Kubrick foi eficiente demais ao fazer a denúncia acerca da separação dos meios de produção e dos trabalhadores. Podemos ver o macaco aprendendo a manejar a ferramenta como um grevista que cai em si e atenta contra as opressões por ele sofridas. Logo após, ocorre a elipse, a qual representa a Revolução Industrial, que destrói o proletário que pensou que havia adquirido alguma condição acima da que ostentava. Com a revolução, vemos pessoas frias, sem qualquer compaixão, trabalhando para a proliferação do capitalismo liberal predatório. Fica claro quando vemos que HAL 9000 tem mais sentimentos do que os ditos humanos. Para mim o monolito representa Luiz Inácio Lula da Silva, vindo de encontro aos autômatos de carne para lembrar sua condição humana. O bebê representa o ressurgimento dos ideais comunistas após a crise de 2008.
7 de Janeiro de 2015, acontece um ataque terrorista que atingiu um jornal satírico francês. A comoção foi enorme: As pessoas dizendo Je Suis Charlie e expressando suas opiniões, defendendo a liberdade de expressão acima de tudo sem claro, um embasamento e uma contextualização, que num evento tão grotesco como esse, eram necessárias em todo e qualquer debate.
Aqui no Brasil, temos a ideia de Ocidente e Oriente, que por sinal, destoa completamente da visão que países da União Europeia tem, ou ainda, até os Estados Unidos que tanto copiamos, nos espelhamos e babamos ovo(Rodrigo Constantino, Lobão e outras putas são exemplos.). Porém, esquecemo-nos de como somos diferentes tanto dos Estados Unidos, como da Inglaterra ou como da França retratada nesse filme. O tratamento que damos à imigrantes é diferente(mesmo que aqui no Brasil exista sim uma xenofobia por parte dos “cidadãos de bem”), os “guetos”, os subúrbios e regiões periféricas são super diferentes, além claro, da agenda política.
Dei essa volta toda, porque o longa de Mathieu Kassovitz nos apresenta uma França dividida, que mesmo com a escolha do preto-e-branco para a película, exibe contrastes claríssimos entre a França dos conjuntos habitacionais e a França do centro, tanto que, Said se impressiona como no centro os policiais são educados. Além disso, existem as tribos urbanas, sempre lideradas por jovens, e que sempre que possível, entram em conflito com a polícia.
Conflito esse, glamourizado pelos mesmos, já que, passam um tempo na televisão, esperando que fossem filmados, ou quando Vinz recupera a arma e quer porque quer matar um policial, para demonstrar uma força frente aos seus companheiros. Essa cultura do “mais forte, mais tudo”, é explorada de forma inteligente pelo roteiro de Kassovitz, já que, os 3 personagens principais sempre contam mentiras de determinados feitos, desde saber dirigir, até ter transado com uma garota.
A câmera de Kassovitz nos dá belos planos, e é interessante ver, como o protagonista Said, está sempre no meio de dois extremos(Vinz e Hubbert). Legal é ver também, a composição do cenário, alguns planos abertos nos deixam apreciar a cultura suburbana francesa, com belos grafittis, ao som sempre de um reggae ou um rap.
Assim, o excelente filme aborda vários outros temas como camarotização, acesso, preconceito e racismo, mas a mensagem principal talvez seja que precisamos de um pouco mais de empatia e embasamento. Os jovens aqui retratados são movidos pelo ódio, e não pelas ideias(como acontece nas discussões de bar/facebook/escola/qualquer lugar hoje), e como o inteligente Hubbert disse: “O ódio só gera ódio”.
Quando o filme foi se encaminhando para o final, me imaginei aqui elogiando o design, o som, as cores, a estética e a poesia da animação de Ari Folman, porém, os últimos 5 minutos de projeção me roubaram palavras e lágrimas. Me restou ficar sentado no puff refletindo, ainda depois do fim dos créditos da película.
O tema é clichêzão e batido, mas ainda sim, o filme consegue ser simbólico no que trata. O roteiro ajuda, com citações poéticas e filosóficas que só realçam a questão da consciência, tão debatida na humanidade. A direção também ajuda:
Ava e Caleb nas sessions sempre estão separados por uma linha, e por mais que ele acreditasse no amor dela, os dois não eram compatíveis.
A metáfora com o Google e com o mundo das informações que vivemos hoje em dia também foi sensacional. Há um pouco de 1984 nesse filme(câmeras, banco de informações ...). Também há um paralelo com a criação do mundo na visão do cristão, e a "programação" de valores como ser heterossexual: "Você fora programado a ser heterossexual, ou você acha que escolheu?" diz Nathan.
Ex Machina se firmou como um dos melhores sci-fis dos últimos 5 anos, deixando pra trás filmes superfaturados como o pretensioso e robótico Interestellar.
Não tenho que ficar escrevendo bonito aqui sobre esse filme. Buñuel é foda pra caralho.
65 anos de filme e ainda continua atual. Aqui no Brasil por exemplo, temos adeptos de redução da maioridade penal. Ignoram direitos dos adolescentes. "Os esquecem".
Legal ver também que o Buñuel não optou por ser extremamente realista em seu longa, já que a cena do sonho do garoto é uma das melhores, se não a melhor cena do filme.
E o filme começa com uma frase sensacional que define o atraso em que vivemos:
"As grandes cidades modernas, Nova Iorque, Paris, Londres escondem sob sua riqueza, lares miseráveis onde crianças sub-nutridas, sem saúde, sem escola, estão sentenciadas ao crime"
Assistir Os Vingadores sempre é uma experiência diferente. Compra ingresso antecipado; Pega uma fila inexplicável na hora de entrar na sala; Compra lá suas guloseimas, etc e ...
Se diverte, e muito. Aliás, melhor: Com outras pessoas do teu lado. Joss Whedon mais uma vez nos entrega um filme pipocão mesmo, engraçado, ação ininterrupta e uma ameaça até grandiosa(chegando a ser questionadora, citando Noé, mas, inteligentemente o filme não dá espaço para questões mais profundas ...). Os golpes de roteiro estão ali sim, mas não afeta.
Os personagens interagem de uma maneira sensacional, e claro, a introdução de novos personagens e a reciclagem de outros foram essenciais para que o filme funcionasse. Visão foi o destaque. Don Cheadle fazendo ponta humorística também.
Quando os cartazes, trailers, entrevistas sobre Vício Inerente começaram a rolar, eu fui assistindo tudo, acompanhando tudo de perto, comecei a ler o livro, culpa claro, da minha inevitável ansiedade para consumir mais um trabalho de um dos meus diretores favoritos, Paul Thomas Anderson.
Ouvir o mesmo falar sobre o filme no podcast com o Marc Maron, e ler o excelente livro de Thomas Pynchon, me deixou preparado pro que vinha a seguir.
E é um filmaço! Consegue entregar o nível de detalhes e referências de Pynchon de forma sutil, e pratica uma direção muito louca, as vezes com câmera parada, mas com uns movimentos não tão casuais assim(como na cena da polícia, ou na cena da troca, enfim), destaco também, o excelente plano sequência entre Shasta e Doc, um dos melhores que já vi na minha vida.
A trilha sonora do Greenwood(um dos gênios do Radiohead), é excelente, e conversa muito bem com as cenas, os atores, ótimos, carismáticos. Os momentos de humor tem um timing perfeito, e assim como a aparição de seus personagens, são rápidos e bem diretos.
É um filme diferente dos outros do diretor, PTA se mostra competente em trabalhar com outro material, carimbando assim, o posto de melhor diretor da atualidade.
Sempre ouvi falar bem desse filme, "nem parece brasileiro", me diziam. Não gosto de dizer que "não parece um filme brasileiro", já que, poucos filmes utilizam da montagem, e da narrativa abusando de flashbacks com efeitos especiais(apresentando personagens e tudo mais.).
Mas o filme é realmente muito bom. Bem humorado, rápido, e que, por pôr dúvidas na cabeça de quem assiste, prende fácil(mesmo que, inteligentemente, dê os flashbacks explicativos. Gostei muito também de como o filme conversa com a minha cidade, São Paulo, sempre se ambientando em ruas, avenidas e lugares clássicos da Terra da Garoa. Não bastasse tudo isso, Radiohead no final, é mole?
O tom, realçado pela fotografia escura é muito mais pesado do que os apresentados nos dois filmes anteriores. O foco também é outro, e é isso que faz esse filme ser melhor do que os outros. Não só o filme se preocupa em "engajar" os personagens sobre a revolução que estes estão fazendo, mas também em fazer diversas análises de discurso, seja vindo do presidente Snow, ou dos rebeldes liderados pelo Tordo.
É o filme mais maduro da franquia, claro que não escapa de algumas bobagens(é até natural, visto o tamanho da franquia e seu público), mas fez a função de trazer novas facetas pra personagem principal e finalmente encaminhar a franquia pro grande final que todos esperam. Ótimo
Filmes metalinguísticos geralmente partem de ideias criativas, que na mão de bons diretores e roteiristas, se transformam em declarações de amor ao cinema, crítica ao cinema, ou até homenagens ao cinema(E aí temos Truffaut, Woody Allen, Tarantino e outros para nos presentar com filmes do tipo). Assim, quando assisto O Segredo da Cabana, percebo em seu roteiro várias abordagens sobre o gênero terror. Aliás, a época em que o filme foi lançado é extremamente pontual, já que nos últimos 10 anos, o gênero terror nos apresentou vários filmes descartáveis e esquecíveis como "Atividade Paranormal" e outros lixos.
Partindo de uma premissa que lembra "O Show de Truman", o filme começa despretensioso, apresentando seus personagens de forma bem humorada e até caricata(como é explicado no terceiro ato), e num leve movimento de câmera, percebemos tudo o que vai acontecer. E sim, o filme não se resume em seu inteligente roteiro, já que a direção de Drew Goddard oferece-nos várias visões interessantes;
Observem como após a morte de uma das personagens iniciais, há um corte que nos transporta para os "criadores" da história comemorando, ou a excelente escolha da tensão principal do filme ser pautada nos "criadores", e não nos personagens do tal reality show.
Um roteiro inteligente, uma direção eficaz, e uma variação na hora de fazer humor(inclusive investindo em fazer humor com violência gráfica), O Segredo da Cabana faz um panorama do que tem sido o cinema de terror nos últimos anos. Filmaço!
Tudo isso para que no fim de 2014, figuras vestidas das cores da bandeira e desfilando na Avenida Paulista, tenham a atitude completamente inaceitável e irresponsável de pedir a volta da ditadura.
A abordagem desse filme já foi melhor trabalhada em alguns outros, porém, não acho que isso é demérito, O filme é bom, apesar dos momentos fantasiosos nos flashbacks que só fazem realçar a tristeza, a melancolia do presente em que os personagens se encontram.
Geralmente personagens sem escrúpulos me fascinam, e os atores que o interpretam são MUITO exigidos. Em O Abutre, filme que parece mais um milk-shake de Sangue Negro + A Rede Social(por trazer a questão do individualismo) + Ação e suspense, Jake Gyllenhaal interpreta Lou Bloom, um personagem que pratica atos imorais, em uma profissão duvidosa(O jornalismo sensacionalista, o jornalismo-safado), e como interpreta, aquele olhar estático é a marca do personagem, assim como suas falas rápidas, quando ele tenta convencer algum personagem de alguma coisa. Em algumas cenas sonhador, em outras extremamente ameaçador. Atuação incrível.
Como seria se alguém o impedisse de cumprir uma promessa sua, após suas desesperadas preces terem sido de alguma forma, atendidas?
Um filme completo. Dá a impressão de que cada cena pode render um assunto de horas, horas e horas sobre a situação em que os personagens do longa se encontram. "Zé do Burro", o protagonista, é um personagem admirável, de uma simplicidade, honestidade e perseverança tão bonitas, puras.
Incrível a cena em que ele diz para o padre que se "arriscou" no candomblé para salvar seu burro, já que não lhe restava mais o que fazer.
Assim, logo não demora pro "boca a boca" levar a história de Zé do Burro para a cidade, e nisso, surgem os aproveitadores, e seguidores que se mobilizaram com a história. "Todo mundo é amigo", lembra ele.
A imprensa, extremamente oportunista, culmina em um dos momentos chaves do filme, em que uma mulher com um bebê doente, um cadeirante vão pedir ajuda pra ele, e ele no chão, apenas lamenta dizendo não ter poder nenhum.(Reparem também na cena em que o jornalista faz as perguntas, e compare com a manchete publicada. De um sensacionalismo barato e nojento. Inacreditável.).
A cena em que o fundamentalista padre, sujeito à hierarquia da igreja, é obrigado a ver a situação por outro lado(um lado político), já que a imprensa e o povo estão do lado de Zé, é brilhante, não só por mostrar sua impotência frente ao povo(como na cena em que ele de forma impotente tenta silenciar a música, a dança da massa tocando desordenadamente os sinos da igreja), mas para pontuar que a situação não é mais religiosa, e que não é só uma promessa de um homem humilde do interior, mas que já tomou proporções gigantescas tomando um controle que ele acreditava possuir.
É um filme espetacular, figura entre os melhores de todos os tempos. Merece ser visto, revisto e passar de "boca a boca", assim como a história de Zé passou.
Primeiramente, a direção é muito boa, Jennifer Kent utiliza de bons cortes e agilidade para retratar a história. O primeiro ato é muito bom, apresentando seus personagens, a situação em que eles vivem, a premissa, tudo funciona. Agora, quando o filme resolve desperdiçar todo esse potencial em baboseiras sobrenaturais dignas de um filme de terror comum, desses que saem toda semana, me decepciona. Foi caiiindo, caindo.
Mas ainda sim, é um bom filme, dá pra se divertir, graças a sua curta duração.
Cenários gritantes, personagens cartunescos e bem executados, músicas criativas, coreografias incríveis são a marca desse classicão dos 70's. Filme muito divertido, ótimo.
Execução simples, mas com um roteiro legal, com situações que sabemos que ocorrem. Excelente acerto também, na variedade geográfica, Norte e Sul, São Paulo e Bahia, retratando problemas que são "exclusivos dessas regiões".
Porém, seus personagens caricatos, a narração monótona(que "entrega" o filme), e a falta de sutilezas tiraram um pouco do brilho dessa ótima produção nacional.
Alívios cômicos não funcionaram, além de umas soluções preguiçosas no roteiro. Porém, a direção é espetacular. Cenas como aquele cerco dos índios são inesquecíveis, bom filme.
Absolutamente decepcionante. Filme totalmente sobrecarregado, mas com soluções preguiçosas ao seu roteiro, que muitas vezes soa previsível. Nolan não conseguiu de novo colocar suas 500 ideias num projeto. É como se uma criança tentasse fazer um trabalho mega elaborado/complexo, e no dia da apresentação, tudo desabasse.
O simbolismo do gato me prendeu bastante, aliás, foi um dos principais, tudo isso na mesma categoria das compras no cartão, com o cachorro robótico, e logo após, um gato robótico, indicando uma "virada", talvez.
2001: Uma Odisseia no Espaço
4.2 2,4K Assista AgoraKubrick foi eficiente demais ao fazer a denúncia acerca da separação dos meios de produção e dos trabalhadores. Podemos ver o macaco aprendendo a manejar a ferramenta como um grevista que cai em si e atenta contra as opressões por ele sofridas. Logo após, ocorre a elipse, a qual representa a Revolução Industrial, que destrói o proletário que pensou que havia adquirido alguma condição acima da que ostentava. Com a revolução, vemos pessoas frias, sem qualquer compaixão, trabalhando para a proliferação do capitalismo liberal predatório. Fica claro quando vemos que HAL 9000 tem mais sentimentos do que os ditos humanos. Para mim o monolito representa Luiz Inácio Lula da Silva, vindo de encontro aos autômatos de carne para lembrar sua condição humana. O bebê representa o ressurgimento dos ideais comunistas após a crise de 2008.
Realmente, kubrick mto à frente de seu tempo.
O Ódio
4.2 314Le Monde Est À (N)Vous
7 de Janeiro de 2015, acontece um ataque terrorista que atingiu um jornal satírico francês. A comoção foi enorme: As pessoas dizendo Je Suis Charlie e expressando suas opiniões, defendendo a liberdade de expressão acima de tudo sem claro, um embasamento e uma contextualização, que num evento tão grotesco como esse, eram necessárias em todo e qualquer debate.
Aqui no Brasil, temos a ideia de Ocidente e Oriente, que por sinal, destoa completamente da visão que países da União Europeia tem, ou ainda, até os Estados Unidos que tanto copiamos, nos espelhamos e babamos ovo(Rodrigo Constantino, Lobão e outras putas são exemplos.). Porém, esquecemo-nos de como somos diferentes tanto dos Estados Unidos, como da Inglaterra ou como da França retratada nesse filme. O tratamento que damos à imigrantes é diferente(mesmo que aqui no Brasil exista sim uma xenofobia por parte dos “cidadãos de bem”), os “guetos”, os subúrbios e regiões periféricas são super diferentes, além claro, da agenda política.
Dei essa volta toda, porque o longa de Mathieu Kassovitz nos apresenta uma França dividida, que mesmo com a escolha do preto-e-branco para a película, exibe contrastes claríssimos entre a França dos conjuntos habitacionais e a França do centro, tanto que, Said se impressiona como no centro os policiais são educados. Além disso, existem as tribos urbanas, sempre lideradas por jovens, e que sempre que possível, entram em conflito com a polícia.
Conflito esse, glamourizado pelos mesmos, já que, passam um tempo na televisão, esperando que fossem filmados, ou quando Vinz recupera a arma e quer porque quer matar um policial, para demonstrar uma força frente aos seus companheiros. Essa cultura do “mais forte, mais tudo”, é explorada de forma inteligente pelo roteiro de Kassovitz, já que, os 3 personagens principais sempre contam mentiras de determinados feitos, desde saber dirigir, até ter transado com uma garota.
A câmera de Kassovitz nos dá belos planos, e é interessante ver, como o protagonista Said, está sempre no meio de dois extremos(Vinz e Hubbert). Legal é ver também, a composição do cenário, alguns planos abertos nos deixam apreciar a cultura suburbana francesa, com belos grafittis, ao som sempre de um reggae ou um rap.
Assim, o excelente filme aborda vários outros temas como camarotização, acesso, preconceito e racismo, mas a mensagem principal talvez seja que precisamos de um pouco mais de empatia e embasamento. Os jovens aqui retratados são movidos pelo ódio, e não pelas ideias(como acontece nas discussões de bar/facebook/escola/qualquer lugar hoje), e como o inteligente Hubbert disse: “O ódio só gera ódio”.
Valsa com Bashir
4.2 305 Assista AgoraQuando o filme foi se encaminhando para o final, me imaginei aqui elogiando o design, o som, as cores, a estética e a poesia da animação de Ari Folman, porém, os últimos 5 minutos de projeção me roubaram palavras e lágrimas. Me restou ficar sentado no puff refletindo, ainda depois do fim dos créditos da película.
Que filme, puta que pariu.
Ex Machina: Instinto Artificial
3.9 2,0K Assista AgoraO tema é clichêzão e batido, mas ainda sim, o filme consegue ser simbólico no que trata. O roteiro ajuda, com citações poéticas e filosóficas que só realçam a questão da consciência, tão debatida na humanidade. A direção também ajuda:
Ava e Caleb nas sessions sempre estão separados por uma linha, e por mais que ele acreditasse no amor dela, os dois não eram compatíveis.
A metáfora com o Google e com o mundo das informações que vivemos hoje em dia também foi sensacional. Há um pouco de 1984 nesse filme(câmeras, banco de informações ...). Também há um paralelo com a criação do mundo na visão do cristão, e a "programação" de valores como ser heterossexual: "Você fora programado a ser heterossexual, ou você acha que escolheu?" diz Nathan.
Ex Machina se firmou como um dos melhores sci-fis dos últimos 5 anos, deixando pra trás filmes superfaturados como o pretensioso e robótico Interestellar.
Excelente.
Ex Machina: Instinto Artificial
3.9 2,0K Assista Agora-Qual sua cor favorita?
-Vermelho.
E se fodeu.
Os Esquecidos
4.3 109Não tenho que ficar escrevendo bonito aqui sobre esse filme. Buñuel é foda pra caralho.
65 anos de filme e ainda continua atual. Aqui no Brasil por exemplo, temos adeptos de redução da maioridade penal. Ignoram direitos dos adolescentes. "Os esquecem".
Legal ver também que o Buñuel não optou por ser extremamente realista em seu longa, já que a cena do sonho do garoto é uma das melhores, se não a melhor cena do filme.
E o filme começa com uma frase sensacional que define o atraso em que vivemos:
"As grandes cidades modernas, Nova Iorque, Paris, Londres escondem sob sua riqueza, lares miseráveis onde crianças sub-nutridas, sem saúde, sem escola, estão sentenciadas ao crime"
Vingadores: Era de Ultron
3.7 3,0K Assista AgoraAssistir Os Vingadores sempre é uma experiência diferente. Compra ingresso antecipado; Pega uma fila inexplicável na hora de entrar na sala; Compra lá suas guloseimas, etc e ...
Se diverte, e muito. Aliás, melhor: Com outras pessoas do teu lado. Joss Whedon mais uma vez nos entrega um filme pipocão mesmo, engraçado, ação ininterrupta e uma ameaça até grandiosa(chegando a ser questionadora, citando Noé, mas, inteligentemente o filme não dá espaço para questões mais profundas ...). Os golpes de roteiro estão ali sim, mas não afeta.
Os personagens interagem de uma maneira sensacional, e claro, a introdução de novos personagens e a reciclagem de outros foram essenciais para que o filme funcionasse. Visão foi o destaque. Don Cheadle fazendo ponta humorística também.
Excelente.
Vício Inerente
3.5 554 Assista AgoraQuando os cartazes, trailers, entrevistas sobre Vício Inerente começaram a rolar, eu fui assistindo tudo, acompanhando tudo de perto, comecei a ler o livro, culpa claro, da minha inevitável ansiedade para consumir mais um trabalho de um dos meus diretores favoritos, Paul Thomas Anderson.
Ouvir o mesmo falar sobre o filme no podcast com o Marc Maron, e ler o excelente livro de Thomas Pynchon, me deixou preparado pro que vinha a seguir.
E é um filmaço! Consegue entregar o nível de detalhes e referências de Pynchon de forma sutil, e pratica uma direção muito louca, as vezes com câmera parada, mas com uns movimentos não tão casuais assim(como na cena da polícia, ou na cena da troca, enfim), destaco também, o excelente plano sequência entre Shasta e Doc, um dos melhores que já vi na minha vida.
A trilha sonora do Greenwood(um dos gênios do Radiohead), é excelente, e conversa muito bem com as cenas, os atores, ótimos, carismáticos. Os momentos de humor tem um timing perfeito, e assim como a aparição de seus personagens, são rápidos e bem diretos.
É um filme diferente dos outros do diretor, PTA se mostra competente em trabalhar com outro material, carimbando assim, o posto de melhor diretor da atualidade.
De todos os tempos na verdade.
2 Coelhos
4.0 2,7K Assista AgoraSempre ouvi falar bem desse filme, "nem parece brasileiro", me diziam. Não gosto de dizer que "não parece um filme brasileiro", já que, poucos filmes utilizam da montagem, e da narrativa abusando de flashbacks com efeitos especiais(apresentando personagens e tudo mais.).
Mas o filme é realmente muito bom. Bem humorado, rápido, e que, por pôr dúvidas na cabeça de quem assiste, prende fácil(mesmo que, inteligentemente, dê os flashbacks explicativos. Gostei muito também de como o filme conversa com a minha cidade, São Paulo, sempre se ambientando em ruas, avenidas e lugares clássicos da Terra da Garoa. Não bastasse tudo isso, Radiohead no final, é mole?
Excelente.
Jogos Vorazes: A Esperança - Parte 1
3.8 2,4K Assista AgoraO tom, realçado pela fotografia escura é muito mais pesado do que os apresentados nos dois filmes anteriores. O foco também é outro, e é isso que faz esse filme ser melhor do que os outros. Não só o filme se preocupa em "engajar" os personagens sobre a revolução que estes estão fazendo, mas também em fazer diversas análises de discurso, seja vindo do presidente Snow, ou dos rebeldes liderados pelo Tordo.
É o filme mais maduro da franquia, claro que não escapa de algumas bobagens(é até natural, visto o tamanho da franquia e seu público), mas fez a função de trazer novas facetas pra personagem principal e finalmente encaminhar a franquia pro grande final que todos esperam. Ótimo
O Segredo da Cabana
3.0 3,2KFilmes metalinguísticos geralmente partem de ideias criativas, que na mão de bons diretores e roteiristas, se transformam em declarações de amor ao cinema, crítica ao cinema, ou até homenagens ao cinema(E aí temos Truffaut, Woody Allen, Tarantino e outros para nos presentar com filmes do tipo). Assim, quando assisto O Segredo da Cabana, percebo em seu roteiro várias abordagens sobre o gênero terror. Aliás, a época em que o filme foi lançado é extremamente pontual, já que nos últimos 10 anos, o gênero terror nos apresentou vários filmes descartáveis e esquecíveis como "Atividade Paranormal" e outros lixos.
Partindo de uma premissa que lembra "O Show de Truman", o filme começa despretensioso, apresentando seus personagens de forma bem humorada e até caricata(como é explicado no terceiro ato), e num leve movimento de câmera, percebemos tudo o que vai acontecer. E sim, o filme não se resume em seu inteligente roteiro, já que a direção de Drew Goddard oferece-nos várias visões interessantes;
Observem como após a morte de uma das personagens iniciais, há um corte que nos transporta para os "criadores" da história comemorando, ou a excelente escolha da tensão principal do filme ser pautada nos "criadores", e não nos personagens do tal reality show.
Um roteiro inteligente, uma direção eficaz, e uma variação na hora de fazer humor(inclusive investindo em fazer humor com violência gráfica), O Segredo da Cabana faz um panorama do que tem sido o cinema de terror nos últimos anos. Filmaço!
Dossiê Jango
4.4 72Tudo isso para que no fim de 2014, figuras vestidas das cores da bandeira e desfilando na Avenida Paulista, tenham a atitude completamente inaceitável e irresponsável de pedir a volta da ditadura.
Namorados para Sempre
3.6 2,5K Assista AgoraA abordagem desse filme já foi melhor trabalhada em alguns outros, porém, não acho que isso é demérito, O filme é bom, apesar dos momentos fantasiosos nos flashbacks que só fazem realçar a tristeza, a melancolia do presente em que os personagens se encontram.
Kind of Blue ;)
O Abutre
4.0 2,5K Assista AgoraGeralmente personagens sem escrúpulos me fascinam, e os atores que o interpretam são MUITO exigidos. Em O Abutre, filme que parece mais um milk-shake de Sangue Negro + A Rede Social(por trazer a questão do individualismo) + Ação e suspense, Jake Gyllenhaal interpreta Lou Bloom, um personagem que pratica atos imorais, em uma profissão duvidosa(O jornalismo sensacionalista, o jornalismo-safado), e como interpreta, aquele olhar estático é a marca do personagem, assim como suas falas rápidas, quando ele tenta convencer algum personagem de alguma coisa. Em algumas cenas sonhador, em outras extremamente ameaçador. Atuação incrível.
Puta filme e um dos melhores de 2014.
O Pagador de Promessas
4.3 363 Assista AgoraComo seria se alguém o impedisse de cumprir uma promessa sua, após suas desesperadas preces terem sido de alguma forma, atendidas?
Um filme completo. Dá a impressão de que cada cena pode render um assunto de horas, horas e horas sobre a situação em que os personagens do longa se encontram. "Zé do Burro", o protagonista, é um personagem admirável, de uma simplicidade, honestidade e perseverança tão bonitas, puras.
Incrível a cena em que ele diz para o padre que se "arriscou" no candomblé para salvar seu burro, já que não lhe restava mais o que fazer.
Assim, logo não demora pro "boca a boca" levar a história de Zé do Burro para a cidade, e nisso, surgem os aproveitadores, e seguidores que se mobilizaram com a história. "Todo mundo é amigo", lembra ele.
A imprensa, extremamente oportunista, culmina em um dos momentos chaves do filme, em que uma mulher com um bebê doente, um cadeirante vão pedir ajuda pra ele, e ele no chão, apenas lamenta dizendo não ter poder nenhum.(Reparem também na cena em que o jornalista faz as perguntas, e compare com a manchete publicada. De um sensacionalismo barato e nojento. Inacreditável.).
A cena em que o fundamentalista padre, sujeito à hierarquia da igreja, é obrigado a ver a situação por outro lado(um lado político), já que a imprensa e o povo estão do lado de Zé, é brilhante, não só por mostrar sua impotência frente ao povo(como na cena em que ele de forma impotente tenta silenciar a música, a dança da massa tocando desordenadamente os sinos da igreja), mas para pontuar que a situação não é mais religiosa, e que não é só uma promessa de um homem humilde do interior, mas que já tomou proporções gigantescas tomando um controle que ele acreditava possuir.
É um filme espetacular, figura entre os melhores de todos os tempos. Merece ser visto, revisto e passar de "boca a boca", assim como a história de Zé passou.
O Babadook
3.5 2,0KPrimeiramente, a direção é muito boa, Jennifer Kent utiliza de bons cortes e agilidade para retratar a história. O primeiro ato é muito bom, apresentando seus personagens, a situação em que eles vivem, a premissa, tudo funciona. Agora, quando o filme resolve desperdiçar todo esse potencial em baboseiras sobrenaturais dignas de um filme de terror comum, desses que saem toda semana, me decepciona. Foi caiiindo, caindo.
Mas ainda sim, é um bom filme, dá pra se divertir, graças a sua curta duração.
The Rocky Horror Picture Show
4.1 1,3K Assista AgoraCenários gritantes, personagens cartunescos e bem executados, músicas criativas, coreografias incríveis são a marca desse classicão dos 70's. Filme muito divertido, ótimo.
Cronicamente Inviável
4.0 140Execução simples, mas com um roteiro legal, com situações que sabemos que ocorrem. Excelente acerto também, na variedade geográfica, Norte e Sul, São Paulo e Bahia, retratando problemas que são "exclusivos dessas regiões".
Porém, seus personagens caricatos, a narração monótona(que "entrega" o filme), e a falta de sutilezas tiraram um pouco do brilho dessa ótima produção nacional.
Rastros de Ódio
4.1 265 Assista AgoraAlívios cômicos não funcionaram, além de umas soluções preguiçosas no roteiro. Porém, a direção é espetacular. Cenas como aquele cerco dos índios são inesquecíveis, bom filme.
A Experiência
3.8 221Frase de outro filme, Cinema, Aspirinas e Urubus que ilustra grande parte desse filme:
"O país tá cheio de filha-da-puta. Bota uma farda, e pronto. Sai gritando com todo mundo."
E é um bom filme, não fosse um desenvolvimento tão acelerado, poderia ser muito melhor.
O Homem que Era o Super-Homem
4.3 94Filme bonito, mas não tanto o quanto dizem. Não me convenceu de nada, mesmo sendo um bom filme.
Interestelar
4.3 5,7K Assista AgoraAbsolutamente decepcionante. Filme totalmente sobrecarregado, mas com soluções preguiçosas ao seu roteiro, que muitas vezes soa previsível. Nolan não conseguiu de novo colocar suas 500 ideias num projeto. É como se uma criança tentasse fazer um trabalho mega elaborado/complexo, e no dia da apresentação, tudo desabasse.
Confissões
4.2 854Roteiro genial e a maior vingança do cinema.
Filmaço inacreditável, além disso traz uma discussão interessante sobre maioridade penal, mas sem parecer parcial ou tendencioso, sensacional.
Garota Exemplar
4.2 5,0K Assista AgoraO filme não funcionaria sem o timing perfeito pros flashbacks, e a atuação/narração memorável da Rosamund Pike.
O simbolismo do gato me prendeu bastante, aliás, foi um dos principais, tudo isso na mesma categoria das compras no cartão, com o cachorro robótico, e logo após, um gato robótico, indicando uma "virada", talvez.