O filme descreve o cenário caótico, que vai induzir uma incerteza na população. De certa forma, o que a gente tem medo é exatamente o que estamos vivenciando agora. A Incerteza do futuro, as guerras, os desastres ambientais e os rompimentos dos valores de uma sociedade. E por isso, como espectadora, decidi assistir para ver se o filme conseguia preencher as lacunas sobre como é essa incerteza que todos nós experienciamos e passar para o público o que há de tão assustador no simples fato da gente não saber de nada. Mas (…)
As duas famílias que são forçadas a existir - e sobreviver - sob o mesmo teto, não tem absolutamente nada de interessante. Mesmo o filme sendo dividido em títulos para dar um direcionamento no enredo, algo ficou perdido. Sabe-se lá o quê. E à medida que ocorrem eventos cada vez mais estranhos e apocalípticos, incluindo acidentes de avião, manadas de cervos entrando no quintal (Intuição da natureza) e os dentes de Archie caindo misteriosamente. O foco é apenas apresentar sinais o tempo todo que algo bom não está por vir. Sem entregar uma resposta no decorrer.
Pensei por um momento que eles iriam explorar mais essa parte de não confiar uns nos outros, precisando assim resolverem suas diferenças para trabalharem em conjunto. Mas não, depois de discutir durante a maior parte do filme, eles só chegam a um acordo em suas opiniões sobre a condição humana. Ênfase na fala de Amanda "sabemos que estamos vivendo uma mentira. Uma ilusão em massa combinada para nos ajudar a ignorar e continuar ignorando o quão horríveis realmente somos.” E segue essa premissa até o final.
Quando a filha, Rose, conta aquela história do homem no dilúvio, ela diz que está cansada de esperar. O que causa em sua mãe o sentimento de fulga e reflexão. Ela só quer ver a bendita da série FRIENDS, porque traz a nostalgia de algo que nunca existiu. E o autor também quer que a gente acompanhe este filme da mesma forma. Embora, dependendo de como você se envolva nisso, pode se tornar a sua realidade.
Enfim, a minha conclusão é que o autor quis dizer que o mundo já acabou. Apenas não foram desligados os meios de comunicação e nem se tornou inacessível a internet. O fato da família estar em férias no meio deste caos, nos mostra que muitas pessoas continuam vivendo no piloto automático, apenas aguardado o resultado final. Enquanto outras, se desesperam ou tomam outras decisões. Por exemplo, a Rose (geração recente) decide assistir a série e continuar escapando da vida presente.
Nos últimos minutos, resta a certeza que a guerra civil acontecerá. E a pergunta que fica é: Como as pessoas decidirão deixar o mundo para trás, vão usar a lógica ou escolher o emocional, vão de fato encarar a realidade ou buscar subterfúgios?
Com exceção do Abel, todos os personagens “brincam”com o egoísmo de maneira engraçada, que desperta a autocrítica. O filme não é de trama fraca ou desinteressante como muitos disseram nos comentários. O filme é sobre
um homem fiel aos seus sentimentos. Abel, que foi traído por Mariane e seu melhor amigo no passado. Continua amando-a, independente das circunstâncias. Ao se sentir imponente por ter sido trocado e além de tudo Mariane estar grávida do amigo, ele decide ir embora. Retirando-se de cena para que ela seja feliz. Por isso, temos a mágoa da personagem Eve (Lily) em relação à Marianne, pois desde nova ela carrega este amor platônico pelo amigo do irmão (que na verdade não é amor e sim pena/empatia) E não aceita o que Marianne fez com os dois. Tanto o irmão dela quanto o amigo do irmão, Abel, qual ela cultivou o afeto de injustiça. Ela cresceu acreditando que poderia fazer diferente, fazê-lo feliz e que jamais faria o que a cunhada fez. Como muitas pessoas fazem ao julgar a história de terceiros.
Quando ele retorna depois de muitos anos, Eve percebe durante o enterro que Abel continua disposto a não só ajudar Marianne com o processo do luto, mas amando-a como se ela não tivesse feito nada no passado. Desta forma, Eve se sente preparada para mostrar à Marianne o senso de justiça, não permitindo que ela tenha a oportunidade de ser feliz com Abel. Quando você entende o papel dela, tudo se ressignifica. Marianne agora está arrependida de como as coisas aconteceram no passado e ela reconhece que errou. Ela quer que o Abel faça a mesma coisa com ela. Deixando o egoísmo de lado, ela o convence a ser infiel e egoísta, assim como ela foi, para que ela sinta o que ele sentiu, e que essa parte obscura não retorne a vida dos dois futuramente. Para que não fique nenhum ressentimento da parte dele. A partir disto, somos levados a maneiras visuais da falta. Abel não se entrega por completo à Eve porque falta Marianne e o suposto filho. Ele, mais uma vez, se colocando no lugar do outro, entende que precisa participar de tudo isso para que todos consigam evoluir e se perceber, mas se fosse por vontade dele, ele não teria feito nada disso. Visto que o único ponto em comum com Eve, seria o carnal. E todo mundo sabia. Inclusive Eve, que mesmo tendo tudo o que queria, morando com Abel e dando o “troco” à Marianne, ainda faltava algo, viver a sua vida e não a dos outros. E muito menos a história que não a pertencia.
O “filho” também começa a sentir a falta da paternidade e presença de Abel. E tenta deixar o egoísmo e vitimismo de lado para consertar o que ele fez, revelando o plano à Eve. E Marianne correndo o risco de perder o amor da vida dela pra sempre, não sai com mais ninguém, assim como Abel o fez no passado e se restringe à esperar o retorno dele. O perdão de Eve. E a chance de todos serem felizes. O final, a assimetria dos três de mãos dadas e Eve percebendo a conexão de todos, que estariam ligados por toda a vida e que compartilhavam da mesma dor e amor (pois estão em frente ao túmulo do irmão, marido, pai e amigo) faz com que ela deixe o egoísmo de lado, e finalmente, reconheça que errou e pela primeira vez compreenda efetivamente o lado de Marianne.
E mesmo estando muito longe dessa redenção, luta até o seu último suspiro pelo perdão de sua filha, Ellie. Do lado de cá, acompanhamos com muita tensão e drama psicológico, temendo que realmente não dê tempo. O filme é carregado de diálogos intensos que combinam com o ambiente e escuro e os detalhes espalhados pelos cômodos. E mesmo que o cenário seja único durante o filme inteiro, os personagens entram e trazem com eles novos repertórios e oscilações para trama. Retratando situações reais, como o alcoolismo, o luto, obesidade, o abandono, a separação, religião, etc. O ponto chave que mais intriga o protagonista e a nós também, é a forma como cada um interpreta e lida com o seu próprio problema e o problema do outro.
Charlie sacrificou o seu casamento e o relacionamento com a sua filha para viver um romance com o seu aluno, Alan. Mas, devido a rejeição da igreja e a negação da família em relação à homossexualidade, Alan acabou com a própria vida, causando grande impacto na vida de seu companheiro e da sua irmã, Liz. A única pessoa que restou na vida de Charlie. Com exceção dela, Charlie é incapaz de estabelecer relacionamentos com outras pessoas. Após a sucessão de eventos trágicos, que culminou numa depressão severa e compulsão alimentar, ele se isolou do mundo. Inclusive dele mesmo.
O mais interessante é que o filme deixa bem claro que Charlie não busca o perdão de Deus, não quer ser salvo pela religião ou algo do tipo, ele quer saber que através da sua filha ele fez uma escolha certa na vida. Dessa forma, pode descansar em paz.
Ele não tinha mais controle da própria vida, não tinha esperanças de recomeçar do zero, mas sempre manifestou esperanças pra sua filha. Por isso, reservou dinheiro para o futuro dela, mesmo necessitando de cuidados médicos. Ele queria garantir que ela fosse feliz, que mesmo tendo-a negligenciado no passado e a vida não tivesse sido gentil com ela, o seu coração era bom. Da mesma forma que ele se esforçava para ser honesto com ela, a incentivava a ser mais gentil com os outros. A ser melhor que ele.
Então, quando acidentalmente ele descobre e reúne provas que a sua filha ajudou Thomas a se reconectar com os seus pais, se sente aliviado. Depois, não mede esforços em dizer à sua filha que a culpa não é dela, que ela não é uma pessoa ruim. É apenas uma vítima das circunstâncias. Descobrimos que o poema que ele recitava quando sentia dor, foi escrito por Ellie. É o que dava forças à ele para não partir antes de cumprir a tal “missão”. Ele acreditava que era o melhor texto do mundo, porque embora ele possa ter sido incompreendido ou odiado como a baleia do livro Moby Dick, sua filha não se esquivou de colocar em palavras que o autor só estava tentando salvar seu público de sua própria história triste. E este momento foi uma catarse para os dois, e Ellie o chama de Pai. Esperamos tanto por este momento, assim como ele, que enquanto é acometido pelas lembranças na praia com a família, o filme termina. E nós fomos tão afetados emocionalmente que mal conseguimos digerir o amor transbordando de Charlie. Assim como Ellie, que não guardaria mais nada além de amor por seu pai em sua partida.
Não foi somente que o Xerife Goode e toda sua linhagem eram responsáveis pelo pacto com o diabo, ao oferecer sacrificios humanos em troca de prosperidade. Mas também, como as comunidades marginalizadas são culpadas por suas circunstâncias, quando o sistema é corrupto. A cidade de Sunnyville prospera, enquanto Shadsyders são frequentemente culpados pelas mortes, crimes e todas as coisas ruins que acontecem na cidade. A posição de poder permitia coisas ridículas, como na cena qual é revelado que foi Goode quem colocou as latas de spray que Martim foi preso por possuir. Ou no passado, quando Fier confessa ser a Bruxa para salvar Miller, com a crença de que ela nunca vai convencer sua sociedade misógina do contrário, pois sua palavra não tinha valor contra Solomon. Raizes que se manifestam até mesmo em nossa realidade atual. A maldição é destacada em diversos momentos, sem ser excessivamente monótona. Normalmente filmes de terror são ocupados em nos entreter com sustos e um clima de tensão. Mas este, fomentou bastante o discurso de desigualdade social. Meritocracia como justificativa para tal desigualdade. Nick é o xerife, o irmão é prefeito… Enfim, corrupção, crescimento desenfreado de impunidade, preconceito racial, agravamento na violência, entre outros. Será que cá estamos nós, também, vivendo uma maldição? Rs.
usar drogas para controlar sua condição e quando a violência no avião começa, ela desperta seus instintos, torna um pouco melhor. Até onde uma mãe vai para salvar seu filho… Nadja não somente faz de tudo para protegê-lo da maldade dos outros, mas para esconder o seu próprio lado sombrio. E Elias, mesmo dentro de um cenário caótico e de insanidade, sua única preocupação é o destino da sua mãe. O que me incomodou um pouco não foi a conexão maternal que quiseram demonstrar, mas ter transformado isso no foco principal. Por exemplo, os flashbacks pareciam ser intermináveis. Isso só arrastou o filme pra baixo. Outro ponto, são os terroristas, não fica claro quais são os objetivos deles, há especulações vindas de um passageiro e outro. Mas, fica bem vago o esquema de quebra do mercado de ações. Um dos terroristas, Eightball, é extremamente exagerado. O que foi aquela cena dele com o taco de hóquei simulando uma cruz?! A sua incessante busca por violência gratuita e sangue, faz com que o filme próximo ao final, se transforme de um filme de vampiro para um filme de zumbis. Por mim, este personagem poderia ter dado lugar a outra dinâmica no filme. Também gostaria de não ter assistido as cenas dos cachorros. Poderiam ter deixado algumas coisas subentendidas e outras, não. Fora isso, o filme tem cenas de ações relativamente boas, a baixa luminosidade traz uma tensão… A evolução física da Nadja, conforme ela suga o sangue, mais monstruosa ela se parece, foi um dos pontos positivos. E por último, Farid e a tentativa de entregar uma narrativa anti-islâmica.
Partindo do princípio de que as duas mulheres se conectam pelo telefone e vivem em linhas de tempo diferentes. Todas as mudanças ocorridas em 1999 mudam o presente de 2020. Mas apenas os eventos relacionados à morte, tem um impacto maior. Na cena em que a mãe da SY se sacrifica e se joga da escada com a YS para salvar a filha, partimos para a cena qual a SY está no cemitério no túmulo do pai e reencontra a sua mãe. Ela olha para as marcas e cicatrizes nas mãos e no pescoço da mãe e se emociona ao entender que ambas sobreviveram ao fatídico dia. Elas dão as mãos e caminham juntas. O que seria um final feliz perfeito. No entanto, na cena pós-crédito, há uma série de acontecimentos que ocorrem durante todo o percurso final, que não tinham sido vistos antes e ainda estão acontecendo. Um deles é que a YS de 2020 retorna a casa dela, onde coincidentemente está a SY, há um combate entre as duas, e a YS pega o telefone sem fio e liga para a versão dela de 1999, avisando que provavelmente aconteceria tudo o que aconteceu. Dessa forma, YS sabe que sobreviveria de qualquer jeito - Se não a versão do futuro não conseguiria ter ligado - entretanto, ela entende que não pode matar a versão criança da SY porque isso mudaria a sobrevivência dela também. Pressupondo assim, toda a cena do cemitério estava acontecendo enquanto a YS ainda estava retomando a consciência na sua própria poça de sangue, no chão, após a queda da escada. Ela vira e olha para a câmera, provavelmente sai dali, termina de matar a mãe da SY e aprisiona a versão da SY criança no porão durante 20 anos. Por isso a mãe da SY vai se apagando da imagem em que as duas estavam caminhando. E ela não. Pra fechar com a chave de ouro, somos perturbados com a SY presa na cadeira percebendo que, ela esqueceu do principal: o seu EU criança foi mantido em cativeiro por única e exclusivamente culpa dela mesma. Que impediu que a mãe da YS, que sabia que a filha era psicopata, a matasse naquele dia pré-destinado.
Chegamos ao terceiro e último filme -Se Deus quiser- da série. A dinâmica permanence a mesma: O que ela quer do seu relacionamento com Peter e o que ela quer para si mesma. Que existem muitos clichês nas comédias românticas, já sabemos. Mas dessa vez me incomodou, porque (...)
Se tudo muda quando a personagem principal se apaixona por New York, para que inventar que ela não foi aceita na Stanford, e sim na Berkeley? A sensação que ficou foi de que, quiseram vender a ideia de que ela só considerou viver longe da família e do Peter porque não foi aceita na Stanford, engatando uma propaganda desenfreada da NYU. Esperamos quase até a metade do filme pra ela tomar coragem de contar a verdade ao namorado. Depois de dois filmes, ela ainda continua com essa mesma insegurança? Tensão super desnecessária.
“Não importa o que aconteça, os dois vão continuar juntos”, se o final é previsível, por que ela tem que tomar essa decisão em todos os filmes? Não dá pra trocar o disco? Fora isso, o Peter foi totalmente marginalizado na relação com o Pai. Não poderiam ter dado mais atenção a isso?
Todas essas perguntas, bem, o filme não está pronto pra responder. Simplesmente foi mal desenvolvido. E no final, mostraram a personagem principal, confiante, com o cabelo curto, dando a entender que ela sofreu mudanças internas e externas. E? Só por que ela entrou na faculdade? Eles tinham que ter mostrado esse processo de transformação desde o início do filme e não nos últimos 30 segundos.
O que salvou: A cenografia. O casamento no quintal, a conexão das irmãs na viagem à Coreia. A frase do pai, quando ele diz que ela não pode salvar o relacionamento impedindo o crescimento pessoal. E sobretudo, o respeito com a personagem da Lara Jean, pois não tenderam a passar por cima da decisão dela levando-a para Berkeley. Ainda bem que tinha alguém consciente na produção.
No livro desde o começo percebemos que Jake e o zelador são a mesma pessoa. E a única coisa real é o diálogo de um casal quando encontram o corpo do zelador. E algumas partes escritas em um diário que também é encontrado com ele morto.
O zelador trabalhou na escola por muito tempo e não tinha ninguém. Nem família, muito menos amigos. Ele era tímido e introvertido. Extremamente inteligente, mas por causa das suas fobias e medos, deixou os estudos. Os seus pais morreram há muito tempo então ele era desacostumado com afeto e contato social. Carregava alguns lapsos de memórias da vida, mas nada muito claro. No filme, na cena qual Jake apresenta a namorada aos pais. A mãe dele o beija e ele não aceita muito bem, isso porque é algo que ele nunca teve.
No diário, subentende-se que algumas partes são verdadeiras. Por exemplo: Ele realmente encontrou uma moça no bar quando era jovem, mas não teve coragem de dar o número dele a ela. E a partir disso ficava pensando constantemente como poderia ser a vida dele se tivesse dado o número, se eles estivessem namorando, etc. Então ele mesmo tentou criar a continuidade da história, sob a perspectiva dela. Como mostra no filme. Ele se prende nas próprias fantasias pois está tentando lidar com a questão da solidão. E mesmo na história que ele inventou, ele fica se perguntando se é bom ou ruim ter um relacionamento, se apegar as pessoas... Esses questionamentos fazem com que até mesmo dentro da própria imaginação dele o relacionamento não dê certo. No final ele percebe que todos nós precisamos de alguém. Então ele se mata. Ele se mata porque ele existia de uma forma que ele não queria existir.
Isso fica muito claro na cena do balé, no filme. Mostra um dançarino que representa uma versão idealizada de quem o Jake queria ser. A Jovem, que é a idealização de um relacionamento que ele queria. E o terceiro personagem que entra e o mata também é ele mesmo sendo responsável por acabar com tudo. Pois a decisão sempre foi dele.
Mas o mais incrível de tudo é quando o filme está acabando e todos estão lá para homenagear Jake e ele diz que graças ao amor da namorada ele conseguiu atingir a grandeza. Porém, a namorada é ele mesmo. Não somente no filme como no livro, conseguimos perceber que ele quer viver no mundo onde sua superioridade é falsamente afirmada. O tempo todo. Principalmente nas cenas do carro, quando ela pergunta sobre algo e ele já começa a dissertar. Ou na cena do jantar quando os pais questionam mais sobre a vida dela, ele tenta retornar o foco pra ele. E como ele é brilhante e blá-blá-blá. Os personagens dele são baseados nele mesmo, mas o protagonista é ele. Ele quer sempre parecer o mais importante, superior e mais poderoso, porque no fundo ele sabe que não é. Ele inventa histórias para acreditar que a vida dele foi diferente ou para que a pessoa que lerá o diário dele após o suicidio possa acreditar também.
A cena mais impactante do filme, para mim: A menina daquela sorveteria no meio da Nebraska diz pra Jovem depois de entregar o sorvete “Estou preocupada”. Essa cena me tocou muito pois ela estava se referindo a mente do narrador; que não é um lugar seguro.
A parte mais impactante do livro, pra mim: O Jake escreve no diário que ele quer alguém pra conhecer ele de verdade, quase como se aquela pessoa pudesse ter acesso a mente dele. Uma conexão que não é biológica como entre pais e filhos, mas uma relação que ele pudesse escolher. Porque é muito mais difícil conseguir uma relação com alguém desconhecido do que uma relação biológica. Não estar conectado pelo sangue, mas estar conectado de outra forma.
Sebastian conseguiu seu próprio clube de Jazz e Mia, o papel principal que da início a sua carreira de atriz. No reencontro, se olham e refletem sobre como a vida poderia ter sido se tivessem ficado juntos. Nós também mergulhamos nessa fantasia, até que a realidade vai retornando de acordo com a última nota tocada no piano. Antes de acabar o filme, ainda compartilham um último sorriso e cada um segue a sua vida. Fim.
Vejo muitas pessoas comentando sobre como o final foi dolorido (...) Mas a realidade é curta e grossa: Por mais que estivessem apaixonados, a busca pela a realização pessoal/profissional se sobrepôs. Talvez uma crítica ao mundo atual. Se esforçaram mais pela carreira do que em manter o relacionamento. Eles precisaram um do outro pra chegar aonde estão e serão eternamente gratos, mas não ficam juntos. E isso tem que parar de ser retratado como algo ruim, pois não significa que ambos estejam infelizes. Eles continuam se amando, mas Mia também ama seu marido e sua filha. O filme passa a mensagem de que cada pessoa tem um papel significativo na sua vida. Aonde quer que você vá, com quem quer que você esteja. Tudo se mantém dentro de você. Eu super entendi que o diretor não quis que se tornasse um conto de fadas hollywoodiano. Ele até chegou a dizer que “Muita coisa vem depois dos felizes para sempre. Mas quando você tem duas pessoas que dividem uma memória. Há algo muito puro nisso, e nada pode manchar essa memória”.
O final pra mim foi autêntico. Gosto do sentimento que fica de que talvez se as coisas tivessem sido mais fáceis, se o mundo artístico fosse mais acessível e que nem todos os artistas precisassem chegar a fama ou ter um negócio próprio para poder se manter financeiramente e ao mesmo tempo viver sonho/ideal de cada um. Talvez eles poderiam ter ficado juntos, como vemos no trecho da idealização da vida dos dois juntos. Aonde tudo acontecia com mais facilidade, sem tantas portas fechadas pra ambos.
O triângulo amoroso entre Marco, Elle e Noah. Se não fosse dar um final plausível para o Marco era melhor nem ter inserido o personagem na trama. Ele merecia muito mais.
Chloe, não teve destaque. Colocaram ela pra enfatizar uma competição desnecessária entre duas mulheres. Uma estudante perfeita que cuida de um menino totalmente desequilibrado. Nela ele consegue encontrar o seu eixo, como é ressaltado na cena que ele pensa em socar o Marco, mas não o faz. Foram muitos pontos errôneos de como foi retratada a relação de ambos. O que foi aquela cena dele somente de toalha com os amigos e ela livre pra exigir que ele se vestisse? A explicação do brinco foi a mais ridícula de todas e EU espero que as adolescentes não acreditem nessa baboseira só porque um filme quis mostrar que às vezes um diálogo resolve. Sério?
A Elle querer entrar em Harvard so por causa do Noah? Me poupe. Ela tem que querer entrar na Harvard porque é a Harvard.
O casal gay. Aquilo aconteceu mesmo? Não deu nem tempo de assimilar os personagens, só quiseram inclui-los pra mostrar representatividade. E no fim nada foi representado.
A relação entre o Lee e a namorada dele. Gente, para né. Ele deixou a menina ir com uma fantasia ridícula, esqueceu de ir com ela no cinema. Enfeitou as abóboras antes dela chegar. Deixou ela ir embora sozinha e foi jogar com a Elle (...) Sinceramente eu pensei que em algum momento a Elle ia se tocar devido o que ela estava passando com o Noah. Pensei que teria alguma conexão dela ir visita-lo em Boston e ver como ele se comporta com a Chloe e isso seria um insight pra ela se afastar um pouco do Lee, por consideração a namorada dele. Mas não. Ela continuou invasiva na relação. Bla bla bla.
Existem muitos estereótipos no filme, mas o que mais me surpreendeu foi o Marco querer justo a Elle. E eles terem que convence-lo a participar da barraca exatamente como no primeiro filme. Inovar pra que né.
A barraca do beijo: ficou totalmente em segundo plano, porque o que ganhou, na minha opinião foi a competição de dança e a relação entre o Marco e a Elle. Foi bem instigante. E o que tacaram fogo depois.
Não sei qual o bloqueio do diretor de acabar logo com esse relacionamento da Elle e do Noah. O primeiro filme foi uma graça e tal. Mas, o ser humano é feito de rotinas. No primeiro filme todos estavam próximos, estudavam juntos, o contexto era outro. Sem desmerecer relacionamentos a distância. Mas muitas vezes os relacionamentos acabam, aquela impressão inicial de quem a gente ama vai se esvaindo. Não sei se os atores já não estavam mais tão envolvidos, se eles levaram algo da vida pessoal pras telinhas. Mas o que deixou a destacar foi desgaste emocional entre ambos. Eu não senti a química entre Noah e Elle como houve entre Elle e Marco. Queria que o diretor tivesse deixado um pouco mais natural e menos contos de Cinderella.
Definitivamente uma peça rara. A margem imaginativa do filme é extensa. Faz com que a gente mergulhe num universo subterrâneo. O horror do filme são os valores politicos e morais. Em uma entrevista, o diretor disse que o filme retrata o país. América. E que estamos em um momento que tememos uns aos outros, seja o estrangeiro que achamos que vai pegar nosso emprego ou o invasor que vai nos matar, etc. O objetivo foi apontar o dedo e sugerir que talvez o mostro que realmente precisamos olhar, somos nós.
Esse filme retrata bem o relacionamento da sociedade rica com uma subclasse oculta, enquanto há pessoas passando fome, Adelaide, sua família e amigos vivem no luxo, alienados ao sofrimento alheio, aparentemente em um lugar afastado, mas nem tão longe de pessoas que são semelhantes a eles. No final, quando eles estão indo embora na ambulância. Vemos os clones de mãos dadas fazendo a alusão a Hands Across América, uma campanha beneficente patrocinada pelos Estados Unidos para Africa, a fim de conscientizar o mundo sobre a falta de moradia e a fome no mundo. A relação é que a protagonista foi a praia na mesma época, 1986. Ou seja, ela viu e participou do evento antes de ir para o túnel e trocar de lugar com seu clone.
Esse é um filme que merece ser conversado após assisti-lo. As pessoas são indispensáveis em nossas vidas. Familiares, amigos, pessoas do trabalho, sogro, sogra, ex marido e mulher também. Inclusive quando há crianças envolvidas.
O filme começa com declarações de amor e termina em uma dolorosa historia de separação. O oposto de filmes românticos que terminam em casamento. Tudo o que sabemos dois dois é passado no começo do filme e junto com o filho do casal, somos surpreendidos e temos que lidar com a realidade compartilhada dos pais. O que era para ser algo amigável, torna-se destruidor a medida que os advogados substituem a voz do casal, que tratam as ações de cada um como crimes em potencial e expõem suas intimidades. Tudo que era saudável, respeitoso e bonito entre o casal foi interrompido por terceiros. A partir do tribunal tudo torna-se cada vez mais sujo e difícil de limpar entre ambos. Mas mesmo nos momentos mais intensos, podemos ver a Nicole escolhendo o lanche do Charlie, cortando o cabelo dele, ou chamando ele de "querido" naturalmente. Ainda há amor entre os dois, entregando aos espectadores um toque de esperança. Nao de uma reconciliação, mas um final menos doloroso. Mesmo que o diretor tenha escrito, digamos que algo autobiográfico, ele deu bastante espaço para a ex mulher. Enaltecendo as razoes dela por ter decidido se separar dele. E por sua vez mostra que está arrependido como vemos na cena qual ele canta uma musica totalmente cheia de desgosto e melancólica. E Nicole, como ela mesmo disse... continuará amando Charlie mesmo que não faça sentido. Apesar de ter suas expectativas e sentimentos mudados após diversos comportamentos do mesmo como trai-la com alguém da companhia de teatro e etc.. Ela continua cuidando dele. Mas se mantem fiel em suas decisões. Enfim, esse filme é real e uma realidade que tem crescido cada vez mais no nosso mundo atual.
Namorado de aluguel. Um tema que poderia ter ido além, mas se manteve no egocentrismo do protagonista e se estendeu na mesmice, clichês e final previsível.
Sabe essa quietude que fica durante o filme, que se transforma num estado de extinção do ser e causa inúmeras sensações? então, é perturbador e ao mesmo tempo perpetuador. Esse filme é um clássico. Antes de classificá-lo com duas estrelas as pessoas deveriam ampliar mais o repertório cultural. Não há fundamento quando se diz que o filme é ruim após ter tido o mais instigante insight.
Dando um tchau temporário para a questão "Inteligência Alienígena" e recebendo de braços abertos a "Inteligência Artificial", finalmente uma prévia chegou a nós. Particularmente, gostei de diversos pontos nesse filme desde o Hulkbuster até o Jarvis, Visão.
Foi um passo curioso colocar o Ultron e o questionamento contínuo sobre a possibilidade dele estar certo. M-e-s-m-o. Só faltou o homem formiga, :'( enfim, os diversos sinais deixados durante às oscilações entre a realidade e a previsão, o escudo quebrado do Capitão América, a música deturpada do Pinóquio, o vibranium, as bailarinas e etc. Cada signo foi acrescentado minuciosamente dando um aspecto codificado. O filme mantém uma porcentagem até aceitável de vínculo com o quadrinho. Visto que os discursos ideológicos são plausíveis. Mas, o modo como estão colocando a linguagem dos quadrinhos me deixa totalmente desanimada, a insistência de piadinhas na contramão. Fora a ausência das vingadoras... A Elizabeth Olsen afirmou que foi um passo muito importante a presença de mais uma vingadora. Concordo, mas nesse ponto a Marvel está bem atrasada. Aliás, estão ignorando quase todas as personagens femininas. Contudo, considerando que o filme tem três mil cenas com efeitos especiais, todas foram bem executadas. Emerge uma ação desenfreante no começo do filme, que torna-o um pouco cansativo. Depois, o maneirismo lidera e a temperatura se sustenta até o final. Ainda penso que algumas edições poderiam ter sido consideradas. Mas, vale a pena essa experiência.
Sabe-se que Iñárritu é um dos poucos admitidos para elaboração de filmes de zona reservada. O filme não tem cortes e é produzido como se estivéssemos acompanhando o personagem ou capturando tudo com os nossos olhos semelhante a um santuário de silêncio. É difícil mensurar claramente, a partir de uma esquete, como se dá a colaboração entre o elenco. Por isso, o diretor nos conduz para o mundo dentro das coxias. E ao mesmo tempo que os atores estão fora de cena, a câmera passa através da realidade interna de cada um. Obviamente, o foco é Riggan, que está sentenciado a um duplo martírio, mas também, todo o elenco introduz uma ordem de realidade com atitudes que não estão isentas a riscos. O arranjo textual é incrível e as falas são bem executadas, glória que não está acrescentada tão somente à interpretação minimamente cuidadosa dos atores, mas também, ao sabor de ilusão transmitido pela iluminação. Implicitamente é um grande ponto de referência. Os efeitos que não deixam a ilusão sem o vago sentido de que é real, a fotografia que propõe o sentimento de tensão possibilitando o processo dramático do filme ao teatro. Fora, as questões como teatro de elite vs teatro de massas, arte como serviço ao mundo e o fato de valorizar os princípios acima do perigo pessoal. Poderia citar outros fatores, mas a análise individual é um exercício rico de repertório para todos. Antes de criticar, assista. Assistir é a maior responsabilidade. Mas não no sentido de só assistir.
Obs.:Não sei se eu lamento ou fico feliz por Edward Norton não ter dado sequência ao Hulk, nos Vingadores. Assim, ele não poderia ter feito o seu fantástico duplo no Birdman <3
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O Mundo Depois de Nós
3.2 879 Assista AgoraO filme descreve o cenário caótico, que vai induzir uma incerteza na população.
De certa forma, o que a gente tem medo é exatamente o que estamos vivenciando agora. A Incerteza do futuro, as guerras, os desastres ambientais e os rompimentos dos valores de uma sociedade. E por isso, como espectadora, decidi assistir para ver se o filme conseguia preencher as lacunas sobre como é essa incerteza que todos nós experienciamos e passar para o público o que há de tão assustador no simples fato da gente não saber de nada. Mas (…)
As duas famílias que são forçadas a existir - e sobreviver - sob o mesmo teto, não tem absolutamente nada de interessante. Mesmo o filme sendo dividido em títulos para dar um direcionamento no enredo, algo ficou perdido. Sabe-se lá o quê. E à medida que ocorrem eventos cada vez mais estranhos e apocalípticos, incluindo acidentes de avião, manadas de cervos entrando no quintal (Intuição da natureza) e os dentes de Archie caindo misteriosamente. O foco é apenas apresentar sinais o tempo todo que algo bom não está por vir. Sem entregar uma resposta no decorrer.
Pensei por um momento que eles iriam explorar mais essa parte de não confiar uns nos outros, precisando assim resolverem suas diferenças para trabalharem em conjunto. Mas não, depois de discutir durante a maior parte do filme, eles só chegam a um acordo em suas opiniões sobre a condição humana. Ênfase na fala de Amanda "sabemos que estamos vivendo uma mentira. Uma ilusão em massa combinada para nos ajudar a ignorar e continuar ignorando o quão horríveis realmente somos.” E segue essa premissa até o final.
Quando a filha, Rose, conta aquela história do homem no dilúvio, ela diz que está cansada de esperar. O que causa em sua mãe o sentimento de fulga e reflexão.
Ela só quer ver a bendita da série FRIENDS, porque traz a nostalgia de algo que nunca existiu. E o autor também quer que a gente acompanhe este filme da mesma forma. Embora, dependendo de como você se envolva nisso, pode se tornar a sua realidade.
Enfim, a minha conclusão é que o autor quis dizer que o mundo já acabou. Apenas não foram desligados os meios de comunicação e nem se tornou inacessível a internet.
O fato da família estar em férias no meio deste caos, nos mostra que muitas pessoas continuam vivendo no piloto automático, apenas aguardado o resultado final. Enquanto outras, se desesperam ou tomam outras decisões. Por exemplo, a Rose (geração recente) decide assistir a série e continuar escapando da vida presente.
Nos últimos minutos, resta a certeza que a guerra civil acontecerá. E a pergunta que fica é: Como as pessoas decidirão deixar o mundo para trás, vão usar a lógica ou escolher o emocional, vão de fato encarar a realidade ou buscar subterfúgios?
Um Homem Fiel
3.3 59 Assista AgoraCom exceção do Abel, todos os personagens “brincam”com o egoísmo de maneira engraçada, que desperta a autocrítica. O filme não é de trama fraca ou desinteressante como muitos disseram nos comentários. O filme é sobre
um homem fiel aos seus sentimentos. Abel, que foi traído por Mariane e seu melhor amigo no passado. Continua amando-a, independente das circunstâncias. Ao se sentir imponente por ter sido trocado e além de tudo Mariane estar grávida do amigo, ele decide ir embora. Retirando-se de cena para que ela seja feliz. Por isso, temos a mágoa da personagem Eve (Lily) em relação à Marianne, pois desde nova ela carrega este amor platônico pelo amigo do irmão (que na verdade não é amor e sim pena/empatia) E não aceita o que Marianne fez com os dois. Tanto o irmão dela quanto o amigo do irmão, Abel, qual ela cultivou o afeto de injustiça. Ela cresceu acreditando que poderia fazer diferente, fazê-lo feliz e que jamais faria o que a cunhada fez. Como muitas pessoas fazem ao julgar a história de terceiros.
Quando ele retorna depois de muitos anos, Eve percebe durante o enterro que Abel continua disposto a não só ajudar Marianne com o processo do luto, mas amando-a como se ela não tivesse feito nada no passado. Desta forma, Eve se sente preparada para mostrar à Marianne o senso de justiça, não permitindo que ela tenha a oportunidade de ser feliz com Abel. Quando você entende o papel dela, tudo se ressignifica.
Marianne agora está arrependida de como as coisas aconteceram no passado e ela reconhece que errou. Ela quer que o Abel faça a mesma coisa com ela. Deixando o egoísmo de lado, ela o convence a ser infiel e egoísta, assim como ela foi, para que ela sinta o que ele sentiu, e que essa parte obscura não retorne a vida dos dois futuramente. Para que não fique nenhum ressentimento da parte dele. A partir disto, somos levados a maneiras visuais da falta. Abel não se entrega por completo à Eve porque falta Marianne e o suposto filho. Ele, mais uma vez, se colocando no lugar do outro, entende que precisa participar de tudo isso para que todos consigam evoluir e se perceber, mas se fosse por vontade dele, ele não teria feito nada disso. Visto que o único ponto em comum com Eve, seria o carnal. E todo mundo sabia. Inclusive Eve, que mesmo tendo tudo o que queria, morando com Abel e dando o “troco” à Marianne, ainda faltava algo, viver a sua vida e não a dos outros. E muito menos a história que não a pertencia.
O “filho” também começa a sentir a falta da paternidade e presença de Abel. E tenta deixar o egoísmo e vitimismo de lado para consertar o que ele fez, revelando o plano à Eve. E Marianne correndo o risco de perder o amor da vida dela pra sempre, não sai com mais ninguém, assim como Abel o fez no passado e se restringe à esperar o retorno dele. O perdão de Eve. E a chance de todos serem felizes. O final, a assimetria dos três de mãos dadas e Eve percebendo a conexão de todos, que estariam ligados por toda a vida e que compartilhavam da mesma dor e amor (pois estão em frente ao túmulo do irmão, marido, pai e amigo) faz com que ela deixe o egoísmo de lado, e finalmente, reconheça que errou e pela primeira vez compreenda efetivamente o lado de Marianne.
A Baleia
4.0 1,0K Assista AgoraSobre um homem que tenta corrigir os erros do passado antes que seja tarde demais.
E mesmo estando muito longe dessa redenção, luta até o seu último suspiro pelo perdão de sua filha, Ellie.
Do lado de cá, acompanhamos com muita tensão e drama psicológico, temendo que realmente não dê tempo. O filme é carregado de diálogos intensos que combinam com o ambiente e escuro e os detalhes espalhados pelos cômodos. E mesmo que o cenário seja único durante o filme inteiro, os personagens entram e trazem com eles novos repertórios e oscilações para trama. Retratando situações reais, como o alcoolismo, o luto, obesidade, o abandono, a separação, religião, etc. O ponto chave que mais intriga o protagonista e a nós também, é a forma como cada um interpreta e lida com o seu próprio problema e o problema do outro.
Charlie sacrificou o seu casamento e o relacionamento com a sua filha para viver um romance com o seu aluno, Alan. Mas, devido a rejeição da igreja e a negação da família em relação à homossexualidade, Alan acabou com a própria vida, causando grande impacto na vida de seu companheiro e da sua irmã, Liz. A única pessoa que restou na vida de Charlie. Com exceção dela, Charlie é incapaz de estabelecer relacionamentos com outras pessoas. Após a sucessão de eventos trágicos, que culminou numa depressão severa e compulsão alimentar, ele se isolou do mundo. Inclusive dele mesmo.
O mais interessante é que o filme deixa bem claro que Charlie não busca o perdão de Deus, não quer ser salvo pela religião ou algo do tipo, ele quer saber que através da sua filha ele fez uma escolha certa na vida. Dessa forma, pode descansar em paz.
Ele não tinha mais controle da própria vida, não tinha esperanças de recomeçar do zero, mas sempre manifestou esperanças pra sua filha. Por isso, reservou dinheiro para o futuro dela, mesmo necessitando de cuidados médicos. Ele queria garantir que ela fosse feliz, que mesmo tendo-a negligenciado no passado e a vida não tivesse sido gentil com ela, o seu coração era bom. Da mesma forma que ele se esforçava para ser honesto com ela, a incentivava a ser mais gentil com os outros. A ser melhor que ele.
Então, quando acidentalmente ele descobre e reúne provas que a sua filha ajudou Thomas a se reconectar com os seus pais, se sente aliviado. Depois, não mede esforços em dizer à sua filha que a culpa não é dela, que ela não é uma pessoa ruim. É apenas uma vítima das circunstâncias. Descobrimos que o poema que ele recitava quando sentia dor, foi escrito por Ellie. É o que dava forças à ele para não partir antes de cumprir a tal “missão”. Ele acreditava que era o melhor texto do mundo, porque embora ele possa ter sido incompreendido ou odiado como a baleia do livro Moby Dick, sua filha não se esquivou de colocar em palavras que o autor só estava tentando salvar seu público de sua própria história triste. E este momento foi uma catarse para os dois, e Ellie o chama de Pai. Esperamos tanto por este momento, assim como ele, que enquanto é acometido pelas lembranças na praia com a família, o filme termina. E nós fomos tão afetados emocionalmente que mal conseguimos digerir o amor transbordando de Charlie. Assim como Ellie, que não guardaria mais nada além de amor por seu pai em sua partida.
Rua do Medo: 1666 - Parte 3
3.5 512 Assista AgoraA resposta que levou séculos para ser descoberta
Não foi somente que o Xerife Goode e toda sua linhagem eram responsáveis pelo pacto com o diabo, ao oferecer sacrificios humanos em troca de prosperidade. Mas também, como as comunidades marginalizadas são culpadas por suas circunstâncias, quando o sistema é corrupto. A cidade de Sunnyville prospera, enquanto Shadsyders são frequentemente culpados pelas mortes, crimes e todas as coisas ruins que acontecem na cidade. A posição de poder permitia coisas ridículas, como na cena qual é revelado que foi Goode quem colocou as latas de spray que Martim foi preso por possuir. Ou no passado, quando Fier confessa ser a Bruxa para salvar Miller, com a crença de que ela nunca vai convencer sua sociedade misógina do contrário, pois sua palavra não tinha valor contra Solomon. Raizes que se manifestam até mesmo em nossa realidade atual. A maldição é destacada em diversos momentos, sem ser excessivamente monótona. Normalmente filmes de terror são ocupados em nos entreter com sustos e um clima de tensão. Mas este, fomentou bastante o discurso de desigualdade social. Meritocracia como justificativa para tal desigualdade. Nick é o xerife, o irmão é prefeito… Enfim, corrupção, crescimento desenfreado de impunidade, preconceito racial, agravamento na violência, entre outros. Será que cá estamos nós, também, vivendo uma maldição? Rs.
Céu Vermelho-Sangue
3.0 482 Assista AgoraO filme é mediano, o fato da mãe
usar drogas para controlar sua condição e quando a violência no avião começa, ela desperta seus instintos, torna um pouco melhor. Até onde uma mãe vai para salvar seu filho… Nadja não somente faz de tudo para protegê-lo da maldade dos outros, mas para esconder o seu próprio lado sombrio. E Elias, mesmo dentro de um cenário caótico e de insanidade, sua única preocupação é o destino da sua mãe. O que me incomodou um pouco não foi a conexão maternal que quiseram demonstrar, mas ter transformado isso no foco principal. Por exemplo, os flashbacks pareciam ser intermináveis. Isso só arrastou o filme pra baixo. Outro ponto, são os terroristas, não fica claro quais são os objetivos deles, há especulações vindas de um passageiro e outro. Mas, fica bem vago o esquema de quebra do mercado de ações. Um dos terroristas, Eightball, é extremamente exagerado. O que foi aquela cena dele com o taco de hóquei simulando uma cruz?! A sua incessante busca por violência gratuita e sangue, faz com que o filme próximo ao final, se transforme de um filme de vampiro para um filme de zumbis. Por mim, este personagem poderia ter dado lugar a outra dinâmica no filme. Também gostaria de não ter assistido as cenas dos cachorros. Poderiam ter deixado algumas coisas subentendidas e outras, não. Fora isso, o filme tem cenas de ações relativamente boas, a baixa luminosidade traz uma tensão… A evolução física da Nadja, conforme ela suga o sangue, mais monstruosa ela se parece, foi um dos pontos positivos. E por último, Farid e a tentativa de entregar uma narrativa anti-islâmica.
A Ligação
3.6 511 Assista AgoraEu gostei da cena pós-crédito, porque...
Partindo do princípio de que as duas mulheres se conectam pelo telefone e vivem em linhas de tempo diferentes. Todas as mudanças ocorridas em 1999 mudam o presente de 2020. Mas apenas os eventos relacionados à morte, tem um impacto maior.
Na cena em que a mãe da SY se sacrifica e se joga da escada com a YS para salvar a filha, partimos para a cena qual a SY está no cemitério no túmulo do pai e reencontra a sua mãe. Ela olha para as marcas e cicatrizes nas mãos e no pescoço da mãe e se emociona ao entender que ambas sobreviveram ao fatídico dia. Elas dão as mãos e caminham juntas. O que seria um final feliz perfeito. No entanto, na cena pós-crédito, há uma série de acontecimentos que ocorrem durante todo o percurso final, que não tinham sido vistos antes e ainda estão acontecendo. Um deles é que a YS de 2020 retorna a casa dela, onde coincidentemente está a SY, há um combate entre as duas, e a YS pega o telefone sem fio e liga para a versão dela de 1999, avisando que provavelmente aconteceria tudo o que aconteceu. Dessa forma, YS sabe que sobreviveria de qualquer jeito - Se não a versão do futuro não conseguiria ter ligado - entretanto, ela entende que não pode matar a versão criança da SY porque isso mudaria a sobrevivência dela também. Pressupondo assim, toda a cena do cemitério estava acontecendo enquanto a YS ainda estava retomando a consciência na sua própria poça de sangue, no chão, após a queda da escada. Ela vira e olha para a câmera, provavelmente sai dali, termina de matar a mãe da SY e aprisiona a versão da SY criança no porão durante 20 anos. Por isso a mãe da SY vai se apagando da imagem em que as duas estavam caminhando. E ela não.
Pra fechar com a chave de ouro, somos perturbados com a SY presa na cadeira percebendo que, ela esqueceu do principal: o seu EU criança foi mantido em cativeiro por única e exclusivamente culpa dela mesma. Que impediu que a mãe da YS, que sabia que a filha era psicopata, a matasse naquele dia pré-destinado.
Para Todos os Garotos: Agora e Para Sempre
3.4 299 Assista AgoraChegamos ao terceiro e último filme -Se Deus quiser- da série. A dinâmica permanence a mesma: O que ela quer do seu relacionamento com Peter e o que ela quer para si mesma. Que existem muitos clichês nas comédias românticas, já sabemos. Mas dessa vez me incomodou, porque (...)
Se tudo muda quando a personagem principal se apaixona por New York, para que inventar que ela não foi aceita na Stanford, e sim na Berkeley?
A sensação que ficou foi de que, quiseram vender a ideia de que ela só considerou viver longe da família e do Peter porque não foi aceita na Stanford, engatando uma propaganda desenfreada da NYU. Esperamos quase até a metade do filme pra ela tomar coragem de contar a verdade ao namorado. Depois de dois filmes, ela ainda continua com essa mesma insegurança? Tensão super desnecessária.
“Não importa o que aconteça, os dois vão continuar juntos”, se o final é previsível, por que ela tem que tomar essa decisão em todos os filmes? Não dá pra trocar o disco?
Fora isso, o Peter foi totalmente marginalizado na relação com o Pai. Não poderiam ter dado mais atenção a isso?
Todas essas perguntas, bem, o filme não está pronto pra responder. Simplesmente foi mal desenvolvido. E no final, mostraram a personagem principal, confiante, com o cabelo curto, dando a entender que ela sofreu mudanças internas e externas. E? Só por que ela entrou na faculdade? Eles tinham que ter mostrado esse processo de transformação desde o início do filme e não nos últimos 30 segundos.
O que salvou: A cenografia. O casamento no quintal, a conexão das irmãs na viagem à Coreia. A frase do pai, quando ele diz que ela não pode salvar o relacionamento impedindo o crescimento pessoal.
E sobretudo, o respeito com a personagem da Lara Jean, pois não tenderam a passar por cima da decisão dela levando-a para Berkeley. Ainda bem que tinha alguém consciente na produção.
Estou Pensando em Acabar com Tudo
3.1 1,0K Assista AgoraSe você sobreviveu a duas horas de filme e não entendeu nada, segue spoiler.
No livro desde o começo percebemos que Jake e o zelador são a mesma pessoa. E a única coisa real é o diálogo de um casal quando encontram o corpo do zelador. E algumas partes escritas em um diário que também é encontrado com ele morto.
O zelador trabalhou na escola por muito tempo e não tinha ninguém. Nem família, muito menos amigos. Ele era tímido e introvertido. Extremamente inteligente, mas por causa das suas fobias e medos, deixou os estudos.
Os seus pais morreram há muito tempo então ele era desacostumado com afeto e contato social. Carregava alguns lapsos de memórias da vida, mas nada muito claro. No filme, na cena qual Jake apresenta a namorada aos pais. A mãe dele o beija e ele não aceita muito bem, isso porque é algo que ele nunca teve.
No diário, subentende-se que algumas partes são verdadeiras. Por exemplo: Ele realmente encontrou uma moça no bar quando era jovem, mas não teve coragem de dar o número dele a ela. E a partir disso ficava pensando constantemente como poderia ser a vida dele se tivesse dado o número, se eles estivessem namorando, etc. Então ele mesmo tentou criar a continuidade da história, sob a perspectiva dela. Como mostra no filme. Ele se prende nas próprias fantasias pois está tentando lidar com a questão da solidão.
E mesmo na história que ele inventou, ele fica se perguntando se é bom ou ruim ter um relacionamento, se apegar as pessoas... Esses questionamentos fazem com que até mesmo dentro da própria imaginação dele o relacionamento não dê certo. No final ele percebe que todos nós precisamos de alguém. Então ele se mata. Ele se mata porque ele existia de uma forma que ele não queria existir.
Isso fica muito claro na cena do balé, no filme. Mostra um dançarino que representa uma versão idealizada de quem o Jake queria ser. A Jovem, que é a idealização de um relacionamento que ele queria. E o terceiro personagem que entra e o mata também é ele mesmo sendo responsável por acabar com tudo. Pois a decisão sempre foi dele.
Mas o mais incrível de tudo é quando o filme está acabando e todos estão lá para homenagear Jake e ele diz que graças ao amor da namorada ele conseguiu atingir a grandeza. Porém, a namorada é ele mesmo. Não somente no filme como no livro, conseguimos perceber que ele quer viver no mundo onde sua superioridade é falsamente afirmada. O tempo todo.
Principalmente nas cenas do carro, quando ela pergunta sobre algo e ele já começa a dissertar. Ou na cena do jantar quando os pais questionam mais sobre a vida dela, ele tenta retornar o foco pra ele. E como ele é brilhante e blá-blá-blá. Os personagens dele são baseados nele mesmo, mas o protagonista é ele.
Ele quer sempre parecer o mais importante, superior e mais poderoso, porque no fundo ele sabe que não é.
Ele inventa histórias para acreditar que a vida dele foi diferente ou para que a pessoa que lerá o diário dele após o suicidio possa acreditar também.
A cena mais impactante do filme, para mim: A menina daquela sorveteria no meio da Nebraska diz pra Jovem depois de entregar o sorvete “Estou preocupada”. Essa cena me tocou muito pois ela estava se referindo a mente do narrador; que não é um lugar seguro.
A parte mais impactante do livro, pra mim: O Jake escreve no diário que ele quer alguém pra conhecer ele de verdade, quase como se aquela pessoa pudesse ter acesso a mente dele. Uma conexão que não é biológica como entre pais e filhos, mas uma relação que ele pudesse escolher. Porque é muito mais difícil conseguir uma relação com alguém desconhecido do que uma relação biológica. Não estar conectado pelo sangue, mas estar conectado de outra forma.
La La Land: Cantando Estações
4.1 3,6K Assista AgoraDuas horas de filme pra chegar a seguinte conclusão:
Sebastian conseguiu seu próprio clube de Jazz e Mia, o papel principal que da início a sua carreira de atriz. No reencontro, se olham e refletem sobre como a vida poderia ter sido se tivessem ficado juntos. Nós também mergulhamos nessa fantasia, até que a realidade vai retornando de acordo com a última nota tocada no piano. Antes de acabar o filme, ainda compartilham um último sorriso e cada um segue a sua vida. Fim.
Vejo muitas pessoas comentando sobre como o final foi dolorido (...) Mas a realidade é curta e grossa: Por mais que estivessem apaixonados, a busca pela a realização pessoal/profissional se sobrepôs. Talvez uma crítica ao mundo atual. Se esforçaram mais pela carreira do que em manter o relacionamento.
Eles precisaram um do outro pra chegar aonde estão e serão eternamente gratos, mas não ficam juntos. E isso tem que parar de ser retratado como algo ruim, pois não significa que ambos estejam infelizes. Eles continuam se amando, mas Mia também ama seu marido e sua filha. O filme passa a mensagem de que cada pessoa tem um papel significativo na sua vida. Aonde quer que você vá, com quem quer que você esteja. Tudo se mantém dentro de você.
Eu super entendi que o diretor não quis que se tornasse um conto de fadas hollywoodiano. Ele até chegou a dizer que “Muita coisa vem depois dos felizes para sempre. Mas quando você tem duas pessoas que dividem uma memória. Há algo muito puro nisso, e nada pode manchar essa memória”.
O final pra mim foi autêntico. Gosto do sentimento que fica de que talvez se as coisas tivessem sido mais fáceis, se o mundo artístico fosse mais acessível e que nem todos os artistas precisassem chegar a fama ou ter um negócio próprio para poder se manter financeiramente e ao mesmo tempo viver sonho/ideal de cada um. Talvez eles poderiam ter ficado juntos, como vemos no trecho da idealização da vida dos dois juntos. Aonde tudo acontecia com mais facilidade, sem tantas portas fechadas pra ambos.
A Barraca do Beijo 2
3.0 387Mais do mesmo. O que me frustrou:
O triângulo amoroso entre Marco, Elle e Noah.
Se não fosse dar um final plausível para o Marco era melhor nem ter inserido o personagem na trama. Ele merecia muito mais.
Chloe, não teve destaque. Colocaram ela pra enfatizar uma competição desnecessária entre duas mulheres. Uma estudante perfeita que cuida de um menino totalmente desequilibrado. Nela ele consegue encontrar o seu eixo, como é ressaltado na cena que ele pensa em socar o Marco, mas não o faz. Foram muitos pontos errôneos de como foi retratada a relação de ambos. O que foi aquela cena dele somente de toalha com os amigos e ela livre pra exigir que ele se vestisse? A explicação do brinco foi a mais ridícula de todas e EU espero que as adolescentes não acreditem nessa baboseira só porque um filme quis mostrar que às vezes um diálogo resolve. Sério?
A Elle querer entrar em Harvard so por causa do Noah? Me poupe. Ela tem que querer entrar na Harvard porque é a Harvard.
O casal gay. Aquilo aconteceu mesmo? Não deu nem tempo de assimilar os personagens, só quiseram inclui-los pra mostrar representatividade. E no fim nada foi representado.
A relação entre o Lee e a namorada dele. Gente, para né. Ele deixou a menina ir com uma fantasia ridícula, esqueceu de ir com ela no cinema. Enfeitou as abóboras antes dela chegar. Deixou ela ir embora sozinha e foi jogar com a Elle (...) Sinceramente eu pensei que em algum momento a Elle ia se tocar devido o que ela estava passando com o Noah. Pensei que teria alguma conexão dela ir visita-lo em Boston e ver como ele se comporta com a Chloe e isso seria um insight pra ela se afastar um pouco do Lee, por consideração a namorada dele. Mas não. Ela continuou invasiva na relação. Bla bla bla.
Existem muitos estereótipos no filme, mas o que mais me surpreendeu foi o Marco querer justo a Elle. E eles terem que convence-lo a participar da barraca exatamente como no primeiro filme. Inovar pra que né.
A barraca do beijo: ficou totalmente em segundo plano, porque o que ganhou, na minha opinião foi a competição de dança e a relação entre o Marco e a Elle. Foi bem instigante. E o que tacaram fogo depois.
Não sei qual o bloqueio do diretor de acabar logo com esse relacionamento da Elle e do Noah. O primeiro filme foi uma graça e tal. Mas, o ser humano é feito de rotinas. No primeiro filme todos estavam próximos, estudavam juntos, o contexto era outro. Sem desmerecer relacionamentos a distância. Mas muitas vezes os relacionamentos acabam, aquela impressão inicial de quem a gente ama vai se esvaindo. Não sei se os atores já não estavam mais tão envolvidos, se eles levaram algo da vida pessoal pras telinhas. Mas o que deixou a destacar foi desgaste emocional entre ambos. Eu não senti a química entre Noah e Elle como houve entre Elle e Marco. Queria que o diretor tivesse deixado um pouco mais natural e menos contos de Cinderella.
Nós
3.8 2,3K Assista AgoraDefinitivamente uma peça rara. A margem imaginativa do filme é extensa. Faz com que a gente mergulhe num universo subterrâneo. O horror do filme são os valores politicos e morais. Em uma entrevista, o diretor disse que o filme retrata o país. América. E que estamos em um momento que tememos uns aos outros, seja o estrangeiro que achamos que vai pegar nosso emprego ou o invasor que vai nos matar, etc. O objetivo foi apontar o dedo e sugerir que talvez o mostro que realmente precisamos olhar, somos nós.
Esse filme retrata bem o relacionamento da sociedade rica com uma subclasse oculta, enquanto há pessoas passando fome, Adelaide, sua família e amigos vivem no luxo, alienados ao sofrimento alheio, aparentemente em um lugar afastado, mas nem tão longe de pessoas que são semelhantes a eles.
No final, quando eles estão indo embora na ambulância. Vemos os clones de mãos dadas fazendo a alusão a Hands Across América, uma campanha beneficente patrocinada pelos Estados Unidos para Africa, a fim de conscientizar o mundo sobre a falta de moradia e a fome no mundo. A relação é que a protagonista foi a praia na mesma época, 1986. Ou seja, ela viu e participou do evento antes de ir para o túnel e trocar de lugar com seu clone.
História de um Casamento
4.0 1,9K Assista AgoraEsse é um filme que merece ser conversado após assisti-lo. As pessoas são indispensáveis em nossas vidas. Familiares, amigos, pessoas do trabalho, sogro, sogra, ex marido e mulher também. Inclusive quando há crianças envolvidas.
O filme começa com declarações de amor e termina em uma dolorosa historia de separação. O oposto de filmes românticos que terminam em casamento.
Tudo o que sabemos dois dois é passado no começo do filme e junto com o filho do casal, somos surpreendidos e temos que lidar com a realidade compartilhada dos pais.
O que era para ser algo amigável, torna-se destruidor a medida que os advogados substituem a voz do casal, que tratam as ações de cada um como crimes em potencial e expõem suas intimidades. Tudo que era saudável, respeitoso e bonito entre o casal foi interrompido por terceiros. A partir do tribunal tudo torna-se cada vez mais sujo e difícil de limpar entre ambos. Mas mesmo nos momentos mais intensos, podemos ver a Nicole escolhendo o lanche do Charlie, cortando o cabelo dele, ou chamando ele de "querido" naturalmente. Ainda há amor entre os dois, entregando aos espectadores um toque de esperança. Nao de uma reconciliação, mas um final menos doloroso.
Mesmo que o diretor tenha escrito, digamos que algo autobiográfico, ele deu bastante espaço para a ex mulher. Enaltecendo as razoes dela por ter decidido se separar dele. E por sua vez mostra que está arrependido como vemos na cena qual ele canta uma musica totalmente cheia de desgosto e melancólica. E Nicole, como ela mesmo disse... continuará amando Charlie mesmo que não faça sentido. Apesar de ter suas expectativas e sentimentos mudados após diversos comportamentos do mesmo como trai-la com alguém da companhia de teatro e etc.. Ela continua cuidando dele. Mas se mantem fiel
em suas decisões. Enfim, esse filme é real e uma realidade que tem crescido cada vez mais no nosso mundo atual.
O Date Perfeito
2.7 515 Assista AgoraNamorado de aluguel. Um tema que poderia ter ido além, mas se manteve no egocentrismo do protagonista e se estendeu na mesmice, clichês e final previsível.
Águas Rasas
3.4 1,3K Assista AgoraMinha preocupação até o final do filme: A gaivota :'(
Tallulah
3.6 234 Assista AgoraEsse filme é um amorzinho. Sério! A forma como retrataram o drama das três mulheres e as razões distintas caídas no mesmo sentimento, foi tipo :')
Ah... E sem comentários sobre a participação da Uzo Aduba <3
Tusk, A Transformação
2.5 386 Assista AgoraSabe essa quietude que fica durante o filme, que se transforma num estado de extinção do ser e causa inúmeras sensações? então, é perturbador e ao mesmo tempo perpetuador. Esse filme é um clássico. Antes de classificá-lo com duas estrelas as pessoas deveriam ampliar mais o repertório cultural. Não há fundamento quando se diz que o filme é ruim após ter tido o mais instigante insight.
Vingadores: Era de Ultron
3.7 3,0K Assista AgoraDando um tchau temporário para a questão "Inteligência Alienígena" e recebendo de braços abertos a "Inteligência Artificial", finalmente uma prévia chegou a nós. Particularmente, gostei de diversos pontos nesse filme desde o Hulkbuster até o Jarvis, Visão.
Foi um passo curioso colocar o Ultron e o questionamento contínuo sobre a possibilidade dele estar certo. M-e-s-m-o. Só faltou o homem formiga, :'( enfim, os diversos sinais deixados durante às oscilações entre a realidade e a previsão, o escudo quebrado do Capitão América, a música deturpada do Pinóquio, o vibranium, as bailarinas e etc. Cada signo foi acrescentado minuciosamente dando um aspecto codificado. O filme mantém uma porcentagem até aceitável de vínculo com o quadrinho. Visto que os discursos ideológicos são plausíveis. Mas, o modo como estão colocando a linguagem dos quadrinhos me deixa totalmente desanimada, a insistência de piadinhas na contramão. Fora a ausência das vingadoras... A Elizabeth Olsen afirmou que foi um passo muito importante a presença de mais uma vingadora. Concordo, mas nesse ponto a Marvel está bem atrasada. Aliás, estão ignorando quase todas as personagens femininas. Contudo, considerando que o filme tem três mil cenas com efeitos especiais, todas foram bem executadas. Emerge uma ação desenfreante no começo do filme, que torna-o um pouco cansativo. Depois, o maneirismo lidera e a temperatura se sustenta até o final. Ainda penso que algumas edições poderiam ter sido consideradas. Mas, vale a pena essa experiência.
Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)
3.8 3,4K Assista AgoraSabe-se que Iñárritu é um dos poucos admitidos para elaboração de filmes de zona reservada. O filme não tem cortes e é produzido como se estivéssemos acompanhando o personagem ou capturando tudo com os nossos olhos semelhante a um santuário de silêncio. É difícil mensurar claramente, a partir de uma esquete, como se dá a colaboração entre o elenco. Por isso, o diretor nos conduz para o mundo dentro das coxias. E ao mesmo tempo que os atores estão fora de cena, a câmera passa através da realidade interna de cada um. Obviamente, o foco é Riggan, que está sentenciado a um duplo martírio, mas também, todo o elenco introduz uma ordem de realidade com atitudes que não estão isentas a riscos. O arranjo textual é incrível e as falas são bem executadas, glória que não está acrescentada tão somente à interpretação minimamente cuidadosa dos atores, mas também, ao sabor de ilusão transmitido pela iluminação. Implicitamente é um grande ponto de referência. Os efeitos que não deixam a ilusão sem o vago sentido de que é real, a fotografia que propõe o sentimento de tensão possibilitando o processo dramático do filme ao teatro. Fora, as questões como teatro de elite vs teatro de massas, arte como serviço ao mundo e o fato de valorizar os princípios acima do perigo pessoal. Poderia citar outros fatores, mas a análise individual é um exercício rico de repertório para todos. Antes de criticar, assista. Assistir é a maior responsabilidade. Mas não no sentido de só assistir.
Obs.:Não sei se eu lamento ou fico feliz por Edward Norton não ter dado sequência ao Hulk, nos Vingadores. Assim, ele não poderia ter feito o seu fantástico duplo no Birdman <3