Que obra-prima! Depois de assistir a 35 doramas no último ano, cheguei à quintessência do que é uma trama policial consistente, com toque de humor, ótimas atuações, direção primorosa, sem pirotecnia, passando longe dos clichês do gênero e uma trilha sonora de babar. Tão boa que não terá uma segunda temporada. Amei o mix Japão-Inglaterra, e a roupagem mais contemporânea, lembrando Transpotting, mas com toques de cinema noir. Nem vou falar do final pq vale a pena cada segundo. Sem pieguice ou fórmulas gastas. Agora meu nível de exigência com certeza ficou mais alto. Excelente!
Depois que eu li o comentário do Pondé sobre o autismo estar "na moda", percebi o qto séries como essa são necessárias. Os conservadores não conseguem enxergar além de seus umbigos, e acreditam que contar histórias de pessoas fora dos padrões é "pura lacração". Pobrezinhos, sofrem de miopia social e insensibilidade crônicas. A série contribui de forma leve e lúdica para o entendimento da complexa mente humana, além de nos relembrar valores como empatia e ética, que andam em falta tanto aqui qto lá. Depois de tanta distopia, ansiamos pela utopia de uma sociedade mais inclusiva e diversa.
Ao longo da semana acompanhando a saga dos protagonistas meu ânimo oscilou entre tédio, raiva, indignação, ironia, uma risada aqui outra acolá. Por isso não imaginava que ao final da série eu ficasse tão emocionada. Dias depois, as cenas ainda estão coladas na mente comprovando a maestria dos coreanos em mexer com a nossa psique graças à excelente construção de personagens, suas motivações e demônios internos. A beleza do texto está em não dar saídas fáceis aos dilemas, nem caricaturar situações como separação e relações no ambiente de trabalho. Uma coisa que me deixou chocada foi a quantidade de álcool ingerida para suportar a rotina e a humilhação diária pelos superiores. E a pressão em ser promovido sob pena de virar um pária. Não deve ser fácil viver lá.
Antes de comentar achei indispensável ler a HQ (em pdf). Amei como a primeira parte da série não só respeitou o texto como elevou as tramas acrescentando uma densidade psicológica a personagens como o Johnny, protagonista do quinto episódio. O próprio Gaiman mudou o gênero de alguns e também a cor da pele para ser mais adequado a uma sociedade plural. A princípio, achei a profusão de personagens LGBT forçada, mas no original, eles já estavam lá, de forma velada, pq era assim eram os anos 80. Porém, na Casa de Bonecas foi o oposto. A adaptação não conseguiu transmitir a essência onírica da história e de personagens vitais, como o garoto vítima de abuso. O vórtice foi tratada de forma muito infantil, se tivessem mantido a concepção visual psicodélica original, seria fantástico.
Gente, eu não teria problema em assistir uma série de baixo orçamento pq acho que a falta de recursos pode ser driblado com criatividade. Mas quando o sangue parece groselha e o vilão tem a mesma expressão em todas as situações, aí se percebe que o genérico ficou bastante a desejar. Até pq o vilão costuma ser um dos papéis mais complexos da trama, não podiam ter economizado no cachê. Os policiais até atuam bem, mas os demais é penoso assistir. Eu só ficava imaginando como deve ser a versão original, com a costumeira competência coreana para este gênero.
Alguém comentou aqui que a série poderia ter apenas os primeiros e os últimos episódios pq o resto era encheção de linguiça, e eu não poderia concordar mais. Apesar de não curtir romance, fiquei instigada a assistir este por causa de casos reais no Japão de pessoas solitárias que se casam com bonecas e achei que os coreanos mandariam bem demais no tema, uma espécie de "Her" asiático. Mas, infelizmente, ficou só na promessa. Curti bastante, porém, a personagem com prosopagnosia (dificuldade em reconhecer rostos), condição da qual Brad Pitt também sofre.
Ainda bem que não fui atrás do xororô de quem não curtiu o final. Bem na linha de quem não curtiu o desfecho de Round 6, que eu achei perfeito, já que era um prêmio maldito. Quando comecei a assistir "Memórias de Alhambra" tendo em mente que muitos não gostaram, fiquei pensando quando a coisa ia desandar. Qdo dei por mim, já tava no capítulo 10 e a história só melhorava. Achei tão viciante o dorama que até passei pano para as cenas lacrimogênias da mocinha. Feliz do realizador que não poupa nem o protagonista. PS: mas qto merchã, heim? Subway, Hyundai e Samsung são onipresentes!
Fiquei vários episódios revirando os olhos por causa do excesso de flashbacks e coincidências que cansei de criticar nas novelas brasileiras. Mas tenho que destacar dois núcleos que deram aquela quebrada no enredo meloso: o dos recrutas e das mulheres da vila. Apesar de caricatos, foram divertidos e mostraram um companherismo e inocência inexistente no lado dito desenvolvido. Aliás, decidi assistir pq a trama se passa na Coreia do Norte e tinha curiosidade sobre como recriariam para além dos desfiles militares sincronizados e exibição de bombas. Oxalá a reunificação aconteça e eles encontrem um meio termo entre o isolamento e o ultracapitalismo pq também ficou patente como o consumismo excessivo deixa as pessoas idiotizadas.
Caramba, eles conseguiram de novo! Não que todos os doramas sejam excelentes, mas a consistência dramática é realmente invejável. Ainda bem que a série não focou apenas no romance, mas nas relações interpessoais, a construção da confiança, da empatia e a estratégia psicológica para superar traumas. Alguns personagens são tão adoráveis que eu adoraria trocar uma ideia, como o diretor e a cozinheira do hospital psiquiátrico. Sem falar na atuação do protagonista comovente, intensa. Dei um google e descobri que é o ator mais bem pago da Coréia, 100 mil dólares por episódio! Seu par também estava impecável, que figurino! E o que dizer do Oh Jung Se, que faz o irmão autista? Incrível a versatilidade do cara que era vilão em "The good detective".
Série inspiradora pra relembrar pq escolhi esta profissão tão atacada, mas a cada dia, mais imprescindível. Dom foi assassinado por ser a voz de quem não tem voz na Amazônia. Shireen Abu Akleh, repórter da Al-Jazeera, foi morta com um tiro na cabeça na faixa de Gaza por expor a truculência do Estado de Israel. Nunca foi fácil, mas desistir não é uma opção.
Dos 9 episódios, 4 não deu pra encarar, mas os demais são tão bons, mas tão bons, que não dá pra dar menos que 4 estrelas. Amo a poética de "O mesmo pulso da máquina", dos mesmos realizadores de "Noite de pescaria" da primeira temporada. Dei muita risada com "A noite dos minimortos", assim como "Os três robôs", que já estão merecendo um longa. E que desbunde esse Jibaro, heim? Que metáfora fantástica pra nos ajudar a ter dimensão do estrago que a colonização espanhola fez com nuestra América. Nada menos do que arrebatador!
Ao contrário da maioria, gostei mais da segunda temporada pq dos oito episódios, só um não curti. O que adianta ter 18 linguagens diferentes se apenas meia dúzia valem a pena? "O gigante afogado", "Grama alta" e "Atendimento automático" foram meus preferidos.
Os episódios são tão irregulares que fica difícil unificar a nota. Os meus preferidos foram o Metaverso (Histórias alternativas) e Zima Blue (5 estrelas), em seguida Boa Caçada, Os 3 Robôs, A Era do Gelo, Noite de Pescaria e A Testemunha. O Lixão e a História do Iogurte são bonzinhos, mas mal desenvolvidos. Aqueles que simulavam o universo do GTA não dava nem pra terminar tamanho meu tédio
Pra variar, os vilões dão um show de interpretação. O cinquentão Park Hee-Soon tem um olhar tão penetrante qto as facas que tiram lascas do elenco a torto e direito; e o que dizer do porraloca vivido pelo Chang Ryul? Tipo um Scarface versão cyberpunk asiático. Fico besta com a quantidade de ator bom que tem nessa Coréia do Sul. Minha admiração só cresce. E o vício pelos doramas também!
Só não leva 5 estrelas pq começa alucinante, depois cai num certo marasmo, e se recupera de forma magistral no terceiro ato. O roteiro é feito para um ano eleitoral, mostrando nos bastidores candidatos de perfis distintos: uns fazem de tudo para aparecer e se mostrarem palatáveis para o público médio, outro mais agressivo, de estampa polida, q quer transformar tocar o caos no mundo, reinventando a guerra fria pra desovar seu estoque de armamento e ressentimento. E um professor universitário que caiu de paraquedas em meio a uma crise brutal, e aos poucos demonstra que a política e a diplomacia devem ser reabilitadas e não demonizadas, pois são a base da democracia. O contrário disso é a imposição do medo, tática recorrente dos militares para tomarem o poder. E o carisma do protagonista? Mamma mia!
Eita seriezinha pra te fazer pensar, viu. Além de um ótimo divertimento, o roteiro é inovador, as ideias filosóficas ousadas e profundas, os personagens ricamente construídos e um final que te deixa sem chão. Gosto de ser surpreendida e esta série me mostrou que nem tudo já foi feito, aleluia!
Contra indicado para quem não curte musicais. O maior ponto positivo pra mim foi a abordagem de um tema recorrente, que impacta fortemente a saúde mental dos jovens: a pressão para se encaixarem em altos níveis de excelência e o endividamento das famílias. A narrativa, porém, é demais adocicada e os personagens beirando a caricatura.
Por trás de uma série banal que mostra os desafios diários de três jovens autista existe uma profundidade difícil de traduzir. Vou tentar usar o ponto de vista literal dos personagens, sem malabarismos de linguagem. Comecei a assistir às 22h30 e qdo me dei conta, eram 3h da manhã. Nem um bocejo sequer soltei, muito menos parar e experimentar outra série. Me ater aquela rotina super focada de tentar se relacionar, trabalhar sem melindrar a chefia e vencer a rua para comprar o croissant preferido na cafeteria me fez um bem surpreendente. Percebi que as pessoas ditas normais complicam demais as coisas. Os neurodivergentes têm muito a nos ensinar.
Eu entendo pq muita gente nem chega ao fim da série de tão desconfortável é de forma nua e crua o horror vivido pelos afrodescendentes nas mãos dos colonizadores europeus, geração após geração. Mas o que a série explora não chega nem perto da tragédia épica que foram estes 500 de uma escravidão que não acaba, se reinventa em cada trabalho precarizado, imigrante africano q apanha até a morte ou empregadas domésticas que vivem num quartinho insalubre sem receber pq são tratadas como "família". E ainda tem a "ajuda" da religião para legitimar toda a tortura a que são submetidos. Quem leu o livro do Laurentino Gomes também leva um soco no estômago qdo conhece detalhes da rota dos navios atraídos pelos tubarões diante de tantos corpos jogados ao mar e os castigos dado a quem ousava fugir daquele inferno, muito através do suicídio. Se a gente não se horrorizar, quem sabe para de normalizar absurdos, como se sentir inferior por termos traços das vítimas da história, e não de seus abusadores. E apesar de achar que a série perde muito ao se estender por 10 capítulos, a abordagem é tão desconcertante que não consigo dar menos q 4 estrelas. Se fosse um filme, como "Nós", seria perfeita.
Achei uma gracinha, uma fábula moderna sobre equidade de gêneros. Adorei o fato dos personagens ousarem fugir dos estereótipos mesmo antes da gravidez. Uma ousadia japonesa que os coreanos ainda estão devendo. Lembro a primeira vez que vi um homem trans grávido fiquei chocada. Mas, com o tempo, vamos nos costumando a ver cada vez mais as fronteiras de gênero ficarem fluidas. Apesar do berreiro dos fundamentalistas, é uma tendência que veio pra ficar.
A história não é lá muito original, mas a trilha sonora é tão boa que acabei vendo tudo de uma sentada. Também não canso de assistir a Natasha interpretando sempre ela mesma. Enfant terrible forever!
"Pode-se enganar a todos por algum tempo; pode-se enganar alguns por todo o tempo; mas não se pode enganar a todos todo o tempo". Sério?! Tem alguém dando gargalhada no inferno...
Bah, nunca mais vou dizer que finais felizes são forçados. Nunca vou me recuperar do rumo que essa história tomou. Como disse alguém aqui, eu tava num carrossel e acabei caindo num trem fantasma. Acho que o roteirista devia estar com muito mal humor, credo! Nem o alívio cômico que em certas horas me pareceu desnecessário, nos salva de final tão catastrófico. Até parece que a série foi escrita pelo vilão, praticamente um ser invencível! Dá pena dos protagonistas viu...aliás o Kang Pil Sung entrou para a galeria de melhores policiais atormentados. Como diria a Marília Mendonça, todos vão sofrer!
Apesar de não ser um dos meus doramas favoritos, preciso registrar as cenas bárbaras reproduzindo rituais xamânicos da cultura ancestral coreana, rica em simbolismos e que já tinha me impressionado na ótima "The guest". Que figurino! Que coreografia! E que atriz estupenda a que faz a xamã antagonista. Pra variar, as vilãs sempre entregam as melhores performances.
Giri / Haji (1ª Temporada)
3.8 18 Assista AgoraQue obra-prima! Depois de assistir a 35 doramas no último ano, cheguei à quintessência do que é uma trama policial consistente, com toque de humor, ótimas atuações, direção primorosa, sem pirotecnia, passando longe dos clichês do gênero e uma trilha sonora de babar. Tão boa que não terá uma segunda temporada. Amei o mix Japão-Inglaterra, e a roupagem mais contemporânea, lembrando Transpotting, mas com toques de cinema noir. Nem vou falar do final pq vale a pena cada segundo. Sem pieguice ou fórmulas gastas. Agora meu nível de exigência com certeza ficou mais alto. Excelente!
Uma Advogada Extraordinária (1ª Temporada)
4.5 130 Assista AgoraDepois que eu li o comentário do Pondé sobre o autismo estar "na moda", percebi o qto séries como essa são necessárias. Os conservadores não conseguem enxergar além de seus umbigos, e acreditam que contar histórias de pessoas fora dos padrões é "pura lacração". Pobrezinhos, sofrem de miopia social e insensibilidade crônicas. A série contribui de forma leve e lúdica para o entendimento da complexa mente humana, além de nos relembrar valores como empatia e ética, que andam em falta tanto aqui qto lá. Depois de tanta distopia, ansiamos pela utopia de uma sociedade mais inclusiva e diversa.
My Mister
4.6 64 Assista AgoraAo longo da semana acompanhando a saga dos protagonistas meu ânimo oscilou entre tédio, raiva, indignação, ironia, uma risada aqui outra acolá. Por isso não imaginava que ao final da série eu ficasse tão emocionada. Dias depois, as cenas ainda estão coladas na mente comprovando a maestria dos coreanos em mexer com a nossa psique graças à excelente construção de personagens, suas motivações e demônios internos. A beleza do texto está em não dar saídas fáceis aos dilemas, nem caricaturar situações como separação e relações no ambiente de trabalho. Uma coisa que me deixou chocada foi a quantidade de álcool ingerida para suportar a rotina e a humilhação diária pelos superiores. E a pressão em ser promovido sob pena de virar um pária. Não deve ser fácil viver lá.
Sandman (1ª Temporada)
4.1 590 Assista AgoraAntes de comentar achei indispensável ler a HQ (em pdf). Amei como a primeira parte da série não só respeitou o texto como elevou as tramas acrescentando uma densidade psicológica a personagens como o Johnny, protagonista do quinto episódio. O próprio Gaiman mudou o gênero de alguns e também a cor da pele para ser mais adequado a uma sociedade plural. A princípio, achei a profusão de personagens LGBT forçada, mas no original, eles já estavam lá, de forma velada, pq era assim eram os anos 80. Porém, na Casa de Bonecas foi o oposto. A adaptação não conseguiu transmitir a essência onírica da história e de personagens vitais, como o garoto vítima de abuso. O vórtice foi tratada de forma muito infantil, se tivessem mantido a concepção visual psicodélica original, seria fantástico.
Tunnel
2.8 1Gente, eu não teria problema em assistir uma série de baixo orçamento pq acho que a falta de recursos pode ser driblado com criatividade. Mas quando o sangue parece groselha e o vilão tem a mesma expressão em todas as situações, aí se percebe que o genérico ficou bastante a desejar. Até pq o vilão costuma ser um dos papéis mais complexos da trama, não podiam ter economizado no cachê. Os policiais até atuam bem, mas os demais é penoso assistir. Eu só ficava imaginando como deve ser a versão original, com a costumeira competência coreana para este gênero.
Holo, Meu Amor
3.9 54 Assista AgoraAlguém comentou aqui que a série poderia ter apenas os primeiros e os últimos episódios pq o resto era encheção de linguiça, e eu não poderia concordar mais. Apesar de não curtir romance, fiquei instigada a assistir este por causa de casos reais no Japão de pessoas solitárias que se casam com bonecas e achei que os coreanos mandariam bem demais no tema, uma espécie de "Her" asiático. Mas, infelizmente, ficou só na promessa. Curti bastante, porém, a personagem com prosopagnosia (dificuldade em reconhecer rostos), condição da qual Brad Pitt também sofre.
Memórias de Alhambra
3.7 34Ainda bem que não fui atrás do xororô de quem não curtiu o final. Bem na linha de quem não curtiu o desfecho de Round 6, que eu achei perfeito, já que era um prêmio maldito. Quando comecei a assistir "Memórias de Alhambra" tendo em mente que muitos não gostaram, fiquei pensando quando a coisa ia desandar. Qdo dei por mim, já tava no capítulo 10 e a história só melhorava. Achei tão viciante o dorama que até passei pano para as cenas lacrimogênias da mocinha. Feliz do realizador que não poupa nem o protagonista. PS: mas qto merchã, heim? Subway, Hyundai e Samsung são onipresentes!
Pousando no Amor
4.6 246Fiquei vários episódios revirando os olhos por causa do excesso de flashbacks e coincidências que cansei de criticar nas novelas brasileiras. Mas tenho que destacar dois núcleos que deram aquela quebrada no enredo meloso: o dos recrutas e das mulheres da vila. Apesar de caricatos, foram divertidos e mostraram um companherismo e inocência inexistente no lado dito desenvolvido. Aliás, decidi assistir pq a trama se passa na Coreia do Norte e tinha curiosidade sobre como recriariam para além dos desfiles militares sincronizados e exibição de bombas. Oxalá a reunificação aconteça e eles encontrem um meio termo entre o isolamento e o ultracapitalismo pq também ficou patente como o consumismo excessivo deixa as pessoas idiotizadas.
Tudo Bem Não Ser Normal
4.5 184Caramba, eles conseguiram de novo! Não que todos os doramas sejam excelentes, mas a consistência dramática é realmente invejável. Ainda bem que a série não focou apenas no romance, mas nas relações interpessoais, a construção da confiança, da empatia e a estratégia psicológica para superar traumas. Alguns personagens são tão adoráveis que eu adoraria trocar uma ideia, como o diretor e a cozinheira do hospital psiquiátrico. Sem falar na atuação do protagonista comovente, intensa. Dei um google e descobri que é o ator mais bem pago da Coréia, 100 mil dólares por episódio! Seu par também estava impecável, que figurino! E o que dizer do Oh Jung Se, que faz o irmão autista? Incrível a versatilidade do cara que era vilão em "The good detective".
A Jornalista
3.7 2Série inspiradora pra relembrar pq escolhi esta profissão tão atacada, mas a cada dia, mais imprescindível. Dom foi assassinado por ser a voz de quem não tem voz na Amazônia. Shireen Abu Akleh, repórter da Al-Jazeera, foi morta com um tiro na cabeça na faixa de Gaza por expor a truculência do Estado de Israel. Nunca foi fácil, mas desistir não é uma opção.
Amor, Morte e Robôs (Volume 3)
4.1 343 Assista AgoraDos 9 episódios, 4 não deu pra encarar, mas os demais são tão bons, mas tão bons, que não dá pra dar menos que 4 estrelas. Amo a poética de "O mesmo pulso da máquina", dos mesmos realizadores de "Noite de pescaria" da primeira temporada. Dei muita risada com "A noite dos minimortos", assim como "Os três robôs", que já estão merecendo um longa. E que desbunde esse Jibaro, heim? Que metáfora fantástica pra nos ajudar a ter dimensão do estrago que a colonização espanhola fez com nuestra América. Nada menos do que arrebatador!
Amor, Morte e Robôs (Volume 2)
3.8 371Ao contrário da maioria, gostei mais da segunda temporada pq dos oito episódios, só um não curti. O que adianta ter 18 linguagens diferentes se apenas meia dúzia valem a pena? "O gigante afogado", "Grama alta" e "Atendimento automático" foram meus preferidos.
Amor, Morte e Robôs (Volume 1)
4.3 673 Assista AgoraOs episódios são tão irregulares que fica difícil unificar a nota. Os meus preferidos foram o Metaverso (Histórias alternativas) e Zima Blue (5 estrelas), em seguida Boa Caçada, Os 3 Robôs, A Era do Gelo, Noite de Pescaria e A Testemunha. O Lixão e a História do Iogurte são bonzinhos, mas mal desenvolvidos. Aqueles que simulavam o universo do GTA não dava nem pra terminar tamanho meu tédio
My Name
4.1 104 Assista AgoraPra variar, os vilões dão um show de interpretação. O cinquentão Park Hee-Soon tem um olhar tão penetrante qto as facas que tiram lascas do elenco a torto e direito; e o que dizer do porraloca vivido pelo Chang Ryul? Tipo um Scarface versão cyberpunk asiático. Fico besta com a quantidade de ator bom que tem nessa Coréia do Sul. Minha admiração só cresce. E o vício pelos doramas também!
Designated Survivor: Coreia
4.2 7Só não leva 5 estrelas pq começa alucinante, depois cai num certo marasmo, e se recupera de forma magistral no terceiro ato. O roteiro é feito para um ano eleitoral, mostrando nos bastidores candidatos de perfis distintos: uns fazem de tudo para aparecer e se mostrarem palatáveis para o público médio, outro mais agressivo, de estampa polida, q quer transformar tocar o caos no mundo, reinventando a guerra fria pra desovar seu estoque de armamento e ressentimento. E um professor universitário que caiu de paraquedas em meio a uma crise brutal, e aos poucos demonstra que a política e a diplomacia devem ser reabilitadas e não demonizadas, pois são a base da democracia. O contrário disso é a imposição do medo, tática recorrente dos militares para tomarem o poder. E o carisma do protagonista? Mamma mia!
Undone (2ª Temporada)
4.4 45Eita seriezinha pra te fazer pensar, viu. Além de um ótimo divertimento, o roteiro é inovador, as ideias filosóficas ousadas e profundas, os personagens ricamente construídos e um final que te deixa sem chão. Gosto de ser surpreendida e esta série me mostrou que nem tudo já foi feito, aleluia!
The Sound of Magic
3.9 18Contra indicado para quem não curte musicais. O maior ponto positivo pra mim foi a abordagem de um tema recorrente, que impacta fortemente a saúde mental dos jovens: a pressão para se encaixarem em altos níveis de excelência e o endividamento das famílias. A narrativa, porém, é demais adocicada e os personagens beirando a caricatura.
Nosso Jeito de Ser (1ª Temporada)
4.3 15Por trás de uma série banal que mostra os desafios diários de três jovens autista existe uma profundidade difícil de traduzir. Vou tentar usar o ponto de vista literal dos personagens, sem malabarismos de linguagem. Comecei a assistir às 22h30 e qdo me dei conta, eram 3h da manhã. Nem um bocejo sequer soltei, muito menos parar e experimentar outra série. Me ater aquela rotina super focada de tentar se relacionar, trabalhar sem melindrar a chefia e vencer a rua para comprar o croissant preferido na cafeteria me fez um bem surpreendente. Percebi que as pessoas ditas normais complicam demais as coisas. Os neurodivergentes têm muito a nos ensinar.
Them (1ª Temporada)
4.1 541Eu entendo pq muita gente nem chega ao fim da série de tão desconfortável é de forma nua e crua o horror vivido pelos afrodescendentes nas mãos dos colonizadores europeus, geração após geração. Mas o que a série explora não chega nem perto da tragédia épica que foram estes 500 de uma escravidão que não acaba, se reinventa em cada trabalho precarizado, imigrante africano q apanha até a morte ou empregadas domésticas que vivem num quartinho insalubre sem receber pq são tratadas como "família". E ainda tem a "ajuda" da religião para legitimar toda a tortura a que são submetidos. Quem leu o livro do Laurentino Gomes também leva um soco no estômago qdo conhece detalhes da rota dos navios atraídos pelos tubarões diante de tantos corpos jogados ao mar e os castigos dado a quem ousava fugir daquele inferno, muito através do suicídio. Se a gente não se horrorizar, quem sabe para de normalizar absurdos, como se sentir inferior por termos traços das vítimas da história, e não de seus abusadores. E apesar de achar que a série perde muito ao se estender por 10 capítulos, a abordagem é tão desconcertante que não consigo dar menos q 4 estrelas. Se fosse um filme, como "Nós", seria perfeita.
Kentaro Hiyama: O Homem Que Engravidou
3.8 7 Assista AgoraAchei uma gracinha, uma fábula moderna sobre equidade de gêneros. Adorei o fato dos personagens ousarem fugir dos estereótipos mesmo antes da gravidez. Uma ousadia japonesa que os coreanos ainda estão devendo. Lembro a primeira vez que vi um homem trans grávido fiquei chocada. Mas, com o tempo, vamos nos costumando a ver cada vez mais as fronteiras de gênero ficarem fluidas. Apesar do berreiro dos fundamentalistas, é uma tendência que veio pra ficar.
Boneca Russa (2ª Temporada)
3.5 95A história não é lá muito original, mas a trilha sonora é tão boa que acabei vendo tudo de uma sentada. Também não canso de assistir a Natasha interpretando sempre ela mesma. Enfant terrible forever!
Segredos e Crimes de Jimmy Savile
3.5 34"Pode-se enganar a todos por algum tempo; pode-se enganar alguns por todo o tempo; mas não se pode enganar a todos todo o tempo". Sério?! Tem alguém dando gargalhada no inferno...
Possessed
3.5 14 Assista AgoraBah, nunca mais vou dizer que finais felizes são forçados. Nunca vou me recuperar do rumo que essa história tomou. Como disse alguém aqui, eu tava num carrossel e acabei caindo num trem fantasma. Acho que o roteirista devia estar com muito mal humor, credo! Nem o alívio cômico que em certas horas me pareceu desnecessário, nos salva de final tão catastrófico. Até parece que a série foi escrita pelo vilão, praticamente um ser invencível! Dá pena dos protagonistas viu...aliás o Kang Pil Sung entrou para a galeria de melhores policiais atormentados. Como diria a Marília Mendonça, todos vão sofrer!
The Cursed
3.5 11Apesar de não ser um dos meus doramas favoritos, preciso registrar as cenas bárbaras reproduzindo rituais xamânicos da cultura ancestral coreana, rica em simbolismos e que já tinha me impressionado na ótima "The guest". Que figurino! Que coreografia! E que atriz estupenda a que faz a xamã antagonista. Pra variar, as vilãs sempre entregam as melhores performances.