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Últimas opiniões enviadas

  • Raphael

    Supondo que as correlações mais óbvias já estejam bastante evidentes para quem viu o filme - os níveis da prisão representam os níveis sociais, a Administração é o Estado/Governo, a comida é a riqueza a ser distribuída -, quero comentar sobre o que achei mais sutil e difícil de perceber no filme. Também não explorarei as correspondências entre personagens do filme e do Dom Quixote, obra pela qual alimento profundo amor, pois para mim isso não é o principal e não vejo dificuldade em fazer tais associações para quem leu também o livro, embora os personagens do livro sejam naturalmente muito mais simpáticos e profundos. Quero propor uma interpretação a partir do ponto em que

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    Imoguiri, que na representação seria uma antiga agente do Estado, tenta convencer, com argumentos pragmáticos e racionais, as pessoas dos níveis inferiores a separarem somente uma certa quantidade de comida para se alimentar, garantindo o mínimo necessário de calorias para se manter e fazendo com que a comida pudesse chegar aos níveis mais baixos. O fracasso dessa tentativa, técnica e típica de um burocrata, no convencimento das pessoas para que se solidarizem espontaneamente é o que faz Goreng começar a pensar que para mudar aquela realidade brutal ele teria que apelar a expedientes brutais também. Quando Imoguiri, representação do planejamento estatal, percebe que seu plano de distribuição de riqueza está fadado ao fracasso e que, literalmente, o buraco é muito mais embaixo, ela cai em desespero e sucumbe, suicidando-se. A próxima etapa se dá com a elaboração e execução de um plano revolucionário por Baharat e Goreng, quando estes estão no nível seis, podendo desfrutar um banquete, após terem encarado o níveis mais profundos, onde se depararam com o mais brutal desespero e violência, gerados pela miséria e fome. Inicialmente, queriam apenas distribuir comida aos níveis mais profundos, onde a comida nunca chegava. Após encontrarem um sábio amigo de Baharat num dos níveis, o objetivo passa a consistir em descer até o último nível com um prato de comida intacto e fazê-lo voltar para cima. Eles basicamente queriam provar que haviam conseguido distribuir a comida de forma igualitária, provar que todos haviam se alimentado, de modo que até sobrara uma pequena sobremesa. Mas de fato, eles não conseguiriam, com isso, demonstrar o surgimento de uma solidariedade espontânea. Eles se utilizaram da violência revolucionária quando estavam no topo para forçar de cima para baixo um ideal de justiça. Mataram brutalmente para isso, a fim de proteger não propriamente as pessoas, mas a comida (ou riqueza). A troca pela menina significaria que no fim eles se deram conta de que o que importava era o ser humano, e não a comida/riqueza em si. No começo do seu projeto revolucionário o Goreng é encarado como o Messias, mas um messias imanentizado, que acredita num ideal de plena justiça realizável naquela realidade brutal. No fim, ele percebe que não é ele que deve passar alguma mensagem, ele não tem legitimidade para mudar aquela realidade e impor seus ideais. A criança funciona como um elemento sobrenatural ali ("os pequeninos herdarão o reino dos céus"), ela é a mensagem. A grande crítica do filme se dirige contra as noções materialistas da realidade e suas teorias políticas e sociais vigentes (capitalismo e socialismo). Ao enviar a criança, modifica-se a imagem de Goreng como um messias imanentizado para um messias sobrenatural, transcendente, que não promete ou propõe uma mudança imposta de fora para dentro do espírito humano (ou seja, surgida a partir do mundo material), mas propõe uma mudança que se inicia no interior do espírito humano. Goreng, no final, é um príncipe Michkin, uma mistura de Jesus Cristo e Dom Quixote - alguns o enxergarão como o modelo de justiça e bondade e iniciarão a mudança em seu interior (entenderam a mensagem, a criança como modelo de pureza, esperança, herdeira do reino dos céus, capaz de inspirar uma profunda mudança no espírito), outros verão nele apenas um idiota (e continuarão agindo como bestas selvagens, para as quais só existe o mundo da matéria, da natureza e dos instintos).

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  • Raphael

    A prova de que é possível um grande feito cinematográfico a partir de um roteiro bastante simples. Uma cena memorável, que marcará a história do cinema. A palavrinha mágica, que todos estão usando, expressa com total justiça a experiência com este filme - imersão. Há cenas poéticas belíssimas. Discordo que o filme seja pretensioso, porque tudo que ele se propõe se materializa com total competência. A escolha do roteiro não pode ser considerada pretensiosa, justamente pela sua simplicidade; e o feito técnico tampouco, justamente pela competência com que se realiza. Aliás, diria que a simplicidade no roteiro e a complexidade da técnica se harmonizam finamente aqui. O que me leva a discordar que o filme seja superficial. Se não há diálogos profundos, se não há extensas análises psicológicas, sociológicas, políticas, existenciais ou seja lá o que for, há a experiência visualmente deslumbrante de praticamente vivenciar um cenário de guerra. Se isto não te faz refletir sobre a guerra, não sei mais o que faria.

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  • Raphael

    Após discutir minha primeira experiência com este filme com algumas pessoas, novamente me aventurei em Bacurau e minhas impressões iniciais não apenas se mantiveram como até se reforçaram. O roteiro é fraquíssimo, não pelo fato de ser simples (o que não é necessariamente um defeito), mas pelo fato de não ter substância. Discute-se que a representação caricatural dos americanos foi proposital, isso me parece óbvio; mas isso não justifica a arbitrariedade e a completa falta de criatividade na elaboração de um roteiro tão pobre quanto o que Bacurau entrega, tão pobre que parece até que se esqueceram dele. O filme te entrega, ou melhor, te empurra goela abaixo a premissa (absurdamente primária) e segue até o fim sem te provocar, sem te propor nada além do que já estava claro desde o início, sem te surpreender e sem te oferecer elementos (nem sequer uma alusão) que te permitam explicar ou imaginar as várias pontas soltas que pululam no roteiro. Já não gosto disso, já não gosto desse tom impositivo, com tudo ali mastigadinho, empacotado e pronto para um espectador passivo aceitar todas as óbvias metáforas, analogias, simbolismos, sem se importar com o desenrolar da narrativa. Isso tudo soa panfletário demais. Muito símbolo, muito abuso metafórico para um roteiro que não está a altura. Soa pretensioso. Há cenas inexplicáveis, aleatórias, desconexas e sem valor algum. Como assistir aquela cena em que

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    um "casal" americano mata com vários tiros um casal de Bacurau e logo em seguida vai transar no meio do mato para celebrar o massacre

    e não sentir vergonha alheia!?

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  • Filmow
    Filmow

    O Oscar 2017 está logo aí e teremos o nosso tradicional BOLÃO DO OSCAR FILMOW!

    Serão 3 vencedores no Bolão com prêmios da loja Chico Rei para os três participantes que mais acertarem nas categorias da premiação. (O 1º lugar vai ganhar um kit da Chico Rei com 01 camiseta + 01 caneca + 01 almofada; o 2º lugar 01 camiseta da Chico Rei; e o 3º lugar 01 almofada da Chico Rei.)

    Vem participar da brincadeira com a gente, acesse https://filmow.com/bolao-do-oscar/ para votar.
    Boa sorte! :)

    * Lembrando que faremos uma transmissão ao vivo via Facebook e Youtube da Casa Filmow na noite da cerimônia, dia 26 de fevereiro. Confirme presença no evento https://www.facebook.com/events/250416102068445/

  • BARBARA MANON RODRIGUES MUNHOZ
    BARBARA MANON RODRIGUES MUNHOZ

    Está aceito, moço! :)

  • Daniela
    Daniela

    não chora neném. ><

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