Me pareceu inverossímel diversas cenas, como a nudez na sala de aula e a fantasia de primata.
Não me parece razoável acreditar que o aluno continuaria sendo levado a sério depois daquilo. O conflito entre ciência e religião é colocado de maneira superficial e só ganha mais sentido com o comportamento histérico da professora no final do filme. De certa forma, o estudante/discípulo (ótimo jogo de palavras do título do filme) leva todos a paranoia, mas não consegui sentir credibilidade na construção narrativa. Acho que filmes como "A Onda" conseguiram abordar essa questão do extremismo nos jovens com mais profundidade e coerência.
Sinto que terei muito mais a dizer sobre esse filme depois de ler a peça que é encenada dentro dele. Até porque o marido, além de ator, é professor de literatura. Por enquanto, a construção civil desenfreada, o machismo e a dificuldade de superar ou mesmo lidar com o trauma são alguns dos temas que mais me chamaram atenção.
Um filme realmente encantador e que nos faz questionar como devemos criar nossos filhos. É óbvio que vivemos num mundo caótico e parece correto afastar nossas crianças desse mundo. Entretanto, corre-se o risco de criá-los numa "bolha social" que causará muitos danos, especialmente porque, a medida que crescem, mais necessitam do contato com os outros. Nesse sentido, o final do filme aponta para uma solução intermediária, onde a vida junto a natureza deve ser dosada com o necessário e saudável contato com a sociedade.
Gente, que apuro imagético! Confesso que tive que pensar bastante após o final lacunar. Acho que o Edward realizou a vingança perfeita, pois se utilizou de uma das poucas coisas que a Susan ainda acreditava: a arte!
Depois de Relatos selvagens, a argentina vem e me entrega outro filme muito bom. Confesso que achei O cidadão ilustre até melhor. Acho que deve ser porque sou da área de literatura, por isso ver as dicussões sobre arte, a indefinição entre realidade e ficção, foi muito interessante para mim. Quanto ao final, ele não desaponta e é espetacular, me surpreendeu duplamente!
A história é baseada em um livro autobiográfico de Luiz Fernando Emediato. Uma bela homenagem do filho ao seu pai. O Brasil já passou por momentos muito complicados e a ditadura foi certamente um dos mais cruéis. Porém, não podemos perder a esperança. Devemos continuar sempre em busca do País de Evilath, pois como Nando aprendeu com o seu pai:
"O sentido da vida pode não ser alcançar o sonho, mas apenas lutar por ele com todas as forças. E é essa busca incessante que nos alimenta, enquanto nos dura a vida."
Uma história de amor que realmente me encantou. Amor entre homem e mulher e também amor entre professor e alunos. Primeiro que o diretor consegue falar de paixão sem se utilizar de nenhuma cena de beijo. Inclusive, as cenas no presente são em preto e branco, enquanto as do passado são coloridas (ou seja, estas últimas estão mais "presentes", guardadas na lembrança). Isso me pareceu bem poético! Assim como também é poético ver vários ex-alunos ajudando a trazer o professor de volta para "casa". Engraçado, o filme consegue idealizar o amor e mesmo assim não me parece ser um mero esteriótipo. Talvez seja por isso eu tenha gostado tanto dele. Viva o sonho e vida o amor!
Que beleza de filme. É daquelas preciosidades que a gente encontra e se pergunta porque ela é tão pouco conhecida... Mas é claro: ainda vivemos numa sociedade altamente conservadora e que tem medo de falar sobre sexualidade, ainda mais quando se trata das descobertas na infância. Por um lado, é ótimo que Bu e Kim existam, mas por outro é péssimo que o preconceito faça com que, ainda nos dias de hoje, seja impensável se produzir outros filmes como esse.
Eu assisti meio com sono, mas me pareceu bom. Dominik tem vida boa, amigos e os pais, apesar de meio distantes, gostam dele. Mas tudo isso não nos deixa imunes, pelo contrário, nos torna mais frágeis e sucetíveis a uma desordem. É o que ocorre com Dominik: bastou uma vergonha na escola e uma amizade na web para o personagem fugir completamente do mundo real.
O Simon tem Asperger, mas a cada instante vai se mostrando que isso não impede que ele tenha sentimentos pelas pessoas. O filme nos mostra como aceitar e conviver com as diferenças, sendo que os 15 minutos finais promovem uma reviravolta que deixa todo o enredo ainda mais tocante. Ah, outro filme que fala de não ter sentimentos, mas aí a partir da ficção científica, é "Equals".
Eu gosto demais de filmes que tratam de juventude revolucionária. Esse é muito bom. Jovens tentando viver em liberdade diante de uma ditadura socialista. A trilha sonora é ótima, o conflito interessante e com cenas belíssimas. Caso típico de filme pouco conhecido, mas que vale muito a pena assistir.
O final do filme não sai da minha mente. É incrível como diante de cada esperança que criamos Haneke nos passa uma rasteira e nos faz duvidar do ser humano.
Todo o filme em um único plano-sequência. Que ousadia! Quem não conhece muito de história da Rússia - como eu - passa batido por muitas referências. Mas é um bom desafio assisti-lo. Ah, só lembrando: "estamos destinados a navegar para sempre. Viver para sempre".
É interessante observar como em meio a toda aquela carnificina o personagem principal fica tentando encontrar um rabino para enterrar decentemente a criança que ele diz ser seu filho (talvez num sentido espiritual). O ato em si parece inútil, mas serve para ele e para nós que assistimos mantermos um mínimo de humanidade.
É um filme simples, silencioso e que acompanha a vida de alguns jovens numa comunidade que vem sendo abalada pela atividade de mineração. Eu assisti por causa da Lina Leandersson, a eterna Eli de "Let the Right one In".
Não é um filme complexo, mas sua simplicidade o torna muito gostoso de assistir. Para mim, que não vivi os anos 80, foi ótimo encontrar a representação dessa época, ainda mais com uma trilha sonora tão marcante. Senti uma nostálgica vontade de me comunicar por cartas e gravadores. Rsrs... Resumindo, o filme é vibrante e sensível na medida certa.
Penso que a mensagem central desse belissímo filme é a seguinte: por enquanto ainda usamos a tecnologia, mas chegará o dia em que ela nos usará e nos deixará para trás.
Filme legalzinho, bem teen. Cheguei a ele por causa do Kare Hedebrant, ele atua super bem. Pena que não há muita coisa dele depois que fez "Deixa ela entrar". Uma exceção é a série sueca Akta Manniskor, onde ele faz o Tobias.
Estava já há um bom tempo querendo ver este filme. Um mais entre tantos que ficam longe do circuito comercial e, consequentemente, longe da maior parte do público. O segundo longa de Chico Teixeira não chega a ser tão interessante como o primeiro, A casa de Alice, mas apresenta semelhante sentimento de desilusão com o mundo. As consequências da desestruturação familiar são também aqui objeto da atenção do cineasta. Serginho vive sem a figura do pai e durante a narrativa é também abandonado pela mãe.
O garoto procura um pouco de carinho naqueles com quem tem um mínimo intimidade: uma garota oriental que, assim como ele, também trabalha na feira; e o professor Ney, um homem até certo ponto enigmático. Porém, o carinho ofertado por estes dois é mitigado, insuficiente para sanar a enorme ausência de amor que se faz presente durante toda a vida do garoto. Ao assistir o filme, meu sentimento maior foi de angústia, pois a situação de Serginho parece sem saída, todos estão dispostos a abusá-lo de alguma forma. Desde a mãe alcoólatra que pede dinheiro ao garoto; passando pelo seu tio, com quem trabalha na feira à exaustão; até chegar ao professor Ney; que estabelece relação com o garoto apenas quando lhe é conveniente. A cena em que Serginho vai ao local onde o circo acabou de se retirar é sintomática. Os restos do circo no ambiente abandonado estão em relação direta com a vida desfigurada do garoto. Felizmente, ele ainda consegue encontrar forças para viajar em busca de um pequeno fio de esperança.
Tudo fica muito mais dolorido, quando verificamos que sua história está longe de ser uma exceção.
O filho do argelino aconselha o filho do francês a não discriminar o colega. É um pouco difícil de perceber, até porque ninguém por perto vê nada estranho - o mundo segue normalmente.
Será que o preconceito nosso de cada dia também não está invisibilizado pelo nosso olhar apriorístico?
O Estudante
3.5 51Esperava mais desse filme. O tema do extremismo religioso, ainda mais na sociedade russa, foi uma boa ideia. Mas a execução é ruim.
Me pareceu inverossímel diversas cenas, como a nudez na sala de aula e a fantasia de primata.
O Apartamento
3.9 258 Assista AgoraSinto que terei muito mais a dizer sobre esse filme depois de ler a peça que é encenada dentro dele. Até porque o marido, além de ator, é professor de literatura. Por enquanto, a construção civil desenfreada, o machismo e a dificuldade de superar ou mesmo lidar com o trauma são alguns dos temas que mais me chamaram atenção.
Capitão Fantástico
4.4 2,7K Assista Agora"- Poder ao povo.
- Deem-no ao homem."
Um filme realmente encantador e que nos faz questionar como devemos criar nossos filhos. É óbvio que vivemos num mundo caótico e parece correto afastar nossas crianças desse mundo. Entretanto, corre-se o risco de criá-los numa "bolha social" que causará muitos danos, especialmente porque, a medida que crescem, mais necessitam do contato com os outros. Nesse sentido, o final do filme aponta para uma solução intermediária, onde a vida junto a natureza deve ser dosada com o necessário e saudável contato com a sociedade.
Animais Noturnos
4.0 2,2K Assista AgoraGente, que apuro imagético! Confesso que tive que pensar bastante após o final lacunar. Acho que o Edward realizou a vingança perfeita, pois se utilizou de uma das poucas coisas que a Susan ainda acreditava: a arte!
O Cidadão Ilustre
4.0 198 Assista AgoraDepois de Relatos selvagens, a argentina vem e me entrega outro filme muito bom. Confesso que achei O cidadão ilustre até melhor. Acho que deve ser porque sou da área de literatura, por isso ver as dicussões sobre arte, a indefinição entre realidade e ficção, foi muito interessante para mim. Quanto ao final, ele não desaponta e é espetacular, me surpreendeu duplamente!
A Professora de Piano
4.0 688 Assista AgoraHaneke estupendo! E novamente estraçalhando o meu coração.
O Outro Lado do Paraíso
3.5 17A história é baseada em um livro autobiográfico de Luiz Fernando Emediato. Uma bela homenagem do filho ao seu pai. O Brasil já passou por momentos muito complicados e a ditadura foi certamente um dos mais cruéis. Porém, não podemos perder a esperança. Devemos continuar sempre em busca do País de Evilath, pois como Nando aprendeu com o seu pai:
"O sentido da vida pode não ser alcançar o sonho, mas apenas lutar por ele com todas as forças. E é essa busca incessante que nos alimenta, enquanto nos dura a vida."
O Caminho para Casa
4.1 66 Assista AgoraUma história de amor que realmente me encantou. Amor entre homem e mulher e também amor entre professor e alunos. Primeiro que o diretor consegue falar de paixão sem se utilizar de nenhuma cena de beijo. Inclusive, as cenas no presente são em preto e branco, enquanto as do passado são coloridas (ou seja, estas últimas estão mais "presentes", guardadas na lembrança). Isso me pareceu bem poético! Assim como também é poético ver vários ex-alunos ajudando a trazer o professor de volta para "casa". Engraçado, o filme consegue idealizar o amor e mesmo assim não me parece ser um mero esteriótipo. Talvez seja por isso eu tenha gostado tanto dele. Viva o sonho e vida o amor!
Garotos
3.8 604 Assista AgoraUm filme leve, sensível e puro. Muitas vezes a gente quer assistir um filme e ver apenas isso: a vida acontecendo.
Você Não Está Sozinho
3.8 120Que beleza de filme. É daquelas preciosidades que a gente encontra e se pergunta porque ela é tão pouco conhecida... Mas é claro: ainda vivemos numa sociedade altamente conservadora e que tem medo de falar sobre sexualidade, ainda mais quando se trata das descobertas na infância. Por um lado, é ótimo que Bu e Kim existam, mas por outro é péssimo que o preconceito faça com que, ainda nos dias de hoje, seja impensável se produzir outros filmes como esse.
Sala do Suicídio
3.8 275Eu assisti meio com sono, mas me pareceu bom. Dominik tem vida boa, amigos e os pais, apesar de meio distantes, gostam dele. Mas tudo isso não nos deixa imunes, pelo contrário, nos torna mais frágeis e sucetíveis a uma desordem. É o que ocorre com Dominik: bastou uma vergonha na escola e uma amizade na web para o personagem fugir completamente do mundo real.
No Espaço Não Existem Sentimentos
4.3 449O Simon tem Asperger, mas a cada instante vai se mostrando que isso não impede que ele tenha sentimentos pelas pessoas. O filme nos mostra como aceitar e conviver com as diferenças, sendo que os 15 minutos finais promovem uma reviravolta que deixa todo o enredo ainda mais tocante. Ah, outro filme que fala de não ter sentimentos, mas aí a partir da ficção científica, é "Equals".
Tudo que Amo
3.8 22Eu gosto demais de filmes que tratam de juventude revolucionária. Esse é muito bom. Jovens tentando viver em liberdade diante de uma ditadura socialista. A trilha sonora é ótima, o conflito interessante e com cenas belíssimas. Caso típico de filme pouco conhecido, mas que vale muito a pena assistir.
O Tempo do Lobo
3.6 72 Assista AgoraO final do filme não sai da minha mente. É incrível como diante de cada esperança que criamos Haneke nos passa uma rasteira e nos faz duvidar do ser humano.
Ponte dos Espiões
3.7 694Sempre que alguém me perguntar agora:
"Você está preocupado?"
Responderei:
"Isso ajuda?"
Arca Russa
4.0 184Todo o filme em um único plano-sequência. Que ousadia! Quem não conhece muito de história da Rússia - como eu - passa batido por muitas referências. Mas é um bom desafio assisti-lo. Ah, só lembrando: "estamos destinados a navegar para sempre. Viver para sempre".
O Filho de Saul
3.7 254 Assista AgoraÉ interessante observar como em meio a toda aquela carnificina o personagem principal fica tentando encontrar um rabino para enterrar decentemente a criança que ele diz ser seu filho (talvez num sentido espiritual). O ato em si parece inútil, mas serve para ele e para nós que assistimos mantermos um mínimo de humanidade.
Broken Hill Blues
3.2 2É um filme simples, silencioso e que acompanha a vida de alguns jovens numa comunidade que vem sendo abalada pela atividade de mineração. Eu assisti por causa da Lina Leandersson, a eterna Eli de "Let the Right one In".
Califórnia
3.5 302 Assista AgoraNão é um filme complexo, mas sua simplicidade o torna muito gostoso de assistir. Para mim, que não vivi os anos 80, foi ótimo encontrar a representação dessa época, ainda mais com uma trilha sonora tão marcante. Senti uma nostálgica vontade de me comunicar por cartas e gravadores. Rsrs... Resumindo, o filme é vibrante e sensível na medida certa.
Deixa Ela Entrar
4.0 1,6KEsse filme, baseado em um livro, é incrível. O melhor é que já estão produzindo uma série, espero que seja exibida em breve.
Ex Machina: Instinto Artificial
3.9 2,0K Assista AgoraPenso que a mensagem central desse belissímo filme é a seguinte: por enquanto ainda usamos a tecnologia, mas chegará o dia em que ela nos usará e nos deixará para trás.
Amors Baller
3.0 9Filme legalzinho, bem teen. Cheguei a ele por causa do Kare Hedebrant, ele atua super bem. Pena que não há muita coisa dele depois que fez "Deixa ela entrar". Uma exceção é a série sueca Akta Manniskor, onde ele faz o Tobias.
Ausência
3.4 71Estava já há um bom tempo querendo ver este filme. Um mais entre tantos que ficam longe do circuito comercial e, consequentemente, longe da maior parte do público.
O segundo longa de Chico Teixeira não chega a ser tão interessante como o primeiro, A casa de Alice, mas apresenta semelhante sentimento de desilusão com o mundo.
As consequências da desestruturação familiar são também aqui objeto da atenção do cineasta. Serginho vive sem a figura do pai e durante a narrativa é também abandonado pela mãe.
O garoto procura um pouco de carinho naqueles com quem tem um mínimo intimidade: uma garota oriental que, assim como ele, também trabalha na feira; e o professor Ney, um homem até certo ponto enigmático. Porém, o carinho ofertado por estes dois é mitigado, insuficiente para sanar a enorme ausência de amor que se faz presente durante toda a vida do garoto.
Ao assistir o filme, meu sentimento maior foi de angústia, pois a situação de Serginho parece sem saída, todos estão dispostos a abusá-lo de alguma forma. Desde a mãe alcoólatra que pede dinheiro ao garoto; passando pelo seu tio, com quem trabalha na feira à exaustão; até chegar ao professor Ney; que estabelece relação com o garoto apenas quando lhe é conveniente.
A cena em que Serginho vai ao local onde o circo acabou de se retirar é sintomática. Os restos do circo no ambiente abandonado estão em relação direta com a vida desfigurada do garoto. Felizmente, ele ainda consegue encontrar forças para viajar em busca de um pequeno fio de esperança.
Tudo fica muito mais dolorido, quando verificamos que sua história está longe de ser uma exceção.
Caché
3.8 384 Assista AgoraHaneke é genial. Ele nos instiga, desautomatizando nosso olhar.
Perceberam o detalhe precioso ao final do filme?
O filho do argelino aconselha o filho do francês a não discriminar o colega. É um pouco difícil de perceber, até porque ninguém por perto vê nada estranho - o mundo segue normalmente.
Será que o preconceito nosso de cada dia também não está invisibilizado pelo nosso olhar apriorístico?