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38 years Curitiba - (BRA)
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Escritor.
Vejo mais filmes de terror do que deveria e saio menos de casa do que o recomendado.

Viciado em amendoim, corredor, ex-sonhador e nightcrawler.

I'm an O.K. guy, by the way ("Shopgirl")

Últimas opiniões enviadas

  • Renato

    Enrolei quatro anos pra ver esse filme porque é uma temática que me afeta demais, mas abri uma exceção por conta de Luca Guadagnino... Que pra variar, não me decepcionou.

    Acima de tudo, CMBYN é uma história de amor com a Itália dos anos 80, uma perfeita ambientação de um verão, um momento único em nossas vidas, de no caso, Elio.
    Ao contrário da maioria dos filmes que seguem o mesmo plano, Elio não é um garoto problemático ou depressivo; é um típico garoto italiano como muitos daquela época.
    O que o difere dos demais é o fato de sua criação fechada, fruto de uma família privilegiada; apesar dos pais serem totalmente liberais em relação à tudo, Elio criou-se em uma bolha que o fez criar dúvidas sobre sua própria identidade.
    CMBYN não tenta nos passar uma imensa história de amor entre duas pessoas, é mais como um retrato bonito que carregamos na carteira, e o resto pertence à nossa memória. Não posso dizer que foi o filme mais empolgante que já vi, mas me senti abraçado por aquele eterno sol das quatro da tarde, os pisos de madeira, o ar abafado que parece sufocar todo mundo naquele pomar.

    Timothée Chalamet demorou um pouco para me convencer, já que o próprio personagem é bem raso até quase a metade do filme. Mas a fluidez com que ele criou o personagem, com seus maneirismos e besteiras típicas da adolescência... A indicação ao Oscar foi mais do que merecida.

    Vá assistir, mas não vá pelo romance, ou pelo sexo, ou qualquer coisa que seja, isso é o de menos no filme. Vá pelo amor ao cinema, pelas belas transições de cena, pela trilha sonora... Um bom filme é montado assim, como um quebra-cabeças. E Call Me By Your Name é um belíssimo exemplo de uma peça bem construída.

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  • Renato

    Para entendermos "Moffie" é necessário irmos além do filme e sabermos mais sobre quem o criou: um diretor sul-africano, gay e preto. Com isso, Oliver Hermanus criou um drama com personagens que o assombraram a vida inteira, o que por si só impede qualquer romantização do tema.
    Se você espera um romance, já pode ir parando logo no começo. Moffie é mais um filme sobre um dos lados dos horrores do Apartheid do que sobre um casal em si.
    Em alguns aspectos me lembrou bastante "Vá e Veja", onde a morte da inocência não é só uma consequência, mas algo incentivado para a criação de um exército cego, sem emoção. Uma juventude silenciada, privada de seus sonhos e vontades em nome de uma guerra absurda e sem sentido. Isso é o que mais vemos em Moffie, a lenta destruição de um grupo de jovens que dão em vida em nome de uma causa pelas quais nem eles mesmos sabem explicar o porquê.

    O filme é contido, assim como Nicholas, que repete a frase "Estou bem" várias e várias vezes durante o filme, mesmo quando não está. Como um homem gay em uma sociedade extremamente conservadora, reprimiu-se de tal forma que quase deixou de existir emocionalmente de todas as formas; isso mudando apenas quando conhece Stassen, com quem vive um breve e inocente romance, mas o suficiente para fazer com que ele se compreenda de forma mais ampla. Mas antes de qualquer coisa começar, tudo acaba. Somos roubados desse romance, somos roubados dessa história. E é esse sentimento que Oliver queria provocar em nós, o sentimento de termos perdido algo que poderia ter sido lindo, algo que poderia ter mudado nossas vidas... Mas foi arrancado de nós, assim como foi arrancado deles. Não só Nicholas e Stassen, mas todos os outros... Como Sachs, que começa o filme como um rapaz caridoso e que se importa com Nicholas mesmo sem o conhecer. Mas no final, quando perguntado o que sente, ele diz que não sente nada. O exército venceu, levando consigo toda aquela serenidade e senso de companheirismo.

    O final é decepcionante pois não haveria como ser de outro jeito. As coisas pelas quais passamos, o que fazemos e o que fazem conosco, nos transformam para sempre. Nicholas mudou para sempre quando matou aquele soldado, e Stassen perdeu sua essência dentro da Ward 22. Nicholas tirou uma vida, enquanto a vida de Stassen foi tirada.

    A sonoplastia é quase de um filme de horror, e a violência gratuita é justamente para impedir qualquer esperança nossa sobre um final feliz.

    "Moffie" vence ao nos vender uma história de repressão tanto histórica quanto pessoal. Há duas guerras acontecendo ao mesmo tempo, o Apartheid e a que acontece dentro de Nicholas, que vive em uma eterna vigília para não ser descoberto, nem por ele mesmo. Entendo quem se frustra com a falta de uma resposta, mas nem sempre tudo são flores nessa vida, e a resposta é o que é mostrado, nós só temos dificuldade em aceitar que algumas coisas terminam assim. Sem um começo, sem um meio.

    E sem um fim.

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  • Renato

    Sou bastante sensível em relação a filmes de guerra então durante muito tempo corri de "Vá e Veja" pelo tanto de comentários que fazem não só sobre sua história dentro do mundo cinematográfico mas também sobre a violência dentro dele. Esperava um filme com muitas explosões, sangue, cenas explícitas... Mas não encontrei nada disso.

    O que encontrei foi algo muito pior.

    Nós temos ótimos exemplos de filmes sobre a Segunda Guerra Mundial, "O Pianista", "A Vida é Bela", "A Lista de Schindler"... Mas em todos eles existe aquela silverlining, uma luz no fim do túnel, algo que nos faça querer acreditar que tudo vai dar certo no final, pelo menos para alguém.
    Mas Vá e Veja é uma espiral que desce até o lugar mais profundo onde a crueldade humana consegue chegar.
    Mostra um mundo corrompido, sem esperança. Florya não é um garoto fofinho como Giosué ou esperto como Jojo. É um menino comum, iludido sobre a ideia do que é de fato a guerra que o cerca. Em sua normalidade encontramos algo com o que nos identificar; assim como eles, logo no início somos arrastados para dentro daquele exército.

    O filme é desgastante, cansativo, perturbador. Em muitas partes, a morte parece o melhor caminho e passamos até a preferir que isso aconteça logo com o protagonista, já que sua derrocada tanto física quanto emocional é intensa demais.

    Quando parece que nada mais pode piorar, vem o terceiro ato... Mostrando de fato o que acontece com a população quando os poderosos travam uma batalha. E sabendo que tais coisas realmente aconteceram, acho que todos nós nos sentimos um pouco presos dentro daqueles celeiros por alguns instantes, entre outros incontáveis horrores que o filme apresenta.

    É a mais pura visão da destruição da inocência, em todos os aspectos possíveis. E em uma última metáfora, um adeus deprimente, as imagens correndo de forma invertida mostram que algumas coisas que acontecem, não há volta, simplesmente não há volta, por mais que você tente... Não há mais para onde voltar. E quando Florya some entre os soldados, dessa vez não mais como um recruta, mas como um deles... É um triste lamento da perda de mais uma identidade, alguém que deixou de ser "alguém" para tornar-se apenas uma peça dentro do jogo maligno que qualquer guerra é.

    O filme é excelente, os atores são excelentes, uma pena que em 1985 os filmes ainda ficavam contidos dentro de seus países, esse filme merecia vários prêmios de diversos lugares do mundo. O Festival de Veneza fez um grande ato em 2017 dando um prêmio para ele, mais do que merecido.

    Eu recomendo demais, dei cinco estrelas. Mas minha fé na humanidade se perdeu um pouquinho. E aquele olhar de Florya, estático, traumatizado, com os lábios cortados e o rosto sujo é algo que provavelmente vai me assombrar para sempre.

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  • Eder Wilker
    Eder Wilker

    gostei

  • Filmow
    Filmow

    O Oscar 2017 está logo aí e teremos o nosso tradicional BOLÃO DO OSCAR FILMOW!

    Serão 3 vencedores no Bolão com prêmios da loja Chico Rei para os três participantes que mais acertarem nas categorias da premiação. (O 1º lugar vai ganhar um kit da Chico Rei com 01 camiseta + 01 caneca + 01 almofada; o 2º lugar 01 camiseta da Chico Rei; e o 3º lugar 01 almofada da Chico Rei.)

    Vem participar da brincadeira com a gente, acesse https://filmow.com/bolao-do-oscar/ para votar.
    Boa sorte! :)

    * Lembrando que faremos uma transmissão ao vivo via Facebook e Youtube da Casa Filmow na noite da cerimônia, dia 26 de fevereiro. Confirme presença no evento https://www.facebook.com/events/250416102068445/

  • Carlos Augusto
    Carlos Augusto

    Obrigado por aceitar!

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