Meu tu não sabe o que aconteceu! Os caras do charlie brown invadiram a Netflix! Chame sua mãe, seu cachorro, sua sogra, Traga todo mundo esse documentário você tem que ver! Todo mundo que foi adolescente nos anos 90 cantou aos montes os sucessos da banda. Não há como ter passado despercebido, Alexandre Chorão era o próprio Charlie Brown Jr. Dono de uma das mentes mais brilhantes da história recente da música nacional chegou ao topo com muita luta. O filme abre com Chorão cuidando de uma pista de Skate, uma de suas grandes paixões ao lado da música, aliás foi através do esporte que ele se descobriu artista, compositor, músico e líder de uma das maiores bandas do país. Dono de uma voz marcante e personalidade forte Chorão usou seu talento para expressar através de suas letras a luta contra um sistema, sistema burguês onde o rico chega onde quer. Criativo era capaz de escrever a qualquer momento, tido para muitos como um escritor nato, compunha aos montes. Porém com a fama veio os problemas e infelizmente foram muitos e pesados para a pessoa "Alexandre" aquele a quem também era o ser humano Chorão, atrás das câmeras, após os shows e durante todo o tempo em que não estava no palco. Como sabemos ele não resistiu, apesar de famoso, ele não suportou o peso de tudo que estava ao seu redor... Contudo Chorão nos deixa um legado, o de lutar por seus sonhos, ideais e cuidar dos seus. "Ama as pessoas e usa as coisas o máximo que tu puder, valeu?" Faltou alguém que cuidasse melhor deste grande porta voz de uma geração. Sua música está eternizada. De Santos para o mundo, o Rock e o skate agradecem imensamente!
"Eu quero uma vida lazer" O filme retrata muito bem a vida no sertão brasileiro. A narração de Iradhir Santos só abrilhanta ainda a realização do filme. Aproveitem que acabou de entrar na Netflix.
Nos dias de hoje, quatro velhos amigos se reúnem em um hotel confortável na cidade de Ho Chi Minh: Otis (Clarke Peters), Paul (Delroy Lindo), Melvin (Isiah Whitlock Jr.) e Eddie (Norm Lewis) combateram na Guerra do Vietnã, nos anos 60, e deixaram para trás no Sudeste Asiático um companheiro morto e um tesouro — um baú de barras de ouro, perdido na mesma ação em que morreu seu comandante e amigo idolatrado, Norman (Chadwick Boseman, o Pantera Negra). A ideia é retornar ao ponto da selva em que tudo se passou cinco décadas antes para recuperar os restos mortais de Norman e, de quebra, o butim. É de conhecimento de todos que Holywood adora um filme de guerra, onde na grande maioria das vezes os EUA são retratados como grande salvadores do mundo, porém nenhum destes filmes retratados pela ótica da população negra. E ai que entra o grande trabalho de Spike Lee, que desde a sua estreia tem trabalhado para dar voz a comunidade negra no mundo. Mais uma vez ele nos mostra, o tamanho abismal da diferença entre ser negro ou branco na sociedade atual. A reunião dos 4 Bloods no inicio começa de forma a nos apresentar um certo alivio cômico para o que veria a seguir. Quando jogam conversa fora no bar do hotel, Paul o mais ácido já causa um certo mal estar ao se declarar um eleitor e simpatizante de Donald Trump (O Presidente americano é grande entusiasta dos grupos supremacistas e nacionalistas brancos) Aqui já temos a primeira demonstração do engajamento politico e social sempre presente no cinema de Spike Lee. O filme segue baseado nos conflitos e experiências dos 4 soldados, não espere as grandes sequencias de guerras, explosões, o filme é mais que isso, elas estão lá, hora em Flashback ou em memórias. O filme é repleto de falas de personalidades que lutaram pela causa negra americana Muhammad Ali, Ângela Davis, Malcolm X, e Martin Luther King Jr. Vale destacar o ótimo monólogo do personagem Paul (Delroy Lindo) onde Lee coloca o dedo na ferida do atual momento no mundo. O filme pode ter seus defeitos, porém é mais uma grande experiência e muito oportuna para o retrato atual da sociedade. Aqui não temos o papel do americano como herói, e sim um profundo debate sobre o papel e efeitos da invasão americana ao Vietnã. Em tempos de destaque para o movimento Vidas Negras Importam, de George Floyd, João Pedro e tantas vidas negras banalizadas eu diria que é essencial. Não percam! Texto publicado também na página do Cinema Atemporal no Facebook.
Projeto Flórida - 2017 Dir.: Sean Baker "Sempre sei quando os adultos estão prestes a chorar." Moonee Projeto Flórida mostra a realidade nua e crua de uma infância levada a margem da sociedade. Particularmente Sean Baker gosta deste "retrato" já deu mostra anteriormente em Take Out (2004) e Tangerine (2015) filme todo rodado com IPhone. Aqui ele nos apresenta a doce Moonee que vive com sua mãe Halley uma mulher irresponsável, em um Motel chamado Mundo Mágico nas proximidades da Disney World. Baker utilizou um elenco cheio de novatos, Bria Vinaite (Halley) foi encontrada depois de uma pesquisa via Instagram, Brooklynn Prince (Moonee) fez testes mas era seu primeiro trabalho no cinema, outras crianças foram recrutadas do próprio bairro. O único nome já famoso é o do ator Willem Dafoe (Bobby). O quadro inicial traz as crianças sentadas no chão, em sua inocência pura e simples, vidas que se perdem no meio do glamour capitalista do Mickey Mouse. Logo as crianças partem para uma jornada que mescla a amizade e viagens pelo imaginário infantil, aqui não há crianças hipnotizadas pela tecnologia, como celulares, tabletes e vídeo-games. Elas correm livres por terrenos ao redor da vizinhança. As brincadeiras nos dá um certo ar de nostalgia, aquela saudade de ser feliz como toda criança deve ser. Só que nem tudo são flores no filme, com um ar documental Baker nos mostra o contraste entre o mundo mágico da Disney e as vidas indulgentes que vivem nestes Motéis. Entre as brincadeiras de criança, com seus vários amigos, Moonee tem que lidar com a realidade da vida adulta. Sua mãe luta para manter o aluguel do quarto, com isso deixa a menina solta, em suas idas e vindas ela se depara com os conflitos do mundo real. Ela se reveza entre as peraltices de criança, e os problemas de sua mãe. O longa tem um ritmo pausado, onde vai nos abrindo o desenvolvimento de cada personagem em pequenas doses. Vale muito ressaltar o personagem de Dafoe "Bobby" encarnando o típico gerente de beira de estrada, implacável tenta a todo custo controlar o ímpeto das crianças enquanto precisa correr para manter tudo funcionando, o verdadeiro faz tudo do local Além de tudo isso ele acaba assumindo um certo papel de pai de todas aquelas crianças, especialmente de Moone que vive sempre solta correndo pelas ruas Os vários momentos entre os encontros do elenco infantil nos leva ao questionamento: Será que somos felizes, apenas enquanto somos criança? Baker usa o longa como denuncia para o esquecimento desta parcela da população O Motel teve funcionamento normal durante as filmagens o que imprime ainda mais realidade a todo filme. O filme vale cada frame por sua realidade crua, elenco com grandes atuações Brooklynn Prince está soberba! e Williem Dafoe que foi indicado ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante, e as cores estão realmente muito entrosadas com todo conjunto da obra. Texto também publicado no Facebook: Cinema Atemporal/Instagram: @cinematemporal/tiagocavalheiro26.
“Existem três tipos de pessoas. As de cima, as de baixo e as que caem”. É assim que Urrutia começa a sua jornada em seu primeiro longa na carreira, filme que já é a sensação da Netflix entre os brasileiros. O longa tem como protagonista Goreng (Ivan Massagué), um homem que decide ir para "O Poço" com intuito de parar de fumar. Lá dentro, ele conhece o velho Trimagasi (Zorion Eguileor), seu “companheiro de cela”. Há meses na prisão, o ancião explica para o jovem como funciona o dia a dia: não há contato com a luz do sol e nem tempo para esticar as pernas e se exercitar do lado de fora. A única ação que ambos têm durante todo o tempo é esperar por uma plataforma de comida que se move para baixo entre os andares todos os dias. Como Goreng e Trimagasi estão no nível 48 do Poço, eles precisam aguardar que os dois presos em cada um dos 47 níveis acima se alimentem até que os restos cheguem ao seu andar. A luta diária pelo alimento nos leva a diversas vertentes de pensamentos, para onde "O Poço" quer nos levar? Uma forte crítica social, uma mensagem religiosa? Podemos ver durante toda a projeção a sensação de tensão e medo no ar, o filme apresenta as piores faces do ser humano quando levado ao extremo, seja por estarmos por "cima" ou quando estamos por "baixo" Qual o nosso papel quanto membro de uma sociedade? Trazendo para os nossos dias atuais vejo que a mensagem do filme é bastante oportuna, dias de isolamento, de distanciamento social, de pandemias. Até onde estamos dispostos a olhar para o próximo? Pensar não somente em nossos próprios interesses? A fome nos faz perder todos os nossos sentidos de lógica e raciocínio? O Instinto por comida é maior que tudo? O filme claramente nos dá uma ideia de critica ao sistema, ao capitalismo ao mostrar o paralelo com as diferenças das realidades dos sistemas econômicos atuais. A distribuição de comida é claramente um exercício de solidariedade, o quanto quem está no topo da pirâmide está disposto a lembrar e se sacrificar pela base, ou menos favorecidos? A Administração, assim como governos não se importam em criar novas politicas que garantam melhor distribuição de rendas. O personagem de Goreng nos dá a dimensão, como povo de que podemos mudar algo, questionar, enfrentar as decisões do sistema, e assim nos mostra o caminho da esperança, que algo pode mudar através de um esforço conjunto. O ato final do filme passa de forma acelerada, mostrando os andares inferiores e as pessoas sob o efeito da falta de comida, tendo assim uma abordagem mais pesada, visceral, com imagens que podem chocar, prepare o estomago! O final nos dá diversas interpretações, basta você decidir, o caminho religioso, o politico, social? Para mim ficou a ideia de que com o esforço comum podemos lutar por melhorias, ainda que o sistema seja contrário, mas para isso, é necessário melhor distribuição de renda, colaboração da classe mais rica. Será que somos a parcela da população que está nos andares mais baixo da plataforma? Temos vivido com as sobras dos mais ricos? Solidariedade Que tal praticar hoje? Publicado também no Facebook: Cinema Atemporal/Nosso Instagram: @cinematemporal
Tropa Zero - 2019 Dir: Bert & Bertie Coméda/Drama/Família.
O filme de Bert & Bertie passou quase que despercebido por todo circuito e do grande público, mesmo com o nome de Viola Davis no projeto. Porém teve uma repercussão grande nos festivais como o de Sundance 2019. Ambientado em 1977, a história gira em torno de Christmas Flint, uma jovem e precoce criança que mora apenas com seu pai e tem inúmeros sonhos. Quando o grupo de escoteiras local Birdie Troops ganha a oportunidade de fazer parte da história da ciência, Christmas vê uma oportunidade de se reconectar com sua falecida mãe. Logo, ela conspira com um time de deslocadas, que é liderada pela relutante Rayleen.
Com uma ambientação parecida com filmes como "Pequena Miss Sunshine" e "Moonrise Kingdom" onde o mais importante não é apenas a "vitória" e consagração de seus pares. O longa consegue um equilíbrio invejável entre o drama e a comédia, entre o filme infantil e para adultos. Temos aqui uma história muito bem cotada sobre os conflitos da infância e pré adolescência, e como nós os adultos temos influência, seja ela boa ou má sobre a vida dos pequenos. Os traumas e incertezas da vida estão todas lá, e o filme trata de uma forma correta, sem paralelos, onde cada um destes elementos estão encaixados no roteiro, para que o espectador não perca o mote principal que é o de crianças com sonhos a serem realizados. As cores são lindas, vibrantes e doce como a infância deve ser, e aqui vemos uma certa influência e similaridade com o trabalho de Wes Anderson. Trilha sonora encantadora com clássicos da música como Elvis Presley, Chuck Berry, Aretha Franklin, uma linda homenagem a David Bowie.
O elenco da produção destaca a precoce e brilhante Mckenna Grace "Christmas Flint" em sua jornada pelo sonho espacial, e um elenco de apoio com Viola Davis "Rayleen" e Allison Janney "Miss Massey" Prepara-se para se emocionar com o poder da amizade, e superação, e cantar no lindo e especial ato final. Vale a pena conferir. Corra ver. Viola Davis além de atuar, também produz esta pequena pérola com selo da Amazon Studios, e disponível no Amazon Prime Vídeo.
Texto: Tiago Cavalheiro
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Logo nos créditos você vai reconhecer traços do trabalho primoroso e os métodos da narrativa de Fernando Meirelles. O diretor de obras como Cidade de Deus, e Ensaio sobre a Cegueira está simplesmente espetacular neste intimo registro. Em 'Dois Papas' temos um filme que nos mostra o valor da amizade e cumplicidade entre as pessoas. Dois homens despidos das formalidades de seus cargos. A morte de João Paulo II e a escolha de um novo Papa é o mote inicial da história. A necessidade da igreja em buscar uma nova posição em meio a escândalos e denuncias de diversas frentes, exige do colégio de Cardeais uma profunda reflexão sobre o tema. Dado todas as cartas surge o jogo politico a movimentação por apoio no pleito, e com isso os favoritos. Joseph Ratzinger é eleito após a disputa que obteve 84 votos, contra 26 de Jorge Mario Bergoglio. Depois de algum tempo os problemas da igreja e os questionamentos de rumos levam ao encontro entre eles, e é deste diálogo que se dá todo o desenrolar da continuação do filme. Apesar de posições divergentes sobre diversos aspectos, entre os quais incluem-se dogmas da fé católica, Ratzinger e Bergoglio conseguem manter a harmonia. Porém não abrem mão de seus ideias Francisco de visão mais humana de posições voltadas ao questionamento do poder religioso da igreja e Bento XVI que se mantem fiel aos dogmas mais conservadores e tradicionais do catolicismo. Aparecem então as confissões e relatos de todas as lutas e vitórias dos envolvidos. Meirelles então acerta ao inserir ao roteiro um tom cômico que aproxima o espectador da história. Aliás devemos destacar aqui as grandes atuações de Jonathan Pryce e Anthony Hopkins, estão soberbos como protagonistas. A semelhança entre eles e os a realidade é impressionante. É um embate entre gigantes o que dá ainda mais peso ao grande trabalho realizado em todo filme. Fica claro desde o início que é necessário olhar para um novo rumo, traças novas diretrizes, apesar de ser até hoje a maior denominação religiosa cristã do mundo a igreja católica tem perdido terreno com o surgimento do movimento protestante, e o rápido crescimento de movimentos pentecostais, neo-pentecostais e a teologia da prosperidade. Com isso vem a necessidade de alguém que seja capaz de conciliar a nova geração ao tradicionalismo da igreja. Talvez esse seja o ponto central do motivo que levou Bento XVI a renunciar o papado, ele enfrentava problemas de saúde, e as constantes cobranças dos lideres por novos rumos. Conhecemos a história e acredito que a escolha de Jorge, como Papa Francisco tenha sido uma correção dos fatos, dos rumos necessários. É tempo de mais humanidade, de se despir da opulenta glória do Vaticano e aproximar a igreja da simplicidade, e dos exemplos de Cristo, e Papa Francisco certamente trouxe esse frescor de esperança para o mundo através de seu exemplo de humildade e discurso conciliador. O filme de Meirelles ainda conta com um belo relato de fatos históricos importantes da época de ditadura argentina. É o Brasil sendo representado de forma incrível no cinema mundial. Um filme com selo Netflix, cotado para a grande Award Season. Imperdível.
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Quando duas pessoas começam um relacionamento jamais se imagina que em algum momento haverá algum tipo de ruptura, afinal ninguém assume um compromisso onde se envolve os sentimentos de outros para se magoar, ou pelo menos não deveria ser desta forma. É preciso antes de mais nada existir empatia e consideração com o próximo, contudo nem sempre é o que acontece, e este é um processo cheio de nuances, de pontos de vistas e considerações diferentes. E acredito que este seja um dos fatores predominantes considerados por Noah Baumbach para a execução do filme. Infelizmente é comum em processos de separação se criar guerras, indisposições e inimizades, é exatamente o oposto disso que Noah tenta mostrar em sua obra.
Que não é necessário se criar um inimigo para terminar uma relação, e o filme deixa isso claro mesmo nas mínimas coisas, logo na cena inicial somos apresentados a uma premissa fortemente dramática porém com indicação de grande afeto e apreço entre os personagens principais da história. Apesar de todo carinho e admiração que existe entre Nicole e Charlie o processo de desgaste de um divórcio é representado de forma magistral por Baumbach, ainda que os dois estejam de comum acordo em algum momento as coisas começam a fugir do controle. É ai que começam aparecer os defeitos e deslizes de cada um na relação, quando o tribunal entra em cena nos mostra um aspecto de "Vale Tudo" onde se é permitido machucar e causar dor ao outro em nome da vitória, que aqui é personificada na guarda do filho e no poder de decisão de onde morar.
O filme nos mostra um misto de egoísmo, esperança, mas toma o cuidado de não influenciar o espectador a escolher um lado na história, tanto Nicole quanto Charlie tem suas parcelas de culpa em toda situação. É a síntese do desespero de duas pessoas que se amavam, eram apaixonadas mas viram sua relação escorrer pelos dedos. No final das contas o filme não é sobre quem é o grande vencedor ou perdedor, ou quem é o grande machucado da história e sim sobre como em um momento de grande conflito é possível manter a harmonia e admiração por quem até pouco tempo era seu grande amor! Noah nos mostra que é possível terminar uma relação sem que as feridas permaneçam abertas e sangrando. Vale destacar as grandes atuações do elenco, tanto os principais como Scarlett Johansson e Adam Driver, que arrisco dizer que tem aqui o seu melhor papel da carreira como os coadjuvantes Laura Dern e Ray Liotta. Com certeza um dos grandes filmes do ano, que deve vir com tudo para o Oscar
Amor Divino eleva nossa percepção sobre o cinema Sci-Fi nacional, nos dando ainda mais esperança para o futuro de nosso cinema. O uso do neon cria uma distopia que nos faz viajar ao desconhecido, ainda que muito do que se vê aqui já seja um retrato do nosso país atual, mesmo que de forma velada e escondida.
Petra foi realmente cirúrgica em todo o processo do filme, não deixando pontas soltas. Um estudo minucioso de todo o cenário político e de ideias que permeiam toda a sociedade brasileira ao longo de nossa tão jovem, combatida e persistente história democrática. É um filme necessário, e antes de qualquer coisa, é preciso devolver a democracia para as mãos e vontade do povo. No Brasil ela está a mercê dos poderosos.
Não Fale o Mal
3.6 666Digam não sempre que for necessário.
Ataque dos Cães
3.7 934Kirsten Dunst dona da minha vida, baita filme e vocês dando menos de 4 estrelas... Deus tá vendo.
Intrusion
2.5 196Uma bomba...
Quatro Leões
3.6 50Riz Ahmed genial. Esse filme merecia ser mais conhecido.
Chorão: Marginal Alado
3.8 179 Assista AgoraMeu tu não sabe o que aconteceu!
Os caras do charlie brown invadiram a Netflix!
Chame sua mãe, seu cachorro, sua sogra,
Traga todo mundo esse documentário você tem que ver!
Todo mundo que foi adolescente nos anos 90 cantou aos montes os sucessos da banda. Não há como ter passado despercebido, Alexandre Chorão era o próprio Charlie Brown Jr. Dono de uma das mentes mais brilhantes da história recente da música nacional chegou ao topo com muita luta. O filme abre com Chorão cuidando de uma pista de Skate, uma de suas grandes paixões ao lado da música, aliás foi através do esporte que ele se descobriu artista, compositor, músico e líder de uma das maiores bandas do país. Dono de uma voz marcante e personalidade forte Chorão usou seu talento para expressar através de suas letras a luta contra um sistema, sistema burguês onde o rico chega onde quer. Criativo era capaz de escrever a qualquer momento, tido para muitos como um escritor nato, compunha aos montes. Porém com a fama veio os problemas e infelizmente foram muitos e pesados para a pessoa "Alexandre" aquele a quem também era o ser humano Chorão, atrás das câmeras, após os shows e durante todo o tempo em que não estava no palco. Como sabemos ele não resistiu, apesar de famoso, ele não suportou o peso de tudo que estava ao seu redor... Contudo Chorão nos deixa um legado, o de lutar por seus sonhos, ideais e cuidar dos seus.
"Ama as pessoas e usa as coisas o máximo que tu puder, valeu?" Faltou alguém que cuidasse melhor deste grande porta voz de uma geração. Sua música está eternizada. De Santos para o mundo, o Rock e o skate agradecem imensamente!
Cruella
4.0 1,4K Assista AgoraRelutei em ver, mas ah! Emma Stone, você é a dona do meu coração
Shiva Baby
3.8 258 Assista AgoraCorram ver este filme!!
Army of the Dead: Invasão em Las Vegas
2.8 954Que bomba... Edgar Wright mandou lembranças...
Druk: Mais Uma Rodada
3.9 797 Assista AgoraMostra perfeitamente os efeitos nocivos do álcool mesmo quando se bebe socialmente.
Meu Pai
4.4 1,2K Assista AgoraParis? Eles nem falam inglês lá! Hopkins, o Oscar é seu!
Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo
3.9 502 Assista Agora"Eu quero uma vida lazer" O filme retrata muito bem a vida no sertão brasileiro. A narração de Iradhir Santos só abrilhanta ainda a realização do filme.
Aproveitem que acabou de entrar na Netflix.
O Som do Silêncio
4.1 983 Assista AgoraGrande atuação de Riz Ahmed. Olivia Cooke merecia mais tempo de cena.
Malcolm & Marie
3.5 313 Assista AgoraFraquíssimo... Diálogos intermináveis e sem profundidade. Alguém por favor liga para o Richard Linklater da próxima vez?
Destacamento Blood
3.8 448 Assista AgoraNos dias de hoje, quatro velhos amigos se reúnem em um hotel confortável na cidade de Ho Chi Minh: Otis (Clarke Peters), Paul (Delroy Lindo), Melvin (Isiah Whitlock Jr.) e Eddie (Norm Lewis) combateram na Guerra do Vietnã, nos anos 60, e deixaram para trás no Sudeste Asiático um companheiro morto e um tesouro — um baú de barras de ouro, perdido na mesma ação em que morreu seu comandante e amigo idolatrado, Norman (Chadwick Boseman, o Pantera Negra). A ideia é retornar ao ponto da selva em que tudo se passou cinco décadas antes para recuperar os restos mortais de Norman e, de quebra, o butim.
É de conhecimento de todos que Holywood adora um filme de guerra, onde na grande maioria das vezes os EUA são retratados como grande salvadores do mundo, porém nenhum destes filmes retratados pela ótica da população negra. E ai que entra o grande trabalho de Spike Lee, que desde a sua estreia tem trabalhado para dar voz a comunidade negra no mundo. Mais uma vez ele nos mostra, o tamanho abismal da diferença entre ser negro ou branco na sociedade atual. A reunião dos 4 Bloods no inicio começa de forma a nos apresentar um certo alivio cômico para o que veria a seguir. Quando jogam conversa fora no bar do hotel, Paul o mais ácido já causa um certo mal estar ao se declarar um eleitor e simpatizante de Donald Trump (O Presidente americano é grande entusiasta dos grupos supremacistas e nacionalistas brancos) Aqui já temos a primeira demonstração do engajamento politico e social sempre presente no cinema de Spike Lee. O filme segue baseado nos conflitos e experiências dos 4 soldados, não espere as grandes sequencias de guerras, explosões, o filme é mais que isso, elas estão lá, hora em Flashback ou em memórias. O filme é repleto de falas de personalidades que lutaram pela causa negra americana Muhammad Ali, Ângela Davis, Malcolm X, e Martin Luther King Jr. Vale destacar o ótimo monólogo do personagem Paul (Delroy Lindo) onde Lee coloca o dedo na ferida do atual momento no mundo. O filme pode ter seus defeitos, porém é mais uma grande experiência e muito oportuna para o retrato atual da sociedade. Aqui não temos o papel do americano como herói, e sim um profundo debate sobre o papel e efeitos da invasão americana ao Vietnã. Em tempos de destaque para o movimento Vidas Negras Importam, de George Floyd, João Pedro e tantas vidas negras banalizadas eu diria que é essencial. Não percam!
Texto publicado também na página do Cinema Atemporal no Facebook.
Projeto Flórida
4.1 1,0KProjeto Flórida - 2017 Dir.: Sean Baker
"Sempre sei quando os adultos estão prestes a chorar." Moonee
Projeto Flórida mostra a realidade nua e crua de uma infância levada a margem da sociedade.
Particularmente Sean Baker gosta deste "retrato" já deu mostra anteriormente em Take Out (2004) e Tangerine (2015) filme todo rodado com IPhone.
Aqui ele nos apresenta a doce Moonee que vive com sua mãe Halley uma mulher irresponsável, em um Motel chamado Mundo Mágico nas proximidades da Disney World. Baker utilizou um elenco cheio de novatos, Bria Vinaite (Halley) foi encontrada depois de uma pesquisa via Instagram, Brooklynn Prince (Moonee) fez testes mas era seu primeiro trabalho no cinema, outras crianças foram recrutadas do próprio bairro. O único nome já famoso é o do ator Willem Dafoe (Bobby).
O quadro inicial traz as crianças sentadas no chão, em sua inocência pura e simples, vidas que se perdem no meio do glamour capitalista do Mickey Mouse. Logo as crianças partem para uma jornada que mescla a amizade e viagens pelo imaginário infantil, aqui não há crianças hipnotizadas pela tecnologia, como celulares, tabletes e vídeo-games. Elas correm livres por terrenos ao redor da vizinhança. As brincadeiras nos dá um certo ar de nostalgia, aquela saudade de ser feliz como toda criança deve ser.
Só que nem tudo são flores no filme, com um ar documental Baker nos mostra o contraste entre o mundo mágico da Disney e as vidas indulgentes que vivem nestes Motéis. Entre as brincadeiras de criança, com seus vários amigos, Moonee tem que lidar com a realidade da vida adulta. Sua mãe luta para manter o aluguel do quarto, com isso deixa a menina solta, em suas idas e vindas ela se depara com os conflitos do mundo real. Ela se reveza entre as peraltices de criança, e os problemas de sua mãe. O longa tem um ritmo pausado, onde vai nos abrindo o desenvolvimento de cada personagem em pequenas doses. Vale muito ressaltar o personagem de Dafoe "Bobby" encarnando o típico gerente de beira de estrada, implacável tenta a todo custo controlar o ímpeto das crianças enquanto precisa correr para manter tudo funcionando, o verdadeiro faz tudo do local Além de tudo isso ele acaba assumindo um certo papel de pai de todas aquelas crianças, especialmente de Moone que vive sempre solta correndo pelas ruas Os vários momentos entre os encontros do elenco infantil nos leva ao questionamento: Será que somos felizes, apenas enquanto somos criança? Baker usa o longa como denuncia para o esquecimento desta parcela da população O Motel teve funcionamento normal durante as filmagens o que imprime ainda mais realidade a todo filme. O filme vale cada frame por sua realidade crua, elenco com grandes atuações Brooklynn Prince está soberba! e Williem Dafoe que foi indicado ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante, e as cores estão realmente muito entrosadas com todo conjunto da obra.
Texto também publicado no Facebook: Cinema Atemporal/Instagram: @cinematemporal/tiagocavalheiro26.
O Poço
3.7 2,1K Assista AgoraO Poço - 2020 Direção: Galder Gaztelu-Urrutia Horror, Sci-Fi, Thriller - Netfix (Espanha)
“Existem três tipos de pessoas. As de cima, as de baixo e as que caem”. É assim que Urrutia começa a sua jornada em seu primeiro longa na carreira, filme que já é a sensação da Netflix entre os brasileiros.
O longa tem como protagonista Goreng (Ivan Massagué), um homem que decide ir para "O Poço" com intuito de parar de fumar. Lá dentro, ele conhece o velho Trimagasi (Zorion Eguileor), seu “companheiro de cela”. Há meses na prisão, o ancião explica para o jovem como funciona o dia a dia: não há contato com a luz do sol e nem tempo para esticar as pernas e se exercitar do lado de fora. A única ação que ambos têm durante todo o tempo é esperar por uma plataforma de comida que se move para baixo entre os andares todos os dias. Como Goreng e Trimagasi estão no nível 48 do Poço, eles precisam aguardar que os dois presos em cada um dos 47 níveis acima se alimentem até que os restos cheguem ao seu andar.
A luta diária pelo alimento nos leva a diversas vertentes de pensamentos, para onde "O Poço" quer nos levar? Uma forte crítica social, uma mensagem religiosa?
Podemos ver durante toda a projeção a sensação de tensão e medo no ar, o filme apresenta as piores faces do ser humano quando levado ao extremo, seja por estarmos por "cima" ou quando estamos por "baixo" Qual o nosso papel quanto membro de uma sociedade? Trazendo para os nossos dias atuais vejo que a mensagem do filme é bastante oportuna, dias de isolamento, de distanciamento social, de pandemias.
Até onde estamos dispostos a olhar para o próximo? Pensar não somente em nossos próprios interesses? A fome nos faz perder todos os nossos sentidos de lógica e raciocínio? O Instinto por comida é maior que tudo? O filme claramente nos dá uma ideia de critica ao sistema, ao capitalismo ao mostrar o paralelo com as diferenças das realidades dos sistemas econômicos atuais.
A distribuição de comida é claramente um exercício de solidariedade, o quanto quem está no topo da pirâmide está disposto a lembrar e se sacrificar pela base, ou menos favorecidos? A Administração, assim como governos não se importam em criar novas politicas que garantam melhor distribuição de rendas. O personagem de Goreng nos dá a dimensão, como povo de que podemos mudar algo, questionar, enfrentar as decisões do sistema, e assim nos mostra o caminho da esperança, que algo pode mudar através de um esforço conjunto.
O ato final do filme passa de forma acelerada, mostrando os andares inferiores e as pessoas sob o efeito da falta de comida, tendo assim uma abordagem mais pesada, visceral, com imagens que podem chocar, prepare o estomago!
O final nos dá diversas interpretações, basta você decidir, o caminho religioso, o politico, social? Para mim ficou a ideia de que com o esforço comum podemos lutar por melhorias, ainda que o sistema seja contrário, mas para isso, é necessário melhor distribuição de renda, colaboração da classe mais rica. Será que somos a parcela da população que está nos andares mais baixo da plataforma? Temos vivido com as sobras dos mais ricos? Solidariedade Que tal praticar hoje?
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Tropa Zero
4.0 169 Assista AgoraTropa Zero - 2019 Dir: Bert & Bertie Coméda/Drama/Família.
O filme de Bert & Bertie passou quase que despercebido por todo circuito e do grande público, mesmo com o nome de Viola Davis no projeto. Porém teve uma repercussão grande nos festivais como o de Sundance 2019.
Ambientado em 1977, a história gira em torno de Christmas Flint, uma jovem e precoce criança que mora apenas com seu pai e tem inúmeros sonhos. Quando o grupo de escoteiras local Birdie Troops ganha a oportunidade de fazer parte da história da ciência, Christmas vê uma oportunidade de se reconectar com sua falecida mãe. Logo, ela conspira com um time de deslocadas, que é liderada pela relutante Rayleen.
Com uma ambientação parecida com filmes como "Pequena Miss Sunshine" e "Moonrise Kingdom" onde o mais importante não é apenas a "vitória"
e consagração de seus pares. O longa consegue um equilíbrio invejável entre o drama e a comédia, entre o filme infantil e para adultos.
Temos aqui uma história muito bem cotada sobre os conflitos da infância e pré adolescência, e como nós os adultos temos influência, seja ela boa ou má sobre a vida dos pequenos.
Os traumas e incertezas da vida estão todas lá, e o filme trata de uma forma correta, sem paralelos, onde cada um destes elementos estão encaixados no roteiro, para que o espectador não perca o mote principal que é o de crianças com sonhos a serem realizados.
As cores são lindas, vibrantes e doce como a infância deve ser, e aqui vemos uma certa influência e similaridade com o trabalho de Wes Anderson.
Trilha sonora encantadora com clássicos da música como Elvis Presley, Chuck Berry, Aretha Franklin, uma linda homenagem a David Bowie.
O elenco da produção destaca a precoce e brilhante Mckenna Grace "Christmas Flint" em sua jornada pelo sonho espacial, e um elenco de apoio com Viola Davis "Rayleen" e Allison Janney "Miss Massey"
Prepara-se para se emocionar com o poder da amizade, e superação, e cantar no lindo e especial ato final. Vale a pena conferir. Corra ver.
Viola Davis além de atuar, também produz esta pequena pérola com selo da Amazon Studios, e disponível no Amazon Prime Vídeo.
Texto: Tiago Cavalheiro
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Dois Papas
4.1 963 Assista AgoraLogo nos créditos você vai reconhecer traços do trabalho primoroso e os métodos da narrativa de Fernando Meirelles. O diretor de obras como Cidade de Deus, e Ensaio sobre a Cegueira está simplesmente espetacular neste intimo registro. Em 'Dois Papas' temos um filme que nos mostra o valor da amizade e cumplicidade entre as pessoas. Dois homens despidos das formalidades de seus cargos. A morte de João Paulo II e a escolha de um novo Papa é o mote inicial da história. A necessidade da igreja em buscar uma nova posição em meio a escândalos e denuncias de diversas frentes, exige do colégio de Cardeais uma profunda reflexão sobre o tema. Dado todas as cartas surge o jogo politico a movimentação por apoio no pleito, e com isso os favoritos. Joseph Ratzinger é eleito após a disputa que obteve 84 votos, contra 26 de Jorge Mario Bergoglio. Depois de algum tempo os problemas da igreja e os questionamentos de rumos levam ao encontro entre eles, e é deste diálogo que se dá todo o desenrolar da continuação do filme. Apesar de posições divergentes sobre diversos aspectos, entre os quais incluem-se dogmas da fé católica, Ratzinger e Bergoglio conseguem manter a harmonia.
Porém não abrem mão de seus ideias Francisco de visão mais humana de posições voltadas ao questionamento do poder religioso da igreja e Bento XVI que se mantem fiel aos dogmas mais conservadores e tradicionais do catolicismo. Aparecem então as confissões e relatos de todas as lutas e vitórias dos envolvidos. Meirelles então acerta ao inserir ao roteiro um tom cômico que aproxima o espectador da história. Aliás devemos destacar aqui as grandes atuações de Jonathan Pryce e Anthony Hopkins, estão soberbos como protagonistas. A semelhança entre eles e os a realidade é impressionante. É um embate entre gigantes o que dá ainda mais peso ao grande trabalho realizado em todo filme. Fica claro desde o início que é necessário olhar para um novo rumo, traças novas diretrizes, apesar de ser até hoje a maior denominação religiosa cristã do mundo a igreja católica tem perdido terreno com o surgimento do movimento protestante, e o rápido crescimento de movimentos pentecostais, neo-pentecostais e a teologia da prosperidade. Com isso vem a necessidade de alguém que seja capaz de conciliar a nova geração ao tradicionalismo da igreja. Talvez esse seja o ponto central do motivo que levou Bento XVI a renunciar o papado, ele enfrentava problemas de saúde, e as constantes cobranças dos lideres por novos rumos.
Conhecemos a história e acredito que a escolha de Jorge, como Papa Francisco tenha sido uma correção dos fatos, dos rumos necessários. É tempo de mais humanidade, de se despir da opulenta glória do Vaticano e aproximar a igreja da simplicidade, e dos exemplos de Cristo, e Papa Francisco certamente trouxe esse frescor de esperança para o mundo através de seu exemplo de humildade e discurso conciliador. O filme de Meirelles ainda conta com um belo relato de fatos históricos importantes da época de ditadura argentina. É o Brasil sendo representado de forma incrível no cinema mundial.
Um filme com selo Netflix, cotado para a grande Award Season. Imperdível.
Texto também publicado em nossa página no Facebook Cinema Atemporal e Instagram @cinematemporal.
História de um Casamento
4.0 1,9K Assista AgoraQuando duas pessoas começam um relacionamento jamais se imagina que em algum momento haverá algum tipo de ruptura, afinal ninguém assume um compromisso onde se envolve os sentimentos de outros para se magoar, ou pelo menos não deveria ser desta forma. É preciso antes de mais nada existir empatia e consideração com o próximo, contudo nem sempre é o que acontece, e este é um processo cheio de nuances, de pontos de vistas e considerações diferentes. E acredito que este seja um dos fatores predominantes considerados por Noah Baumbach para a execução do filme. Infelizmente é comum em processos de separação se criar guerras, indisposições e inimizades, é exatamente o oposto disso que Noah tenta mostrar em sua obra.
Que não é necessário se criar um inimigo para terminar uma relação, e o filme deixa isso claro mesmo nas mínimas coisas, logo na cena inicial somos apresentados a uma premissa fortemente dramática porém com indicação de grande afeto e apreço entre os personagens principais da história. Apesar de todo carinho e admiração que existe entre Nicole e Charlie o processo de desgaste de um divórcio é representado de forma magistral por Baumbach, ainda que os dois estejam de comum acordo em algum momento as coisas começam a fugir do controle. É ai que começam aparecer os defeitos e deslizes de cada um na relação, quando o tribunal entra em cena nos mostra um aspecto de "Vale Tudo" onde se é permitido machucar e causar dor ao outro em nome da vitória, que aqui é personificada na guarda do filho e no poder de decisão de onde morar.
O filme nos mostra um misto de egoísmo, esperança, mas toma o cuidado de não influenciar o espectador a escolher um lado na história, tanto Nicole quanto Charlie tem suas parcelas de culpa em toda situação. É a síntese do desespero de duas pessoas que se amavam, eram apaixonadas mas viram sua relação escorrer pelos dedos. No final das contas o filme não é sobre quem é o grande vencedor ou perdedor, ou quem é o grande machucado da história e sim sobre como em um momento de grande conflito é possível manter a harmonia e admiração por quem até pouco tempo era seu grande amor! Noah nos mostra que é possível terminar uma relação sem que as feridas permaneçam abertas e sangrando.
Vale destacar as grandes atuações do elenco, tanto os principais como Scarlett Johansson e Adam Driver, que arrisco dizer que tem aqui o seu melhor papel da carreira como os coadjuvantes Laura Dern e Ray Liotta. Com certeza um dos grandes filmes do ano, que deve vir com tudo para o Oscar
Divino Amor
3.3 240Amor Divino eleva nossa percepção sobre o cinema Sci-Fi nacional, nos dando ainda mais esperança para o futuro de nosso cinema. O uso do neon cria uma distopia que nos faz viajar ao desconhecido, ainda que muito do que se vê aqui já seja um retrato do nosso país atual, mesmo que de forma velada e escondida.
O Declínio do Império Americano
3.8 82 Assista AgoraPéssimo... Um desserviço...
Drive
3.9 3,5K Assista AgoraDemorei demais para ver... Que filme!
O Corpo
4.1 1,0KNão curti... Me Pareceu uma novela Mexicana...
Democracia em Vertigem
4.1 1,3KPetra foi realmente cirúrgica em todo o processo do filme, não deixando pontas soltas. Um estudo minucioso de todo o cenário político e de ideias que permeiam toda a sociedade brasileira ao longo de nossa tão jovem, combatida e persistente história democrática. É um filme necessário, e antes de qualquer coisa, é preciso devolver a democracia para as mãos e vontade do povo. No Brasil ela está a mercê dos poderosos.