O passado, quando distante, pode se tornar um objeto de desejo. Foi o que aconteceu com Ivo e Rita. Reviver aquele amor passado é sinal de que não acabou, não saciou. Me identifico com o desejo, não com a intensidade. Por mais que o silêncio revele como esse desejo é retraído e incômodo, os personagens no inicio do filme são gélidos. Não se trata de um silêncio caloroso, mas de um silêncio incerto e quase invasivo.
O diretor apela para o toque no seio, a pegada mais feroz no início do filme, para mostrar que Ivo e Rita ainda se querem. Além de ser uma cena super incômoda, para mim, afinal Ivo avança "do nada" em Rita. Aqui o roteiro poderia trabalhar mais os olhares, a relação do toque, sem essa invasão desproporcional, pois a personagem fica imóvel e depois aceita a abordagem. Um exemplo de calor, lindo e sincero, diante do silêncio é quando eles vão ao cinema: as mãos não param de se agarrar é uma delícia! Como demonstrar amor, desejo, sem poder executar? É um denúncia a monogamia? É traição? Por que não pular no Ivo, se é isso que tanto Rita quer?
Ah, Ivo não precisa falar nada para ser alvo de desejo da assistente da galeria. Me parece que o roteirista romantiza o homem artista, que não precisa conquistar, nem mesmo ser simpático, para ter um foda no outro dia com uma mulher, que é a personagem Laís. Por que essa personagem foi posta? Apenas para revelar o corpo de uma mulher nu constantemente? Para mostrar o quanto Ivo é fodão, artista pegador? Para mostrar como o Ivo, sentado, sem esforço algum, é capaz de levar uma mulher ao delírio? Me poupe. Para amenizar, colocam na Laís o esteriótipo de uma estudante livre que vai pra faculdade virada. A cenas em que Laís aparece nua NÃO CONTRIBUEM para a narrativa do filme, então POR QUE ESTÃO ALI? Devo admitir que é belíssimo o café caindo em seu corpo, como uma fotografia surrealista. Mas, essa poesia foi posta ali afim de comunicar o que? Vamos conversar? Me pareceu muito aleatório e exploratório, visto que os homens só aparecem suas costas (ai gente, 2014 as pessoas já sabiam sobre isso vai, que raiva).
Contudo, por ser pernambucana, me diverti com as cenas em que a dona da galeria é claramente ignorante/preconceituosa sobre a região do artista que ela convidou para realização de uma individual - Amiga, que custa pesquisar antes de tudo, sabe? A forma direta que Ivo trata a personagem é de uma realidade maravilhosa. Ivo é um bom personagem, silencioso, mas seu corpo parece estar suspenso. Não parece tão feliz com a exposição, nem mesmo com o fato de ver Rita - exceto na cena da cafeteria, que é belíssima. Ivo é um corpo deslocado o tempo todo, seja na casa da sua ex namorada, ou no espaço da exposição - ele prefere ficar lá fora. Quem não se sente assim diante de um desejo reprimido? Rita é uma mulher que demonstrou muito respeito ao seu companheiro, ao fazer questão de tirar foto e pegar em sua mão. [spoiler] Ama o companheiro, mesmo que esse amor não se trata de um amor carnal, visto que a cena de sexo entre os dois ela está imóvel. O final do filme releva que talvez sua felicidade não seja com o seu marido, convidando, a partir de fotos, Rita buscar uma nova narrativa de vida. [/spolier]
Eu gosto da escolha do silêncio, mas achei mal executada em alguns momentos. Gosto da ideia do personagem principal ser fotógrafo e usar uma câmera antiga, revelando seu amor pelo passado, por isso sua permanente paixão por Rita. Essa metalinguagem é interessante, contudo, faltou paixão no personagem diante de sua própria exposição, soou uma metalinguagem gélida. Gosto de como tratam a monogamia a partir da personagem Rita, que quase explode ao ver Ivo, sabemos que o quer, mas segue imóvel, mostrando o quão diferente é para um homem realizar seus desejos, enquanto a mulher não. [spoiler] Afinal Ivo deixa uma mulher em recife e vem pra São Paulo, transa com uma, quer a outra, etc etc...
Enfim, é um bom filme, é delicado, mas peca na erotização da mulher sem fundamentos e na romantização do artista como um indivíduo naturalmente atraente.
Eita, se deixar eu escrevo um livro. Beijosssssss!
eu assistindo: "PQP! PQP! NÃOOO! PQP! QUE FDP! VTNC! NÃOOO! AI VAAAAI! NÃOO! CUIDADO!! SAI DAAAAI! PQP! QUE FDP! SOCORRO! VOU BEBER ÁGUA!!!! PQP! QUE FDP!" é isso... desculpem-me os palavrões.
Sinceramente, que filme incrível! Sempre tive receio, por ser um filme reconhecidíssimo, -principalmente pela cena memorável do chuveiro- de não gostar ou não ver nada demais . Porém, ao desenrolar do filme eu simplesmente deletei essa idealização e fui acompanhando o trama que é sensacional! em capslock a melhor parte: QUE TRILHA SONORA É ESSA?!!!!!!!!!!!!!!!!! Sem contar na atuação do Anthony Perkins (que por sinal achei muito parecido com Andrew Garfield heheheheh) que está muito, muito boa! E o roteiro em si também é sensacional!
Primeiro sai do filme tentando ter uma ideia que se encaixasse com todo o contexto, dessa maneira acredito que o diretor tentou caminhar por diferentes essências, essas de formas e valores diferentes. O valor que o primeiro protagonista dá para o sexo, depois o valor de uma competição no segundo ato, e no final o valor e o questionamento do que é arte.
O que seria o sexo para o primeiro protagonista? Existem vários tácitos impregnados. Exemplo é a cena em que ele conversa com a menina e logo após ele goza de uma maneira que o leva ao céu, isso nos assusta porque se trata de uma criança. Contudo não podemos negar que um soldado, exilado de seus prazeres, pode encontrar prazer até em uma banheira com carne de porca. Também é visto que o personagem vangloria o seu pênis, na cena em que sai fogo do seu órgão sexual. Além disso tem toda a frieza do homem que o matou. Dai nasce o filho, criando uma árvore genealógica futura no filme. Isso já carrega a essência, e cheguei acreditar que o filho poderia não ser do respectivo pai, uma vez que não temos certeza se foi não delírio do soldado. Já no segundo caso, sabendo que na Hungria esse tipo de esporte é reconhecido, podemos ver a essência agora de forma mais concreta: tudo que ele coloca na boca por esforços são despejados durante a "partida", para que ele pudesse aguentar a competição novamente. Cena nojenta, mas metaforicamente muito interessante. Em meio a competição tem o romance, o qual tem sua maior revelação na cena onde cai uma gota de suor no rosto do homem, demonstrando a aceitação do corpo, do amor, do que o ser humano exala. Suor, língua, axila e olhos. Com isso, temos a cena do casamento, a qual vemos uma traição animalesca, o homem come a mulher se alimentando de modo a não conseguir falar direito. Até então o filme não tinha me conquistado... Já no terceiro ato eu explodi de emoção! Falará da Arte, o que seria a arte e qual é a sua essência e maneira de ser explorada. Nesse caso, o rapaz empalha os animais, encontra sua forma de expressão na Taxidermia. Ele tira o que tem dentro e põe outra coisa, transformando os animais em objetos e os tornando duráveis. Acompanhamos sua tristeza diante do pai fissurado em sua competição (a de gatos agora), e sua tentativa frustrada de atrair um funcionária de supermercado. Ele é triste, no entanto encontra paz empalhando os animais (já que não os vendes, apenas por encomenda), uma nova metáfora. Não permitirá o ciclo biológico da decomposição, e sim de uma existência plena e duradoura. E no final, ele simplesmente se coloca no mesmo lugar, se enche de material, para que seu corpo dure, assumindo-se e sendo a sua própria Arte. É poético!
É uma forma fria de tratar e expor as pessoas, o diretor é bem detalhista, roteiro bem visual. Uma fotografia que se conversa, melancólica, escura, interiorana. Enfim, adoro filmes diferentes!
Um filme sem diálogo explícito, mas que diz muita coisa. Primeiramente me conectei com os sons do filme, o por quê da escolha do soluço e o excesso de ruídos orgânicos e inorgânicos presentes no longa. Imagino que o diretor/roteirista estivesse transmitindo os sons da natureza, como na cena em que
um homem caminha com um porco, que emite um som parecido com o do senhor que soluçava. Ou seja, o diretor explora o som dos animais de forma igualitária, assumindo os barulhos que emitimos, chamando nossa atenção para as semelhanças da natureza (não é à toa que o filme se passa numa região rural, a que de certo modo não produz tantos sons quanto uma cidade -aparentemente-). Após essa cena, temos o som visto como artificial, a ação de máquinas de costura cria um som inorgânico, se divergindo com o primeiro som relatado.
Durante todo o filme, ficamos diante de algumas situações, que de princípio eu não decifrei, que acarretavam na morte de alguns moradores da região. Foi apresentado o objeto de crime (um frasco de veneno), mas não seus motivos, o que gera maior interpretação dos fatos. A cena em que o garoto alimenta o gato, e escolhe um dos dedos para também se alimentar é extremamente bela, o que o diretor surpreende posteriormente com a morte dos dois, e nós sabemos que foi um acontecimento errôneo. Também achei muito belo o momento em que um roedor está caçando e morre servindo de alimento para um cão, demonstrando o ciclo "natural" da vida (um vez que o roedor morreu com uma machadada deixa de ser natural), o que se diferencia da morte dos maridos que eram causadas por envenenamento, distanciando do ciclo natural. Com as mortes, torna-se cômica a cena do casamento e do jogo onde haviam muitos homens no começo, e no final só restava um.
Enfim, um ótimo filme, bem executado, e que eu teria que ver novamente para poder entender o todo.
Conseguiu mesclar horror com humor sem nenhum exagero, apenas algo que soaria real. Que roteiro inteligente! Introdução e final cativantes! Dei risadas no cinema ao mesmo momento em que me desesperei por causa das ações humanas retratadas de maneira a nos ligar pela semelhança com a nossa realidade, seja em Buenos Aires ou qualquer outra cidade. Não sai de lá pessimista em relação ao humano e sim sai reafirmando que ele é capaz de agir de maneira selvagem muitas vezes controlada pelas regras, o que lutar pela sua vida ou pelos seus direitos nos parece, hoje, errado. Mas claro, não deixei de me surpreender pela barbárie protagonizada, de maneira excelente alias. Um filme simples que nos diz muita coisa.
Eu costumo gostar desse ritmo de filme, principalmente nacional, e sempre tento tirar algum significado dentre as falas e o contexto em geral. Nesse filme, em especial, achei tudo muito belo, os enquadramentos, a trilha e a voz do Paulo José. Interpretações são diversas, mas ao meu ver, enxerguei cada personagem como uma fase da vida,
a criança ingênua, ainda imaturo em relação ao amor, mas ainda sim altamente sentimental. A garota (Simone Spoladore), perdida, indecisa, e experimentando, buscando ter alguém em meio a tanto pessimismo. O rapaz (Leonardo Medeiros) fiel da sua escolha, certo de quem ama, mesmo que a mulher diz que ama outro, não larga o sentimento. Outro rapaz (André Frateschi) já experimentou os sabores da vida, passou por fases, e agora ronda uma solidão. Até chegarmos no, já idoso, José, que representa a reflexão, a dúvida maior, e o incentivo a vida, que a sua já foi passada, mas que ele considera tudo muito valioso, cada fase...Claro, eu passaria tempos discutindo sobre cada fala, mas não tem como, mas uma das falas que mais me encantou foi a que dizia mais ou menos assim "....mas para isso precisaria atravessar o deserto. Chegando lá, perderam-se, e buscando encontrar o caminho certo se infiltraram muito mais no deserto. E para aproveitar a longa, lenta e inevitável morte, decidiram fazer uma festa...".
A ideia central é muito interessante, dele ser um narcisista com poder aquisitivo para realizar seus desejos e capaz de matar qualquer um por talvez se julgar melhor que todos. Achei interessante também o ritual que ele faz, em alguns casos, antes de matar,
Sem falar na interpretação do Bale, que está linda! Mas de fato, não foi um filme que me chamou muita atenção devido suas passagens, me prendeu mais por curiosidade, a fotografia é bem comum, não explora muito os diálogos, mesmo que não seja preciso, enfim, é bem fácil de assistir. Considero-o bom.
É como se partes de nossos pensamentos -independente de nossas funções em sociedade- em todo mundo, não tivessem respostas, logo fosse totalmente sem sentido, e as nossas únicas certezas não damos valor, e como consequência, vamos-as perdendo aos poucos, nossos sentidos. Ou mesmo não damos sentido ao que temos... Enfim, gostei bastante! Sem falar no envolvimento dos personagens e seus medos, seus segredos, expondo o porque (talvez) estamos prestes da escuridão.
"Se você soubesse que iria morrer, o que faria?" é uma pergunta que nos sugere erros, pois saber que vamos morrer é um fato, já saber que ele está próximo é outra questão. Portanto, a morte sempre está próxima, mas esquecida nos pensamentos, e quando se tem alguém ou algo que lhe diz que essa está vindo vem-nos desejos incontroláveis de se viver, viver o que já se foi vivido, viver o que ainda não viveu, enfim, realizar tudo o que o torna feliz. Quebramos a rotina, vivemos um intenso amor, isso que poderia ocorrer sempre, se não fosse nosso esquecimento diante da vida, aliás esquecer da morte ninguém esquece, mas esquecer da vida...muitas tem tal defeito.
Esse filme tem diversas interpretações, mas todas contendo a mesma base. A palavra que me fez esclarecer uma parcela do filme foi "femicídio" essa que significa morte de mulheres em razão do sexo.
Antigamente mulheres morriam ("morte em razão do sexo) devido ao pensamento do homem que as julgavam bruxas ou 'anticristo' e o filme quis retratar uma forma de vingança feminina baseada na hipocrisia, essa que seria pelo fato dela buscar libertação para as mortes anteriores (ultima cena, as mulheres) mas utilizar de rezas (bruxaria) para encaminhar seu devido desejo. Mas quem seria ela? De quem ela mais teria medo? Dela mesmo, ou do Satã que encorpora seu corpo? Durante os acontecimentos a personagem feminina arrependia-se de suas ações, mostrando que haviam dois lados (o bem e o mal). Teve que sacrificar seu filho para que tudo pudesse acontecer, para que no Éden só houvesse o homem e a mulher, não o fruto bondoso que os dois são capazes de gerar. Atraindo seu marido com o sexo, e esquecendo sua dor da perda também com o sexo (alcançando o prazer para esquecer a dor).
Enfim, existem vários tópicos a serem discutidos nesse filme, essa é apenas mais uma visão do que o filme pode (ou não) retratar.
O filme basicamente fala do desejo de ter um mundo só seu, com seus desejos, e que as vezes temos que optar pelo "mal" pra conquistarmos o que queremos. Amei esse filme! Fotografia linda, trilha sonora... personagens!
A proposta do filme, em minha visão, foi colocar-nos na mesma situação do protagonista (real nesse caso) e dos que vivem ao seu redor. Seria nós, capazes de enfrentar a morte de tal maneira, mesmo não enxergando o valor para vida? E se somos capazes de nos suicidar, somos egoístas ao não pensar no sofrimento em que os que nos amam iriam ter em vida quando morrêssemos? Ele chegou a ter pontos de dúvidas, mas no fundo, ele sempre teve a certeza do que queria (morte), que se fosse comigo, teria também.
Não tive nenhuma emoção durante o filme, mas o pós filme fiquei tensa e perturbada. Fiquei perguntando-me sobre se agiria melancolicamente sabendo que a morte está próxima, ou se simplesmente iria aproveitar ao máximo. Mas dói pensar em aproveitar ao máximo, pois não haverá todas as chances possíveis em tão pouco tempo, nem a vida se encarrega disso, imagine o saber que daqui 5 dias tudo estará acabado. (sem certezas absolutas, levando a ter receios).
Há uma fala que me deixou inquieta e triste: "A Terra é má" porque ela diria isso? Certamente para representar a humanidade, tornado-se egoísta devido ao fato de não estarmos sozinho (o mundo não é constituido apenas por humanos não é mesmo?). O mundo não deveria acabar por culpa nossa, mas infelizmente está se diluindo.
Permanência
3.5 111O passado, quando distante, pode se tornar um objeto de desejo. Foi o que aconteceu com Ivo e Rita. Reviver aquele amor passado é sinal de que não acabou, não saciou. Me identifico com o desejo, não com a intensidade. Por mais que o silêncio revele como esse desejo é retraído e incômodo, os personagens no inicio do filme são gélidos. Não se trata de um silêncio caloroso, mas de um silêncio incerto e quase invasivo.
O diretor apela para o toque no seio, a pegada mais feroz no início do filme, para mostrar que Ivo e Rita ainda se querem. Além de ser uma cena super incômoda, para mim, afinal Ivo avança "do nada" em Rita. Aqui o roteiro poderia trabalhar mais os olhares, a relação do toque, sem essa invasão desproporcional, pois a personagem fica imóvel e depois aceita a abordagem. Um exemplo de calor, lindo e sincero, diante do silêncio é quando eles vão ao cinema: as mãos não param de se agarrar é uma delícia! Como demonstrar amor, desejo, sem poder executar? É um denúncia a monogamia? É traição? Por que não pular no Ivo, se é isso que tanto Rita quer?
Ah, Ivo não precisa falar nada para ser alvo de desejo da assistente da galeria. Me parece que o roteirista romantiza o homem artista, que não precisa conquistar, nem mesmo ser simpático, para ter um foda no outro dia com uma mulher, que é a personagem Laís. Por que essa personagem foi posta? Apenas para revelar o corpo de uma mulher nu constantemente? Para mostrar o quanto Ivo é fodão, artista pegador? Para mostrar como o Ivo, sentado, sem esforço algum, é capaz de levar uma mulher ao delírio? Me poupe. Para amenizar, colocam na Laís o esteriótipo de uma estudante livre que vai pra faculdade virada. A cenas em que Laís aparece nua NÃO CONTRIBUEM para a narrativa do filme, então POR QUE ESTÃO ALI? Devo admitir que é belíssimo o café caindo em seu corpo, como uma fotografia surrealista. Mas, essa poesia foi posta ali afim de comunicar o que? Vamos conversar? Me pareceu muito aleatório e exploratório, visto que os homens só aparecem suas costas (ai gente, 2014 as pessoas já sabiam sobre isso vai, que raiva).
Contudo, por ser pernambucana, me diverti com as cenas em que a dona da galeria é claramente ignorante/preconceituosa sobre a região do artista que ela convidou para realização de uma individual - Amiga, que custa pesquisar antes de tudo, sabe? A forma direta que Ivo trata a personagem é de uma realidade maravilhosa. Ivo é um bom personagem, silencioso, mas seu corpo parece estar suspenso. Não parece tão feliz com a exposição, nem mesmo com o fato de ver Rita - exceto na cena da cafeteria, que é belíssima. Ivo é um corpo deslocado o tempo todo, seja na casa da sua ex namorada, ou no espaço da exposição - ele prefere ficar lá fora. Quem não se sente assim diante de um desejo reprimido? Rita é uma mulher que demonstrou muito respeito ao seu companheiro, ao fazer questão de tirar foto e pegar em sua mão. [spoiler] Ama o companheiro, mesmo que esse amor não se trata de um amor carnal, visto que a cena de sexo entre os dois ela está imóvel. O final do filme releva que talvez sua felicidade não seja com o seu marido, convidando, a partir de fotos, Rita buscar uma nova narrativa de vida.
[/spolier]
Eu gosto da escolha do silêncio, mas achei mal executada em alguns momentos. Gosto da ideia do personagem principal ser fotógrafo e usar uma câmera antiga, revelando seu amor pelo passado, por isso sua permanente paixão por Rita. Essa metalinguagem é interessante, contudo, faltou paixão no personagem diante de sua própria exposição, soou uma metalinguagem gélida. Gosto de como tratam a monogamia a partir da personagem Rita, que quase explode ao ver Ivo, sabemos que o quer, mas segue imóvel, mostrando o quão diferente é para um homem realizar seus desejos, enquanto a mulher não. [spoiler] Afinal Ivo deixa uma mulher em recife e vem pra São Paulo, transa com uma, quer a outra, etc etc...
Eita, se deixar eu escrevo um livro. Beijosssssss!
O Piano
4.0 442Esse filme é sobre como mascarar um assédio com romance! Que horrível!
Twinsters
4.1 61Gente, não sei vocês, mas eu me confundi umas 2345678 nesse documentário!
Adorável. Pop!
O Abutre
4.0 2,5K Assista Agoraeu assistindo: "PQP! PQP! NÃOOO! PQP! QUE FDP! VTNC! NÃOOO! AI VAAAAI! NÃOO! CUIDADO!! SAI DAAAAI! PQP! QUE FDP! SOCORRO! VOU BEBER ÁGUA!!!! PQP! QUE FDP!" é isso... desculpem-me os palavrões.
Psicose
4.4 2,5K Assista AgoraSinceramente, que filme incrível! Sempre tive receio, por ser um filme reconhecidíssimo, -principalmente pela cena memorável do chuveiro- de não gostar ou não ver nada demais . Porém, ao desenrolar do filme eu simplesmente deletei essa idealização e fui acompanhando o trama que é sensacional! em capslock a melhor parte: QUE TRILHA SONORA É ESSA?!!!!!!!!!!!!!!!!! Sem contar na atuação do Anthony Perkins (que por sinal achei muito parecido com Andrew Garfield heheheheh) que está muito, muito boa! E o roteiro em si também é sensacional!
Queda Livre
3.8 20Alguém sabe aonde encontro para download?
Taxidermia: Histórias Grotescas
3.4 345 Assista AgoraPrimeiro sai do filme tentando ter uma ideia que se encaixasse com todo o contexto, dessa maneira acredito que o diretor tentou caminhar por diferentes essências, essas de
formas e valores diferentes. O valor que o primeiro protagonista dá para o sexo, depois o valor de uma competição no segundo ato, e no final o valor e o questionamento do que é arte.
O que seria o sexo para o primeiro protagonista? Existem vários tácitos impregnados. Exemplo é a cena em que ele conversa com a menina e logo após ele goza de uma maneira que o leva ao céu, isso nos assusta porque se trata de uma criança. Contudo não podemos negar que um soldado, exilado de seus prazeres, pode encontrar prazer até em uma banheira com carne de porca. Também é visto que o personagem vangloria o seu pênis, na cena em que sai fogo do seu órgão sexual. Além disso tem toda a frieza do homem que o matou. Dai nasce o filho, criando uma árvore genealógica futura no filme. Isso já carrega a essência, e cheguei acreditar que o filho poderia não ser do respectivo pai, uma vez que não temos certeza se foi não delírio do soldado.
Já no segundo caso, sabendo que na Hungria esse tipo de esporte é reconhecido, podemos ver a essência agora de forma mais concreta: tudo que ele coloca na boca por esforços são despejados durante a "partida", para que ele pudesse aguentar a competição novamente. Cena nojenta, mas metaforicamente muito interessante.
Em meio a competição tem o romance, o qual tem sua maior revelação na cena onde cai uma gota de suor no rosto do homem, demonstrando a aceitação do corpo, do amor, do que o ser humano exala. Suor, língua, axila e olhos.
Com isso, temos a cena do casamento, a qual vemos uma traição animalesca, o homem come a mulher se alimentando de modo a não conseguir falar direito.
Até então o filme não tinha me conquistado...
Já no terceiro ato eu explodi de emoção!
Falará da Arte, o que seria a arte e qual é a sua essência e maneira de ser explorada. Nesse caso, o rapaz empalha os animais, encontra sua forma de expressão na Taxidermia. Ele tira o que tem dentro e põe outra coisa, transformando os animais em objetos e os tornando duráveis. Acompanhamos sua tristeza diante do pai fissurado em sua competição (a de gatos agora), e sua tentativa frustrada de atrair um funcionária de supermercado. Ele é triste, no entanto encontra paz empalhando os animais (já que não os vendes, apenas por encomenda), uma nova metáfora. Não permitirá o ciclo biológico da decomposição, e sim de uma existência plena e duradoura.
E no final, ele simplesmente se coloca no mesmo lugar, se enche de material, para que seu corpo dure, assumindo-se e sendo a sua própria Arte. É poético!
É uma forma fria de tratar e expor as pessoas, o diretor é bem detalhista, roteiro bem visual. Uma fotografia que se conversa, melancólica, escura, interiorana.
Enfim, adoro filmes diferentes!
Hukkle
3.9 21Um filme sem diálogo explícito, mas que diz muita coisa. Primeiramente me conectei com os sons do filme, o por quê da escolha do soluço e o excesso de ruídos orgânicos e inorgânicos presentes no longa. Imagino que o diretor/roteirista estivesse transmitindo os sons da natureza, como na cena em que
um homem caminha com um porco, que emite um som parecido com o do senhor que soluçava. Ou seja, o diretor explora o som dos animais de forma igualitária, assumindo os barulhos que emitimos, chamando nossa atenção para as semelhanças da natureza (não é à toa que o filme se passa numa região rural, a que de certo modo não produz tantos sons quanto uma cidade -aparentemente-). Após essa cena, temos o som visto como artificial, a ação de máquinas de costura cria um som inorgânico, se divergindo com o primeiro som relatado.
Durante todo o filme, ficamos diante de algumas situações, que de princípio eu não decifrei, que acarretavam na morte de alguns moradores da região. Foi apresentado o objeto de crime (um frasco de veneno), mas não seus motivos, o que gera maior interpretação dos fatos. A cena em que o garoto alimenta o gato, e escolhe um dos dedos para também se alimentar é extremamente bela, o que o diretor surpreende posteriormente com a morte dos dois, e nós sabemos que foi um acontecimento errôneo. Também achei muito belo o momento em que um roedor está caçando e morre servindo de alimento para um cão, demonstrando o ciclo "natural" da vida (um vez que o roedor morreu com uma machadada deixa de ser natural), o que se diferencia da morte dos maridos que eram causadas por envenenamento, distanciando do ciclo natural. Com as mortes, torna-se cômica a cena do casamento e do jogo onde haviam muitos homens no começo, e no final só restava um.
Relatos Selvagens
4.4 2,9K Assista AgoraConseguiu mesclar horror com humor sem nenhum exagero, apenas algo que soaria real. Que roteiro inteligente! Introdução e final cativantes! Dei risadas no cinema ao mesmo momento em que me desesperei por causa das ações humanas retratadas de maneira a nos ligar pela semelhança com a nossa realidade, seja em Buenos Aires ou qualquer outra cidade. Não sai de lá pessimista em relação ao humano e sim sai reafirmando que ele é capaz de agir de maneira selvagem muitas vezes controlada pelas regras, o que lutar pela sua vida ou pelos seus direitos nos parece, hoje, errado. Mas claro, não deixei de me surpreender pela barbárie protagonizada, de maneira excelente alias. Um filme simples que nos diz muita coisa.
O Ódio
4.2 314Paris também tem problemas, Paris tem dias vividos de maneiras diferentes. Um beijo para a fotografia e para o final!
Insolação
3.3 115Eu costumo gostar desse ritmo de filme, principalmente nacional, e sempre tento tirar algum significado dentre as falas e o contexto em geral. Nesse filme, em especial, achei tudo muito belo, os enquadramentos, a trilha e a voz do Paulo José. Interpretações são diversas, mas ao meu ver, enxerguei cada personagem como uma fase da vida,
a criança ingênua, ainda imaturo em relação ao amor, mas ainda sim altamente sentimental. A garota (Simone Spoladore), perdida, indecisa, e experimentando, buscando ter alguém em meio a tanto pessimismo. O rapaz (Leonardo Medeiros) fiel da sua escolha, certo de quem ama, mesmo que a mulher diz que ama outro, não larga o sentimento. Outro rapaz (André Frateschi) já experimentou os sabores da vida, passou por fases, e agora ronda uma solidão. Até chegarmos no, já idoso, José, que representa a reflexão, a dúvida maior, e o incentivo a vida, que a sua já foi passada, mas que ele considera tudo muito valioso, cada fase...Claro, eu passaria tempos discutindo sobre cada fala, mas não tem como, mas uma das falas que mais me encantou foi a que dizia mais ou menos assim "....mas para isso precisaria atravessar o deserto. Chegando lá, perderam-se, e buscando encontrar o caminho certo se infiltraram muito mais no deserto. E para aproveitar a longa, lenta e inevitável morte, decidiram fazer uma festa...".
Psicopata Americano
3.7 1,9K Assista AgoraA ideia central é muito interessante, dele ser um narcisista com poder aquisitivo para realizar seus desejos e capaz de matar qualquer um por talvez se julgar melhor que todos. Achei interessante também o ritual que ele faz, em alguns casos, antes de matar,
escutando e comentando sobre música.
E fiquei na dúvida, ele realmente matava ou simplesmente imaginava matar? Espero que ele tenha imaginado, porque seria genial.
Sentidos do Amor
4.1 1,2KÉ como se partes de nossos pensamentos -independente de nossas funções em sociedade- em todo mundo, não tivessem respostas, logo fosse totalmente sem sentido, e as nossas únicas certezas não damos valor, e como consequência, vamos-as perdendo aos poucos, nossos sentidos. Ou mesmo não damos sentido ao que temos... Enfim, gostei bastante! Sem falar no envolvimento dos personagens e seus medos, seus segredos, expondo o porque (talvez) estamos prestes da escuridão.
Nação dos Sonhos
3.5 190 Assista AgoraQue filme, na minha opinião, ruim!
Aurora
3.6 66Alguém sabe aonde tem pra baixar?
Depois de Lúcia
3.8 1,1KAcredito que só poderei dar minha opinião mais sólida quando passar a terrível sensação de indignação e o embrulho no estomago!
Mais Estranho que a Ficção
3.9 603"Se você soubesse que iria morrer, o que faria?" é uma pergunta que nos sugere erros, pois saber que vamos morrer é um fato, já saber que ele está próximo é outra questão. Portanto, a morte sempre está próxima, mas esquecida nos pensamentos, e quando se tem alguém ou algo que lhe diz que essa está vindo vem-nos desejos incontroláveis de se viver, viver o que já se foi vivido, viver o que ainda não viveu, enfim, realizar tudo o que o torna feliz. Quebramos a rotina, vivemos um intenso amor, isso que poderia ocorrer sempre, se não fosse nosso esquecimento diante da vida, aliás esquecer da morte ninguém esquece, mas esquecer da vida...muitas tem tal defeito.
Anticristo
3.5 2,2K Assista AgoraEsse filme tem diversas interpretações, mas todas contendo a mesma base. A palavra que me fez esclarecer uma parcela do filme foi "femicídio" essa que significa morte de mulheres em razão do sexo.
Antigamente mulheres morriam ("morte em razão do sexo) devido ao pensamento do homem que as julgavam bruxas ou 'anticristo' e o filme quis retratar uma forma de vingança feminina baseada na hipocrisia, essa que seria pelo fato dela buscar libertação para as mortes anteriores (ultima cena, as mulheres) mas utilizar de rezas (bruxaria) para encaminhar seu devido desejo. Mas quem seria ela? De quem ela mais teria medo? Dela mesmo, ou do Satã que encorpora seu corpo? Durante os acontecimentos a personagem feminina arrependia-se de suas ações, mostrando que haviam dois lados (o bem e o mal). Teve que sacrificar seu filho para que tudo pudesse acontecer, para que no Éden só houvesse o homem e a mulher, não o fruto bondoso que os dois são capazes de gerar. Atraindo seu marido com o sexo, e esquecendo sua dor da perda também com o sexo (alcançando o prazer para esquecer a dor).
Os Melhores Dias de Nossas Vidas
4.0 111meu coração não guenta!
Prometheus
3.1 3,4K Assista AgoraPor que (como Apollo 18) os "extraterrestres" são maus? Parem de compará-los aos humanos!
O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus
3.7 1,4K Assista AgoraO filme basicamente fala do desejo de ter um mundo só seu, com seus desejos, e que as vezes temos que optar pelo "mal" pra conquistarmos o que queremos. Amei esse filme! Fotografia linda, trilha sonora... personagens!
Nina
3.6 354VELHA CHATA DA PO-R-R-A
Mar Adentro
4.2 607A proposta do filme, em minha visão, foi colocar-nos na mesma situação do protagonista (real nesse caso) e dos que vivem ao seu redor. Seria nós, capazes de enfrentar a morte de tal maneira, mesmo não enxergando o valor para vida? E se somos capazes de nos suicidar, somos egoístas ao não pensar no sofrimento em que os que nos amam iriam ter em vida quando morrêssemos? Ele chegou a ter pontos de dúvidas, mas no fundo, ele sempre teve a certeza do que queria (morte), que se fosse comigo, teria também.
Melancolia
3.8 3,1K Assista AgoraNão tive nenhuma emoção durante o filme, mas o pós filme fiquei tensa e perturbada. Fiquei perguntando-me sobre se agiria melancolicamente sabendo que a morte está próxima, ou se simplesmente iria aproveitar ao máximo. Mas dói pensar em aproveitar ao máximo, pois não haverá todas as chances possíveis em tão pouco tempo, nem a vida se encarrega disso, imagine o saber que daqui 5 dias tudo estará acabado. (sem certezas absolutas, levando a ter receios).
Há uma fala que me deixou inquieta e triste: "A Terra é má" porque ela diria isso? Certamente para representar a humanidade, tornado-se egoísta devido ao fato de não estarmos sozinho (o mundo não é constituido apenas por humanos não é mesmo?). O mundo não deveria acabar por culpa nossa, mas infelizmente está se diluindo.