Se eu fechar os olhos agora para as mazelas da nossa sociedade, a Globo força-me com pinças à mantê-los abertos. A verdade verdadeira é que, ao reproduzir a pior parte dos costumes de épocas passadas nos causa repulsa, acertaram na dose. Justiça justa seja feita, não economizaram no despudor, não poliram o roteiro. Certeza certíssima de que as atuações mirins são gigantescas e que a cumplicidade com a experiência de Antônio Fagundes fez dessa minissérie um dos mais belos encontros da dramarturgia brasileira.
Muitas séries terminam sem um fim. Good Trouble realiza a imaginação da sequência da vida, e de uma maneira brilhante. Saíram do ninho e ganharam o mundo com todo drama da vida adulta, conflitos e diferenças com uma leveza que nos conduz as mesma mensagem aos mesmos valores. A familia ficou maior. E ganharam um irmão maior para uní-los numa sintonia perfeita, Jon Chu.
Mais uma produção comprova que, com Netflix não tem meio termo. Ou é um fracasso total, ou beira a excelência. The Umbrella Academy faz parte do grupo maior. Nunca vi uma série tão equilibrada. Roteiro sensacional com humor natural e inteligente. Como uma produção fantástica, as atuações teriam seu lugar de destaque. Atuação monstruosa de Robert Sheehan. E Vanya... é tão Ellen Page.
É de chamar atenção a tentativa de proximar da realidade com estereótipos físicos, psicológicos e de linguajar que permeiam o ambiente prisional. Mas surpreendente e impressionante é o sopro de vida que Patricia Arquette deu para esse estereótipo.
Não é facil fazer comédia adolescente tão bem equilibrada, com tantos assuntos complexos, atingir públicos tão diferentes e de todas as idades. Deram uma boa pincelada de humor colorido nos estereótipos. E o riso fácil é porque nos identificamos com esse arco-íris.
Na Suécia, a arte e os temas policiais tem uma relação extremamente íntima e violenta. É difícil esperar menos. É bom. Aborda temas atuais. Não é um roteiro complexo. Mas dentro da frieza holmiense, esperava uma intensidade brutal.
Não consigo compreender uma distopia onde esse tema seja mais policial do que psicológico, onde o enredo seja manter a ordem ao invés de provocar o caos. É uma violação à morte, não à vida. Não entendo, principalmente, quando essa arte é francesa.
Eu poderia dizer que o roteiro é inteligente, rápido, simples e leve. Que houve encaixe perfeito com atuações que permeiam desde o drama psicológico, psicopático até a comédia pateta. E que a direção conseguiu dar intensidade na medida exata com a descontinuidade das cenas. Mas só consigo lembrar da desmedida atuação de Viola Davis. QUE ATUAÇÃO!!!... QUE MULHER!!!...
Conseguiram filmar a força da mente, a complexidade da memória e a fragilidade da percepção da realidade em uma analogia simples. A fantástica direção só se perdeu no tempo. A memória não é linear.
Precisaria de muita ousadia para adaptar, à realidade brasileira, a menina dos olhos das séries americanas. Cada episódio era um tapa na cara. E agora rasgam a própria pele. Nossa realidade sem anestesia. É um presente poder testemunhar o encontro de Marjorie Estiano e Fernanda Torres.
Não sou fã de comédia. Mas The Good Place tem humor inteligente. Faz o humor negro mais colorido. E acho que sempre vou gostar de qualquer coisa que Kristen estiver envolvida.
É uma Caixa de Pandora. Todos os sentimentos imagináveis rasgando a pele de uma forma suave e delicada. O silêncio atuou em olhos lacrimejantes. A fotografia e o enredo envolvendo a artes e artistas contribui para a proximidade da história. É arte arteando com arte.
A mudança de direção ficou sensível à todos os sentidos. A primeira temporada, as investigações tradadas como meio e a personagem principal se entrelaçavam em um único caminhar. A segunda, são dois caminhos. Investigações e personagem principal andam paralelamente em rumos diferentes. Gosto de ver Miriam Leone com lágrimas nos olhos. Espero que elas voltem a brotar.
Esse formato de episódios é um personagem à parte. Tem vida própria dentro da trama. É sensorial. Nos apresenta o fim e depois nos conduz aos meios que o causaram. Lá está o mistério, no caminho. Em um suspense com contexto fantastico, a intensidade é mero detalhe que degustamos em doses quase letais. The Haunting Of Hill House é perturbador em todos sentidos. Estarrecedoramente distante da habitual ficção sobrenatural e assustadoramente próximo a real insanidade. Espantosas atuações, principalmente as kids, e direção brutal.
Temas intensos tem de ter uma produção compacta. A insanidade que carrega o contexto de The Purge não cabem histórias, muito menos rasas. Desde a ousadia da criação do brilhante tema, as sequências foram diluídas. A série é água.
Mais um que se realiza enquanto a imaginação ainda está à minha espera. Como adaptação ainda não posso avaliar. Como produção pude perceber o esforço para fugir do contexto adolescente. Mas, para isso, tem que ir muito além de personagens adultos e fotografia exuberante. Talvez até perder a provável conexão com a obra de inspiração. Esses temas parecem estarem destinados à maldição teen.
O olhar da Globo para retratar a realidade vem mudando há algum tempo e estão acertando a mão na intensidade. Esse tema é delicado para a direção encontrar o equilíbrio entre provocar a indignação e a suavidade para que as cenas possam ser digeridas. A linha é ainda mais tênue com histórias reias, de enorme repercussão e que ainda estão vívidas na memória. É indigesta, o tema por si só é repugnante e tudo o que o rodeia e o alimenta. As falas do personagem Antonio Calloni são doentias e ele encorpora repugnantemente bem esse tipo de personagem. Mas, tenho a sensação que, nessa tentativa de aumentar a dramaticidade, a direção se distanciou da enorme carga emocional que a realidade tem. A dramaticidade, o desequilibrio que o tema merece, é injetado na veia por Adriana Esteves. Sem sombra de dúvidas, uma da melhores atrizes da geração e que consegue fazer o que pouquíssimas desse grupo seleto conseguem, atuar com maestria em comédia e drama, sendo vítima ou vilã. Atriz completa.
Pragmatismo inglês caiu muito bem nessa direção. A produção e o roteiro crescem com mudança gradativa do contexto. Além de um ótimo mistério cirúrgico de nuances psicológicas, gostei de ver um romance gay sendo tratado como meio e não como fim de uma trama.
Quem começou assistir sem ler a sinopse, teve uma grata surpresa. Essa série revive, de algumas maneiras, o trio Patrick Swayze, Demi Moore e Woopi Goldberg. Não tão dramático, muito menos cómico. E esse foi, dependendo do ponto de vista, o acerto ou o pecado dessa série. Pra mim, o tema exige uma dramaticidade desmedida da produção e na atuação dos três personagens principais. E trataram de uma maneira extremamente equilibrada. Lino Guanciale, que vestiu o personagem principal, o coadjuvantismo lhe caiu bem melhor.
Amarillo es el nuevo negro. Todos os adjetivos possíveis estão em perfeito equilibrio em cada episódio, em uma história muito bem construída e com atuações sensacionais. O cinema espanhol é de aplaudir de pé. Que série fantástica!
Imagino que produzir uma história sobre o assassinato de uma criança de 11 anos, a intenção era chegar em um nível alto de drama. A história sendo real, deveria ser uma obrigação. Mas não conseguiram. Não por falta de atuação. Tenho a impressão que se a produção desse continuidade à proposta das primeiras cenas, de acompanhar a mãe, quase como se fosse em primeira pessoa, sem enquadramento, sem foco, conseguiria dar o apoio necessário à atuação de Sinead Keenan que encarou muito bem as dores que recai sobre a mãe. Mas, se a falta de drama advém da produção, até dá pra compreender. Não é o forte da Inglaterra. O cinema inglês não tem a dramaticidade na veia como outros europeus. Porém são pragmáticos e esse é o ponto forte da série. Ela é concisa e por isso, o pouco do drama que tem, não se perde em horas intermináveis de enrolação.
Se eu Fechar os Olhos Agora
4.0 28Se eu fechar os olhos agora para as mazelas da nossa sociedade, a Globo força-me com pinças à mantê-los abertos.
A verdade verdadeira é que, ao reproduzir a pior parte dos costumes de épocas passadas nos causa repulsa, acertaram na dose.
Justiça justa seja feita, não economizaram no despudor, não poliram o roteiro.
Certeza certíssima de que as atuações mirins são gigantescas e que a cumplicidade com a experiência de Antônio Fagundes fez dessa minissérie um dos mais belos encontros da dramarturgia brasileira.
Good Trouble (1ª Temporada)
4.3 28Muitas séries terminam sem um fim. Good Trouble realiza a imaginação da sequência da vida, e de uma maneira brilhante.
Saíram do ninho e ganharam o mundo com todo drama da vida adulta, conflitos e diferenças com uma leveza que nos conduz as mesma mensagem aos mesmos valores.
A familia ficou maior. E ganharam um irmão maior para uní-los numa sintonia perfeita, Jon Chu.
The Umbrella Academy (1ª Temporada)
3.9 566Mais uma produção comprova que, com Netflix não tem meio termo. Ou é um fracasso total, ou beira a excelência. The Umbrella Academy faz parte do grupo maior.
Nunca vi uma série tão equilibrada. Roteiro sensacional com humor natural e inteligente.
Como uma produção fantástica, as atuações teriam seu lugar de destaque.
Atuação monstruosa de Robert Sheehan.
E Vanya... é tão Ellen Page.
Homecoming: De Volta À Pátria (1ª Temporada)
3.9 108 Assista AgoraSe a intenção era simplificar, conseguiram.
Julia é a complexidade.
Escape at Dannemora
4.2 54 Assista AgoraÉ de chamar atenção a tentativa de proximar da realidade com estereótipos físicos, psicológicos e de linguajar que permeiam o ambiente prisional.
Mas surpreendente e impressionante é o sopro de vida que Patricia Arquette deu para esse estereótipo.
Sex Education (1ª Temporada)
4.3 813 Assista AgoraNão é facil fazer comédia adolescente tão bem equilibrada, com tantos assuntos complexos, atingir públicos tão diferentes e de todas as idades.
Deram uma boa pincelada de humor colorido nos estereótipos. E o riso fácil é porque nos identificamos com esse arco-íris.
Sthlm Rekviem
3.5 3Na Suécia, a arte e os temas policiais tem uma relação extremamente íntima e violenta. É difícil esperar menos.
É bom. Aborda temas atuais. Não é um roteiro complexo. Mas dentro da frieza holmiense, esperava uma intensidade brutal.
Ad Vitam (1ª Temporada)
3.3 26Não consigo compreender uma distopia onde esse tema seja mais policial do que psicológico, onde o enredo seja manter a ordem ao invés de provocar o caos. É uma violação à morte, não à vida.
Não entendo, principalmente, quando essa arte é francesa.
Como Defender um Assassino (1ª Temporada)
4.5 1,3K Assista AgoraEu poderia dizer que o roteiro é inteligente, rápido, simples e leve. Que houve encaixe perfeito com atuações que permeiam desde o drama psicológico, psicopático até a comédia pateta. E que a direção conseguiu dar intensidade na medida exata com a descontinuidade das cenas.
Mas só consigo lembrar da desmedida atuação de Viola Davis. QUE ATUAÇÃO!!!... QUE MULHER!!!...
Tabula Rasa (1ª Temporada)
3.9 138Conseguiram filmar a força da mente, a complexidade da memória e a fragilidade da percepção da realidade em uma analogia simples.
A fantástica direção só se perdeu no tempo. A memória não é linear.
Sob Pressão (2ª Temporada)
4.5 55 Assista AgoraPrecisaria de muita ousadia para adaptar, à realidade brasileira, a menina dos olhos das séries americanas.
Cada episódio era um tapa na cara. E agora rasgam a própria pele. Nossa realidade sem anestesia.
É um presente poder testemunhar o encontro de Marjorie Estiano e Fernanda Torres.
The Good Place (1ª Temporada)
4.2 519 Assista AgoraNão sou fã de comédia. Mas The Good Place tem humor inteligente. Faz o humor negro mais colorido.
E acho que sempre vou gostar de qualquer coisa que Kristen estiver envolvida.
Animals. (1ª Temporada)
4.1 19Estamos nos olhando no espelho.
A ludicidade torna esse reflexo mais nítido e fácil de encarar.
Médici: Mestres de Florença (1ª Temporada)
4.1 21 Assista AgoraÉ uma Caixa de Pandora.
Todos os sentimentos imagináveis rasgando a pele de uma forma suave e delicada.
O silêncio atuou em olhos lacrimejantes.
A fotografia e o enredo envolvendo a artes e artistas contribui para a proximidade da história.
É arte arteando com arte.
Non uccidere (2ª Temporada)
4.2 3A mudança de direção ficou sensível à todos os sentidos.
A primeira temporada, as investigações tradadas como meio e a personagem principal se entrelaçavam em um único caminhar.
A segunda, são dois caminhos. Investigações e personagem principal andam paralelamente em rumos diferentes.
Gosto de ver Miriam Leone com lágrimas nos olhos. Espero que elas voltem a brotar.
A Maldição da Residência Hill
4.4 1,4K Assista AgoraEsse formato de episódios é um personagem à parte. Tem vida própria dentro da trama. É sensorial. Nos apresenta o fim e depois nos conduz aos meios que o causaram. Lá está o mistério, no caminho.
Em um suspense com contexto fantastico, a intensidade é mero detalhe que degustamos em doses quase letais.
The Haunting Of Hill House é perturbador em todos sentidos. Estarrecedoramente distante da habitual ficção sobrenatural e assustadoramente próximo a real insanidade. Espantosas atuações, principalmente as kids, e direção brutal.
Milagres: Entre o Céu e o Inferno (1ª Temporada)
4.2 29Milacles ousou adentrar em um labirinto pouco explorado. Mas não percorreu. Foi um milagre prestes a acontecer.
The Purge (1ª Temporada)
3.2 246Temas intensos tem de ter uma produção compacta.
A insanidade que carrega o contexto de The Purge não cabem histórias, muito menos rasas.
Desde a ousadia da criação do brilhante tema, as sequências foram diluídas. A série é água.
A Descoberta das Bruxas (1ª Temporada)
3.8 61Mais um que se realiza enquanto a imaginação ainda está à minha espera.
Como adaptação ainda não posso avaliar. Como produção pude perceber o esforço para fugir do contexto adolescente. Mas, para isso, tem que ir muito além de personagens adultos e fotografia exuberante. Talvez até perder a provável conexão com a obra de inspiração.
Esses temas parecem estarem destinados à maldição teen.
Assédio
4.3 62 Assista AgoraO olhar da Globo para retratar a realidade vem mudando há algum tempo e estão acertando a mão na intensidade.
Esse tema é delicado para a direção encontrar o equilíbrio entre provocar a indignação e a suavidade para que as cenas possam ser digeridas. A linha é ainda mais tênue com histórias reias, de enorme repercussão e que ainda estão vívidas na memória.
É indigesta, o tema por si só é repugnante e tudo o que o rodeia e o alimenta. As falas do personagem Antonio Calloni são doentias e ele encorpora repugnantemente bem esse tipo de personagem. Mas, tenho a sensação que, nessa tentativa de aumentar a dramaticidade, a direção se distanciou da enorme carga emocional que a realidade tem. A dramaticidade, o desequilibrio que o tema merece, é injetado na veia por Adriana Esteves. Sem sombra de dúvidas, uma da melhores atrizes da geração e que consegue fazer o que pouquíssimas desse grupo seleto conseguem, atuar com maestria em comédia e drama, sendo vítima ou vilã. Atriz completa.
Relação Fatal
4.0 44Pragmatismo inglês caiu muito bem nessa direção. A produção e o roteiro crescem com mudança gradativa do contexto.
Além de um ótimo mistério cirúrgico de nuances psicológicas, gostei de ver um romance gay sendo tratado como meio e não como fim de uma trama.
A Porta Vermelha (1ª Temporada)
3.9 10Quem começou assistir sem ler a sinopse, teve uma grata surpresa.
Essa série revive, de algumas maneiras, o trio Patrick Swayze, Demi Moore e Woopi Goldberg. Não tão dramático, muito menos cómico. E esse foi, dependendo do ponto de vista, o acerto ou o pecado dessa série.
Pra mim, o tema exige uma dramaticidade desmedida da produção e na atuação dos três personagens principais. E trataram de uma maneira extremamente equilibrada.
Lino Guanciale, que vestiu o personagem principal, o coadjuvantismo lhe caiu bem melhor.
Vis a Vis (1ª Temporada)
4.1 184 Assista AgoraAmarillo es el nuevo negro.
Todos os adjetivos possíveis estão em perfeito equilibrio em cada episódio, em uma história muito bem construída e com atuações sensacionais.
O cinema espanhol é de aplaudir de pé.
Que série fantástica!
Little Boy Blue
3.5 2Imagino que produzir uma história sobre o assassinato de uma criança de 11 anos, a intenção era chegar em um nível alto de drama. A história sendo real, deveria ser uma obrigação. Mas não conseguiram. Não por falta de atuação.
Tenho a impressão que se a produção desse continuidade à proposta das primeiras cenas, de acompanhar a mãe, quase como se fosse em primeira pessoa, sem enquadramento, sem foco, conseguiria dar o apoio necessário à atuação de Sinead Keenan que encarou muito bem as dores que recai sobre a mãe.
Mas, se a falta de drama advém da produção, até dá pra compreender. Não é o forte da Inglaterra. O cinema inglês não tem a dramaticidade na veia como outros europeus. Porém são pragmáticos e esse é o ponto forte da série. Ela é concisa e por isso, o pouco do drama que tem, não se perde em horas intermináveis de enrolação.