sobre o final...
eu também fiquei com vontade de conhecer melhor a Rachel. Quado alguém próximo da gente (ou relativamente próximo) morre, às vezes ficamos com essa sensação, do quão pouco realmente sabíamos dela.
Se esse filme fosse uma série, seria muito parecida com a excelente primeira temporada de True Detective, tem muitos paralelos entre os dois trabalhos.
O que é mais marcante a respeito de Ervas Flutuantes? Pra mim, a dupla característica de imersão em aspectos singelos e delicados da cultura japonesa, por um lado, e, por outro, na representação do sentimento, talvez universal, de apatia e pasmaceira.
O momento pelo qual passa a trupe de atores, de total indefinição quanto a seus destinos, é comum a qualquer pessoa: quando nos inclinamos à contemplação e pensamos "no que poderia ter sido" se tivéssemos feito algo diferente; bem como no que podemos fazer agora, momento de poucas certezas. Alternamos entre ansiedade e apatia, e reagimos, naturalmente, de formas diferentes: alguns cogitam fazer coisas ousadas e, até pouco antes, impensáveis; outros desesperam-se no desejo de que as coisas voltem logo a ser como eram.
Pois eis o dilema da triste trupe, ambientado com a sutileza típica do tradicionalismo japonês. Temas delicados como acensão social, integridade familiar e decadência econômica delicadamente introduzidos em meio a cenários cheios de detalhes deslumbrantes: as garrafinhas de saquê, a maneira desinteressada de fumar um cigarro, cortinas de cores desordenadas e os olhares vagos - muitas vezes dirigidos a nós espectadores. Lindíssimo!
Tava até bem bacana até a metade, quando virou comédia romântica. Infelizmente existe esse mau hábito no cinema, de fazer um roteiro viver em função de um casalzinho.
Um roteiro exepcional, porém desperdiçado. A começar pelo protagonista, Warren Beatty; não estranha o fato do cara não ter despontado no cinema. Além disso a produção é ruim, algumas cenas são desnecessariamente exageradas. É uma boa sugestão pra um remake.
Apesar de ser uma propaganda democrata, não deixa de ser indiscutivelmente útil. O fato de que, por vezes, nos são apresentadas apenas informações vazias e superficiais só prova o controle e a hegemonia das corporações, não só sobre a produção, mas também sobre a informação. É interessante observar como uma certa idéia de capitalismo, veiculada intensamente através dos EUA ao longo de décadas é hoje naturalizada, sendo praticamente um tabu sequer usar o conceito; que dirá vincular a ele o problema retratado pelo filme, o da produção de alimentos para o consumo em massa feito sob a lógica do lucro a qualquer custo.
Uma fórmula que deu certo no cinema e foi repetida tantas e tantas vezes. A Hepburn é o destaque do filme o tempo todo, não só pelo seu talento - indiscutível, sendo que nenhum elogio a ela seria exagerado - mas por contracenar com um elenco bastante limitado. E, quem diria, descobrimos a origem do gatinho do Shrek!
Um filme que não tem nada de genial e ainda assim consegue ser exelente! Produção impecável, da escolha do elenco aos diálogos. Extremamente excitante e longe de ser cansativo, Tarantino conseguiu mais uma vez misturar comédia, ação e terror na dose certa, criando cenas memoráveis! Vale muito a pena!
Bem fraco se colocado ao lado de outros filme do Guy Ritchie e extremamente ruim se comparado à mais humilde aventura do verdadeiro Sherlock Holmes. Forçou a barra do início ao fim e, naturalmente, não foi fiel num momento sequer à obra. Mas dá pra dar uma distraída.
Um filme legal, que cumpre sua função de passatempo com algumas cenas bem engraçadas, mas o final foi realmente péssimo; e no cinema, a última impressão é que fica.
É bem legal, principalmente se comparado a outros (tantos) filmes de temática adolescente, mas a mim não prendeu muito a atenção. Talvez por ser um tema sobre o qual o cinema dos EUA insiste demais, e principalmente porque comparado a outros filmes do Crowe (Vanilla Sky, Quase Famosos) ele fica à margem.
Pelo trailer prevejo quatro estrelas e meia, mas é necessário analisar a obra em sua complexidade; depois, espero ter tempo para ler a pilha de críticas e análises que deve ter sido escrita a respeito da película. Crítica social, analogias e simbolismos; sem dúvidas merece uma apreciação tão densa quanto a obra em si.
Pra mim, o melhor filme do Will Smith. Extremamente bem feito, principalmente as cenas de luta; mas como disseram aí pra baixo, o Michael Mann deixou a deseijar, o enredo não ficou muito bem amarrado e a gente fica com a sensação de que o filme poderia ser bem melhor.
O principal mérito do filme, sem dúvidas foi deixar em quem o assistiu uma tentação pra ler A Origem das Espécies. Filmes como esse, que direcionam o ponto de vista pra o cotidiano da história do pensamento científico, deveriam ser feitos mais frequentemente, mas infelizmente o público é muito reduzido.
O filme não tem nada de realista, mas deve ser pensado na sua proposta: é uma visão caricatural dos filósofos e de seus dilemas na publicação da Enciclopédia. Coitado do barão d'Holbach, retratado aqui como se fosse um palhaço, sendo que na verdade era uma figura central dentre os enciclopedistas! Mas o filme é divertido e os atores estão em sua melhor forma, vale muito a pena. E como foi infeliz o comentarista abaixo, ao considerar que existe uma história "extravagante e pernóstica" que não é ensinada nas escolas...
Forçou um pouco a barra ao identificar as corporações multi-nacionais ao Partido Comunista Soviético, por exemplo. Estas corporações devem ser analisadas na sua especificidade histórica, ou seja, o capitalismo, que atualmente não se manteria sem as mesmas, e vice versa. Mesmo assim cumpre um papel fundamental e urgente, o que a imprensa de massa não se atreve a fazer, além de ser bastante completo. É tão denso que deve ser assitido mais de uma vez.
Esse registro é uma evidência fundamental da indútria da mentira que a imprensa se tornou, além de atualizar o espectador sobre a capacidade de intervenção externa - mais especificamente norte-americana - em políticas nacionais no mundo todo. Pros brasileiros, vale a reflexão sobre o papel que a mídia cumpre hoje no país: nada mais do que uma fábrica de consenso, um elemento naturalizador da ordem social.
A Ditadura Perfeita
4.1 78Como escreveu Umberto Eco, a sátira não deve jamais temer o exagero, e aí se encontra a importância de uma sátira como essa, construída pra constranger o espectador com as assustadoras possibilidades de rumos da política mexicana. Só acho que seria mais eficaz se fosse pelo menos um pouco menor, e a trilha sonora é repetitiva. O principal paralelo com o Brasil é com o crescimento da audiência e da quantidade de programas do tipo Datena que ocupam praticamente a tarde toda da maioria das emissoras daqui.
Eu, Você e a Garota Que Vai Morrer
4.0 888 Assista AgoraEsse filme tem luz própria, discordo de quem disse que é apenas mais um do gênero ou um genérico de algum outro diretor. Tudo bem que fui assistir com a menor das pretensões, mas durante um bom tempo depois do filme ter terminado eu continuei naquele estado de "pausa". Não sobrecarregou no sensacionalismo emotivo, como, talvez, fosse de se esperar; é visualmente riquíssimo, a trilha sonora é criativa, original, e encaixa extremamente bem com a narrativa e, principalmente, o filme consegue ser divertido do começo até o final; e sobre o final...
eu também fiquei com vontade de conhecer melhor a Rachel. Quado alguém próximo da gente (ou relativamente próximo) morre, às vezes ficamos com essa sensação, do quão pouco realmente sabíamos dela.
Memórias de um Assassino
4.2 366 Assista AgoraSe esse filme fosse uma série, seria muito parecida com a excelente primeira temporada de True Detective, tem muitos paralelos entre os dois trabalhos.
O Quarto do Filho
3.8 162Alguém precisa tirar o spoiler dessa sinopse.
Ervas Flutuantes
4.2 29O que é mais marcante a respeito de Ervas Flutuantes? Pra mim, a dupla característica de imersão em aspectos singelos e delicados da cultura japonesa, por um lado, e, por outro, na representação do sentimento, talvez universal, de apatia e pasmaceira.
O momento pelo qual passa a trupe de atores, de total indefinição quanto a seus destinos, é comum a qualquer pessoa: quando nos inclinamos à contemplação e pensamos "no que poderia ter sido" se tivéssemos feito algo diferente; bem como no que podemos fazer agora, momento de poucas certezas. Alternamos entre ansiedade e apatia, e reagimos, naturalmente, de formas diferentes: alguns cogitam fazer coisas ousadas e, até pouco antes, impensáveis; outros desesperam-se no desejo de que as coisas voltem logo a ser como eram.
Pois eis o dilema da triste trupe, ambientado com a sutileza típica do tradicionalismo japonês. Temas delicados como acensão social, integridade familiar e decadência econômica delicadamente introduzidos em meio a cenários cheios de detalhes deslumbrantes: as garrafinhas de saquê, a maneira desinteressada de fumar um cigarro, cortinas de cores desordenadas e os olhares vagos - muitas vezes dirigidos a nós espectadores. Lindíssimo!
Muito Além do Jardim
4.1 267 Assista AgoraNossa teimosa tendência de "escutar apenas o que queremos ouvir"! Pra mim o aspecto mais interessante do filme.
De Volta para o Presente
3.4 171 Assista AgoraTava até bem bacana até a metade, quando virou comédia romântica. Infelizmente existe esse mau hábito no cinema, de fazer um roteiro viver em função de um casalzinho.
A Trama
3.3 26Um roteiro exepcional, porém desperdiçado. A começar pelo protagonista, Warren Beatty; não estranha o fato do cara não ter despontado no cinema. Além disso a produção é ruim, algumas cenas são desnecessariamente exageradas. É uma boa sugestão pra um remake.
Comida S.A.
4.0 89Apesar de ser uma propaganda democrata, não deixa de ser indiscutivelmente útil. O fato de que, por vezes, nos são apresentadas apenas informações vazias e superficiais só prova o controle e a hegemonia das corporações, não só sobre a produção, mas também sobre a informação. É interessante observar como uma certa idéia de capitalismo, veiculada intensamente através dos EUA ao longo de décadas é hoje naturalizada, sendo praticamente um tabu sequer usar o conceito; que dirá vincular a ele o problema retratado pelo filme, o da produção de alimentos para o consumo em massa feito sob a lógica do lucro a qualquer custo.
Bonequinha de Luxo
4.1 1,7K Assista AgoraUma fórmula que deu certo no cinema e foi repetida tantas e tantas vezes. A Hepburn é o destaque do filme o tempo todo, não só pelo seu talento - indiscutível, sendo que nenhum elogio a ela seria exagerado - mas por contracenar com um elenco bastante limitado. E, quem diria, descobrimos a origem do gatinho do Shrek!
Jackie Brown
3.8 739 Assista AgoraMuito bom, trilha sonora foda e muito bem encaixada. Mas Tarantino e De Niro, acabei superestimando; inevitável.
À Prova de Morte
3.9 2,0K Assista AgoraUm filme que não tem nada de genial e ainda assim consegue ser exelente! Produção impecável, da escolha do elenco aos diálogos. Extremamente excitante e longe de ser cansativo, Tarantino conseguiu mais uma vez misturar comédia, ação e terror na dose certa, criando cenas memoráveis! Vale muito a pena!
Zohan: O Agente Bom de Corte
2.5 957 Assista AgoraMais um dos filmes que a gente marca no Filmow pensando: "queria tanto poder dar nota zero, porque meia é muito".
Sherlock Holmes
3.8 2,2K Assista AgoraBem fraco se colocado ao lado de outros filme do Guy Ritchie e extremamente ruim se comparado à mais humilde aventura do verdadeiro Sherlock Holmes. Forçou a barra do início ao fim e, naturalmente, não foi fiel num momento sequer à obra. Mas dá pra dar uma distraída.
Será Que Ele É?
3.4 241 Assista AgoraUm filme legal, que cumpre sua função de passatempo com algumas cenas bem engraçadas, mas o final foi realmente péssimo; e no cinema, a última impressão é que fica.
Digam o Que Quiserem
3.7 352É bem legal, principalmente se comparado a outros (tantos) filmes de temática adolescente, mas a mim não prendeu muito a atenção. Talvez por ser um tema sobre o qual o cinema dos EUA insiste demais, e principalmente porque comparado a outros filmes do Crowe (Vanilla Sky, Quase Famosos) ele fica à margem.
Cinderela Baiana
2.0 1,1KPelo trailer prevejo quatro estrelas e meia, mas é necessário analisar a obra em sua complexidade; depois, espero ter tempo para ler a pilha de críticas e análises que deve ter sido escrita a respeito da película. Crítica social, analogias e simbolismos; sem dúvidas merece uma apreciação tão densa quanto a obra em si.
Cinderela Baiana
2.0 1,1KLázaro Ramos: seu passado te condena
Inverno da Alma
3.5 938Mostra um lado dos EUA que os filmes em geral têm se recusado a representar; esse pra mim é o principal mérito do filme.
Ali
3.6 173 Assista AgoraPra mim, o melhor filme do Will Smith. Extremamente bem feito, principalmente as cenas de luta; mas como disseram aí pra baixo, o Michael Mann deixou a deseijar, o enredo não ficou muito bem amarrado e a gente fica com a sensação de que o filme poderia ser bem melhor.
O Desafio de Darwin
3.4 33O principal mérito do filme, sem dúvidas foi deixar em quem o assistiu uma tentação pra ler A Origem das Espécies. Filmes como esse, que direcionam o ponto de vista pra o cotidiano da história do pensamento científico, deveriam ser feitos mais frequentemente, mas infelizmente o público é muito reduzido.
Le Libertin
3.4 9O filme não tem nada de realista, mas deve ser pensado na sua proposta: é uma visão caricatural dos filósofos e de seus dilemas na publicação da Enciclopédia. Coitado do barão d'Holbach, retratado aqui como se fosse um palhaço, sendo que na verdade era uma figura central dentre os enciclopedistas! Mas o filme é divertido e os atores estão em sua melhor forma, vale muito a pena. E como foi infeliz o comentarista abaixo, ao considerar que existe uma história "extravagante e pernóstica" que não é ensinada nas escolas...
A Corporação
4.2 136Forçou um pouco a barra ao identificar as corporações multi-nacionais ao Partido Comunista Soviético, por exemplo. Estas corporações devem ser analisadas na sua especificidade histórica, ou seja, o capitalismo, que atualmente não se manteria sem as mesmas, e vice versa. Mesmo assim cumpre um papel fundamental e urgente, o que a imprensa de massa não se atreve a fazer, além de ser bastante completo. É tão denso que deve ser assitido mais de uma vez.
A Revolução Não Será Televisionada
4.2 97Esse registro é uma evidência fundamental da indútria da mentira que a imprensa se tornou, além de atualizar o espectador sobre a capacidade de intervenção externa - mais especificamente norte-americana - em políticas nacionais no mundo todo. Pros brasileiros, vale a reflexão sobre o papel que a mídia cumpre hoje no país: nada mais do que uma fábrica de consenso, um elemento naturalizador da ordem social.