Ainda que mais romanceada do que as melhores temporadas (2, 3 e 4), a primeira temporada de The Wire dá resquícios do que virá pela frente, enunciando sua filosofia cíclica e personificando órgãos e interesses de pessoas do tráfico, da polícia e da política.
Rever The Wire é um acerto. Terminei a série faz dois anos, e nesses dois anos, meu conhecimento sobre os temas abordados na série só aumentou, agregando assim, uma nova roupagem à série e a possibilidade de até discordar de algumas visões ali expostas.
Além das questões ideológicas, os detalhes de câmera e os wordplays no roteiro, imperceptíveis em primeira vista, ganharam destaque nessa segunda. "Se você não tiver sonhos, que porra você tem Bubbles?", diz o drogado Johnny para Bubbles; "Se você não tiver família, o que você tem?", diz a mãe de D'Angelo para o mesmo, após ter ouvido dele, o sonho de recomeçar uma vida nova.
A engenhoca que os publicitários fazem para vender algo como se fosse felicidade, status, bem-estar, saudável é a mesma que os personagens de Mad Men fizeram no decorrer da série inteira para "se venderem". Ambiciosos, mentirosos e as vezes sem escrúpulos, os personagens escondiam sob sua capa de dinheiro, poder e sexo uma melancolia imensurável. Principalmente seu protagonista.
Mas, falando da temporada, temos um ótimo nível de novo. A chegada hippie é cada vez mais sintomática, e as mudanças no mundo da publicidade também. Gostei da pauta feminista ter sido abordada no episódio 12 pelo POV da Joan ...
Sally cresceu e fora bem desenvolvida, interessante(e muito triste) ver que ela será a nova "dona de casa", numa cena em que a moribunda Betty fica a sua frente enquanto a já adolescente lava a louça. Revi o piloto esses dias e foi engraçado comparar a primeira entrada da Peggy no escritório, com saia no tornozelo, nervosa no primeiro emprego com sua entrada na McCann, de cabeça erguida, independente.
O arco das mais ambiciosas personagens de Mad Men foi incrível.
Enquanto isso, Don Draper começa a temporada sem emprego e seu casamento desmorona de maneira inevitável, e na segunda parte, há um desapego de tudo o que o cerca, levando a uma fuga para o ... nada. Fuga essa que ele fazia uma vez ou outra mas que já "planejara" com a Menken lá na primeira temporada, não é curioso ver que ela foi citada nessa temporada, apenas citada, porque a personagem já estava morta.
O último episódio foi incrível. Conversa muito bem com o último episódio da primeira temporada, o The Wheel. Nesse episódio, Don diz que a felicidade é o cheiro de um carro novo, um outdoor falando que você é incrível, etc. Faz aquele discurso fantástico para a Kodak dizendo que o carrossel sempre volta pro lugar onde somos amados. Bom, o contraste dessas falas com a cena final mais a cena em que ele se identifica com um caboclo e o abraça é notável.
E Don Draper maluco que é, volta pro mundo da publicidade, ele não consegue. O cara anda em círculos. Aliás, o dono da McCann diz que ele chegou no céu da publicidade, que terá a Coca-Cola. Logo após o mesmo chegar ao seu "auge" espiritual, ele cria o comercial mais icônico de todos da marca ...
Durante as 3 primeiras temporadas de The Americans, o questionamento de seus personagens sobre as coisas que os cercavam foi crescendo numa constante bem lenta, mas não só isso, a construção e destruição de pontes em seus relacionamentos também receberam atenção extrema.
Assim, assistir a 3º temporada da série é um exercício curioso, já que, ao ver certas situações, pensamos: Aaah, mas isso não tava ali?. O questionamento foi lapidado: Paige desconfia mais e mais sobre a natureza de seus pais; Phillip se pergunta sobre o que faz várias vezes; Martha desconfia de Clark; Stan é interrogado por um novo agente várias vezes, e assim vai. A Guerra Fria em The Americans não está só na política e na economia; Está nos relacionamentos entre os personagens.
Paige recebeu o destaque da temporada. Ela se aproxima cada vez mais do pastor e de sua igreja que adotam pautas que eu diria até serem "revolucionárias", que inclusive, poderia ajudar no recrutamento comunista.
A cena da descoberta é incrível, e os acontecimentos após esta também. Como no jantar já tão comum entre Stan e os Jennings.
O choque ideológico cresce cada vez mais. Phillip parece estar desacreditado à causa, e é nessa temporada que ele tem de fazer coisas horríveis. Transar com criança, quebrar ossos de ex-amante e etc. Claro que isso não é recente; Há um momento anterior na série em que ele diz: "Você nunca aproveitou isso aqui? Esses carros, essas roupas?".
Se na vida real, a bomba nuclear não explodiu e houve um "alívio mundial", em The Americans a Guerra Fria caminha pra uma explosão inevitável.
Demolidor é o meu super-herói favorito de quadrinhos. E ao ser notificado de que sua série seria uma realidade, eu fiquei dividido. Feliz pela existência de um novo material de um personagem que eu gosto, mas receoso e confuso quanto à forma que ele seria tratado. O receio foi esmagado por essa série fantástica.
Engraçado; Meses atrás, conversando com uma amiga minha, eu disse que o vermelho era uma cor curiosa, já que, seus significados as vezes eram opostos. A cor podia ser identificada como algo amoroso, ou algo raivoso, violento. E claro que, ao assistir ao episódio 8(Será que é o 8? Vi tudo tão rápido que tô super perdido), em que Vanessa descreve a Matt Murdock sua obra favorita(que também é uma rima clara com a cor do uniforme que será usado posteriormente por Matt Murdock), lembrei da conversa imediatamente, aumentando assim, meu carinho pela cena, pelo episódio e pela série em si.
Mas é gratificante saber que a série não tem só esse momento de brilhantismo. Eu poderia ficar aqui citando e citando várias coisas. Uma delas é a fotografia ... O Netflix consegue manter uma identidade visual marcante pras suas séries. Por exemplo, em House of Cards temos as constantes luminárias e o tom acinzentado, tons de branco e tudo mais. E aqui, temos a escuridão, luzes de neon e um amarelo que deixa tudo muito sujo, encardido, dando o tom não só de Hell's Kitchen, mas das organizações que a dominam. As lutas são bem coreografadas; os atores tem química; os personagens são bons; e a montagem(em alguns episódios, especialmente os que envolvem flashbacks) é primorosa e pontual. Demolidor sobra em quesitos técnicos.
Vincent D'Onófrio atuando como Rei do Crime muito parecido com Tony Soprano rouba a cena. Falando pausadamente quando precisa, aumentando o tom, mexendo os braços, acariciando o botão da camisa, e claro,
sendo explosivo arrancando a cabeça de outra pessoa apenas fechando a porta do carro na cabeça dela.
. Charlie Cox também, seja como Murdock ou como Demolidor.
Claro que nem tudo são flores. O episódio 7, que mostra Stick fica entre a irregularidade e a mediocridade, frases irônicas, jogar tampinha pra tabelar e cair no lixo, acho isso tudo uma bobagem sem tamanho, e não bastasse, o episódio soou como filler, já que, a sua soma à trama central foi mínima. Além disso umas piadas não funcionaram.
Bom, é isso. A série foi digna ao personagem, e preparou terreno para o que todo mundo espera, que é A Queda de Murdock, além claro, dos pontuais easter eggs que estão sempre presentes em qualquer produção da Marvel.
Temporada montanha russa(ba dum tss), altos e baixos. Porém, com mais altos e baixos, ainda bem.
Destaco o plot da Paige que apesar de ainda ser raso e preguiçoso, evoluiu MUITO nos últimos 4 ou 5 episódios, relação Elizabeth e Phillip, Nina, Oleg, Stan perdendo tudo e tal
Agora o filho do casal lá e o Larrick foram os pontos fracos da temporada
Larrick é caricato, parece um vilão de quadrinhos, sua morte foi previsível, assim como a descoberta do verdadeiro assassino do casal também foi extremamente previsível e acelerado
O gancho deixado pra 3º temporada foi muito interessante ... Já que o tema ainda não foi abordado. Ansioso.
The Wire (1ª Temporada)
4.6 170 Assista AgoraAinda que mais romanceada do que as melhores temporadas (2, 3 e 4), a primeira temporada de The Wire dá resquícios do que virá pela frente, enunciando sua filosofia cíclica e personificando órgãos e interesses de pessoas do tráfico, da polícia e da política.
Rever The Wire é um acerto. Terminei a série faz dois anos, e nesses dois anos, meu conhecimento sobre os temas abordados na série só aumentou, agregando assim, uma nova roupagem à série e a possibilidade de até discordar de algumas visões ali expostas.
Além das questões ideológicas, os detalhes de câmera e os wordplays no roteiro, imperceptíveis em primeira vista, ganharam destaque nessa segunda.
"Se você não tiver sonhos, que porra você tem Bubbles?", diz o drogado Johnny para Bubbles; "Se você não tiver família, o que você tem?", diz a mãe de D'Angelo para o mesmo, após ter ouvido dele, o sonho de recomeçar uma vida nova.
The Wire é coisa linda.
Mad Men (7ª Temporada)
4.6 387 Assista AgoraA engenhoca que os publicitários fazem para vender algo como se fosse felicidade, status, bem-estar, saudável é a mesma que os personagens de Mad Men fizeram no decorrer da série inteira para "se venderem". Ambiciosos, mentirosos e as vezes sem escrúpulos, os personagens escondiam sob sua capa de dinheiro, poder e sexo uma melancolia imensurável. Principalmente seu protagonista.
Mas, falando da temporada, temos um ótimo nível de novo. A chegada hippie é cada vez mais sintomática, e as mudanças no mundo da publicidade também. Gostei da pauta feminista ter sido abordada no episódio 12 pelo POV da Joan ...
Sally cresceu e fora bem desenvolvida, interessante(e muito triste) ver que ela será a nova "dona de casa", numa cena em que a moribunda Betty fica a sua frente enquanto a já adolescente lava a louça. Revi o piloto esses dias e foi engraçado comparar a primeira entrada da Peggy no escritório, com saia no tornozelo, nervosa no primeiro emprego com sua entrada na McCann, de cabeça erguida, independente.
Enquanto isso, Don Draper começa a temporada sem emprego e seu casamento desmorona de maneira inevitável, e na segunda parte, há um desapego de tudo o que o cerca, levando a uma fuga para o ... nada. Fuga essa que ele fazia uma vez ou outra mas que já "planejara" com a Menken lá na primeira temporada, não é curioso ver que ela foi citada nessa temporada, apenas citada, porque a personagem já estava morta.
O último episódio foi incrível. Conversa muito bem com o último episódio da primeira temporada, o The Wheel. Nesse episódio, Don diz que a felicidade é o cheiro de um carro novo, um outdoor falando que você é incrível, etc. Faz aquele discurso fantástico para a Kodak dizendo que o carrossel sempre volta pro lugar onde somos amados. Bom, o contraste dessas falas com a cena final mais a cena em que ele se identifica com um caboclo e o abraça é notável.
E Don Draper maluco que é, volta pro mundo da publicidade, ele não consegue. O cara anda em círculos. Aliás, o dono da McCann diz que ele chegou no céu da publicidade, que terá a Coca-Cola. Logo após o mesmo chegar ao seu "auge" espiritual, ele cria o comercial mais icônico de todos da marca ...
Mad Men, você vai fazer falta. Ah vai;
The Americans (3ª Temporada)
4.4 65 Assista AgoraDurante as 3 primeiras temporadas de The Americans, o questionamento de seus personagens sobre as coisas que os cercavam foi crescendo numa constante bem lenta, mas não só isso, a construção e destruição de pontes em seus relacionamentos também receberam atenção extrema.
Assim, assistir a 3º temporada da série é um exercício curioso, já que, ao ver certas situações, pensamos: Aaah, mas isso não tava ali?. O questionamento foi lapidado: Paige desconfia mais e mais sobre a natureza de seus pais; Phillip se pergunta sobre o que faz várias vezes; Martha desconfia de Clark; Stan é interrogado por um novo agente várias vezes, e assim vai. A Guerra Fria em The Americans não está só na política e na economia; Está nos relacionamentos entre os personagens.
Paige recebeu o destaque da temporada. Ela se aproxima cada vez mais do pastor e de sua igreja que adotam pautas que eu diria até serem "revolucionárias", que inclusive, poderia ajudar no recrutamento comunista.
A cena da descoberta é incrível, e os acontecimentos após esta também. Como no jantar já tão comum entre Stan e os Jennings.
O choque ideológico cresce cada vez mais. Phillip parece estar desacreditado à causa, e é nessa temporada que ele tem de fazer coisas horríveis. Transar com criança, quebrar ossos de ex-amante e etc. Claro que isso não é recente; Há um momento anterior na série em que ele diz: "Você nunca aproveitou isso aqui? Esses carros, essas roupas?".
Se na vida real, a bomba nuclear não explodiu e houve um "alívio mundial", em The Americans a Guerra Fria caminha pra uma explosão inevitável.
Demolidor (1ª Temporada)
4.4 1,5K Assista AgoraDemolidor é o meu super-herói favorito de quadrinhos. E ao ser notificado de que sua série seria uma realidade, eu fiquei dividido. Feliz pela existência de um novo material de um personagem que eu gosto, mas receoso e confuso quanto à forma que ele seria tratado. O receio foi esmagado por essa série fantástica.
Engraçado; Meses atrás, conversando com uma amiga minha, eu disse que o vermelho era uma cor curiosa, já que, seus significados as vezes eram opostos. A cor podia ser identificada como algo amoroso, ou algo raivoso, violento. E claro que, ao assistir ao episódio 8(Será que é o 8? Vi tudo tão rápido que tô super perdido), em que Vanessa descreve a Matt Murdock sua obra favorita(que também é uma rima clara com a cor do uniforme que será usado posteriormente por Matt Murdock), lembrei da conversa imediatamente, aumentando assim, meu carinho pela cena, pelo episódio e pela série em si.
Mas é gratificante saber que a série não tem só esse momento de brilhantismo. Eu poderia ficar aqui citando e citando várias coisas. Uma delas é a fotografia ... O Netflix consegue manter uma identidade visual marcante pras suas séries. Por exemplo, em House of Cards temos as constantes luminárias e o tom acinzentado, tons de branco e tudo mais. E aqui, temos a escuridão, luzes de neon e um amarelo que deixa tudo muito sujo, encardido, dando o tom não só de Hell's Kitchen, mas das organizações que a dominam. As lutas são bem coreografadas; os atores tem química; os personagens são bons; e a montagem(em alguns episódios, especialmente os que envolvem flashbacks) é primorosa e pontual. Demolidor sobra em quesitos técnicos.
Vincent D'Onófrio atuando como Rei do Crime muito parecido com Tony Soprano rouba a cena. Falando pausadamente quando precisa, aumentando o tom, mexendo os braços, acariciando o botão da camisa, e claro,
sendo explosivo arrancando a cabeça de outra pessoa apenas fechando a porta do carro na cabeça dela.
Claro que nem tudo são flores. O episódio 7, que mostra Stick fica entre a irregularidade e a mediocridade, frases irônicas, jogar tampinha pra tabelar e cair no lixo, acho isso tudo uma bobagem sem tamanho, e não bastasse, o episódio soou como filler, já que, a sua soma à trama central foi mínima. Além disso umas piadas não funcionaram.
Bom, é isso. A série foi digna ao personagem, e preparou terreno para o que todo mundo espera, que é A Queda de Murdock, além claro, dos pontuais easter eggs que estão sempre presentes em qualquer produção da Marvel.
Excelente.
The Americans (2ª Temporada)
4.3 50 Assista AgoraTemporada montanha russa(ba dum tss), altos e baixos. Porém, com mais altos e baixos, ainda bem.
Destaco o plot da Paige que apesar de ainda ser raso e preguiçoso, evoluiu MUITO nos últimos 4 ou 5 episódios, relação Elizabeth e Phillip, Nina, Oleg, Stan perdendo tudo e tal
Agora o filho do casal lá e o Larrick foram os pontos fracos da temporada
Larrick é caricato, parece um vilão de quadrinhos, sua morte foi previsível, assim como a descoberta do verdadeiro assassino do casal também foi extremamente previsível e acelerado
O gancho deixado pra 3º temporada foi muito interessante ... Já que o tema ainda não foi abordado. Ansioso.
A Sete Palmos (5ª Temporada)
4.8 477 Assista AgoraUma obra de arte, simples assim.