Thiago Bento

Achei que não iriam mais investir nesta série.

Bom, não há uma forma melhor de dizer isso, mas não o considero um filme de comédia (posso levar em conta algumas cenas de teor sarcástico). De certa forma, é um filme muito diferente desta possível linha de abordagem, um filme com um bom desenvolvimento, personagens interessantes, e que beiram a realidade pretendida pela temática que o cerca. Gostaria ainda de ressaltar o final do filme, que é extremamente violento, chego a pensar que foge à proposta inicial apresentada, mas que tem todo um conceito por trás da violência. O conflito aqui é extremamente sólido. Vemos alguns personagens sem atitudes (Ansel), que pensamos ser talvez um covarde (e ele é, de fato), mas que sabe se colocar em sua posição, e que no fundo, consegue abrir uma reflexão por parte dos espectadores em cima daquela família destruída. A garota (Dottie), é a única que aparenta incorrupta de todo aquele mal, apesar de todos ali tentarem vendê-lá ao seus próprios benefícios, ela ainda se ilude de sua inocência e tenta fechar-se em seus pensamentos. O garoto, traficante, precisa arrumar uma forma de quitar a dívida com o senhor crime, e para isso, ele resolve sacrificar sua mãe, vista por ele e pela irmã, como uma bruxa e megera. O garoto, ao meu ver, tem um comportamento radical e algumas vezes consegue impor atitudes, uma imagem bem diferente da do pai. Por fim, temos um policial cowboy, um assassino pago para dar cabo da mãe dos jovens. Este "capanga", ao meu ver, tem um papel interessante no filme, pois ele é estrategicamente colocado como uma cura e um veneno para a família.